21 de dez. de 2013

Szaas Tam, o novo deus da magia ou Ações do STJD


As garras e presas do Tarrasque caíram sobre Ryolith Fox, o santo paladino de Tyr, como uma avalanche. Nem mesmo o servo do deus da justiça foi capaz de suportar tudo aquilo e tombou massacrado entre os dentes do monstro. Os demais percebiam a impotência deles diante de tal ameaça. A matadora de magos Úrsula Suarzineguer perdeu de vez a coragem com a queda do paladino e recuou, escondendo-se atrás de Ehtur Telcontar, que também afastava-se sem saber o que fazer. Rock dos Lobos tentou usar seus poderes de chave dos planos para excomungar o tarrasque de volta para o plano material, mas foi como uma gota tentar apagar o sol. John Falkiner tentou esconjurá-lo como faria com um fantasma, mas a criatura resistiu facilmente. Usou, então, de suas bençãos aceleradas para implodí-lo, mas novamente o tarrasque resistiu. Restou a Rock ordenar que seu familiar dragão usasse seus poderes celestiais para envolver a todos com uma aura sagrada.
Um dos guerreiros de Thay atirou-se em carga sobre o lich Szaas Tam, atingindo-o, mas sem grandes consequências. No entanto, Sirius Black, que chegara com Selune, aproveitou para mesclar-se com as sombras e atingir o zulkir da necromancia pelas costas. Aceitando a dor de verter o próprio sangue em sacrifício, o ladino conseguiu trazer enorme dor ao arquimago morto-vivo de Thay. Percebeu, no entanto, que parte da magia de seus itens foi absorvida. Sem esperar para ver o resultado, Sirius mesclou-se novamente e reapareceu ao lado da deusa da lua, sentindo além da dor auto-infligida, as queimaduras do fogomágico que envolvia o lich. Furioso e farto daqueles insetos, Szaas Tam despejou o fogomágico sobre o guerreiro que restara diante dele, fazendo com que não restassem nem as cinzas, como se dera com o zulkir Yaphyll. Ele conjurou uma épica necromancia, mas o zulkir da abjuração Lallara o impediu com um grande dispelar magia. 
Todos os outros magos e arquimagos vermelhos de Thay presentes, pouco mais de uma dezena que não havia fugido, fulminaram o lich traidor e golpista com dezenas de magias. Todos agiam agora que sabiam que mais que intenções imperialistas ou crueldade amoral, sua motivação era guiada por interesses particulares e pessoais, onde todos perderiam suas preciosas existências. Desintegrar, grandes gritos, gaiolas de força, raios prismáticos, explosões solares, implosões e aprisionamentos foram algumas das magias invocadas. Alguns efeitos até chegavam a acontecer, mas mesmo estes acabavam absorvidos pela aura de fogomágico do mais antigo dentre os magos vermelhos. Assim como o fogomágico que crescia e queimava. Szaas Tam apenas parecia cada vez mais destrutivo e furioso.
Selune não tardou mais e lançou sua benção sobre os heróis e os de bom coração, aumentando seus poderes, em especial de Sirius Black, seu escolhido, e de Úrsula Suarzineguer, cujas preces a trouxeram para cá. A deusa da lua e Senhora da Esperança também abençoou as armas mágicas que seus campeões traziam nas mãos, alçando-as com um milagre ao nível épico, após convocá-los a apoiarem-na. As bençãos atraíram a atenção dos golens ainda ativos, que partiram para cima da dama do luar e seu escolhido. O ataque psiônico do golem de cérebros foi devastador, mas a jovem deusa resistiu, enquanto o golem de ferro e o grisgol se moviam ainda.


