Após derrotarem o terrível kraken, que não tivera muita chance, os heróis desceram até a fissura que ele habitava e recolheram o tesouro que o monstro acumulara. Eles encontraram alguns vasos de marfim, milhares de moedas de platina, além de alguns itens mágicos. Rock dos Lobos usou seus poderes de escolhido de Malkizid para identificá-los: um bastão que revelava inimigos próximos, um tomo capaz de aumentar o vigor físico, uma armadura de placas completa para se usar embaixo da água, um pergaminho com magias arcanas, um manual que ensina a construir um golem de ferro e um cajado do charme.
Enquanto seus companheiros estiveram fora, Sirius Black, Yorgoi e Deborah cuidaram da população de Brasillis e Lua Prateada refugiada no mercado de Luskan. O ladino aproveitou para comprar e vender algumas posses. Ele encontrou bons preços na loja de um certo Suljack. O lusquense negociou uma interessante adaga com o ladino, capaz de afetar mortos-vivos com especial sordidez, em troca de informações sobre o que se passava no sul. Percebendo o talento de Sirius, o ex-pirata Suljack propôs um trabalho permanente com escravos e notícias, mas Black declinou. Antes de se retirar, ele teve a impressão passageira de que algo se passara, mas não percebendo nada, retornou para junto dos demais.
Aqueles que haviam combatido o kraken levaram seus tentáculos como prova até o capitão Taerl. O líder de Luskan recebeu Rock, Daphne e Úrsula com satisfação e os parabenizou pelo feito, enquanto os demais aguardavam do lado de fora. Garantiu que os refugidos seriam escoltados por 50 homens até Invernunca. Declarou que aquele dia passaria a ser feriado em homenagem a eles, com uma cerveja para cada cidadão por conta do governo. Taerl ainda lhes ofereceu um serviço para que continuassem servindo na proteção da cidade, pois havia um lich que habitava a torre mágica na margem sul da cidade portuária. Os heróis recusaram e saíram para avisar os gnomos e humanos sob sua proteção.
No caminho trataram do butim recolhido, que preferiram manter em segredo do capitão. O paladino Ryolith Fox ao saber do lich, ponderou se seria o caso de postegar o resgate de sua amada Palas Atenas. Percebiam que aquela única e gótica torre parecia muito mais antiga do que qualquer coisa na cidade. Em conjunto com os camaradas pensou que seria melhor seguir para Mulmaster. Daphne pediu uma parte das moedas para criar um centro de atendimento aos jovens carentes abandonados à própria sorte que perambulavam pela cidade. Ela reuniu algumas pessoas com sua diplomacia e orientou-as a cuidar da casa de amparo Órfãos do Kraken.
Quando encontraram os refugiados e seus amigos, o bastão da inimizade os alertou que haviam ali três ameaças. Rock dos Lobos se concentrou e soube que eram justamente Sirius, Yorgoi e Deborah, muito embora os três agissem normalmente. Daphne também achava que havia algo estranho e Ryolith Fox teve certeza de que estavam dominados. Ele usou de sua zona da verdade, mas Sirius não parecia entender nada do que se passava. Por via das dúvidas, Francisco Xavier desfez as magias na área, com isso o bastão nada mais percebeu.
Sem terem certeza da ameaça, passaram a conversar sobre o que encontraram. Yorgoi lhes informou de que seguiria com Deborah e o povo para Brasilis. Apesar dos protestos de Sirius, o gnomo lembrou-os de que seus talentos eram pequenos para o tamanho das aventuras dos camaradas. Daphne aproveitou para dizer que seguiria com eles até Invernunca e dali para a Grande Floresta, pois recebeu uma mensagem de que precisavam dela por lá. Houveram novos protestos, mas ela lembrou-os de que esperaria por eles lá, quando retornassem do leste com Palas Atenas. Por essa hora, Laeral Arunsun despertou de seu coma, ainda aturdida e sem poder oferecer solução para a chegada dos dragões. A arquimaga concordou que fugir era a única opção.
