2 de mai. de 2014

Sob as profundezas


- Onde está Mari'bel? - Questionou o druida Chuck Norris, quando já estavam todos reunidos e de pé, sentindo falta de sua companheira killoren.
- Azuzu percebeu o rastro dela e dos drows entre as árvores, há uma passagem, um buraco que conduz para as profundezas... - disse o hobbit Rufus Lightfoot. - Os dois drows levaram a clériga drow e a sua amiga...
- Vocês precisam nos ajudar... eu fui enviado com ela pelos guardiões da natureza da Grande Floresta. - disse Chuck preocupado. - Temo que não me aceitem no círculo druídico se a perder.
- Entonces ahora usted quieres nuestra arruda, cabron?! - Disse o monge Braad enquanto procurava por bebida nos corpos dos elfos negros tombados.
- Nós iremos ajudar.. - disse Kaliandra, que usava das poções dos seus companheiros elfos caídos para levantá-los. No entanto, percebeu que dois deles haviam encontrado a morte final. Assim sendo, ela levantou apenas Tercieios, enquanto o mago Derdeil Óphoda usou seus conhecimentos de primeiros-socorros para levantar o bardo elfo Turambar Voronwr.
- Nós estavamos com os viajantes da carroça, mas parece que eles partiram.. - disse o bardo Sérgio Reis, que já não via mais sinal de Dani Ellya e seu companheiro. - E agora vocês querem que ajudemos, sendo que não nos queriam em sua preciosa floresta.. sendo que precisávamos falar com Ehtur...
- Eu posso levá-los até Ehtur depois que resgatarmos a Mari'bel - disse o druida sendo mais diplomático dessa vez.
- Bom, eu tenho meu caminho.. até mais.. - disse Rufus se despedindo.
- Nós temos de ajudar no salvamento da arqueira que acompanhava o druida, Turambar. Ela foi levada pelos malditos drows... - disse Kaliandra levantando seu líder.
- Isso não é problema nosso! Já perdemos tempo demais com esses macacos!!! - Disse o elfo sem disfarçar seu desprezo pelos humanos.
- Não fale assim, Turambar. Eles são nossos anfitriões e estamos do mesmo lado. Perdemos nossos companheiros e...
- Nossa missão é chegar até Evereska. Já perdemos dois servos da rainha. Levaremos a notícia até Secomber como nos foi solicitado e só! Nada de heroísmo tolo por esses subdesenvolvidos peludos, Boaventura. Não fosse o garboso bardo, diria que só perdemos tempo e vidas até aqui.
- Não é assim que se comportam os elfos, Turbambar, com a graça de Bibiana, nós...
- O verdadeiro deus dos elfos é Corellon Larethian. Isso é uma blasf.. - o golpe de Kaliandra nocauteou o falante bardo elfo e o impediu de continuar falando.
- Bem, Tercieios, Turambar e eu iremos ajudá-lo druida e depois cuidaremos dos corpos de nossos irmãos que tombaram em combate pela sagrada ilha dos elfos.
- Nós também iremos, pois resgatar uma donzela indefesa é o dever primeiro de todo e qualquer campeão da justiça! - Proclamou o paladino Jorge da Capadócia. - Pequeno hobbit... caro Rufus Lightfoot!!! - Ele gritou chamando a atenção do hobbit que já se afastava montado em Azuzu II. - Vamos Popossante. Creio que precisamos de você para nos orientar e guiar, mestre Lightfoot. Solicito, em nome da justiça e da honra, que nos acompanhe, com a graça de Tyr...
- Bem.. eu já indiquei o buraco.. tá ali.. bem fácil.. já ajudamos e eu vou indo...
- Eu insisto, Rufus... precisamos de você.. uma jovem indefesa nas mãos de vis elfos negros precisa de você...
- Está bem.. está bem... - disse o hobbit fazendo sinal para que Azuzu retornasse, enquanto os demais cuidavam de se conectar à rede de magia da Grande Floresta. Apenas o bardo Sérgio tinha dificuldades em perceber que a teia mágica era ali abastecida por um mythal, como o mago Derdeil costumava vivenciar em Halaraa, a capital de Halruaa. Um a um, eles se conectaram e viram seus itens mágicos e magias tornarem a funcionar sem maiores sacrifícios. Puderam, desse modo, ativar pergaminhos e poções para recuperar suas vitalidades e constituições.