Mesmo com a destruição do primeiro dentre os guerreiros, os demais chegaram em carga atacando o lich com toda a força e sem medo. Eram nobres da etnia mulan como os magos, ainda que talhados por outros caminhos menos gloriosos nessas terras do leste, mas não menos cruéis. Todos deixavam clara a vontade há muito reprimida de destruir o tenebroso zulkir morto-vivo. Quantos deles não teriam sido vítimas das maquinações de Szaas Tam no passado ou tinha de submeter suas vontades aos seus caprichos? Os ataques acertavam o manto vermelho do lich, partiam ossos e castigavam-no com todo o poder. Ainda assim, isso não parecia incomodá-lo realmente. Szaas Tam absorveu mais magia e fazia o fogomágico crescer ainda mais.
John Falkiner orou por uma folia divina, espalhando energia positiva que removeria a fadiga de seus aliados, bem como impediria qualquer tentativa de controle mental sobre eles. A magia afetou o tarrasque, que subitamente retornou à forma de Daphne. Ela parecia confusa e atordoada, como se um controle mental intenso houvesse sido retirado de sua mente. Isso removeu o medo do coração de Úrsula, que passou a procurar entre os magos que restavam o rosto daquele que a violara. Ehtur olhou na direção do lich e preparou sua lança, mas os magos vermelhos seguiam fustigando inutilmente o zulkir com magias e aumentando o fogomágico. Com tantas magias de nível alto em tão pouco tempo, a aura de fogomágico parecia um tsunami incontrolável, que entrou em colapso e explodiu. Todos os presentes no plano material foram fortemente afetados, sendo atirados ao chão e queimados por algo pior que o fogo ou o ácido mais forte. Os demais zulkiris pareciam nos limites de suas vitalidades. Selune resistiu como pode, enquanto Sirius esquivou-se como podia. Os golens foram desativados como se drenados do que os movia.
Ao final, nenhum sinal restava do zulkir da necromância Szaas Tam. Restava apenas uma aura residual do fogomágico.
O espaço tempo, por outro lado, rasgou-se como se a realidade fosse uma folha de papel. De lá emergiram quatro inevitáveis.
- Rock dos Lobos, você é convocado ao Tribunal Dimensional Astral dos Hiperespaço para responder por seus crimes - disse a voz mecânica do primeiro homem mecânico extra-dimensional.
- Aquela que respondia por seus crimes não mais existe e, portanto, já não o livra de sua pena - continuou outro com a mesma voz e mesmo tom. O feiticeiro bárbaro tentou argumentar como de costume, enquanto pensava numa solução para escapar.
O escolhido de Bibiana procurava pelo lich ou por seu espírito, usou um dos pergaminhos de aprisionar a alma, mas sem qualquer resultado. Voltaram, então, ao plano material e Ehtur avançou rapidamente para o corpo caído do Grisgol para pilhar os itens mágicos que compunham a criatura. Úrsula tentou orientar Daphne que ainda parecia aturdida sem entender, de cabeça baixa e com a mão sobre a testa, enquanto o corpo de Ryolith Fox seguia esparramado pelo chão.
Os magos vermelhos e sua elite guerreira ainda se recuperavam e punham-se de pé, sem esconder uma certa satisfação pela vitória. No entanto, a voz de Szaas Tam ecoando pelo salão mudou suas expressões.
- Vocês se julgam vencedores, mortais? Acreditam mesmo que seu poder pueril seria capaz de me destruir. Na verdade, vocês apenas abasteceram meu poder para que eu ascendesse ao meu lugar de direito.. como novo Deus da Magia eu posso comandar a existência como é devido - bradava a voz fria e cruel do lich, enquanto onde restava a aura do fogomágico seu corpo tomava forma novamente. Szaas Tam parecia ainda mais poderoso agora, derramando fogomágico a cada gesto. - Todos vocês cumpriram seu papel, mas já não são mais necessários. São como vermes. Pequenos vermes inúteis.
Com essas palavras, o novo deus da magia removeu a magia de todos eles. Até mesmo Selune, deusa da lua, viu-se alijada de todos os seus poderes. Tudo ali que dependia do tecido mágico de Faerun, como seus itens mágicos, seus pergaminhos, suas magias e preces, suas resistências e proteções, nada restava. Todos aqueles poderosos magos de vermelho ao redor deles eram como meros camponeses feridos agora, que fugiam como ratos de um navio. O deus lich avançou para a direção de Selune, enquanto os golens se reativavam dando mostras de que ele era o único a conservar seus poderes. Os únicos que pareciam inalterados eram os inevitáveis e seu portal.
- E você, pequena deusa, será minha mensagem para o mundo. Sinto privar sua irmã desse privilégio, mas penso que matar a deusa da esperança mostrará bem a todos como governa seu novo líder!
- Eu não temo você, Tam. A esperança não pode ser destruída!
- Isso é o que veremos.. - ele disse esticando seu indicador para fulminá-la com todo o seu poder. Até mesmo Kiriani, já que sem poderes ela pouco tinha de Selune agora, fechou os olhos pensando sobre como fora breve sua carreira como deusa. No entanto, isso não se deu. Sirius Black sem exitar pulou na frente de sua amada deusa e amante. Ele recebeu diretamente em seu peito, do lado esquerdo, todo o assalto do poder incomensurável do deus da magia. Seu corpo mortal dobrou-se e envergou como se fosse se partir ao meio, mas ao fim de tudo, o ladino restava de pé, vivo e sem ferimentos.


