30 de mai. de 2013

Desvios, atalhos e inversões de gravidade


Uma vez que Torpinson, seguido por seu assecla, fugiu fundindo-se às trevas, como era comum verem Sirius Black fazer, restava apenas um par de sombras mortas-vivas para eliminar. Ehtur Telcontar e Úrsula Suarzineguer cuidaram disso, enquanto o restante do grupo atinha-se ao incêndio que devorava Lua Prateada. Sirius lamentava por não restar sequer um corpo de Kiriani, apenas uma mancha de sangue restava, enquanto Ryolith Fox trazia o corpo do bárbaro Mua D'ib. A noite sagrada onde a fresta de lua despontara no céu, o símbolo do retorno de Selune, via-se iluminada pelo fogo invocado pelo servo de Shar.
Francisco Xavier levantou voo em sua forma dracônica gargântica, o que apenas serviu para atiçar o fogo que devorava a cidade, enquanto seus olhos traziam a preocupação com o que divisava no horizonte. A população já chegava aos limites de Lua Prateada correndo desesperada. Deborah teleportou-se imediatamente levando Yorgoi e Arnouxzinho, surgindo entre seu povo de Brasillis e os demais refugiados, tentando conduzi-los para a segurança. Laeral Mão de Prata Arunsun usou uma magia épica para invocar uma tempestade torrencial, que caiu sobre a cidade e as imediações dando conta do incêndio rapidamente, mas encharcando a todos e dificultando o movimento. Isso, no entanto, somando-se ao ritual para trazer Selune de volta, parecia representar o final das forças da filha de Mystra.
Daphne também alçou voo em sua forma de hipogrifo, juntando-se a Xavier na busca por direcionar o povo em segurança para o norte. Foi lá que ela viu o que já preocupava o mago metamorfoseado em dragão, algo cinzento e grande como uma montanha, que mesmo a chuva não impedia de perceber. Um colossal dracolich. Ele estaria lá em poucos minutos. A druida e o mago alertaram seus camaradas e deram-se conta de que não havia um meio rápido de retirar as mais de duas mil pessoas dali, assim como não havia muita chance em enfrentar um dragão ancestral morto-vivo. Novamente, coube a Laeral invocar seus poderes de escolhida de Mystra para solucionar o problema. Ela liberou o fogomágico prateado de seu corpo, como eles já haviam visto Leila Diniz fazer no passado. Com uma mágica épica combinada, a filha da Senhora da Magia conseguiu tirar todos ali. Eles logo se viram aos pés de uma montanha que parecia ir além do céu numa planície coberta de neve.
O frio era intenso, ainda mais cortante por estarem molhados. Rock dos Lobos invocou muralhas de fogo para aquecer a todos, enquanto os servos da natureza identificavam aquele ponto do norte.
Estavam no na chamada Coluna do Mundo, o pico do mundo, a cordilheira que divisava o norte das grandes geleiras. Logo perceberam que Laeral Arunsun não se movia, estava catatônica. Proteções e restaurações não a fizeram despertar, parecia que a arquimaga precisava de tempo e repouso.
Resolveram montar acampamento, enquanto teriam tempo para pensar. Ehtur ficou montando a primeira guarda, enquanto Daphne cuidaria da segunda, já que necessitavam de pouco descanso. Os demais entregaram-se ao sono que o vento frio que vinha do mar permitia.
Francisco Xavier sonhou com Miirym, o espírito do dragão de prata que guarda a Fortaleza da Vela. O espírito ancestral preso à proteção da biblioteca pelo próprio Oghma, senhor do conhecimento, atravessava as paredes em sua forma espectral até ganhar os céus no confronto com um colossal dracolich. Ele emergiu da abôbada de luz que se formava sobre a cidade.
Úrsula Suarzineguer sonhou novamente com o zumbi de Arnoux servindo de suporte para a mesa. Dessa vez, no entanto, ela viu melhor o laboratório e reconheceu uma maga que se aproximou. A mesma que ele vira na ruínas de Nova Netherill. Ela se apresentava e prestava contas para um lich.. um mago vermelho lich, Szaas Tam.
Rock dos Lobos sonhou com Malkizid comandando suas hordas abissais. Ele confrontava outro lorde demoníaco, enquanto seus servos entregavam-se caoticamente à batalha.
Ehtur Telcontar sonhou com Alissah, que cuidava de seu carvalho, replantado na Grande Floresta. Ela e as demais criaturas faéricas se integravam à natureza, reinstalando a corte de Timothy Hunter, que cuidava do gato Nojento. Todos se viram assustados cobertos por uma imensa sombra que eclipsava o sol.
Ryolith Fox sonhou uma vez mais com Palas Atenas. Percebeu melhor sua prisão e seus grilhões zhentarianos. Dessa vez, ele reconheceu inscrições em uma parede, que identificava o lugar como Mulmaster no Mar da Lua, próximo ao Forte de Zhentil.
Sirius Black sonhou com um cometa vermelho que cortava o céu seguido por uma revoada de dragões. Eles destruíam a lua nascente no céu e todo o mundo com suas baforadas.
Yorgoi Dossantis sonhou com um vulcão de onde saiam incontáveis dragões mortos-vivos como lava.
Daphne da Grande Floresta viu-se novamente sentada no topo da cabeça da serpente Dendar. Dessa vez, não mais como uma criança pequena, mas como uma mocinha. A entidade novamente a recebeu com simpatia, enquanto a druida buscou respostas no mundo de suas escamas. Ele viu a batalha de Malkizid no Abismo, assim como uma grande reunião de celestiais nos Sete Céus. Todos reuniam-se ao redor de Bibiana Crommiel, que se apresentava diante deles.
Quando acordaram, conversaram a respeito do que haviam visto, com exceção de Sirius, que parecia amedrontado demais para falar. Resolveram partir para sul, pensando em chegar a Luskan e dali a Invernunca. Durante a viagem, Daphne questionou o bardo Yorgoi sobre Dendar e ele não teve muito o que contar, além de uma cantiga para crianças "Dendar, Dendar da cara preta.. pegue esse menino que tem medo de careta.. para que nos mundos não se perca.. e heresias não cometa". O historiador de Brasillis contou mais o que sabia sobre dracolichs e também sobre as cidades da costa do norte. Uma das leituras prediletas do gnomo, quando era professor na guilda mágica em Águas Profundas, fora sobre o arquimago Sammaster, um escolhido de Mystra que enlouquecera. Ele acabou se transformando em um lich e criando um Culto de Dragões, que acreditava que o mundo devia ser governado por dracolichs. Por séculos, seus planos colocaram toda Faerun em risco até que um grupo de aventureiros o destruiu assim como o grande dracolich das sombras Uthagrimnoshaarl, guardião do cemitério dos dragões. Desde então, não haviam mais notícias de dracolichs. Sobre Luskan, Yorgoi sabia que a cidade era governada por uma liga de capitães, todos antigos piratas. A cidade mantinha-se distante do que se dava no sul, tendo uma relação tensa com a Aliança dos Lordes das cidades do Norte e das Planícies de Prata.
Enquanto viajavam com precaução guiando o povo, os heróis encontraram uma manada de rothés. Daphne garantiu que só capturassem o suficiente e alimentaram a todos. Ao fim do dia, com a escuridão já envolvendo tudo, avistaram as luzes da cidade. Os servos da natureza e Sirius perceberam que o risco de lua crescia no céu. Chegaram a Luskan poucas horas depois. A população esperou do lado de fora, enquanto Daphne, Yorgoi, Deborah, Rock e Xavier foram ter com os líderes locais. Taerl, o mais falante dos capitães, lhes ofereceu a segurança da cidade e guardas para guiarem o povo até Invernunca em troca dos serviços deles contra um terrível kraken que assolava o porto e os navios.
Os heróis aceitaram o desafio e trouxeram todos para o interior da cidade, onde montaram acampamento na praça do mercado. Avisaram os colegas da oferta e traçaram um plano.
No dia seguinte, Daphne atraiu o monstro na forma de uma besta marinha. Quando o kraken surgiu, Francisco Xavier o arrancou da água invertendo a gravidade. O monstro esticou seus tentáculos para atacar e usou seus poderes para causar um tempestade, mas os incontáveis ataques de Ehtur e Úrsula demoraram poucos segundos para roubar-lhe a vida.


