6 de dez. de 2013

Melhor uma Selune na mão, que alguns amigos voando...


John Falkiner avistava as árvores que divisavam os limites da Grande Floresta. Ele usou as bençãos de Bibiana para curar a deusa da lua e reacender sua positividade.
- Si.. Sirius? - disse a mulher que já fora Kiriani, recuperando a onisciência e despertando nos braços do clérigo elfo.
- Está segura.. estamos na Grande Floresta...
- Eu sei! Não posso mais perder tempo e me arriscar por aqui.. preciso ir para o lugar onde estarei mais segura.. - foi tudo que Selune, Senhora da Lua, disse antes de sumir, deixando só John Falkiner, que já via os elfos verdes e guardiões da natureza que se aproximavam. Ele ainda não sentia Daphne, que não devia estar nesse plano.


No plano Etéreo, Rock dos Lobos juntou-se aos demais numa fuga apressada para longe dali. No caminho, Ehtur Telcontar chegou a encontrar os rastros do assassino etéreo, mas viu que eles sumiam subitamente muitos metros à frente. Eles tinham pressa pois a batalha entre Shar e Tiamat catalizava o vulcão, que estava prestes a cuspir fogo. Mesmo que estivessem protegidos no Plano Etéreo, as consequências das reverberações da erupção podiam ser complicadas. Seguiram para o noroeste, onde não demorariam a chegar à Grande Floresta.


Também no plano etéreo, mas em outro lugar, Ryolith conseguiu enfim se desvencilhar do assassino etéreo que carregara ele e Daphne, além de engolir Sirius e Jacke. Com a fé em Tyr, ele tentava não ter o mesmo destino do ladino e da clériga, mas parecia impossível escapar. Para piorar, a criatura viajou para outro plano, levando consigo o paladino santo e a druida pura.
Sem saber que estava no plano astral, Ryolith viu uma grande bola de fogo explodir no monstro. Isso foi o suficiente para o assassino etéreo pular para outro plano, deixando o servo da justiça para trás, mas levando a serva da natureza.
Os olhos do santo paladino de Tyr Ryolith Fox logo avistaram o homem-tigre vestido em mantos esvoaçantes e sentiu o mal profundo que havia nele.


John Falkiner pediu que os Guardiões da Natureza o guiassem até o deus das fadas e dos meio-elfos, Timothy Hunter.
-... por isso, senhor das fadas, se faz necessário que resgate Ehtur e os demais. - Explicou o clérigo, enquanto o garoto parecia prestar mais atenção ao gordo gato que tentava equilibrar-se sobre um bola.
- Eu lembro de Ehtur... o marido de Alissah... servo de Miellikki.. mas você tem que pedir ao Grande Nojento.
- Será que vossa eminência poderia nos ajudar? - Disse Falkiner dirigindo-se para o gato que se lambia  Com a concordância do familiar divino, após cair da bola. Timothy Hunter abriu um enorme portal entre o coração da Grande Floresta e o plano etéreo trazendo todos de volta. 
Ehtur Telcontar se reuniu novamente à sua esposa, que aguardava entre as árvores com a mesma paixão amável de sempre. Úrsula Suarzineguer, por outro lado, preferiu ir ter com o deus das fadas.
- Ei garoto.. você é um deus.. eu preciso que você ressucite meu marido Arnoux... eu estou com a alma dele nesse rubi. E o corpo dele está aqui na minha bolsa mágica. 
- Eu não posso garantir a ressurreição, pois ele não é uma alma devotada a mim.. - disse o garoto coçando o topo da cabeça.
- Também falta um diamante único para ser consumido no processo... - disse em tom de consultor o escolhido de Bibiana.
O gato Nojento parou de se lamber e se esgueirou até as pernas de Timothy Hunter, que pareceu lembrar-se de algo: 
- Já sei - e dito isso, o jovem deus lançou seus poderes sobre o cadáver de gnomo à sua frente. Em poucos segundos, os olhos tremiam e espasmos percorriam o corpo de Arnoux Suarzineguer. Ali perto, Deborah tampava os olhos do pequenos Arnouxzinho, enquanto Yorgoi registrava todos os acontecimentos. Para surpresa de todos, no entanto, mais do que simplesmente retornar dos mortos, o corpo de Arnoux começou a crescer e ganhar um tom esverdeado. Em menos de um minuto, a mutação se completou e diante de todos, um orc se punha de pé.
- Ú.. Úr... Úrsula?!?