Eles se concentraram em volta do buraco, onde perceberam que a passagem era pequena e estreita. O paladino precisaria tirar a armadura para passar, enquanto Popossante e Gabi teriam de esperar do lado de fora. Os outros usaram do tempo para explorar os arredores em busca de outra passagem, mas não tiveram sorte. Enquanto isso, lá debaixo, eles percebiam o barulho da dupla de drows que fugia. A descida era grande, mais de vinte metros, e foi Derdeil Óphoda o primeiro a tentar descer. O mago de Halruaa acabou escorregando e caiu. O monge bêbado Braad desceu rápido atrás dele e o encontrou preso em uma pedra da parede apenas escoriado. Colocou-o nas costas e começou a escalar para descer. Os demais preferiram usar a corda de Rufus acrescida de um cipó encontrado por Chuck.
Kaliandra Boaventura teve o cuidado de usar seus truques mágicos para conjurar luz em sua armadura e em itens de cada um dos novos colegas. Depois, a elfa usou das poções de Turambar para levantá-lo novamente e lhe mostrou que não tinham mais como não ajudar, pois até o mago que os acompanhava já havia seguido. Não esperou pelas palavras desagradáveis do líder e foi a primeira a descer pela corda, mas acabou escorregando e queimando suas mãos. Chuck Norris que veio logo depois teve mais sorte, mas também descia mais rápido do que gostaria. Sérgio Reis também foi logo para evitar a aproximação de Turambar.
Lá embaixo, a killoren Mari'bel sentia o aperto do drow que a carregava, pensando ser ela uma pequena elfa verde para sacrificar a deusa dos elfos negros. A arqueira não tinha muita certeza de onde estava ao despertar, mas sabia que estava presa e sendo levada para as profundezas da terra, cada vez mais para longe de sua amada floresta e, certamente, para a morte. Ela gritou por ajuda ouvindo a barulheira distante. Por seus gritos, foi golpeada sem clemência, mas o som serviu para apressar os outros na direção que sabiam ser a certa agora.
O barulho acabou, no entanto, abafado, quando paladino, já sem sua pesada armadura completa, espremeu-se pelo buraco e acabou despencando como uma jaca madura. Não fosse o esforço hercúleo de Kaliandra que aparou o impacto agarrada à ponta da corda e a queda dos quatro teria sido fatal. Por fim, Turambar, Tercieios e Rufus desceram, enquanto a águia Sidhka pairava trazendo o cão Azuzu em suas patas. Lá embaixo, sentiam que já não havia a energia mágica livre como na floresta.
Lá embaixo, o solo era íngrime e havia um longo declive. Ouviram novamente Maribel gritar indicando que o caminho seria o da esquerda, seguiu-se outro grito, de dor, que a silenciou em definitivo. Kaliandra e Jorge não perderam tempo, partindo em carga, mas encontraram uma parede interrompendo o corredor da esquerda. Suas mentes logo perceberam que se tratava de uma ilusão, mas quando atravessaram acabaram presos em uma grande teia de aranha encoberta pela ilusão. Chuck Norris preferiu usar de seus poderes druídicos para tornar-se um feroz carcaju. Ele cavou um buraco por baixo da parede ilusória saindo do outro lado da teia.
Para preocupação do druida metamorfoseado, do outro lado haviam quatro outros elfos negros, além da dupla que trouxera Mari'bel e a clériga drow ainda desacordada. Eles pareciam concentrados em levantar a clériga de Lolth, mas não perderam tempo em atacar os recém-chegados. O carcaju Chuck atacou a teia com suas presas, enquanto o mestre da bebedeira Braad, que também chegou pelo buraco, fez o mesmo, usando uma série de ataques, rompendo a teia e liberando os dois. Sérgio Reis que tentara ajudar, acabou se cortando, mas começou a cantar para motivar os camaradas na batalha.
Do outro lado da parede, Derdeil chegou e atravessou cautelosamente a parede ilusória e lançou alguns dardos mágicos. Turambar e Tercieios permaneceram do outro lado, enquanto o bardo élfico unia sua voz melodiosa à canção de Sérgio, dando mais força aos aliados. Rufus escondeu-se nas sombras, ainda desconfiado dos elfos que não entraram, mantendo Azuzu consigo e vendo a águia Sidhka voar em direção ao seu mestre na batalha.
O combate foi feroz. Os drows conseguiram derrubar o paladino e a guerreira com suas lâminas envenenadas, mas o mestre da bebedeira Braad, o druida Norris e o mago Óphoda deram conta dos inimigos antes que causassem estragos ainda maiores e resgataram Mari'bel. Derdeil conseguiu atordoar o seu nêmesis, enquanto os demais drows encontraram a morte final, juntando-se à sua deusa maligna.


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