24 de mai. de 2013

Renascimentos e revoluções

Como último ato antes de sua partida, revelando os novos poderes do cetro que purificara, a deusa Bibiana Crommiel, Senhora de todos os elfos, deixou um último presente. Os olhos de todos brilharam de entusiasmo vendo o pequeno gnomo que surgira diante deles. Yorgói Arturius Kaetannoi Lopillis Dossantis estava ali diante deles, agora sim de carne e osso, aturdido por reencarnar.
Os amigos correram para abraçá-lo, dando pouco tempo para palavras. Os elfos entenderam aquilo como um sinal da benevolência da deusa e do poder do artefato que simbolizava sua graça. Chegara ao fim o tempo da destruição do Cetro de Orcus e agora John Falkiner empunhava o Cetro de Bibiana, ciente de suas responsabilidades. A deusa partiu deixando uma benção, que fez todos os elfos sentirem-se mais próximos dela.
- Eu não irei seguir com vocês até a Grande Floresta - declarou o escolhido de Bibiana. - Esperarei aqui organizando as coisas, falando ao povo e cuidado do templo até que retornem para seguirmos atrás da pedra. Tenho deveres aqui - disse o clérigo convicto de que não podia partir no momento.
- Eu e Ehtur iremos para a Grande Floresta lidar com a questão da reunião dos druidas e demais servos dos deuses da natureza - disse Daphne para todos.
- Eu irei com vocês, pois quero chegar até Lua Prateada - respondeu Úrsula Suarzineguer. - Temos que levar o Yorgói de volta pra Deborah. Quero ver meu Arnouxzinho.
- Pelo brilho dourado de Gaerl.. Deborah.. Brasillis.. - começou a organizar os pensamentos o bardo.
- Nós iremos lhe contar tudo.. - tranquilizou-o Úrsula.
- Eu preciso ir resgatar Palas Atenas.. - disse Ryolith Fox interrompendo os gnomos. - Em meus sonhos vi que ela está presa por zhentarianos.
- Venha conosco e seguiremos com você depois de Lua Prateada... - ponderou Úrsula dirigindo-se para todos. Mesmo tendo outras preocupações, Xavier e Mua D'ib seguiriam com eles, sem saber ao certo se havia um único caminho a tomar. O mago insistia que teriam mais chance em tomar o cálice do traidor Primeiro Leitor, mas sabia que essa era uma das tantas possibilidades.
Sirius Black e Rock dos Lobos resolveram ficar para cuidar de suas companheiras elfas e de demandas locais. Se os outros tinham razões pessoais para seguir, as deles, como as do clérigo, os manteriam em Evereska. O ladino ia zelar pelos bens de Rhange Hesysthance com Annia, enquanto Rock ajudaria Marissah a alocar os elfos das estrelas em seu novo lar.
Quando já se despendiam, mas antes que pudessem partir, puderam ouvir algumas mensagens mágicas. Úrsula ouviu a voz de Deborah informando que já se encontrava em Lua Prateada e a criança estava bem. Apesar do entusiasmo, a arqueira preferiu não avisar do retorno de Yorgoi, dizendo apenas que levava boas notícias e surpresas. Ryolith Fox ouviu a voz de Daelegoth Orndeir, sumosacerdote de Amaunthor. Eram ordens diretas de que retornasse imediatamente para Cormyr para o funeral de sua esposa e mártir de Suzail. O paladino, no entanto, respondeu que tinha indícios de que sua esposa não estava morta, mas sim cativa do mal. Ele iria libertá-la.
Sirius Black já se afastara com Annia Evalandriel, mas os ouvidos aguçados de Ehtur Telcontar captaram as palavras de Lorde Byron que chegavam pela magia. Elas anunciavam que ele retornaria em 8 horas. Os problemas no sul haviam sido solucionados. O ladino respondeu que os demais estavam de partida, mas que ele e alguns esperariam pelo servo de Morpheus.
Deixando o trio de companheiros para trás, os demais partiram. Daphne usou os poderes druídicos para tornar-se um enorme hipogrifo, grande o suficiente para levar seus amigos e Volcana Boaventura. Durante o caminho eles puderam ver as áreas devastadas da Grande Floresta no leste quando do ataque dos fey'ri e depois dos dragões azuis. Ainda que os custos tenham sido altos, a vida tornava a florescer como a primavera que segue o inverno. Aquele parecia um tempo de renascimento, pois horas depois também viram que a vida retornava à área ao redor dos Picos das Estrelas, que haviam varrido o sudoeste da floresta com lava fumegante. Por todo o lado, pássaros e pequenos mamíferos alimentavam seus filhotes, enquanto insetos deixavam seus casulos para trás e os répteis aqueciam seus corpos ao sol. Viram que a floresta mesmo a muito custo estava se recuperando.
Depois das muitas horas de viagem, enfim avistaram o movimento de águias gigantes, grifos e outros animais mágicos que denunciava quem ali se reunia. Daphne já sentia o velho urso Ataulfo, que parecia não acreditar que ela pudesse estar viva e queixando-se que aquilo era demais para o coração de um velho urso. Quando pousaram, encontraram uma grande quantidade de druidas e outros servos da natureza reunidos e com olhares espectantes. Deviam haver ali mais de dois mil indivíduos, entre seres mágicos e mortais, todos dedicados à causa do equilíbrio e do meio ambiente, reunidos ali na árvore do Grande Pai. Turlang, o antigo e venerável treant, cujas palavras de sabedoria orientavam os druidas e os elfos não estava ali no entanto.
Enquanto os heróis ainda analisavam a situação, Daphne procurou por seu círculo druídico. Avistou seus irmãos e irmãs, mas antes que se dirigisse a eles, uma legião de jovens druidas e guardiões se postou diante dela em sinal de respeito e reverência. Homens e mulheres, elfos, gnomos ou humanos, vinham oferecer a ela seus serviços e pedir palavras de sabedoria. Daphne não entendia o porquê daquilo e ficou embaraçada com a situação. Enquanto os pedidos iam se tornando súplicas, a notícia de sua chegada ia se espalhando e aumentando o alvoroço. Muitos que ali estavam simplesmente queriam tocá-la, como se fosse uma entidade divina. O tumulto que se sucedeu findou com a possibilidade da reunião e foram preciso mais algumas horas para libertar Daphne de seus seguidores.
Enquanto a druida se virava com sua diplomacia, os demais receberam a mensagem de Sirius informando da chegada de Lorde Byron. Quando o escolhido do Deus dos Sonhos chegou, Rock foi o primeiro a vê-lo. Deixando Marissah no quarto onde enfim haviam consumado o querer mútuo, a chave dos planos levou o clérigo até o palácio Sorrowleaf onde reuniram-se com Sirius.
- ... e assim, graças à ajuda do reino de Halruaa conseguimos derrotar os yuan-ti e a reaver o olho de Set. Para garantir a segurança do artefato e não reunir poder demais em um par de mãos, os arquimagos de Halruaa e seu arquinety ficassem com o olho.
- Mas você ainda tem o Tomo de Mystra e o Cetro de Lathander? - Questionou Rock.
- Sim, mas não permanecerei com os dois. O cetro deve passar a novas mãos para que o verdadeiro equilíbrio seja preservado.
- Mas a pedra das trevas ainda está com Telamont.. e Rhande está desaparecido, talvez morto... - interviu Sirius.
- Essa não é nossa preocupação mais imediata. Nosso problema maior agora são as forças da luz em Suzail. De qualquer forma, o mundo está fechando algumas cicatrizes e nós temos tempo para recuperar nossas forças antes que as próximas peças se movam no tabuleiro. Vocês devem se reunir aos seus companheiros e chegar até Lua Prateada para a celebração de Selune.
- E quanto a você? - perguntou o feiticeiro bárbaro.
- Eu irei até as ruínas de Soubar.. tenho negócios inacabados por lá.
Satisfeitos com a conversa, depois de despedirem-se de suas amadas, Sirius Black  e Rock dos Lobos avisaram aos companheiros. Sirius tinha certeza que conseguiria alguns pergaminhos de teleporte para levá-los e acabou encontrando três numa busca rápida pelo laboratório do arquimago.
Quando Daphne enfim conseguiu se apartar dos seguidores, pode ter com Costeau e os demais, reconhecendo entre seu círculo alguém curiosamente familiar. Trocou sorrisos e abraços amistosos com Felicia e Marina antes de chegar até a jovem. Daphne acabou reconhecendo a garota, era sua sobrinha Viviane, filha de seu irmão mais velho Maux. Ela era pouco mais que um bebê quando Daphne partira, mas agora começava a florescer como uma bela jovem de cabelos vermelhos.
Todos lhe contaram como o império havia informado sobre o sacrifício dela. Mais do que morta, Daphne havia se tornado uma mártir, uma heroína exaltada pelo próprio príncipe Telamont em um discurso para o povo. Havia um feriado em sua homenagem e muita gente da população mais simples orava para ela em busca de proteção. Ela se tornara um dos símbolos do triunfo do império. Daphne percebia que não queria nada daquilo, mas mesmo assim os seguidores eram muitos. Assim sendo, ela abençoou a chegada de Viviane e ficou feliz de ouvi-la dizer que se espelhava no exemplo da tia contra os escravocratas Amkathra.


