3 de fev. de 2013

A volta dos que não foram...


A alma de Sirius Black foi a primeira a perceber que algo se passava, como se alguém o chamasse de volta de um longo coma. Quando deu por si, o ladino de Selune estava vivo.. era alguém com um corpo novamente. Estava de pé e diante dele tinha dois homens deveras familiares. Lorde Byron empunhava na mão esquerda o Cetro de Lathander, tendo ao seu lado esquerdo o misterioso Paulo de Tarso.
- O que está acontecendo aqui? - disse Sirius percebendo que não estava mais de posse do artefato da deusa da lua, nem brilhava nele a resplandescente magia lunar com que se banhara.
- Mais uma vez eu vim salvá-los, meu caro. No entanto, não podemos perder tempo ou o senhor dessas catacumbas irá nos descobrir. Vamos..
Sem questionar, Sirius os acompanhou. Haviam quatro portas no pequeno aposento em que estavam. Paulo de Tarso abriu uma delas, que não revelava nada do outro lado. Ao atravessá-la, ele sumiu. Sirius fez o mesmo e surgiu em um local todo feito de fogo. Não era inóspito como o Abismo ou o Inferno, mas sim completamente inabitável, muito embora ele visse pássaros de fogo voarem pelo céu em chamas e grandes serpentes de fogo nadando em lagos de lava. Ele começou a sentir os efeitos nocivos do lugar, quando Byron surgiu e o tocou cobrindo com uma magia de proteção contra o fogo. Em seguida, o servo de Morpheus arrastou-os através de uma viagem planar de volta a Faerun. Após a vertigem, Sirius Black viu-se diante da Fortaleza da Vela.
Acompanhou Lorde Byron e Paulo de Tarso que dirigiram-se para aquela que era a maior casa de saber deste mundo. Ao contrário do que ele vivenciara quando esteve aqui há muito tempo atrás, os monges guardiões não os detiveram ou cobraram os livros valiosos para entrarem. Pelo contrário. Eles afastaram-se com um medo respeitoso. Assim agiram todos aqueles que eles encontraram pelo caminho, sempre abrindo caminho para Lorde Byron. Quando finalmente estavam acomodados em um grande e luxuoso quarto em uma das torres, o misterioso servo de Morpheus voltou a falar:
- Aqui estamos em segurança, ao menos por enquanto.. assim podemos libertar os demais que ainda estão aprisionados no artefato...
- O que houve com a luz de Selune que havia em mim?
- Foi absorvida pelo artefato de Lathander. O poder da lua que existia em você agora pertence ao deus do sol... mas agora permita-me concentrar-me, pois preciso invocar a graça de Morpheus para libertar seus camaradas. - E tendo dito isso, Byron passou a uma prece, que aos olhos e ouvidos de Sirius parecia uma magia de ressurreição. Foi preciso uma hora até que a luz se expandisse e tivessem diante deles Francisco Xavier. Desta vez, no entanto, não como um imorrível espírito de luz, mas sim como um homem de carne e osso.
- Pela sabedoria eterna de Oghma, que truque é esse?
- Seja bem vindo, meu amigo.. - tranquilizou-o Sirius com um abraço.
- O que aconteceu? Onde estamos?.. Eu conheço esse lugar...
- Você está em casa, mago. Mas é hora de observar e não de questionar. - disse Lorde Byron tornando às invocações. Mais uma série de preces, que os conhecimentos arcanos de Xavier sabiam serem um milagre divino, muito mais que uma mera ressurreição, trouxeram de dentro do Cetro de Lathander Leila Diniz. Assim como seu protetor, ela não carregava mais em si o peso da morte.. estava de todo viva. Incrédula, a feiticeira não conteve as lágrimas, que depois de tanto tempo pode voltar a verter.
Paulo de Tarso aproveitou o interregno para sair, tendo avisado antes. Uma hora depois, a nova magia de Lorde Byron não trouxe mais ninguém.
- Vocês eram os únicos que haviam? - questionou ele.
