6 de set. de 2014

Mais vale um besouro na mão do que dois elfos voando...


Separado do restante do grupo e não tendo como cruzar a ponte entre as torres, que estava sendo vigiada pela aranha-espectro gargântica, Rufus Lightfoot resolveu explorar o que estava mais próximo. O hobbit-aranha encontrou outra cozinha, onde pode se empanzinar de queijo de rothé e pães de fungos. Desceu até o quarto pavimento, onde ele também passou pelos quartos de alguns oficiais onde recolheu gemas, em especial, um belo rubi com um estranho brilho no interior, além de roupas, equipamentos e papelada de todo o tipo. Porém, sempre que se deparava com uma ameaça, como um grupo de seis fantasmas ou um roper aracnídeo, ele recuava, o que acabou levando-o de volta para o aposento antes da ponte.

Sem novas mensagens de Kaliandra Boaventura, mesmo reunidos com seu familiar, o corvo Edgar, Derdeil Óphodda, Mari'bel, Braad e Sérgio Reis seguiram em frente e deram de cara com duas clérigas drows, que descansavam em um quarto. O mago Derdeil tentou enfraquecê-las com uma magia de silêncio, mas não teve sucesso contra a resistência mágica delas. O mestre da bebedeira Braad partiu em carga contra uma delas, derrubando-a sobre a cama e mantendo-a agarrada. A outra, no entanto, o derrubou com uma magia que poderia ter ceifado-lhe a vida. O bardo Sérgio Reis cantou para animá-los a lutar e a arqueira Mari'bel atirou uma de suas flechas especiais, que manteve a inimiga presa além de causar enorme dano com as outras. Derdeil acabou com a clériga drow com alguns mísseis mágicos auxiliado pelo corvo Edgar que a atrapalhava, transtornado que estava pensando que sua mestra precisava dele.
A drow que restara, livre do desmaiado monge, invocou um pilar de fogo profano sobre os demais, que vitimou Sérgio Reis e feriu a fada e o mago. Ainda assim, Mari'bel despejou outra saraivada sobre a maldita da raça dos seus inimigos favoritos, o que matou de vez a clériga de Lolth. Os dois sabiam que não havia tempo a perder, recolheram o que podiam entre poções e equipamentos. Derdeil Óphodda aproveitou aquele tempo para sacrificar as duas clérigas, o que trouxe poder para ele e para a arqueira, além de deixar mais marcas negras em sua aura. Por fim, eles esconderam os corpos dos companheiros feridos e desacordados sob as camas e partiram guiados pelo corvo, uma vez que não houvesse forma de cura mágica que funcionasse.
Seguindo pela escada do quarto seguinte, eles chegaram a um enorme aposento onde se viram confrontados por quatro demônios vampíricos de quatro braços. As criaturas os cercaram e drenaram suas energias vitais. Mesmo fortalecidos pelos sacrifícios, a ameaça era demais e Derdeil e Mari'bel investiram contra a porta, irrompendo em um pequeno templo onde uma sacerdotisa e seu acólito procediam um ritual profano para Lolth com alguns corpos de elfos verdes.


Kaliandra Boaventura viu que naquele momento, quando a serva malévola de Lolth, a drow albina da máscara de ferro, terminou de cortar a garganta de Ravena Eagle, que ela seria a próxima. Naquele aposento fantasmagórico do plano etéreo, Raven já perdera também a vida e ela mesma parecia a peça final do funesto ritual de sacrifício profano de nível épico que obliteraria toda as realidades.
Quando a poderosa clériga drow e senhora dos mortos-vivos usou seus poderes telecinéticos para arrastar a elfa, arrancando-a de suas correntes, a guerreira-maga Kaliandra foi passando por cima dos pedaços de corpos que ela apenas vislumbrara antes. Reconheceu os corpos dos Eagles: o garoto Pidgen; Crow, Owl, Merlim e o patriarca Falcon de um lado. Parrot, Vulture, Condor e a clériga de Bibiana Hawk de outro. Todos estripados e esquartejados como animais em um matadouro. Ela ia sendo conduzida por sobre o caleidoscópio de corpos em direção a um imenso altar em forma de aranha. Sobre ele, haviam mais corpos e partes de corpos de elfos verdes. Ao longe, ela viu que ainda havia um corpo preso e de pé. Um outro elfo de aparência apolínea, mas inconsciente. Um gesto da serva do mal, no entanto, o despertou e também começou a movê-lo. Os olhos dele se prenderam aos dela, como se o germe de uma esperança nascesse em cada um dos peitos.
- É chagado o grande momento - disse a drow na língua dos elfos. - Com vocês, eu terei toda a magnitude do sacrifício final para a senhora de todos os drows! A superfície será varrida e eu controlarei um amanhã sombrio e negativo!!! Lolth bebera o sangue de todos os seus inimigos, inundará seus filhos com sua magia e se cercará de criados mortos-vivos!!!
- Bibiana não permitirá! O mal está fadado à derrota! - Bradou Kaliandra recobrando um pouco de seus movimentos.
- Isso mesmo, criança tola. Acredite - deliciou-se a serva de Lolth.
- Você e sua deusa não terão sucesso, Irae! O bem sempre vence! Bibiana irá acabar com vocês - gritou o elfo.
- Isso mesmo, trovador da espada! Tenha esperanças, Cameron Noyttes.. é isso mesmo que eu desejo! Isso tornará meu ritual muito mais completo e poderoso... - aproximou-se com a adaga a drow Irae.