Daphne agradeceu aos irmãos e resolveu lidar com seus seguidores. A primeira deles, uma pobre e humilde druida de nome Helena disse que desejava aprender com a sabedoria de Daphne, espelhar-se em seus exemplos e sabedoria. Ela também servia a todos os deuses e ao equilíbrio, carregando variados animais: uma coruja chamada Gertrudes, um porco-espinho chamado Alcebíades, um gato chamado Bartolomeu, um jabuti de nome Babalu e uma dupla de esquilos de nome Tico e Teco. Após ela, veio um clérigo que também servia a todos os deuses, de nome Jean Bodin, que nascera no antigo reino de Cormyr, mas vivera por muito tempo em um pântano com uma velha senhora ao norte da Costa da Espada. Depois foi a vez de um enorme bárbaro, grande como um gigante. Ele era da tribo do urso e não possuía o pé esquerdo, mancando com o toco da canela. Além de mancar, seus braços eram grandes como árvores e ele mal conseguia articular duas palavras de mais de uma sílaba, mas mesmo assim deixava claro que estava ali para servir a druida com quem sonhara. Vendo o tumulto recomeçar, ele urrou com todos para que respeitassem Daphne e a escutassem. Isso fez com que os demais seguidores se colocassem de modo mais ordeiro e acatassem o desejo dela de concentrarem-se na reunião que devia discutir o futuro da Grande Floresta e dos deuses da natureza e dos elfos.
A atenção dos milhares de presentes só conseguiu realmente ser de todo reunida com a chegada de Turlang, o ancestral treant, escorado por dois treants mais jovens. O imenso e antigo corpo de carvalho do pastor de árvores parecia sentir muito mais o peso do tempo do que quando o viram no ano passado. Para os heróis e todos os presentes parecia que ele fazia um imenso esforço. No entanto, quando fincou suas raízes no chão e se postou na cabeceira da colossal roda, pareceu recuperar a altivez e o porte. Ele anunciou os motivos daquele encontro e invocou a prece de proteção convocando todos os deuses da natureza.
- Devemos, então, decidir se os antigos deuses da natureza devem ou não aceitar os novos deuses.. a nova deusa dos elfos Bibiana Crommiel, que anuncia-se com a única deusa dos elfos, enquanto partem os Seldarines. Decidir o que será da Grande Floresta com a derrocada de Nova Netherill. Decidir o que se dará quanto ao julgamento do deus das fadas - ressoou a voz cansada de Turlang.
- A nova deusa chega pregando a união.. - tomou a palavra Falcon Eagle, patriarca do clã dos elfos verdes da Grande Floresta Falcon Eagle. - Bibiana Crommiel veio em meus sonhos e mandou claros sinais de sua boa vontade para com esse mundo, o povo élfico e as forças da natureza. Ela chega com humildade e pede apenas que aceitam a renovação que representa.
- O mundo está mudando.. - interviu Costeau - mas isso não significa abrir mão de nossos antigos e confiáveis aliados. O que será do mundo se trocarmos os deuses ancestrais por esses aventureiros que ousam proclamar-se deuses a cada novo momento?
- Cale a boca, Costeou.. - bradou Ferlimma, mas foi Taliesin, um velho druida servo de Silvanus quem falou:
- O Velho Pai, o Cornudo tem reservas quanto deixar que partam os aliados elfos ainda mais em tempos de tantas dificuldades.. ainda assim é preciso regar as novas sementes que são plantadas neste solo.
- O que nós precisamos é fundar um reino da Grande Floresta para que não fiquemos à mercê de impérios e deuses levianos que vem e vão... - irritou-se Costeou.
- Devemos então abraçar os riscos e erros que sempre criticamos, velho druida? - Ponderou Igraine, uma velha druida serva de Chauntea. - A Mãe de Todos recebe a deusa Bibiana como mais uma filha para alegrar seu coração.. assim como chora pelos filhos que se vão pela própria vontade...
- E o que será de nós e da Grande Floresta se nos deixarmos levar como folhas ao sabor do vento? Os Seldarines estão com o belo povo desde a chegada a esse mundo. Este império maldito que se foi mereceu o destino que teve! - bradou Luthien Ilessar, uma guardiã elfa do sol.
- Eramos parte desse império.. - ia dizendo outra pessoa, quando Daphne tomou a palavra:
- Eu só quero relembrar uma pequena coisa que acho que só os mais sábios entre nós entenderão, não por ignorância dos demais, mas por sua pouca experiência, o que eu quero dizer. Eu mesma reconheço que eu não sou uma dessas suficientemente experiente, pois eu mesma não sei se entendo tudo isso. Dendar, a Grande Serpente, está sempre entre nós. Poucas coisas no universo são infinitas e ela é todas elas. Tudo que tem um começo sempre tem um fim.. para que algo perdure, algo tem que acabar e este parece ser um momento de renascimento. Um novo mundo está surgindo. Vejo os elfos renascendo unidos. Acredito ser hora para o reino das fadas renascer neste mundo também. Quem sabe é hora de Timothy Hunter ser mais um irmão, que também não é apenas um apartado rei das fadas, mas mais um entre os deuses da natureza de Faerun. Já vejo graminhas nascendo na capoeira deixada pela destruição e pelo caos. É hora das plantas renascerem em sua união com todo o ecossistema. É hora de pequenas rixas entre nós acabarem. Todos os vários elementos que compõe a existência são necessários para o nosso equilíbrio, um não é nada sem o outro. É hora de renascermos todos unidos como irmãos - os olhos de Daphne passearam por cada um que ali estava no círculo. - E para isso, Shar tem que ser colocada de volta em seu lugar. Que Selune ressurja, porque afinal, não existe noite sem luar. Dentro do infinito equilíbrio das coisas, a destruição e o caos também têm o seu lugar. Somos todos irmãos e irmãs. Mas vocês que são sábios discutam, eu só sei que nada sei...
Apesar de Daphne usar bem toda a sua diplomacia, a discussão não findou, pelo contrário. A discussão se acirrou e não havia consenso. Enquanto uns buscavam a concordância, outros instigavam o debate. Enquanto uns queriam autonomia, outros queriam precaução. Enquanto uns abraçavam o novo, outros prendiam-se ao antigo. Desse modo, os heróis temiam que nada fosse conseguido ali.
O que mudou o curso da reunião dos servos da natureza foi a chegada de Juarez, servo de Bibiana e seguidor de Falkiner, que ofertou os préstimos da deusa e mais uma vez anunciou suas intenções. A deusa dos elfos falou através de seu clérigo, assim como Silvanus, Chauntea e outros deuses manisfestaram-se por seus fiéis. Não houve como questionar nada naquele momento em que parecia que as próprias divindades deliberavam e chegavam a um acordo.
Além de Juarez, logo em seguida, foi a vez da chegada de um convidado ilustre. Timothy Hunter chegou ali trazido pelos inevitáveis que o haviam levado para o plano da ordem neutra. O rei das fadas havia perdido seu título divino por sua intervenção nos eventos de Faerun passando a estar preso a este mundo. Bibiana estendeu a ele a chance de um recomeço. Que ele trouxesse as fadas para esse mundo. Que ele aceitasse ser o deus dos meio-elfos e assim aceitasse um aliança perpétua entre eles. Timothy Hunter aceitou e todos puderam ver as fadas surgirem, enquanto o reino das fadas parecia integrar-se à Grande Floresta, como um espírito que reencarna em um corpo. Ehtur Telcontar viu sua amada Alissah Eagle ressurgir e tomou-a uma vez mais em seus braços. 
Mas foi Úrsula Suarzineguer quem interviu dessa vez. Ela lembrou a todos ali que ainda havia muito o que fazer e que ela tinha um marido por ressuscitar. Por isso, não podia ficar ali discutindo para sempre. Os novos deuses deviam ser aceitos, mas ela precisava ir para Lua Prateada abraçar o filho e ver o que se daria com Selune. O velho Turlang fez dele as palavras da pequena gnoma e aconselhou que todos cuidassem do que podiam da melhor forma. Era realmente um tempo de renascimento e recomeço:
- Sendo assim, eu mesmo serei substituído. Um novo treant será escolhido para orientar a todos, enquanto eu finalmente alimentarei as raízes dessas árvores que semeei e protegi. Sigam os caminhos que o destino lhes reservar, mas tenham o equilíbrio e o amor em seus corações - com essas palavras ele cerrou os olhos e todos viram que era hora de partir.
Quando os heróis resolveram partir, no entanto, o ranzinza Costeau uma vez mais protestou contra Daphne que seguia com seus amigos. A druida, cansada de brigas, apenas disse que Viviane ficaria em seu lugar. A jovem, por sua vez, disse que ficaria sim no lugar da tia, com muito orgulho e que defenderia as mesmas causas que sua parenta.
Os heróis foram para Lua Prateada. Lá encontraram Deborah, Arnouxzinho e Kiriani. Todos estavam já preparando o ritual que traria a deusa da lua de volta. Kiriani convocou Sirius a tomar parte central no ritual com ela e Laeral  Arunsun. Sirius Black novamente se banhou com o leite mágico da deusa da lua, que ia se tornado fogo da lua conforme escorria por seu corpo. Ante as preces e os cânticos de todos os presentes, uma lua crescente como o sorriso de um gato despontou no céu noturno.
Antes que o êxtase tomasse conta de todos, no entanto, as energias das trevas se fizeram presentes para impedir toda aquela celebração. O terrível Torpinson surgiu usando os poderes nefastos de Shar para ferir a todos. Ele vitimou Kiriani e feriu os demais, quase implodindo-os todos ao mesmo tempo. Antes que pudessem reagir, eles invocou uma chuva de fogo sobre a cidade já semi-destruída. Trazia com eles muitas sombras ancestrais e um monge sombrio, que logo caíram sobre a população indefesa. Rock dos Lobos, invocando seus poderes de chave dos planos, carregou seus aliados para o plano etéreo, onde conseguiam atingir as sombras com facilidade. Ehtur as vitimou com sua lança como se nunca tivessem existido. Francisco Xavier aproveitou para virar um velho dragão dourado.
O monge maligno derrubou Muadib, enquanto Ryolith Fox avançou contra ele, Xavier feriu Torpinson com uma baforada e alguns golpes antes de agarrar o incrédulo servo da deusa das trevas que não parecia esperar tamanha resistência. Sem opções o clérigo do mal mergulhou nas trevas para escapar, mas deixando para trás alguns sérios problemas.