- Não.. estão todos aí.. Ehtur, Rock, Ryolith, Úrsula, Moadib.. apenas o que chamam Falkiner não foi capturado pelo artefato.
- Então será preciso mais que o poder de Morpheus para libertá-los. - Lorde Byron enfiou a mão em sua bolsa mágica e dela tirou um grande e largo tomo. O poder que emanava dele era perceptível até mesmo para um leigo completo. Bastou que ele folheasse as páginas e o próprio tecido mágico vibrou, de modo que todos ali souberam do que se tratava.
- O Tomo de Mystra! - exclamou surpreso Xavier. - Ele estava com você?
- Ele estava aqui o tempo todo, mago. Aqui na Fortaleza da Vela.
Sem perder tempo, Lorde Byron passou a ler o livro. No início, o idioma era dracônico, mas paulatinamente ia se tornando mais e mais arcaico, até que por fim, nem mesmo o amplo saber de Chico Xavier sabia o que ele dizia, embora Leila Diniz sentisse uma familiaridade nela, como se fossem suas aquelas palavras. Nâo souberam quanto tempo passou, mas ao fim dele, viram todos os seus amigos reencarnados diante de si. Todos ficaram satisfeitos por estarem vivos, nem todos ao saberem quem era o responsável por isso. Só então perceberam o sujeito escondido entre as cortinas, como um capanga vigilante. Crufiel deixou o esconderijo e juntou-se ao seu mestre.
- Agora que estão todos aqui.. as explicações podem começar.
Lorde Byron lhes contou que haviam se passado 3 meses desde que haviam sido derrotados pela clériga de Shar. Crufiel demorou quase todo esse tempo para encontrá-los graças às pistas que Morpheus lhes trouxera dos sonhos do Mago Louco. Se alguns deles podiam estar ali, era porque antes de encontrarem o fim terrível que a derrota lhes reservou, ele e Paulo de Tarso haviam alcançado a Fortaleza da Vela, se apossado do Livro de Mystra e completando o ritual que os trouxera de volta das Planícies Cinzentas sem ressucitá-los. Isso os fez de todo materiais, ainda que sequer tenham se dado conta, e criou as condições para que pudessem sonhar, morrer e reviver uma vez mais. Com o retorno de Morpheus e dos sonhos, ele lhes enviou esperança.
Além disso, se eles haviam falhado em destruir o altar e as trevas de Shar, outros haviam feito o serviço. O próprio príncipe das sombras Telamont, rei de Nova Netherill destruiu a essência de Shar, mesmo que isso tenha custado a total obliteração de Águas Profundas, transformada em uma colossal buraco negro de puro vazio. Com essa vitória e um poderoso exército, Nova Netherill expandiu suas fronteiras cobrindo as terras da Costa da Espada até o fim do Anauroch, dos limites da Grande Floresta ao norte até as proximidades de Suzail no sul. Em todo esse vasto império, a magia de Mystra não tinha mais lugar, como se o próprio tecido mágico tivesse sido destruído. Novas cidades sombrias e voadoras foram criadas.. o império não parecia encontrar adversários. Suas forças estavam agora concentradas contra Suzail, que não era a luz no fim do túnel que queria parecer. Os servos de Lathander foram intoxicados pelo poder.. o bem excessivo nebulou seus pensamentos. Se havia esperança, essa era retomar o cálice de Amaunthor e usá-lo como arma contra o coração de Nova Netherill, a capital e primeira das cidades voadoras.
- O artefato pertence a Suzail e a protege. Nós não podemos confiar em você, Byron. O bem não engana.. o bem salva! - protestou Ryolith Fox.
