Ryolith Fox e John Falkiner surgiram em um ponto do deserto de onde viam apenas as dunas dançantes ao sabor do vento. Elair e Thela logo se localizaram e puderam seguir em busca da tribo dos Távios. Eles caminharam por algumas horas, tornando a sentir as agruras impiedosas do deserto. O servo de Kelemvor foi quem avistou os vultos no céu. Alertou que eram dragões, mas Thela especificou que eram dragões azuis.
- Outros pretensos senhores dessas terras. Assim como os sombrios, eles ameaçam a todos pela força e terror. É melhor que sigamos com cautela, mas não devem nos importunar se mantivermos distância.
Passaram a caminhar mais atentos, mas os dragões mantinham-se afastados até que os quatros humanos avistassem as grandes montanhas ao oeste. Elas marcavam o fim do deserto disseram os beduínos. Passaram a seguir um roteiro paralelo às cordilheiras, evitando aproximar-se dos dragões, observando as imediações. Perceberam uma falha no encontro entre duas das montanhas da cordilheira.
- Naquele ponto ficam ruínas ancestrais.. talvez os Távios estejam lá. - falou Elair.
- É um ponto de passagem... - e dito isso, seguiram se aproximando, percebendo que os dragões azuis pareciam ser os senhores do picos das grandes montanhas, sem estarem concentrados ali naquela parte baixa de suas possessões. Se os senhores dracônicos estavam mais ocupados em vigiar outras partes, ao avistarem as ruínas, no entanto, o grupo percebeu que havia muito movimento por lá. Criaturas grandes e cobertas de escamas amarelas caminhavam entre os restos da cidade. Além delas, também havia uma enorme serpente com cabeça humana...
- Uma naga.. - explicou Fox. Depois de os beduínos chamarem as outras criaturas de Asabi. - Encontrei uma certa vez.. em um rio subterrâneo. Meu velho amigo Ehtur Telcontar me explicou como eram malignas e de seus poderes mágicos. Devemos avançar sobre eles...
- Pensei que devíamos buscar os Távios.. e o artefato... - resistiu Falkiner.
- Eles podem estar lá. E é nosso dever para com a justiça eliminar os servos do mal e suas atividades nocivas. - disse o paladino de Tyr sacando a espada e avançando, enquanto o clérigo de Kelemvor orou por proteção e poder para vencerem aquela incauta missão.
O ataque, no entanto, não foi bem sucedido. Apesar de terem a surpresa ao seu lado, os heróis encontraram seres mais poderosos do que imaginavam. Os asabis resistiam a mais golpes do que seria normal e as magias da naga eram potentes. Elair e Ryolith tombaram, obrigando John a teleportá-los, assim como Thela, para longe dali para salvá-los. Mesmo aparecendo a quase quinhentos metros das montanhas, descobriram não estarem a salvo.
Logo viram-se sob a sombra de um dragão azul, que identificou como servo do Marquês Iyrmith, senhor do nordeste do deserto e vassalo de Nova Netheril. Se Ryolith preocupou-se com a aliança dos dragões e dos neonethereses malignos, John conseguiu convencê-lo a ter cautela nas ações estando todos ali feridos. Para sorte deles, o dragão se satisfez com as informações sobre a ruína e o que se passava lá. Ele deixou-os ali para ir checá-las, dando a eles tempo para fugir.
Sirius, Francisco e Leila buscaram descansar da melhor forma possível, embora o sol e a maresia dificultassem isso. Tinham comida, mas não muita água, que precisavam racionar. Após um dia e uma noite, Francisco "o necromante branco" Xavier conseguiu atacar e vitimar quatro tubarões, que haviam sido atraídos pelo sangue de Sirius que ficara na água. O mago da Fortaleza da Vela transformou-os em mortos-vivos e logo deu ordens para que as criaturas lhe trouxessem uma baleia o mais inteira possível.
Enquanto os arcanos cuidavam dos rituais necromântico purificados, Sirius "se arrependimento matasse" Black lamentava não ter qualquer resposta de Selune. Olhava em volta e imaginava que talvez não tivesse feito a melhor escolha no fim das contas, afinal de contas a noite seguia sem luar ou estrelas, nenhum sinal de Bibiana e o vazio em seu íntimo retornara com a partida de Máscara. Francisco Xavier lhe falou sobre como a atitude desbravadora de Sirius poderia combinar bem com os desígnios de Oghma, o Senhor do Conhecimento.
Sirius "a sombra dentro da sombra" Black ponderava arrastando-se pela areia da pequena ilhota para ver se havia algo ali além de coqueiros e areia fofa.. Foi assim que encontrou o ponto onde a areia era ainda mais fofa. Um buraco tapado. Assoviou para David e o lobo cavou velozmente no local, onde encontrou dois grandes baús. Todos se juntaram para retirar os pesados baús com dificuldade, mas viram-se impossibilitados de abri-los.