16 de mai. de 2013

A Era de Bibiana e o adeus dos antigos deuses

Tão logo perceberam que haviam retornado para Evereska, os heróis tentaram entender tudo aquilo que se passava. John Falkiner e Francisco Xavier sabiam que o efeito do desejo limitado os trouxera conforme pedido, mesmo que com atraso. Ryolith Fox deixou de lado a diplomacia e aproveitou para arrochar Rock dos Lobos que acudia Marissa. Ele tentou agarrar o bárbaro cujo corpo estava tomado pelas chagas de Makizid. O paladino sentia o mal no corpanzil de seu companheiro e duvidava que aquele pudesse ser o verdadeiro Rock. De alguma forma, Ryolith Fox sentia-se mais próximo de Tyr do que nunca e conseguia ter uma noção mais profunda da verdadeira justiça. Mesmo sentindo também a maldade que vinha do cetro de Orcus, que Úrsula carregava, ele optou por focar-se no bárbaro.
Úrsula Suarzineguer fazia um esforço hercúleo para carregar o cetro de Orcus. Ainda que o peso maior fosse o daquela maldade em sua alma. Ela sentia como se o cerne de seu ser fosse esvaziado, como se a própria realidade fosse mais fria e distante de sua consciência. Além disso, ouvia a voz sórdida do artefato em sua mente tentando convencê-la a usá-lo em seu favor. John Falkiner percebeu o risco e usou seus poderes de servo de Bibiana Crommiel para decifrar a ameaça do artefato. O clérigo temeu ver a gnoma sucumbir e alcançou o artefato, mas acabou sendo ele quem sucumbiu ao poder nefasto e abissal. Intoxicado pelo poder, o elfo tomou o cetro de Orcus para si. Não fosse a intervenção de seu seguidor Juarez Currigham, lhe concedendo uma segunda chance e só os deuses sabem o que poderia ter ocorrido, pois Úrsula correu sua mão para o arco. Diante de tamanho risco para todos, sem perder tempo, eles urgiram para a basílica de Bibiana, antigo templo de Corellon Larethian, cujas cinco torres coloridas não estavam distantes. Lá, o poder sagrado impediria as forças do artefato de se manifestarem em sua totalidade.
Vendo que os companheiros estavam bastante envolvidos com as questões morais de costume, Sirius Black seguiu sozinho para o palácio de Rhage Hesysthance Sorrowleaf para encontrar sua amada Annia.
Ryolith Fox insistia em cobrar explicações de Rock, que sequer tivera muito tempo para entender sua nova condição. O paladino invocou uma zona de verdade para arrancar respostas de Rock. Aquele que carregava as marcas de Malkizid não resistiu e as palavras fluíram de suas lábios, embora as respostas não tenham findado as desconfianças do paladino. Entretanto, a elfa das estrelas Marissa Stardust interviu entre os dois brutamontes e pediu uma chance para os dois conversarem em paz. O espada sagrada de Tyr consentiu, mas manteve sua atenção fungando no cangote do bárbaro.
Durante o caminho, Rock dos Lobos sentia-se cada vez mais Rock de Malkizid. Ele percebeu que era a chave dos planos uma vez mais. Sentia seus poderes, mas agora num nível muito superior. Percebia que nenhum plano lhe era distante, tudo agora estando ao alcance de seus passos. Não tinha certeza exata do que fazer, mas sabia que bastava um avançar de sua vontade e veria as consequências. Embora as chagas de seu corpo doessem, não o incomodavam realmente, pois havia uma chama poderosa que queimava em seu íntimo. Não era mais apenas a fúria dos bárbaros, mas o poder primordial de que tudo mais era feito.
Quando já estavam dentro do templo, todos novamente atentos ao que se fazia do cetro de Orcus, Rock escutou Malkizid em sua mente. Ele informou que governaria o Abismo. Haveria uma ordem nos lares sem fim do Abismo. Aquele mal seria combatido e contido em si mesmo. O sacrifício seria feito com as forças que tomara de Orcus. Ainda assim, ele precisaria de Rock para representá-lo e estender a Bibiana e aos elfos sua aliança.