- Quem é você, servo do mal?
- Meu nome é Ruathym, servo de Tyr e da justiça. Eu o salvei daquele monstro.
- Isso não me torna menos vigilante para com o mal que sinto vindo de você!
- Eu sou um rakshasa, meu caro. Um arcano poderoso. E vejo que está perdido... eu posso ajudá-lo a voltar pra casa se estiveres disposto a aceitar minha ajuda.
- Eu não preciso de sua ajuda... - e dando as costas ao mal, Ryolith Fox seguiu voando pelo plano astral, sem fazer a mínima ideia de onde estava.
Ele seguiu por aquele lugar vazia, sem gravidade ou orientação sentindo-se mais perdido do que nunca. Em sua mente, ele orou para o Senhor da Justiça, Tyr. 
- Siga em frente, espada sagrada de Tyr. Você verá oito portais pelo caminho após uma hora e o último será o portal para Abeir-Toril. Siga pelo Plano Astral confiante, mas não refute a ajuda do extraplanar que a oferecer.
Curioso com a recomendação de seu deus, Ryolith seguiu em frente até ser atacado por criaturas flamejantes. Não teve dificuldades contra elas, mas novamente viu o rakshasa Ruathym surgir em seu auxílio. Buscando evitá-lo e sair dali, o santo paladino acabou atirando-se em um vórtice próximo.