No dia seguinte, quando os tubarões retornaram com a carcaça da grande baleia, eles carregaram os baús para dentro, enquanto Francisco cuidava do ritual para animar o gigantesco animal com o qual eles se lançariam ao mar. Antes de partirem, Leila conjurou um ser para quebrar os baús. Ao fim das contas, descobriram que um estava repleto de moedas e o outros com vários livros, o maior deles intitulado "Sobre a Queda de Netherill" escrito pelo Escriba Trêmulo de Larloch. A baleia ganhou o mar, enquanto Sirius e Leila seguiam protegidos em seu interior. Francisco Xavier foi em pé sobre ela acompanhado pelos tubarões em volta.
Eles pouco haviam se afastado quando avistaram um navio. Sem intencionar escapar a uma abordagem, à sua "embarcação" encostou o navio pirata. O capitão chamado Francis Drake requisitou os baús, que segundo ele era da propriedade deles. Mesmo sem recusar entregar o material, os três navegadores da baleia se recusaram a subir no navio seguir com os piratas. Não vendo outra solução, Francisco Xavier tentou destruir o navio com uma bola de fogo, que mostrou-se insuficiente para tal intento. Os piratas responderam com balas de seus canhões, capazes de causar grandes estragos na baleia morta-viva. Sem demora, o necromante branco buscou proteção em seu interior ordenando-a que afundasse. Para reparar o estrago, fez uso de dois dos tubarões que obstruíram com os próprios corpos os buracos causados e impedindo a água de entrar.
Ali puderam forjar um plano. Daphne, "a de mil formas", invocou um tubarão, que surgiu próximo à superfície e ludibriou os magos a persegui-lo. Contando com o fôlego e a resistência do jovem bárbaro, ela partiu velozmente o máximo que ele aguentasse em outra direção. Graças a isso, conseguiram atravessar o lago e atingir a margem leste. De lá podiam ver as numerosas fazendas com grandes plantações que cobriam esse lado. Avistavam escravos trabalhando por toda parte, assim como a patrulha área do magos vermelhos, além de capatazes vigilantes. Ao longe, mais ao norte, havia uma grande cidade de onde partia uma imponente estrada rumo ao leste e ao paredão que marcava o início do planalto de Thay. Os heróis recuperaram suas forças ali escondidos, camuflados e invisíveis, ganhando tempo para terem seus poderes e sua energia de volta.
Preferindo evitar novas confusões, dessa vez o grupo seguiu escondido, além de invisível ou disfarçado, em direção ao paredão sem intencionar contato com a aglomeração da estrada ou da cidade. A escalada era íngreme e difícil. Daphne ajudou os pequeninos como pode em sua forma alada, enquanto Ehtur e Rock viraram-se com a própria força e as cordas que tinham. Dedicaram todo o dia à perigosa escalada para enfim chegarem ao alto do planalto. Dali podia ver a árida planície que haviam cruzados desde as montanhas de Aglarond. Não fosse o lago e o rio, seria tudo ali uma casca seca e estéril. No alto, por outro lado, tudo era diferente. Eles avistavam ao longe o segundo planalto que se formava no centro deste, irrompendo num único e imenso pico coberto de gelo a nordeste de onde estavam. Todo o horizonte leste também era coberto por uma enorme cordilheira de picos com cumes cobertos de neve ao que pareciam meses de viagem dali. O solo era fértil e a temperatura mais fresca e amena.
Havia uma outra cidade, também de grande porte, no ponto onde a majestosa estrada chegava ao alto do planalto. A estrada que seguia dali também estava tomada pelo fluxo frenético do comércio, assim como as patrulhas aéreas também eram uma constante. Resolveram manter a discrição e seguir...
Bibiana abriu os olhos sem sentir a falta de ar que a acometeu quando cortaram sua garganta. Levou a mão instintivamente ao pescoço, mas já não havia qualquer problema. Estava em uma planície inóspita e diante dela, em todas as direções haviam almas clamando o nome de deuses. Ela buscou uma das almas para se certificar do que já imaginava, de que estava morta no reino dos mortos.
- Estas são as Planícies Cinzentas, elfa.. o além. - disse o espírito do humano que clamava por Chauntea, deusa da agricultura. Logo, a clériga meio-elfa viu um brilho róseo que levou algumas poucas almas ali próximas. No entanto, Bibiana "a sacerdotisa mestiça" Crommiel percebeu que havia uma verdadeira multidão de almas e um coro de cantorias por divindades distintas. Ela também percebia algum tumulto mais além. Resolveu clamar por Corellon Larethian.