No interior do centro da fé na nova deusa, Ahspirah Ébrius, antigo sumo-sacerdote de Corellon Larethian, recebeu-os sem disfarçar a preocupação com o mal que traziam. O antigo clérigo informou-os de que precisariam de horas para preparar um ritual de purificação. Mesmo assim, não havia certeza de sucesso. O sumosacerdote cuidou deles com o poder de sua fé, orando algumas restaurações que devolveram as forças roubadas, exceção feita a Úrsula Suarzineguer e John Falkiner, que sentiram que uma parte do que lhes fora tirado jamais voltaria. Sua almas carregariam a cicatriz perpétua de tocar um mal forjado no início dos tempos. O artefato foi guardado em um baú mágico capaz de isolá-lo do mundo e de abafar suas vilanias. Para ter certeza que a alma de Yorgoi estaria segura, Úrsula fez questão de repousar no aposento especial sobre o baú.
Vendo que os demais descansariam e passariam o tempo no templo, Rock dos Lobos aproveitou para acompanhar Marissa que pretendia ter com seu povo e anunciar essa nova era. Era o tempo de abraçarem a nova fé em Bibiana. Rock tomou a mão dela e transportou-os com seus novos poderes para o plano que se ligava ao mundo deles pela antiga graça de Corellon. Juntos eles foram para Sideyuir,onde encontraram a grande mobilização que havia para reconstruir .
Enquanto John Falkiner aguardava para que o clérigo tentasse colocá-lo em contato direto com a deusa Bibiana, ele aproveitou para conversar com seus seguidores fiéis. O clérigo Juarez informou-lhe que havia passado o último dia entrando em contato com outras terras élficas como a ilha de Encontro Eterno, a Floresta de Cormanthor, a Selva de Chondal, a Mata de Yuir e a Grande Floresta. Em resposta, as comunidades élficas informaram de milagres da deusa, mas pediam embaixadores para discutirem a doutrina. Além disso, ele informou ao escolhido de Bibiana que todos os Seldarines, o panteão élfico, estavam reunidos discutindo a chegada da deusa.
A ladina Linda Moon, por sua vez, aconchegou-se junto a Falkiner e trouxe-lhe relíquias que havia recolhido em nome dele e da deusa. A luva, a bota e os demais itens que ela trouxe tinham igual par que ela mesma já usava. O bardo Orlando e a druida Gota de Orvalho informaram das comemorações e dos contatos com os deuses da natureza fora do panteão élfico, enquanto o clérigo Lindiel Evalandriel relatou o contato de Lua Prateada que estava sendo repovoada. Vinham notícias de que tentariam ressuscitar a deusa da lua Selune com algum tipo de ritual.
O paladino Fingolfin Long relatou das defesas da cidade, enquanto a guardiã Rumingbird Eagle alertou seu líder para as ousadias de Linda Moon, que usava o bom nome de Falkiner em proveito próprio. Mais do que propagar a fé, a messalina parecia interessada em ouro.
Os demais cuidaram de fazer as derradeiras perguntas restantes ao cadáver de Melegaunt:
- Como descreveria as últimas vinte e quatro horas passadas na Cidade das Sombras? - Perguntou o necromante Francisco Xavier. Não houve nenhuma resposta do cadáver. Após conferenciar com os colegas, optou por outra questão. - Existe algo em Nova Netherill que possa nos ajudar a encontrar o imperador Telamont?
- Sim.
- A melhor forma de tomarmos a pedra é regressarmos às ruínas da Cidade das Sombras?
- Não. - E com essa palavra, as últimas energias deixaram a carcaça do antigo príncipe das sombras, fazendo-os pensar no que fazer agora depois do devido descanso.
Em outro lugar da cidade, Sirius Black chegou ao palácio dos Sorrowleaf e encontrou Annia saudosa, mas preocupada com Rhange. O ladino falou para Annia que o regente fora devorado pelo rastejante noturno e tudo que restara era seu anel, que ele encontrara nas ruínas após destruir o terrível monstro.
- Rhange irá voltar, tenho certeza. Ele não morreria assim tão fácil.. - ela ponderou agarrada ao amado, cujo cansaço era extremo. - Mas Evereska não pode ficar sem uma liderança.. enquanto não souberem o que se deu com ele, seguirão como dissermos. - Enquanto os dois amantes se enamoravam, Annia Evalandriel tecia planos em que ela e Sirius cuidariam bem da cidade, governariam até que aceitassem a ele ali como seu consorte.
Desde o conforto de uma cama de penas de ganso enlaçado ao corpo suado da mulher amada até a tampa côncava de um frio baú de madeira, todos os heróis acabaram por encontrar o necessário repouso. Além de recuperar as forças, uma vez mais, eles sonharam.
John Falkiner viu os Seldarines reunidos. Um conselho contemplativo observando a fala da jovem Bibiana Crommiel. Seus olhares eram os dos anciões que pouco entendem do mundo dos jovens.
Ryolith Fox sonhou com Palas Atenas. Uma vez mais, ele viu sua esposa presa em catacumbas. Ela tinha o pescoço e os punhos presos por correntes grossas e negras como as que ele conhecera no Forte de Zhentil.
Úrsula sonhou com seu marido Arnoux Suarzineguer. Ele era um zumbi, uma carcaça animada por magias negras. Parecia estar sendo usado como suporte para uma mesa repleta de poções e pergaminhos.
Mua D'ib sonhou com uma árvore velha e seca, que tombava sobre o chão com grande alarde. Dos destroços e restos do tronco misturados à terra, viu nascer uma nova e singela planta. As folhas verdes enrolavam-se e ganhavam os contornos de uma mulher élfica, cujo olhar contemplava o céu onde nascia uma lua crescente como o sorriso de um gato.
Sirius Black também sonhou com uma lua crescente como o sorriso de um gato. Antes, porém, veio-lhe a imagem de uma celebração. No ritual, ele dava as mãos a duas mulheres. Uma era Kiriani, ele tinha certeza, a outra era uma das filhas de Mystra, mas ele não conseguia saber qual delas. Estavam cercados por uma multidão e lhe pareceu estarem no centro da cidade de Lua Prateada. Novamente, ele foi banhado com o fogo da lua e viu aquele filete de lua surgir no céu.
Ehtur Telcontar sonhou com o reino das fadas. Ele viu grandes seres mecânicos, como aqueles que haviam levado Rock e Leila, inevitáveis era como eram chamados. As criatura que representavam a lei e a neutralidade aprisionavam o deus das fadas Timothy Hunter após terem neutralizado Etienne Navarre e Tumling.
Francisco Xavier teve um sono intranquilo, onde avistou a Fortaleza da Vela. O único lugar que chamará de lar estava envolvido em um ritual comandado pelo Primeiro Leitor. Xavier percebia que havia muitas semelhanças com o ritual de Amaunthor que consagrara o cálice em Suzail. Em seu sonho, no entanto, os símbolos que ele viam eram híbridos dos símbolos sagrados do deus do sol e de Oghma, senhor do conhecimento. Por toda parte ele via pergaminhos com um sol nascente estampados. Assim como se dera na capital do antigo reino de Cormyr, o mago viu a luz tomar conta de tudo.
Rock dos Lobos sonhou com o Abismo. Ele via seu senhor, Malkizid, o rei marcado, dominando os demônios com mão de ferro, preparando um exército que lançaria contra o demais lordes demoníacos. Ele impunha sua força para controlar todo aquele caos e aquela maldade.
Daphne da Grande Floresta ao contrário dos demais, não foi tragada para um mundo de sonhos. Ela tornou a ver-se como uma criança sentada sobre a cabeça da serepente Dendar, como se nunca tivesse saído dali.
- Você pissscou - brincou a serpente infindável. - Ssseja bem vinda de volta...
- O que está havendo? Como voltei para cá?
- Vosscê nunca saiu daqui, crianssça.. - pareceu divertir-se a serpente, que parecia seguir em seu ondular perpétuo, enquanto a atenção de Daphne era atraída para os infinitos mundos em suas escamas. A druida pode ver a alma de Melegaunt Thantul vagando pelas Planícies Cinzentas e clamando pelo nome dela. Viu também os deuses élficos reunidos ao redor de Bibiana Crommiel. Reconheceu Malkizid impondo-se como senhor do abismo. Viu tudo isso e muito mais do que sua mente conseguia abarcar. Daphne e Ehtur por sua resistência superiores foram os primeiros a serem acordados. Eles encontraram Sparrow Eagle e Volcana Boaventura, que trouxeram informações. Volcana pretendia retornar para o reino das fadas para trazer Timothy Hunter. Sparrow informou a druida das notícias da Grande Floresta, onde um grande conselho se reunia junto ao treant Turlang para deliberar sobre a queda de Nova Netherill.
Os demais heróis, um a um, foram juntando-se a eles, com exceção de Rock dos Lobos e Sirius Black. Úrsula foi a responsável por levar o baú até o altar quando o ritual pode ser iniciado. O sumosacerdote Aspirah Ébrius deu início à consagração que expurgaria o mal com a graça dos deuses e com a energia do povo élfico.
Sirius Black aguardava Annia se aprontar para se unir aos demais. Rock dos Lobos ouvia de Marissa que os elfos das estrelas se uniriam a Bibiana e passariam a viver com os demais elfos como um só povo. Satisfeito com essa notícia, a chave dos planos resolveu usar seus poderes e levar todos até Evereska.
Com as explosões positivas do ritual, não havia mal que permanecesse. Os clérigos convergiram toda aquela energia sobre o cetro de Orcus que jazia deitado sobre o altar. Durante horas, as forças do bem e da pureza lutaram para avançar sobre o mal e a vilania do artefato. Os gritos do item mágico ecoavam na mente daqueles que já o haviam tocado e fazia a própria película entre os planos reverberar. Por fim, a gema esmeralda em forma de crânio em seu topo tornou-se cristalina como um diamante. O corpo negro do artefato tornou-se prateado e gracioso como se fosse feito pelos antigos elfos de outrora.
Diante dos olhos surpresos de todos, a gema purificada deixou escapar um pequeno feixe de luz branca. A alma de Yorgoi Dossantis surgiu diante deles com o ar sôfrego, mas aliviado, de quem enfim encontra o merecido repouso.
- Obrigado, meus amigos.. - acenou a pequena alma antes de desaparecer rumo às Planícies Cinzentas.
Os corações de todos sentiram um certo alívio, enquanto alguns olhos deixaram as lágrimas misturarem-se ao canto nobre dos elfos ao redor. Se não tinham a pedra, ao menos tinham salvado um amigo.

