30 de mai. de 2013

Desvios, atalhos e inversões de gravidade


Uma vez que Torpinson, seguido por seu assecla, fugiu fundindo-se às trevas, como era comum verem Sirius Black fazer, restava apenas um par de sombras mortas-vivas para eliminar. Ehtur Telcontar e Úrsula Suarzineguer cuidaram disso, enquanto o restante do grupo atinha-se ao incêndio que devorava Lua Prateada. Sirius lamentava por não restar sequer um corpo de Kiriani, apenas uma mancha de sangue restava, enquanto Ryolith Fox trazia o corpo do bárbaro Mua D'ib. A noite sagrada onde a fresta de lua despontara no céu, o símbolo do retorno de Selune, via-se iluminada pelo fogo invocado pelo servo de Shar.
Francisco Xavier levantou voo em sua forma dracônica gargântica, o que apenas serviu para atiçar o fogo que devorava a cidade, enquanto seus olhos traziam a preocupação com o que divisava no horizonte. A população já chegava aos limites de Lua Prateada correndo desesperada. Deborah teleportou-se imediatamente levando Yorgoi e Arnouxzinho, surgindo entre seu povo de Brasillis e os demais refugiados, tentando conduzi-los para a segurança. Laeral Mão de Prata Arunsun usou uma magia épica para invocar uma tempestade torrencial, que caiu sobre a cidade e as imediações dando conta do incêndio rapidamente, mas encharcando a todos e dificultando o movimento. Isso, no entanto, somando-se ao ritual para trazer Selune de volta, parecia representar o final das forças da filha de Mystra.
Daphne também alçou voo em sua forma de hipogrifo, juntando-se a Xavier na busca por direcionar o povo em segurança para o norte. Foi lá que ela viu o que já preocupava o mago metamorfoseado em dragão, algo cinzento e grande como uma montanha, que mesmo a chuva não impedia de perceber. Um colossal dracolich. Ele estaria lá em poucos minutos. A druida e o mago alertaram seus camaradas e deram-se conta de que não havia um meio rápido de retirar as mais de duas mil pessoas dali, assim como não havia muita chance em enfrentar um dragão ancestral morto-vivo. Novamente, coube a Laeral invocar seus poderes de escolhida de Mystra para solucionar o problema. Ela liberou o fogomágico prateado de seu corpo, como eles já haviam visto Leila Diniz fazer no passado. Com uma mágica épica combinada, a filha da Senhora da Magia conseguiu tirar todos ali. Eles logo se viram aos pés de uma montanha que parecia ir além do céu numa planície coberta de neve.
O frio era intenso, ainda mais cortante por estarem molhados. Rock dos Lobos invocou muralhas de fogo para aquecer a todos, enquanto os servos da natureza identificavam aquele ponto do norte.
Estavam no na chamada Coluna do Mundo, o pico do mundo, a cordilheira que divisava o norte das grandes geleiras. Logo perceberam que Laeral Arunsun não se movia, estava catatônica. Proteções e restaurações não a fizeram despertar, parecia que a arquimaga precisava de tempo e repouso.
Resolveram montar acampamento, enquanto teriam tempo para pensar. Ehtur ficou montando a primeira guarda, enquanto Daphne cuidaria da segunda, já que necessitavam de pouco descanso. Os demais entregaram-se ao sono que o vento frio que vinha do mar permitia.
Francisco Xavier sonhou com Miirym, o espírito do dragão de prata que guarda a Fortaleza da Vela. O espírito ancestral preso à proteção da biblioteca pelo próprio Oghma, senhor do conhecimento, atravessava as paredes em sua forma espectral até ganhar os céus no confronto com um colossal dracolich. Ele emergiu da abôbada de luz que se formava sobre a cidade.
Úrsula Suarzineguer sonhou novamente com o zumbi de Arnoux servindo de suporte para a mesa. Dessa vez, no entanto, ela viu melhor o laboratório e reconheceu uma maga que se aproximou. A mesma que ele vira na ruínas de Nova Netherill. Ela se apresentava e prestava contas para um lich.. um mago vermelho lich, Szaas Tam.
Rock dos Lobos sonhou com Malkizid comandando suas hordas abissais. Ele confrontava outro lorde demoníaco, enquanto seus servos entregavam-se caoticamente à batalha.