Todos passaram a cuidar da partida, quando os olhos de Sirius Black viram pontos coloridos ao longe, rumo norte, destacando-se do paredão branco formado pela cordilheira da Coluna do Mundo. Ele correu até uma loja e comprou uma luneta por mil de suas peças de ouro. Com as lentes poderosas conseguiu ver que se tratavam de seis dragões: dois vermelhos bastante crescidos, três brancos de bom tamanho e um azul também gargântico. O ladino mostrou logo do que se tratava para os colegas e a partida que era iminente passou a ser imediata. Yorgoi contou sobre a última revoada de dragões, um evento corriqueiro que se repetia há cada 300 anos, mas sempre antecedido pelo surgimento de um cometa vermelho, o que não se dera para justificar algo assim. Foi quando Sirius relatou o sonho que tivera.
Enquanto os demais conduziam seus mais de dois mil refugiados, Rock correu até Taerl para alertá-lo e salvar o povo de Luskan. O bárbaro encontrou o capitão tendo com outro dos líderes locais. O antigo pirata ficou agradecido pela informação, mas ele mesmo já sabia serem dez os dragões que se aproximavam. Mesmo assim Taerl preferiu tomar proveito da situação, salvando os que julgava merecedores nos navios. Quem tivesse dinheiro se salvaria, quem não tivesse que ficasse para trás.
Quando o servo de Malkizid retornou com tal notícia, Daphne transformou-se em uma águia gigante e passou a voar gritando o alerta para que todos fugissem. Deviam se juntar aos que fugiam para o sul. Foi preciso toda a habilidade, diplomacia e até mesmo intimidação do grupo de heróis para manter a ordem na massa desesperada que abandonou a cidade. Cerca de metade da população preferiu abandonar a cidade, juntando-se a eles e levando os artigos de maior necessidade. Eram agora mais de dez mil pessoas que os seguiam. Ehtur Telcontar conseguiu reunir algumas carroças, onde acomodou sacos de alimento para garantir a viagem de dois dias rumo ao sul. A caminhada era contígua á Mata de Nether, uma floresta segura e sem ameaças de monstros ou bestas selvagens.
Os refugiados e o grupo seguiram por mais de 3 horas até verem os dragões finalmente chegarem à cidade de Luskan e toda destruição que causaram. O brilho do fogo, de relâmpagos e do gás gélido quebrava a escuridão da noite em que a lua seguia mirrada mas crescente no céu. A investida dos dragões parecia especialmente concentrada na torre de Ilusk, mas eles tinham fúria para alcançar alguns navios mais atrasados ainda na baía e minar a tímida resistência de alguns guardas e guerreiros. A destruição seguiu por mais de uma hora até que os grandes lagartos alados dessem-se por satisfeitos e partissem rumo ao norte para o alívio de todos.
Assim sendo, o grupo resolveu voltar para averiguar se haviam sobreviventes. Voltaram à máxima velocidade, deixando os refugiados sob a liderança de Laeral, Daphne, Yorgoi e Deborah. Quando já estavam próximos dos limites incendiados da cidade, viram que a torre era o que ainda restava em meio aos escombros. Mesmo ela era apenas as paredes arruinadas do primeiro pavimento de onde emergiu um enorme dragão branco, que ainda parecia buscar alguma coisa. Rock dos Lobos lançou uma bola de fogo contra o dragão e se enfureceu. Francisco Xavier transformou-se mais uma vez em um dragão dourado, enquanto o paladino avançou em seu cavalo levando Úrsula consigo.
O dragão branco usou de uma magia para ficar gargântico como Xavier e voou para cima deles, fazendo o medo invadir o coração de Sirius Black. Francisco Xavier aproveitou para lançar uma transmutação mágica em Ehtur que o metamorfoseou em um gigante de pedra. O guardião cerrou em Gunghir e investiu contra a besta alada branca. Úrsula disparou suas setas, mas os sentidos aguçados do dragão não permitiram a ela atacá-lo de surpresa, nem a couraça foi trespassada pelas setas.
Rock dos Lobos seguia lançando uma bola de fogo atrás da outra, mas o dragão curou-se antes de lançar seus ataques. Ele cuspiu seu ar gelado e fustigou Ehtur com todos seus ataques, arrancando parte da vitalidade do servo da natureza. Francisco Xavier fez o mesmo e bastou sua baforada de fogo para tombar o dragão branco.
ADOREI a casa de amparo Órfãos do Kraken!!! mesmo ela tendo durado pouco...
ResponderExcluir