Para aumentar o deslumbramento deles, foi a vez de verem surgir uma bela mulher. Reconheceram Bibiana Crommiel, muito embora, agora, ela fosse muito mais do que a elfa que eles haviam conhecido. Vendo o povo se curvar, ela os impediu.
- Não se curve, meu povo, nem diante de mim, nem de ninguém. Chegou ao fim o tempo de nos curvarmos. Somos agora todos como se um fossemos. Meus amigos.. é tão bom vê-los.. - ela disse abraçando os aliados mais próximos. - Venho de uma reunião com todo o panteão dos deuses élficos. Apresentei a eles, que são deuses vindos de outro mundo como nossos primeiros ancestrais, as necessidade desse mundo e de nós aqui nascidos. Nosso povo chegou aqui estrangeiro, mas depois de 30 gerações já tem suas raízes ancoradas nessa terra nutritiva. Não é mais tempo de fugas ou partidas, não é mais tempo de divisões e bairrismos. Todo o panteão concordou em retirar-se e retornar aos seus antigos lares. Enquanto isso, nós ficaremos e construiremos nossa identidade marcada pela vida que aqui semeamos. Todos os elfos serão como um só, para consigo e para com esse mundo. Eu, Bibiana Crommiel, serei mestra e aprendiz nessa caminhada, serei guia e serei serva de vossas necessidades, mas garanto que não deixaremos esse mundo sem o toque saudável de nosso cuidado.
Como que corroborando as palavras da deusa, todos viram surgir entre eles os elfos das estrelas, como que surgidos do nada. Marissa, que vinha ao lado de Rock dos Lobos, ainda desnorteado pelo esforço, dirigiu-se à deusa, mas também foi impedida de ajoelhar-se.
- Minha senhora Bibiana, receba a fidelidade e adoração de meu povo.. seu povo.. nós que fomos chamados de elfos da estrelas, mas que abrimos mão de nossas graças em nome da união de todos.
- Que assim seja.. - disse Bibiana afagando o rosto de Marissa com ternura. - Uma nova Era para nós e para esse mundo que acolheu nossos ancestrais antes dos impérios e das guerras. - Mesmo os contidos elfos lançaram gritos de celebração com aquelas palavras.
A deusa dos elfos caminhou até o altar e tomou para si o Cetro de Bibiana. Entregou-o a John Falkiner, seu escolhido. Informou a todos que o regente Rhange estava além do alcance de todos agora e que a cidade passaria a ser comandada por Aspirah Ébrius, causando certa revolta a Annia, que chegara com Sirius. A bela elfa, no entanto, não ousou prolongar os questionamentos à deusa.
Bibiana Crommiel despediu-se de todos e regressou ao seu reino, onde muito aguardava para ser feito. Assim, como muito havia por ser feito em Faerun.