Ehtur Telcontar sonhou com Alissah, que cuidava de seu carvalho, replantado na Grande Floresta. Ela e as demais criaturas faéricas se integravam à natureza, reinstalando a corte de Timothy Hunter, que cuidava do gato Nojento. Todos se viram assustados cobertos por uma imensa sombra que eclipsava o sol.
Ryolith Fox sonhou uma vez mais com Palas Atenas. Percebeu melhor sua prisão e seus grilhões zhentarianos. Dessa vez, ele reconheceu inscrições em uma parede, que identificava o lugar como Mulmaster no Mar da Lua, próximo ao Forte de Zhentil.
Sirius Black sonhou com um cometa vermelho que cortava o céu seguido por uma revoada de dragões. Eles destruíam a lua nascente no céu e todo o mundo com suas baforadas.
Yorgoi Dossantis sonhou com um vulcão de onde saiam incontáveis dragões mortos-vivos como lava.
Daphne da Grande Floresta viu-se novamente sentada no topo da cabeça da serpente Dendar. Dessa vez, não mais como uma criança pequena, mas como uma mocinha. A entidade novamente a recebeu com simpatia, enquanto a druida buscou respostas no mundo de suas escamas. Ele viu a batalha de Malkizid no Abismo, assim como uma grande reunião de celestiais nos Sete Céus. Todos reuniam-se ao redor de Bibiana Crommiel, que se apresentava diante deles.
Quando acordaram, conversaram a respeito do que haviam visto, com exceção de Sirius, que parecia amedrontado demais para falar. Resolveram partir para sul, pensando em chegar a Luskan e dali a Invernunca. Durante a viagem, Daphne questionou o bardo Yorgoi sobre Dendar e ele não teve muito o que contar, além de uma cantiga para crianças "Dendar, Dendar da cara preta.. pegue esse menino que tem medo de careta.. para que nos mundos não se perca.. e heresias não cometa". O historiador de Brasillis contou mais o que sabia sobre dracolichs e também sobre as cidades da costa do norte. Uma das leituras prediletas do gnomo, quando era professor na guilda mágica em Águas Profundas, fora sobre o arquimago Sammaster, um escolhido de Mystra que enlouquecera. Ele acabou se transformando em um lich e criando um Culto de Dragões, que acreditava que o mundo devia ser governado por dracolichs. Por séculos, seus planos colocaram toda Faerun em risco até que um grupo de aventureiros o destruiu assim como o grande dracolich das sombras Uthagrimnoshaarl, guardião do cemitério dos dragões. Desde então, não haviam mais notícias de dracolichs. Sobre Luskan, Yorgoi sabia que a cidade era governada por uma liga de capitães, todos antigos piratas. A cidade mantinha-se distante do que se dava no sul, tendo uma relação tensa com a Aliança dos Lordes das cidades do Norte e das Planícies de Prata.
Enquanto viajavam com precaução guiando o povo, os heróis encontraram uma manada de rothés. Daphne garantiu que só capturassem o suficiente e alimentaram a todos. Ao fim do dia, com a escuridão já envolvendo tudo, avistaram as luzes da cidade. Os servos da natureza e Sirius perceberam que o risco de lua crescia no céu. Chegaram a Luskan poucas horas depois. A população esperou do lado de fora, enquanto Daphne, Yorgoi, Deborah, Rock e Xavier foram ter com os líderes locais. Taerl, o mais falante dos capitães, lhes ofereceu a segurança da cidade e guardas para guiarem o povo até Invernunca em troca dos serviços deles contra um terrível kraken que assolava o porto e os navios.
Os heróis aceitaram o desafio e trouxeram todos para o interior da cidade, onde montaram acampamento na praça do mercado. Avisaram os colegas da oferta e traçaram um plano.
No dia seguinte, Daphne atraiu o monstro na forma de uma besta marinha. Quando o kraken surgiu, Francisco Xavier o arrancou da água invertendo a gravidade. O monstro esticou seus tentáculos para atacar e usou seus poderes para causar um tempestade, mas os incontáveis ataques de Ehtur e Úrsula demoraram poucos segundos para roubar-lhe a vida.


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