- O cálice não é um escudo, paladino de Tyr, é uma arma.. uma foice para ceifar o mal. - a explicação descambou para uma discussão e Francisco e Leila preferiram sair para encontrarem-se com seus superiores. Para findar o bate-boca, Lorde Byron preferiu usar suas magias para adormecer o paladino. Os demais que ficaram pediram ao servo de Morpheus que enviasse mensagens mágicas para aqueles que lhes eram caros. Ele explicou que isso seria em vão caso os destinatários estivessem nos territórios de Nova Netherill. Ainda assim, tentaram. Ehtur comunicou-se com Alissah, mas não obteve resposta. Sirius alertou Kiriani, descobrindo que ela estava em Lua Prateada e que as coisas não iam bem por lá, pois sem o mythal que fora destruído e com as forças de defesa que eram pequenas, não havia chance contra o império maligno das trevas. Mas se ele estava vivo, para ela Selune vivia. Ele tentou contactar Annia, que Úrsula disse ter visto em seus sonhos e que Daphne já lhe dissera estar viva, mas não obteve resposta. Úrsula falou com Déborah e ficou sabendo que Arnouxzinho estava bem, mas que estavam a abandonar Lua Prateada rumo ao norte. A arqueira matadora de magos avisou à viúva de Yorgoi que tinha pistas do paradeiro dele agora, pistas estas que corroboravam com um sonho que Deborah tivera, o mesmo que Rock. O bárbaro, por sua vez, enviou mensagem para Marissah, sem ter resposta no entanto. Ryolith mandou mensagem para Palas Atenas e também teve apenas o silêncio como retorno.


Enquanto isso, Francisco Xavier e Leila Diniz encontraram o Primeiro Leitor e o conselho de sábios reunidos e foram recebidos com grande satisfação. Todos no caminho já haviam ficado exultantes com o retorno deles. Além de entregar um livro raro que tinha guardado, Francisco Xavier explanou sobre tudo que se dera até então, questionando a posse do Livro de Mystra por Byron. Após a narrativa, o Primeiro Leitor lembrou-os de que haviam descumprido as ordens de retornarem de imediato e que isso estava relacionado com as dificuldades atuais. O Livro de Mystra sempre estivera ali e o papel deles fora o de manter as ameaças distantes. Agora, no entanto, o servo de Morpheus trouxera a ameaça para dentro do lar do saber. Foram alertados de como os problemas cresciam e que deviam se acomodar e esperar, retornando aos antigos afazeres.
- Eu me recuso a voltar a ser uma mera profetisa entorpecida trancada em uma torre! - protestou Leila Diniz. - Eu sou dona de meu destino agora.
- Vocês cumprirão as ordens que lhes cabem, profetisa. Eu assim proclamo. Comam, bebam e descansem, pois o vosso destino está na Fortaleza da Vela. - Sem ter como discutir, deixaram o salão de conferências.
Com a demora dos dois colegas, Sirius Black tentou deixar o quarto para encontrá-los, mas descobriu poucos passos depois, que sem a companhia de Lorde Byron, os guardas monges impediam que circulassem além do quarto. Resolveram entâo dormir.

John Falkiner respirava com prazer a brisa adocicada. Perdeu a conta de quantas vezes bebeu do rio de mel e cana que corria por ali. Sempre se alegrava quando colhia os frutos, vendo crescer outro no lugar imediatamente depois. Amou os belos espíritos de muitas mulheres, cantou com os espíritos de muitos homens, percebeu enfim que a eternidade era luminosa e gloriosa. Foi em algum momento desse contexto, que ele escutou uma voz familiar em sua mente:
- Falkiner? Você está morto? Onde está você? Suzail precisa de você.. eu preciso de você.. está tudo perdido por aqui..
- Estou morto, Bibiana. Minha alma encontrou a paz no reino de Lathander.
- Lathander? Você não servia a Kelemvor?
- Sim, mas o deus da morte me abandonou nas Planícies Cinzentas e o deus do sol amparou minha alma.
- Você precisa voltar.. as coisas estão terríveis aqui.
- Então, ressuscite-me.. - aceitou o clérigo. Ele chegou a sentir as energias que pareciam que iriam tragá-lo, mas ele percebeu que continuava no mesmo lugar. Um ser todo feito de luz aproximou-se:
- Não podes partir, servo da luz. Lathander não permitirá sua partida.