10 de mai. de 2013

Desejos limitados e atrasados


Os três demônios e sua máquina demoníaca logo voltaram sua atenção para o grupo mais à frente, que cercava o triunfante Kcor e o corpo sem vida de Rock dos Lobos. Ao contrário das levas anteriores, no entanto, os três glabrezu primeiro dialogaram usando sua linguagem abissal.
- Não há razão para o conflito, mortais. Nós podemos realizar os vossos desejos mais intensos se baixarem suas armas e aceitarem nossos interesses - disse o primeiro.
- Não estamos desejando a batalha, mas não temos interesses em barganhas malignas - respondeu Ehtur Telcontar, um dos que entendia a língua do Abismo, enquanto ainda flanqueava Kcor.
- Nós não somos os responsáveis por essa batalha. São vocês que vem nos ameaçar.. - acrescentou John Falkiner, antes de abrir espaço para que Ryolith Fox, indiferente às palavras, mas ciente da necessidade de abater o mal que se erguia, passasse. O paladino de Tyr avançou em carga e desferiu um poderoso ataque, com todas as suas forças, que rasgou Kcor ao meio e o fez desaparecer como se nunca tivesse existido. 
Os demais preferiram adotar posturas defensivas, ainda reticentes quanto ao trio de demônios, tentando ganhar tempo para que Daphne da Grande Floresta pudesse se transformar em algo imenso e voador para tirá-los dali. Mais atrás, a aranha demoníaca recolhedora ia pinçando e carregando os corpos dos demônios derrubados anteriormente. Os zhentarianos encontravam dificuldades com os hezrous e os babaus, mas parecia que os humanos venceriam, pois metade dos hezrous mudou de rumo e preferiu lançar magias amaldiçoadas que feriam os bons e os neutros.
Quando os três glabrezus deixaram de teatro e se aproximaram tentando agarrá-los, todos viram que não adiantava a diplomacia contra vis demônios para ganhar tempo. Enquanto eles pegavam Francisco Xavier e Mua D'ib, lançavam magias nefastas para comandar a mente dos dois e de Ehtur, que escapara das garras. Daphne assumiu a forma de um hipogrifo imenso, agarrando os corpos de Melegaunt e Rock. O recolhedor disparou um raio petrificante sobre o paladino, mas Úrsula pulou à frente dele como um escudo vivo. Esse ato heroico acabou deixando a matadora de magos ilesa, mas derrubou várias estatuazinhas de quasits aos seus pés. Suas mentes se apressavam na vontade de sair logo dali.
Entretanto, antes que pudessem subir nas costas da druida, Kcor ressurgiu, sem ferimentos e furioso. Uma vez mais, ele explodiu liberando as almas abissais e torturadas, que aterrorizavam a todos. Seu poder terrível paralisou de medo Sirius e Mua D'ib, mas também os três glabrezus. Com isso, foi fácil para o grupo resgatar os companheiros, mesmo com o mago ainda influenciado. Em seguida, surgiam 2 enormes nalfenshees e 6 babaus à esquerda deles. 
A máquina que recolhia cadáveres de demônios disparou outro raio, dessa vez contra o grande hipogrifo, ferindo-o com fogo abissal. Mesmo assim, John Falkiner curou Daphne e voou carregando o meio-elfo consigo. Ehtur Telcontar suportou os ataques de Osoiruf, o machado de Kcor, para dar tempo de resgatarem Sirius. Os demais subiram no hipogrifo e zarparam como podiam, levando Xavier, ainda tentado a desejar o fim dos problemas.
Frustrados com a partida dos mortais, os nalfenshees redirecionaram sua fúria para o trio de glabrezus e para Kcor. O trio de Hezrous também entrou no embate caótico, dando provas das bestialidade dos demônios e impedindo aquele que ainda restava como a chave dos planos de concentrar-se nos heróis que levavam o cadáver de Rock dos Lobos. Os zhentarianos, por sua vez, apesar de acuados, já mostravam que eliminariam os dois hezrous que ainda haviam sobre eles.
Para infelicidade do grupo que fugia à máxima velocidade, todavia, duas mariliths voadoras apareceram em perseguição a eles. Xavier e Falkiner tentaram desfazer as magias de voo delas, mas o verdadeiro sucesso foi a combinação das chuvas de setas de Úrsula e dos ataques sorrateiros de Sirius Black. O ladino de Selune colocou o anel que encontrara de Rhage Hesysthance, ficando invisível, além de usar seus poderes de dançarino das sombras para desaparecer no ar e surgir atrás das inimigas, retornando às costas de Daphne antes de cair, uma vez liberto do medo. Ele ouviu em sua mente a voz de Annia   surgir misturando-se aos apelos temerosos de Negativa. Sua amada perguntava por Rhange, nitidamente preocupada.
Ele não via condições de responder no momento. Além disso, o tempo necessário para abater as duas, foi suficiente para que as demônias de muitos braços ferissem Daphne e obrigassem a druida, mesmo com as curas dos amigos, a tornar-se um imenso grifo. Embora menos veloz, a nova forma da serva dos deuses da natureza contava com mais resistência. Ehtur aproveitou para guardar o cadáver de Melegaunt em sua bolsa mágica, diminuindo o peso, mas não teve tempo para fazer o mesmo com Rock. Ainda que o paladino Ryolith Fox tenha invocado um círculo de proteção contra o mal, surgiu diante deles um balor, a síntese máxima da maldade demoníaca. Ele surgiu voando com suas grandes asas de morcego à frente deles. Bastou-lhe um pensamento para tentar implodir a existência de todos eles como se fossem vermes.

Mas eles não eram vermes. Eles resistiram. Mesmo assim sofreram o peso do simples contato com forças tão nefastas roubando-lhes um quinhão da vitalidade. Apenas o paladino, cuja pura força da moral, manteve-o além do alcance dessa vilania. O monstro arrancou o corpo de Rock das garras de Daphne com seu chicote de fogo. De nada adiantou o esforço do guardião de Mielikki, enquanto todos viam o bárbaro ser carregado velozmente para longe deles, sem que Úrsula tivesse sucesso em atingir o balor.
Reunidos, entenderam que não adiantaria voltar. De longe, viram que o balor pousou entre os outros demônios que ainda digladiavam-se ao redor de Kcor. Ele urrou e vociferou intimidando a todos, acabando com o conflito. Como que dando mostra de sua força, o terrível balor partiu o corpo do bárbaro ao meio e devorou-o como se fosse um petisco. Enquanto seus estômagos ainda reviravam, eles viram mais uma entidade sair das profundezas das lendas e ganhar lugar no cotidiano de suas aventuras. Um klurichir. Um demônio tão abissal e maligno, que até mesmo os balores os evitavam. Eram seres do começo dos tempos, as primeiras crias das forças do mal e do caos. Erravam como bestas furiosos, incontroláveis, esmagando qualquer vivência que lhes fosse contígua. Com mais esse motivo, aqueles que ali chegaram com o regente de Evereska fugiram de vez.
Após o klurichir, que viera como o arauto de um mal ainda maior e mais ancestral, foi a vez não de um demônio, mas de um lorde demoníaco conhecido deles. Orcus surgiu diante de Kcor trazendo consigo o cetro, onde todos sonharam que repousava a alma de Yorgoi e que já haviam tentado recuperar no Abismo. Mesmo assim, sabiam que era suicídio retornar.
- Você já falhou comigo uma vez, sombra... - Ehtur lia nos lábios do demônio.
- Não sou mais uma sombra! Agora eu sou completo e indestrutível! Eu sou a verdadeira chave dos planos! Nem os céus ou os infernos.. nem os planos elementais ou mecânicos.. NADA está além do meu alcance!
- Eu não irei tolerar ser novamente feito de idiota diante dos demais lordes abissais, Kcor. Eu tive o triunfo de eras tirado de mim por sua pífia destruição!
- Isso não poderá se repetir, pois já não há o que me ameace. Reúna suas hordas e eu farei com que todo universo sucumba ao caos e às trevas!!!
O que foi dito depois eles não puderam saber, pois um colossal ciclone de vento e terra envolveu-os como que mandado pelos próprios deuses. O mundo girou e deixou de fazer sentido até que conseguissem abrir os olhos. Estavam com as caras enterradas na areia do Anauroch. Diante deles, dezenas de demônios cercavam Orcus submissos com uma matilha ante seu líder, mesmo que sedentos por sangue.
Parece que aquele seria o fim.

Mesmo assim, o espada sagrada de Tyr, Ryolith Fox, cerrou o punho sobre Dikaioo Ensis, a espada justa, e partiu em carga contra o lorde demoníaco. Naquele momento, todos viram a aura brilhante de santidade que envolveu o paladino, como se o próprio Tyr marchasse diante deles. O golpe bateu fundo na couraça do lorde abissal, mas ainda assim Orcus não se abalou, tendo pronto o cetro para aniquilar aquele incômodo insignificante. Ao invés disso, no entanto, todos assistiam um recém-chegado decapitar Orcus com um único golpe de sua espada larga.
Ele era alto como o lorde demoníaco, mas para os que conheciam as criaturas, como Daphne e Ehtur, parecia um solar, um ser de pura bondade. Seu corpo, no entanto, era recoberto por cicatrizes negras, que davam-lhe um aspecto assustador. O corpo de Orcus dobrou os joelhos e tombou na areia, enquanto sua cabeça ainda rolava até atingir um dos glabrezus. 
Úrsula Suarzineguer não perdeu tempo e resgatou o cetro, sentindo tudo que aquele mal custaria de sua alma. Ela pode ver com clareza o rosto de Yorgoi dentre o brilho esmeralda da pedra. Ryolith Fox
- Eu sou Malkizid da Primeira Era e é agora que um novo momento se instala. Os desmandos e injustiças de outrora findam aqui e eu instauro uma nova ordem.
- E eu estou aqui para servi-lo, milorde. Governe todos esses vermes para que semeemos a destruição por toda a parte - disse Kcor se ajoelhando e lançando suas ideias nefastas.
Mas Malkizid sorriu com desprezo e bastou um olhar para Kcor implodir totalmente. Sem mais palavras, ele agarrou o balor como se fosse um saco de batatas e arrancou seus intestinos pela boca. Enquanto as entranhas do monstros se amontoavam, o sinistro solar invocou de volta a vida Rock dos Lobos. Ele surgiu delas perdidos e desnorteado, cambaleando apenas o suficiente para cair dois passos a frente. Seu corpo estava coberto pelas mesmas cicatrizes negras de Malkizid. Os demônios se entreolhavam temerosos de que ação tomar.
Os heróis viram que era a vez de Malkizid deitar a atenção sobre eles, mas nesse momento, eles simplesmente sumiram. 
Perceberam que estavam em Evereska.. todos os heróis e suas coisas. E o cetro de Orcus.
Falkiner e Xavier entenderam que fora o teleporte do desejo limitado que os tirara de lá, mesmo que não no momento imediato.