Posicionados diante do altar, trocando olhares de desespero e piedade mútuos, o casal de elfos via a iminência da morte se aproximar com a adaga retorcida da clériga de Lolth. Antes, no entanto, que a vida lhes fosse roubada, algo inesperado aconteceu. Um grupo de quatro indivíduos surgiu teleportando-se no aposento. Eram quatro homens ao todo. Um deles vestia uma armadura completa rosa com detalhes em verde limão como seus longos cabelos sedosos. Atrás dele estava um elfo alto e de muita beleza, mas com algumas cicatrizes e de ar arredio. Havia ainda um humano de traços do sul, das terras desérticas de Calimshan, com a pele morena e roupas pesadas. Finalmente, o último humano parecia ser da mesma etnia de Derdeil, dos que vinham de Halruaa, portando um cajado e símbolos religiosos, assim como seu aliado mago.
- Seus planos mequetrefes estão acabados, sua mocreia de araque! - Gritou o sujeito que vinha de armadura rosa. - Eu sou o grande Shun Iksea, servo de Sune e da beleza absoluta! Eu irei penetrar seus planos vis e deflorar seus maus intentos. Ataque da beleeeza....
- Ande logo com isso.. não temos muito tempo.. - disse o elfo, enquanto o paladino Shun corria em carga contra a drow. A investida atingiu e feriu a serva de Lolth, mas pareceu servir apenas para enfurecê-la. As gemas vermelhas de sua máscara metálica explodiram em energia, que usou para fulminar o colorido paladino de Sune. Ela implodiu Shun Iksea com um pensamento e já se preparava para fazer isso de novo, quando um besouro pousou em seu ombro banindo-a dali.
- É a nossa chance - disse o elfo para o humano calimshita.
O estranho humano indicou que formassem um círculo que incluía Kaliandra e Cameron, livres da paralisia mágica.
- E quanto ao paladino? - Questionou Cameron.
- Vamos sair daqui, Cameron - disse Kaliandra pegando a mão dele.
Antes que sumissem, no entanto, Irae surgiu irada. Com um gesto, ela agarrou o besouro que ainda voava por ali, mas o calimshita terminou a viagem planar. Eles desapareceram, ressurgindo em um aposento onde havia uma grande e musculosa clériga de Lolth. Um drow de claça preta de couro limpava o sangue de Mari'bel de sua lâmina, enquanto o corpo dela tombava inerte ao lado de Derdeil. Além deles, a forma fantasmagórica de Swan Eagle gritava como um banshee tendo um grande urso espectral ao seu lado. Derdeil lutava com a clériga para que não consolidasse seu domínio sobre os dois espíritos atormentados, invocando toda a energia que angariara com seus sacrifícios e até mesmo a sua própria.
- Kaliandra... - disse o mago vendo a elfa de mãos dadas com Cameron e os demais.
- Ande Ra's Al Ghoul... - gritou o elfo chamado Açougueiro.
Uma nova magia do calimshita os teleportou, levando o mago ferido e a desfalecida arqueira, fazendo todos surgirem sobre a ponte, chamando a atenção de um sonolento hobbit que terminava sua última fatia de queijo.
- Ei Azuzu.. onde você arrumou esse queijo?... Olha só isso...

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