- Eu gostaria de falar com nosso senhor Lathander.. - e bastou que ele dissesse isso para que a figura bronzeada, máscula e apolínea de Lathander se fizesse presente.
- Diga, John Falkiner, o que lhe atormenta?
- Eu preciso voltar à vida, meu senhor.
- Infelizmente, isso é impossível, pois o trajeto de seu destino chegou ao fim. Assim sendo, força alguma é capaz de devolvê-lo a vida. Seu destino é seguir aqui e aproveitar a eternidade.
- Mas eu preciso voltar.. o mundo precisa de mim...
- O mundo sempre precisa de grandes campeões, meu filho. Mas seu papel foi cumprido e é hora da vida buscar outro campeão. Sua narrativa no livro de destino já encontrou seu ponto final. - e tendo dito isso, o deus do sol partiu.
Resignado e só, John Falkiner preparava-se para retornar ao descanso eterno, quando a voz de Bibiana tornou a soar em sua mente:
- O que houve? Não consigo trazê-lo de volta.
- Eu não posso voltar. Meu tempo em vida findou.
- Você precisa voltar.. não se deixe enganar por esses servos de Lathander. Eles estão escravizando e impondo uma tirania da luz em Suzail.
- Desculpe, Bibiana. Não há nada que eu possa fazer. O próprio Lathander me informou disso.
- Você está sendo enganado.. chame por Kelemvor.. fale com ele. Lathander não está sendo sincero...
- Eu falarei com Kelemvor e... - mal tinha pronunciado o nome de seu antigo deus, John Falkiner o viu surgir diante de si, com o mesmo manto cinzento e poido, com a mesma máscara de espelho que refletia o rosto do clérigo.
- Aqui estou neste local onde não sou bem vindo por teres me convocado, John Falkiner. Tu escolhestes me abandonar e agora me invoca...
- Eu chamei por você nas Planícies Cinzentas, mas não buscastes por mim..
- Isso porque seu coração já não estava mais comigo. Tu renegastes meus conselhos e minhas orientações em prol de outra verdade. Agora deve arcar com as consequências, enquanto eu pareço ser o único capaz de fazer aquilo que precisa se feito...
- E o que precisa ser feito?
- Cuidar da morte.. nem que seja para ver o mundo em que eu mesmo vivi, morrer! Não cabe a mim, como não cabia a você se prender aos vivos, mortal, mas sim pavimentar o caminho dos mortos e conduzí-los ao destino certo.
John Falkiner pensou em argumentar, mas antes que pudesse dizer algo, Kelemvor havia partido. Ele viu-se só uma vez mais naquele paraíso idílico. Suspirou desgostoso com tudo aquilo. Sentiu novamente as energias estranhas invadirem suas entranhas... Dessa vez, um instante depois, ele estava de pé em ruínas do que pareciam ser uma cidade élfica. Diante dele estava Bibiana Crommiel.
- O que? Mas como? Eu não podia voltar!
- Eu usei o poder de Corllon Larethian que vive em mim e a alta magia élfica dessas ruínas para invocá-lo. Nós estamos em Myth Dranor na floresta de Cormanthor. Três meses se passaram que estou buscando por sua alma.. agora podemos cuidar do que se passa em Suzail. É melhor nos teleportarmos, pois estas ruínas estão infestadas de phaerimms, demônios, mortos-vivos e membros do Culto do Dragão. - Enquanto a elfa terminava de falar, o clérigo percebia que havia algo de estranho e diferente. Suas mãos estavam mais esguias. Tocando o rosto, percebeu que estava mais fino, as orelhas maiores..
- O que há comigo?
