16 de jan. de 2014

O cogumelo de Byron


- Fique tranquilo, Paulo.. - disse Lorde Byron aproximando-se para curá-lo. - Coma isso e vai se sentir melhor...
Realmente, quando Paulo de Tarso ingeriu aquilo, sentiu um gosto amargo na boca, mas as forças voltavam após o ataque do poder combinado dos dois artefatos, o Cetro de Lathander e o Olho de Set. Era como se as camadas mais ínfimas do seu ser se desfizessem, mas agora se recuperassem e se reproduzissem. No instante seguinte, ele começava a perceber padrões repetitivos em tudo e não era mais apenas Lorde Byron que estava ali, nem a cidade de Mezro ou as Selvas de Chult. Era todo o tecido do universo, que arrastava-se e contorcia-se como uma imensa serpente sem fim, dando voltas sobre si mesma, tendendo sempre ao infinito. Ela pareceu-lhe tão majestosa quanto infindável. Começou a ver em cada uma de suas escamas incontáveis universos, realidades, planos, como quer que quisesse chamá-lo.. ele viu deuses.. ele viu seres além dos deuses.. entidades cósmicas que transitavam entre os planos. Reconhece Morpheus entre elas, atuando como um vigia.
De repente, pareceu a Paulo que aquele cosmos ia muito tempo além do tempo, como se sua maior impressão fosse de que sempre estivera ali a observar, a observar a si mesmo jogando o jogo da guerra sem poder vencer. Cada um de seus personagens parecia-lhe agora uma faceta de seu eu tão fugidio, mas repetindo suas necessidades. Foi então que ele viu os artefatos, os cinco artefatos primordias que existiam em todas as realidades. O cetro, o livro, o olho, a pedra e o cálice. Ele os via sempre reclamados por este e aquele que no mais das vezes se aproveitavam dos itens para seus próprios interesses. Haveriam interesses que não são próprios ou é apenas mais um padrão repetitivo? Paulo percebeu o caos e a ordem em sua dança astral e seu papel nessa festa. Viu-se ali sentado, onde nada é perdoado, viu o fim chamando o princípio e a elipse que se formava disso tudo.
Daí que abriu os olhos. Estavam em algum outro lugar quente e confortável. Sentia-se bem, mas cansado.
- Onde estamos?
- Em Halaraa, capital da arcanocracia de Halruaa.
- Byron.. eu vi e...
- Eu sei, Paulo. Eu sei.. - disse Byron com um olhar compreensivo.
- Paulo Mota, servo de Morpheus...

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