- Ninguém.. rela.. a mão na minha mulher.. minha deusa.. - Sirius Black falou com ódio sem saber como tinha feito aquilo.
- Você... você fez de mim um monstro... um monstro como você.. - começou a falar Daphne.
- Eu fiz você poderosa, minha criança.. - disse Szaas ainda tentando entender como aquele mortal sobrevivera ao seu poder divino. - Esmague todos.
- Não!!! - Disse Daphne transformando-se em Tarrasque novamente e partindo pra cima do deus lich com todo o seu poder de mestre das muitas formas.
Rock dos Lobos aproveitou a distração e invocou seus poderes de chave dos planos. Com fúria e concentração, ele conseguiu expulsar os inevitáveis de volta para o plano de Mecannus e fechar o portal. No entanto, Ehtur Telcontar acabou paralizado pelo grisgol. O golem psiônico obteve o mesmo com um ataque mental em Sirius Black. O golem de ferro golpeia Selune com violência. As flechas de Úrsula não tem qualquer sucesso contra o lich, mas Daphne o engole entre suas presas colossais. A satifação é mínima, pois um segundo depois, é Szaas Tam quem está de pé diante deles tendo uma mosca entre seus dedos cadavéricos.
- Nada pode me deter, tolos. Nada!!! Eu sou o poder!!! Tudo começa e termina em mim!!! Estou farto de suas tentativas de prolongar suas parcas existência patéticas. O destino da vida é terminar!!! - Novamente a energia explodiu ao redor do novo deus da magia.
Dessa vez, no entanto, um outro rasgo, muito maior, na realidade, impediu aquela energia de se propagar. Da fissura no espaço-tempo, surgiu uma quantidade maior e de maior status de inevitáveis. Rock recuou um metro e meio já pensando se teria forças para expulsar tantos. As criatura, no entanto, dessa vez, se dirigiram para Szaas Tam:
- Arquimago que Veste Vermelho Szaas Tam, zulkir da necromância da magocracia de Thay, autointitulado novo deus da magia de Abeir-Toril, você está sendo denunciado por usar seus novos poderes para impedir outras criaturas e entidades de terem acesso ao tecido mágico desse plano numa clara violação do domínio e portifólio da magia - disse o primeiro.
- Uma vez que tal falta é responsável por desvincular uma divindade de seus seguidores e suas funções, além de o acusado ser convocado a comparecer ao Superior Tribunal da Justeza Divinal para responder por suas faltas, deve ter imediatamente suspenso seus poderes e acesso ao plano de deus da magia até que as devidas providências sejam tomadas.
- Eu não reconheço qualquer autoridade acima de mim! - Protestou o deus da magia.
- Não havendo espaço, tempo ou razão para recurso, ficam assim tomados os procedimentos! - E assim como chegaram, os inevitáveis partiram. Szaas Tam parecia pela primeira vez surpreso. O fogomágico desaparecera e ele não parecia mais que um lich ancestral arquimago vermelho de Thay.
Todos sentiram suas magias e poderes voltarem, assim com as bençãos da deusa Selune. Desparalizados e reanimados, os heróis não perderam tempo e lançaram seus mais poderosos ataques contra a zulkir da necromância. Szaas Tam tentou em vão recuperar-se para resistir, mas não estava preparado para o que se seguiu. Aquelas armas épicas feriram-no como nunca tinha acontecido e foi Gungnir, a certeira, que ao final trespassou seu crânio, eliminando o mais poderoso morto-vivo que já cruzara seu caminho.
John Falkiner tomou um pergaminho e concentrou todo seu poder para aprisionar a alma do lich. Selune pediu a todos sua fé e lançou mão de mais um milagre. A alma do lich não pode resistir, acabando finalmente aprisionada na pequena gema vermelha que o escolhido de Bibiana trazia nas mãos.


- Nossa missão está cumprida aqui, Sirius, meu amado escolhido. Devemos partir...
- Não podemos recolher as lembranças primeiro, querida?
- Mas quem será o deus da magia? - Questionou Rock.
- Assuma esse poder, Selune - indicou Ehtur.
- Eu.. eu já tenho responsabilidades mais do que consigo entender, guardião. - Disse a deusa da lua esquivando-se da responsabilidade.
- Onde está Daphne? - Disse John Falkiner usando seu poder de achar o caminho para perceber que ela já estava fora da fortaleza e se afastando. 

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