- Ah.. eu não tinha nenhuma parte do seu corpo.. já fazia tempo.. não podia simplesmente ressuscitá-lo.. tive que reencarná-lo nesse corpo élfico, pois todo o meu poder está relacionado ao belo povo. - John Falkiner sentiu que demoraria a se acostumar com aquilo, mas pensaria nisso em outro lugar e em outro momento, pois Bibiana os teleportou dali. Eles apareceram em Sembia a leste de Suzail, onde poderiam se hospedar com alguma segurança e onde ela pode contar todos os problemas que a levaram a escapar de Suzail. Ele pensou que tentaria entrar em contato com seus amigos no dia seguinte.

Livres e vivos, uma vez mais, os heróis tornaram a trilhar o reino dos sonhos. Úrsula sonhou com seu pequeno Arnoux e Déborah sendo perseguidos, enquanto seguiam numa fuga que parecia em vão. Francisco Xavier contemplou um pergaminho em branco onde uma mensagem ia surgindo, muito embora ele fosse incapaz de compreendê-la à despeito de seus vastos conhecimentos.
Muadib sonhou com um imenso carvalho solitário na vastidão erma, de onde vinha o som ritmado de tambores. Ele viu o vulto sombrio de Rock no alto da imensa árvore, que disparou contra ele os espíritos agonizantes de seus familiares. Ehtur,por sua vez, sonhou mais uma vez com Alissah, ela estava ajoelhada diante de um garoto sentado em um trono, ao lado do qual estava um gato também em um trono. Ao redor dela voavam as duas fadas que ele já havia visto antes.
Rock viu sua contraparte de trevas vagando por uma imensidão gelada. Ryolith sonhou com Palas Atenas. Ela o acorrentava sem piedade, passando a torturar seu corpo com ferros em brasa, navalhas e ácido. Falkiner sonhou que estava deitado em posição fetal e estava unido a Bibiana por um cordão umbilical feito de luz. Ele ouviu uma voz masculina em sua mente quando ela se aproximou e após isso, sentiu o afago dela e a beijou.
Leila Diniz sonhou que caminhava pelas Planícies Cinzentas até que adentrou o reino de Kelemvor. Ali, ela encontrou o deus dos mortos em sua forma fantasmagórica, mas ao tocá-lo, ele fez-se homem, um belo cavaleiro de cabelos negros em uma armadura prateada e eles se beijaram. Sirius Black sonhou com uma escuridão total, de onde veio uma voz familiar, que ele pensou ser Selune, mas logo soube ser Shar, quando ela disse que estava satisfeita por ele ter voltado para ela.. que ele sempre havia pertencido a ela.

Os que acordaram na Fortaleza da Vela logo se deram conta de que Lorde Byron não estava por lá. Discutiram se não seria uma boa oportunidade para partir, quando enfim Xavier e Leila retornaram para avisar que não seguiriam com eles. Nesse momento receberam uma mensagem de John Falkiner, que alertou-os de que partiria rumo ao encontro deles, pois haviam complicações em Suzail com as quais deviam lidar. Enviaram então uma mensagem para o servo de Morpheus, que respondeu que esperassem, pois ele estava angariando recursos para auxiliá-los na missão vindoura. Sem ter outro jeito, esperaram.
Enquanto Falkiner e Bibiana teleportaram-se para o sul, surgindo a certa distância da grande biblioteca, os demais viram Byron voltar. Ele trazia consigo vários tomos que distribui entre todos ali.
- Eu conversei com os responsáveis por essa fortaleza e os convenci a nos ajudar. Mostrei ao Primeiro Leitor e aos conselheiros que não teriam paz mantendo essa pretensa neutralidade, enquanto forças fora do controle se espalham pelo mundo. Esses tomos mágicos irão engrandecer seus espíritos, tornando-os mais poderosos e capazes de salvar o mundo. Graças a mim, vocês terão a chance de expandir seus corpos e mentes. Serão preciso 6 dias para que completem a leitura, mas ao final disso estarão prontos para ir até Suzail e recuperar o cálice. - Tendo dito isso, Lorde Byron entregou um tomo a cada um deles, mas o paladino de Tyr não se convenceu.
- Eu não irei tirar o cálice de Suzail, Byron. Eu irei ter com Palas Atenas.. irei explicar a eles tudo que se passa e que se passou...