Após alguns minutos de orações, para sua surpresa, quem a clériga viu surgir foi o gnomo Yorgói. Ele ficou feliz por vê-la, mas parecia preocupado.
- Demônios e diabos estão atacando e impedindo os deuses de buscarem as almas de seus devotos, Bibiana. Por algum motivo, o Deus dos Mortos nada faz.. eles enfiam as almas em sacos e estão capturando dezenas!
- Talvez sejam problemas maiores. - ponderou Bibiana ciente de que estes extra-planares malignos viviam do saque de almas. Tentou uma magia, que devolvesse ela e Yorgói para o plano material, porém nada aconteceu. Isso serviu, no entanto, para fazer surgir sobre eles o símbolo sagrada dos Senhor de todos os elfos. A lua crescente prateada surgiu resplandecente naquela vastidão trazendo esperanças ao coração da dupla.
- Você terá um bom lugar em meu reino Bibiana Crommiel. Sua atitude digna, honrada e corajosa significou a derrota de um Deus maligno e detestável. Você não temeu sacrificar sua vida pelo que é certo e melhor para todos. Sua alma descansará junto dos espíritos mais valorosos do belo povo. Haverá hidromel para se beber em sua honra e os trovadores cantarão baladas inspiradoras com seu nome. A cada ano ao menos uma criança terá seu nome e durante cem anos um dia para se lembrar de teus feitos. - Corellon ainda listava suas bençãos à finada clériga, quando ambos viram surgir uma entidade colossal, que parecia redefinir a própria realidade com sua mera presença.
- Corellon Larethian.. grande deus dos elfos, senhor menor da magia, mecenas das artes e músicas, general de guerras, aquele que cortou o olho de Gruumsh, você rompeu o artigo 6o da cláusula 5a dos parâmetros cósmicos universais, interrompendo ritual de divindade desassociada de antagonia direta em que se empunhava tomo mágico de 6a grandeza. Isso fere as possibilidades de seu portfólio ou de suas disputas.
- Isso é um absurdo.. - protestou o deus incrédulo. - Eu vim às Planícies Cinzentas resgatar a alma de minha fiel seguidora e irei levá-la ao meu reino. Se intervi em seu favor para que seu corpo não fosse conspurcado por demônios, isso não fere meus deveres. Não tenho que responder a tais absurdos e...
- Suas prerrogativas de divindade estão revogadas e sua capacidade de armazenar almas, distribuir poderes mágicos e demais qualidades divinas tornam-se nulas de imediato, devendo sua materialidade me acompanhar para um julgamento mais específico da questão. - e dito isso, a entidade fechou a mão, que parecia capaz de tornar-se tudo que ali estava, mas Corellon Larethian gritou com bravura.
- Pois eu tenho o direito perpétuo de lançar meus poderes e esperanças em um objeto ou indivíduo, num último gesto puro e desesperado de resgate futuro da desgraça que agora me acomete! Um direito da tradição primeira de tudo! - a entidade nada respondeu, mas Bibiana percebeu que uma torrente de energia divina derramou-se da lua que a cobria para ela, banhando seu corpo com uma graça além do que ela julgava ser possível. Isso também a lançou para longe dali.
A jovem clériga abriu os olhos sentindo-se ofuscada pelo sol. Ela estava caída sobre alguns humanos e muita areia. Tentou falar em elfo com eles, percebendo serem servos do deus da morte, Kelemvor, e da justiça, Tyr. Foram simpáticos com ela, parecendo percebê-la como algo divino. Ela mesma sentia-se incrivelmente bem, como se nada de ruim fosse capaz de acometê-la.
Ryolith Fox conversou bastante com a mulher durante o caminho, enquanto John Falkiner continuou mais concentrado na busca pela tribo dos Távios. Quando finalmente os encontraram, já no anoitecer, após mais algum tempo vagando pelo deserto, o paladino de Tyr já sabia muito sobre a misteriosa e celestial elfa do leste, enquanto o servo de Kelemvor interessara-se pela experiência transcendental dela no reino dos mortos. Eles foram logo levados ao líder daqueles beduínos, o Távio mor, Khar Xeita. Foi ele que lhes apresentou finalmente o artefato de Amaunthor que haviam encontrado e brilhava como o sol, após ser retirado de um saco. Aquele brilho recuperou-os de todo cansaço, fome, sede ou ferimentos, além de fazê-los sentirem-se abençoados.. capazes de triunfar sobre quaisquer trevas.
Sublime Ogma! Agora vejo que você tem em mãos a oportunidade de ter um dos grandes homens de nossa era lutando sobre seu estandarte. Black é um instrumento incrível para atingirmos nossa meta, em breve poderemos ajustar o que está desequilibrado entre as forças.
ResponderExcluirCadê a aventura de sábado?
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