Entre as árvores da Grande Floresta, enfim tendo algum descanso, Ehtur Telcontar, Úrsula e Arnoux Suarzineguer, Rock dos Lobos, Zumbi dos Palimares e John Falkiner tiveram todos o mesmo sonho. Eles dormiam após a longa discussão entre a gnoma e seu esposo em meio à comunidade gnômica. Todos onharam com o paladino de Tyr, Ryolith Fox, derretendo como se fosse líquido, evaporando como se fosse gás e mudando de forma, cor e tamanho todo o tempo. Ele se dividia ou multiplica ininterruptamente, enquanto um grito de horror perpétuo parecia ecoar em todas as direções. 
Ao acordarem, Rock já sabia que aquele era o plano do caos. Concentrou-se em seus poderes de chave dos planos e o feiticeiro bárbaro foi atrás de Ryolith Fox. Ele retornou em menos de um minuto, mas todos ficaram novamente surpresos ao ver o velho homem com os a armadura e as armas de seu santo colega. Ryolith Fox parecia ter agora mais de cinco décadas de vida, apoiando-se exausto sobre o corpanzil de Rock dos Lobos.
Sabiam que ainda havia outros por buscar.
- Meu poder de achar o caminho diz que Daphne está muito para o leste...
- Antes que partam devo dizer que não irei acompanhá-los, meus amigos. Morpheus espera outras coisas de mim agora, que já os ajudei com a Senhora da Lua. Eu devo levar o corpo de Kavernan para ser enterrado sob as árvores que ele sempre protegeu! - Disse Zumbi dos Palimares se despedindo.
- E você, Arnoux.. vai ficar aqui cuidando do Arnouxzinho... nada de deixar o menino cair no chão, nem tomar friagem ou comer porcaria. Já abusamos demais da doutora Deborah e você ficou aí nessa gema descansando esse tempo todo, enquanto eu tava aqui na jornada dupla né... mas eu sou uma gnoma moderna e vou com o pessoal resgatar a Daphne, enquanto você cuida das coisas aqui.
- Eu agradeço pelo resgate, meus caros, mas creio que irei ficar aqui em companhia do deus das fadas e dos guardiões da natureza.. - disse o dragão Alazphraxion.
- Eu quero ir.. - disse o jovem irmão Vultsubai pousando no ombro de Rock, com quem formara um laço especial.
- Sigamos então... preciso ter certeza de algumas coisas... - disse John Falkiner teleportando-se dali com Ehtur, Ryolith, Úrsula e Rock. Primeiro, ele levou a todos para as planícies de Cormyr, ainda devastadas, sentindo que a distância ainda era grande para o leste. Um novo teleporte os levou para Velprintalaar, a capital do reino de Aglarond, governado pela arquifeiticeira Símbul.
Eles viram uma cidade sitiada, o céu tomado de dragões e grifos, magos vermelhos e guardas, caos e destruição. Um novo teleporte os levou para Thay, no extremo leste, no mesmo celeiro onde Úrsula concebera seu filho sozinha há mais de um ano atrás. Rapidamente, Rock cuidou de levar todos para o plano etéreo, o que permitiu ver os campos tomados de escravos no plano material, assim como tomados de fantasmas agonizantes no plano etéreo.
Cientes dos capatazes e magos vermelhos, optaram por seguir pelo plano etéreo. Embora incontáveis, os fantasmas eram facilmente repelidos ou destruídos, mesmo que temporariamente. Sabiam que aqueles mortos-vivos só podiam ser verdadeiramente destruídos caso o que os prendia fosse resolvido. Aquele lugar amaldiçoado parecia ser o local de sofrimento e agonia de gerações de escravos. A maioria era de humanos e orcs, mas haviam outros. Todos estavam presas àquele solo amaldiçoado e esperavam a noite para assombrar os campos.
Depois de cruzarem as plantações de cereais rumo ao nordeste, para onde a magia indicava, eles encontraram alguns extraplanares chamados xills, seres de quatro braços e notórios mercenários malignos à serviço de quem pagasse mais. Eles pilhavam as almas aprisionando-as em gemas vermelhas usando pergaminhos mágicos. Um rápido ataque esmagou o mal antes que pudessem reagir e os heróis encontram centenas de gemas em um grande saco, mais de uma centena da qual estava ocupada por espíritos. John Falkiner usou seus poderes de guia do destino para conversar com um dos cadáveres.
- O que estavam fazendo aqui?
- Trabalhando.
- Para quem?
- Malkiziid!
- Para que as almas?
- Ressucitar Orcus.
- Isso é uma mentira... - protestou Rock. - Malkiziid destruiu Orcus e vai pacificar o Abismo.
- Os mortos não mentem, bárbaro, você sabe disso.. - disse o clérigo dispensando o que restava de ciência naquele corpo.
Os heróis seguiram evitando os campos e buscando as estradas livres das almas atormentadas. Mesmo assim, tiveram outros encontros com três demoníacas bruxas da noite montadas em pesadelos. Depois de vencê-las, perceberam que ainda restava muito o que voar, já haviam combatido por duas vezes e preferiram descansar.
Nessa noite, cada qual teve um sonho.
Úrsula sonhos com sua família feliz. Arnoux, como um gnomo robusto carregando o filho no colo. Ele abria a porta para Yorgoi e Deborah, que chegavam com uma criança e bebida. Arnoux tirava uma fornada de biscoitos do forno e todos pareciam felizes, desfrutando de uma vida tranquila e bucólica. Apenas ela não estava lá.
Falkiner sonhou com Lorde Byron e Paulo Mota cercados por yuan-ti em algum lugar quente. Ele sentia que já vira aquele sonho antes. O servo de Morpheus tinha o tomo de Mystra e o cetro de Lathander, enquanto o líder dos homens-serpente tinha um gema escura sinistra e um grande olho murcho e gosmento. Acoados, Byron teleportou-se, levando Paulo com ele para um lugar onde prédios e navios voavam.
Ryolith sonhou com sua amada Palas Atenas. Sua esposa estava presa e acorrentada. Ela era açoitada todo o tempo por Fzoul Chembril, o escolhido de Bane, o senhor da tirania.
Rock sonhou com Malkizid. O anjo caído informou sobre seus planos de consagrar as almas dos condenados com o fortalecimento dos impedimentos para o retorno de Orcus.
Ehtur sonhou com Sirius Black. Ele estava deitado em um divã, como um bon vivant, descansando placidamente. Uma mulher o pageava como uma cortesã. Ela acariciava-lhe o rosto e servia uvas em seus lábios. Era Kiriane, que agora era Selune. Enamoravam-se, enquanto ela dizia que estavam seguros para a eternidade.
Embora Rock tenha pedido pelas pedras, os outros preferiram mantê-las afastadas dele. Uma nova magia de John Falkiner revelou que a direção de Daphne havia mudado. Eles seguiram por esse caminho, rumo ao planalto central de Thay. No caminho, eles encontraram um bando de cães piscantes, que revelou que algo terrível se dava no alto das montanhas. Os seres bons que restavam em Thay fugiam e partiam, pois forças necromânticas se reuniam nas fortalezas dos magos vermelhos de Thay.
Eles logo encontraram Aparições Nefastas, que pareciam povoar todas as imediações. Também destruíram um devorador, que trazia um cadáver em seu interior. Essa alma não revelou muito ao escolhido de Bibiana, mas eles sabiam que algo terrível se passava lá em cima.


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