- Não despreze a ajuda que eu lhe estendo nesse momento difícil, senhor Fox. Eu não poderei acompanhá-los, pois meu destino é Halruaa, o grande reino mágico ao sul.
- Conveniente como sempre, não é mesmo? Sempre tendo uma missão em outro lugar.. eu não preciso de sua ajuda ou de seus presentes vis.. - Ryolith Fox atirou o tomo furiosamente no chão. Lorde Byron se abaixou e pegou o grande livro, guardando-o consigo.
- Se é assim que pensa, paladino.. siga com sua justiça cega. Aos demais, bons estudos.. recuperem o cálice e retornem à Fortaleza da Vela quando tiverem o cálice. Caso precisem de mim, enviem uma mensagem, muito embora eu talvez esteja além do alcance de vocês dessa vez. Boa sorte, meus caros.. - e com essas palavras o servo de Morpheus se foi.
Os demais iniciaram suas leituras. Francisco Xavier foi quem parou um pouco para liberar a entrada de John Falkiner e Bibiana Crommiel, precisando criar dois pergaminhos para pagar o preço da entrada. Durante seis dias, eles conversaram sobre os riscos que enfrentariam, depois de terem se surpreendido com o novo corpo do antigo servo de Kelemvor. Bibiana, uma vez mais, explicou o que se dera com os servos de Lathander.
- Há um novo sumo-sacerdote.. ele controla a todos como um rei agora.. a regente Caladnei.. os outros clérigos de Lathander.. até mesmo Palas Atenas.. Eles começaram escravizando os orcs e trolls, mas logo passaram aos criminosos humanos.. e depois passaram a adquirir escravos das cidades do sul. A luz do artefato os cegou.. estão obcecados e intoxicados com o poder. Quando eu era a única voz que restava de oposição, tentaram me silenciar e precisei fugir. O poder do Senhor dos Elfos que vive em mim me manteve à salvo.
- Quer dizer que Palas Atenas virou uma escravocrata? - provocou Sirius Black. - Quem diria, não é mesmo Ryolith?
- Eu não acredito nisso... - protestou o paladino.
- É verdade Ryolith.. eu vi.. - insistiu a elfa..
- Você duvida de Bibiana?
- Eu acredito em você, Bibiana, mas deve haver outra explicação.. eu preciso conversar com Palas.. tenho certeza que ela me dará uma boa explicação...
- Eu também preciso de respostas, meu amigo.. - disse Falkiner tentando consolá-lo - Mas fomos nós que recuperamos o artefato.. devemos reclamá-lo por um bem maior e...
- O artefato pertence a Suzail, capital do grande reino de Cormyr!!! - protestou Ryolith Fox pondo um ponto final à discussão.
Durante aqueles dias, eles aproveitaram para realizar algumas pesquisas, preparar suas magias, além de estudar os tomos encantados. Ao fim do processo, sentiam os efeitos benéficos que pareciam ter transformado o âmago de seus seres.
Quando estavam prontos pra partir, dividiram-se em três grupos que partiriam simultaneamente: Francisco Xavier, que levaria Sirius Black, Úrsula e Ryolith; Leila Diniz, que levaria Rock e Muadib; John Falkiner, que levaria Bibiana e Ehtur. No momento derradeiro, no entanto, Sirius Black largou de Ryolith, deixando o paladino para trás. Os dois primeiros grupos sumiram, mas a magia de Falkiner falhou, permitindo que ele levasse o enfurecido paladino com eles...



2 comentários:

  1. ai ai... eu sou good mas esse paladino parece estar cego!!

    ResponderExcluir
  2. A luz pode cegar. Eu que vivi dentro dela sei a confusão que Fox passa. Finalmente o cálice é nosso, o servo de Lathander irá compreender que as coisas mudaram. Temos de seguir nossa própria causa pois os deuses não nos consideram mais que peões em seus tabuleiros.

    ResponderExcluir