2 de mai. de 2013

Só pode haver um...



Mal tiveram tempo para perceber o deserto e as ruínas à sua volta. Rock dos Lobos mesmo enfraquecido pelo ataque de Kcor trouxera todos de volta ao lugar de onde haviam saído. Os olhos de águia de Daphne da Grande Floresta avistaram com precisão os grupos que se aproximavam dali. Úrsula Suarzineguer vira duas carroças a leste, alertando a todos, mas a druida viu que era uma comitiva de 13 pessoas, 5 humanos e 8 seguranças orcs. Os símbolos e trajes deixavam claro que se tratava de zentharianos. Ela também avistou uma mulher sem cabelos em um vestido vermelho, uma maga vermelha de Thay. Ela vinha acompanhada de dois batedores: um gnomo e uma humana. Ao norte, o vil Torpinson, que ela reconheceria a quilômetros, e o que parecia ser um monge. 
Avisado disso, Francisco Xavier lançou uma esfera de invisibilidade, mantendo o cadáver de Melegaunt Thantul consigo. No entanto, o problema maior era que não estavam livres dos demônios. Kcor ressurgiu urrando:
- Eu sou Kcor! Eu sou a verdadeira chave dos planos! Acha que poderia fugir assim tão facilmente!!!  - e ele atacou o bárbaro, agarrando-o e sugando ainda mais suas forças. O corpo da elfa das estrelas caiu na areia do deserto. Rock tentou se soltar clamando pelos poderes de ser um feiticeiro furioso, passando por uma transformação mágica que o deixou ainda mais forte e poderoso. O efeito, no entanto, também afetou o maldito Kcor fazendo-o crescer na mesma proporção.
Ehtur Telcontar e John Falkiner lançaram-se com ataques fulminantes contra a vil criatura de trevas, que parecia cada vez mais material. Se o clérigo de Bibiana errou todos os golpes, mesmo engrandecido pelo poder divino e da justiça, o guardião de Mielikki, com um salto ágil, passou por sobre seus amigos e cravou a lança no peito da criatura. Gungnir, a certeira, varou a energia de negativa que formava aquela sombra sólida e o golpe foi efetivo, mas Ehtur percebeu que boa parte do dano fora transferida para Rock dos Lobos, mostrando ser mais complicada a questão.
Para piorar tudo, após a chegada de Kcor, foi a vez de chegaram também alguns demônios do abismo: seis babaus e três vrocks. Com mais essa ameaça, o grupo pensou em fugir, embora já não houvessem magias para um teleporte. Úrsula lembrou-se do pergaminho de desejo limitado, mas preferiu passar a missão para Falkiner, temendo falhar. O clérigo elfo leu o pergaminho feito por Xavier, desejou que ele e seus aliados retornassem em segurança a Evereska, mas nada aconteceu. Os demais insistiram em atacar Kcor, enquanto o paladino Ryolith Fox partiu contra os demônios cujos números iam crescendo.
Daphne resgatou o corpo caído de Marissa Stardust e viu que as carroças e seus ocupantes perceberam o movimento com a chegada dos demônios e se aproximaram com cautela. A maga e seus acompanhantes sumiram com uma invisibilidade superior. Torpinson e seu acompanhante esperaram, mas a druida percebeu as quatro grandes sombras que estavam junto deles. 
Francisco Xavier voou com o corpo de Melegaunt, tentando sair do centro da confusão, mas foi alvo do vrock que restara após os outros dois serem derrubados pelas cimitarras dançantes de Mua D'ib. Sirius Black preferia manter-se escondido, enquanto Ehtur seguia com ataques contra Kcor.
Desse modo, Rock conseguiu se desvencilhar, tirando aquelas mãos tão iguais às suas de seu pescoço, mas não via solução. O que poderia fazer para reverter aquilo? O terrível Kcor, por sua vez, explodiu liberando os espíritos ancestrais como o bárbaro fizera tantas vezes. As almas uivantes e atormentadas pareciam agora saídas de planos abomináveis e acabaram paralisando Mua D'ib e Sirius Black de medo. Além disso, chegaram dois bebiliths imensos e pequenos quasits invisíveis. Os diabretes voavam como um enxame e caíram sobre o bárbaro e Úrsula atrapalhando-os. O bárbaro meio-elfo foi agarrado por uma das aranhas demoníacas com suas pinças afiadas, ferindo-o e quase partiu sua armadura ao meio. Kcor, apesar dos danos que levava e dividia com Rock, absorvia mais o vigor do bárbaro, deixando-o próximo do fim. John Falkiner tentava manter seu aliado de pé com as poucas orações que lhe restavam, curando seus ferimentos na medida do possível. Úrsula, viu seus ataques trespassarem o monstro de trevas sem efeito e voltou-se contra os demônios, ainda que Avenger clamasse que a gnoma buscasse pela maga vermelha.
Porém, antes que findassem os demônios existentes, foi a vez de oito hezrou e mais seis babaus. Estes novos demônios surgiram entre os heróis e as carroças. Isso fez com que os babaus e os orcs entrassem em combate dada a proximidade. Um dos humanos de Zhetill Keep, que parecia um clérigo de Bane, conseguiu banir um dos hezrou, mas os dois outros não tiveram a mesma sorte. Aproveitano o momento, o vil Torpinson enfim se teleportou para o centro da ação. O servo de Shar lançou sobre eles as quatro grandes sombras, que drenaram as forças de Rock, Úrsula e Xavier, além de fechar o cerco sobre o grupo de heróis.
- Onde está a pedra, guardião? - Torpinson gritou com Ehtur, ignorando os demais, deixando claro para o guardião sua lâmina do metal das estrelas.
- Não há nada sobre pedra para você, seu ladrão covarde! - Disse Ehtur sem desviar a atenção de Kcor, que parecia cada vez mais forte drenando a vida de Rock. John Falkiner explodiu as energias positivas de sua fé esconjurando os mortos-vivos para longe de seus companheiros e curando rapidamente Rock dos Lobos. O clone de trevas de Rock aproveitou para atingir o clérigo com um machado de trevas feito à semelhança de Ruidoso, o furioso machado do bárbaro. O nefasto Osodiur atravessou as fortificações do clérigo e o golpe o atingiu com violência.
Após avaliar bem as palavras do servo de Mielikki, Torpison teleportou-se sumindo dali com seus servos.
O necromante Xavier sem muitas opções de magia, aproveitou para lançar graxa sob os pés dos Hezrou atrapalhando sua movimentação. Os orcs impediam os babaus pelo outro lado. Assim, Úrsula, Ryolith e Mua D'ibconseguiram concentrar ataques para eliminar o vrock restante e os bebiliths, restando apenas Kcor e os quasits entre eles. Este porém já sequer precisava tocar Rock para drenar as suas forças e foi com mais um golpe de Ehtur Telcontar, que o bárbaro tombou. Kcor, mesmo que ferido e próximo do fim, parecia agora mais material do que nunca, enquanto o bárbaro era apenas um espectro pálido que poderia ser levado pela brisa. O último suspiro de vida foi sugado daquele que era conhecido como a chave dos planos, enquanto sua sombra urrava em triunfo.
Mais uma leva de demônios surgiu. Dessa vez, eram três imensos glabrezus e um construto demoniaco conhecido como Recolhedor.