5 de jul. de 2012

Deterioração...


Ehtur e Rock resolveram não perder tempo e logo agarraram os corpos de seus aliados que haviam tombado. Lorde Byron uniu-se a eles. Carregaram os corpos para uma carroça próxima, cujo cavalo, assim como todos os demais seres vivos num raio de 20 metros haviam tombado mortos. O desespero e o terror absoluto se apossaram da população que havia presenciado aquilo. A turba passou a fugir de maneira caótica em todas as direções, alguns atiravam-se no mar, outros corriam para o centro da cidade e ainda havia os que preferiram tomar o rumo da saída da cidade.
Ehtur falou para Rock puxar a carroça em direção ao palácio, enquanto ele retornaria para buscar David e o  familiar. O jovem bárbaro usou sua força para ocupar o lugar que seria do cavalo e pôr a carroça em movimento. O guardião via no limite da cidade a horda do que pareciam zumbis verdes invadindo. Ao retornar com o lobo e o cachorro, viu que a garota da Fortaleza da Vela, apesar de morta como os demais, emitia um tênue brilho prateado, como uma energia estática, ao mesmo tempo que um lento regenerar afetava todos os ocupantes da carroça. Lorde Byron, que já estava de pé sobre a carroça, fitava o horizonte com olhos fechados.
- Uma mulher em uma armadura completa negra está liderando o ataque. Ao lado dela está um sujeito sujo e de aparência tresloucada. Estão a quase 500 metros daqui.. são eles que estão atirando essas magias. - dito isso, o servo de Morpheus liberou uma cura que afetou todos os seus aliados, curando parte dos ferimentos e despertando os caídos, que antes pareciam estar mortos.
Antes que todos pudessem reagir, no entanto, o chão começou a tremer. Um terremoto começou a chacoalhar as edificações, ao mesmo tempo que o mar tornou-se revolto, jogando os navios contra o cais. Isso dificultou ainda mais a escapada em direção ao palácio, enquanto algumas construções chegavam ao colapso e muita gente era atingida.
Todos passaram a se curar com poções, enquanto Ehtur passou a ajudar Rock a puxar a carroça. Byron lançou um ataque de fogo em resposta à torre flamejante conjurada sobre os pobres guardas locais, que nas entradas sem muros da cidade tentavam impedir a horda de zumbis esverdeados. Seu único auxílio eram os cavaleiros montados nos grifos. Embora os guardas derrubassem com facilidade os monstros, esses se levantavam mais ágeis e poderosos logo em seguida. Além disso, os monstros estavam em número maior.
Para piorar, um trio de vrocks foi conjurado sobre os cavaleiros de grifos, atacando-os e atrapalhando-os. Uma blasfêmia mágica se espalhou vinda de fora da cidade e corrompeu o ar, derrubando todos os seres vivos até pouco menos de 10 metros da carroça. Nessa hora, um ponto de explosiva luz prateada irrompeu do palácio e cruzou o céu como um raio.
- Vocês ousam invadir meu reino e atacar meu povo.. - ecoou a voz da mulher que brilhava, numa língua arcaica e diferente, a qual só Ehtur compreendeu. Byron teleportou-se imediatamente. Vendo que nada mais impedia a horda de avançar, nossos heróis chegaram ao palácio preocupados. Havia ali muita gente também em busca de socorro, mas ninguém abria os portões. Sirius Black deu um pulo da carroça, afundou nas sombras sob o olhar atento e surpreso de Daphne. Ela não pode ver que ele surgiu dentro do castelo, onde deparou-se com os guardas do outro lado, que logo o atacaram, sem entender nada do que ele dizia. Sirius acabou ficando invisível e afanando as chaves, com as quais abriu a porta, permitindo à todo aquele povo entrar.
Paralelamente a isso, Francisco e Leila uniram-se a Rock despejando bolas de fogo sobre a horda. A ação foi coordenada, de modo a abarcar as criaturas e vitimá-las com meticuloso cuidado Daphne vira que eram plantas humanoides, seres que não deveriam estar agindo dessa forma. Elas caíam facilmente com o fogo, mas sua segunda forma, ágil e morta-viva, era mais resistente e quase ofereceu real perigo.
A rainha bruxa Symbul e Lorde Byron retornaram a seguir com outro teleporte. Com um só ataque, ela eliminou todos os monstros que restavam, lançando palavras de consolo para o povo.
- Como eu lhe disse, rainha Symbul, estes são os destemidos que me acompanham e buscam salvar o grande Azrael Sullivan. - disse Byron como quem prossegue com um argumento.
- Eu reconheço você, Sirius Black. Aquele que invadiu meus sonhos com histórias sobre o triste fim de minha irmã Alustriel.
- É verdade, minha rainha. Eu vi a sina de sua irmã em meus sonhos. Estive na pele dela sentindo a dor causada pelos phaerimms. Minha vontade foi deixá-la a par de tudo.
- Alustriel era maior do que isso.. ela merecia um fim mais nobre.
- Os phaerimms disseram que usariam-na para chegar até Mystra, a deusa da magia. E depois disso, por um instante, a magia realmente falhou..
- Isso se deve ao Fogomágico.. esse poder único é uma dádiva da Senhora da Magia. Apenas seus escolhidos tem acesso a ele. Assim como ele é uma forma bruta de lidar com a magia, para proteção ou ataque, ele permite um elo direto com Mystra. Apenas eu e minhas 4 irmãs restantes, agora que Alustriel se foi, podemos lidar com tal dádiva.
- Sinto interromper, rainha, mas eu.. quero dizer.. em mim.. bom.. eu tenho.. tenho esse dom...
- É impossível que alguém como você tenha tal sorte, garota.. - desdenhou a rainha Symbul com indisfarçável arrogância.
- Eu juro.. por Mystra, é verdade.. não sei porquê, mas eu tenho esse dom! - insistiu Leila. A rainha Symbul seguia incrédula e nenhum argumento pareceu capaz de demovê-la de tal opinião. Sem paciência para aquilo e acreditando que uma imagem vale mais do que mil palavras, Francisco lançou seu misseis-mágicos, que ao invés de machucarem Leila, acabaram sendo absorvidos pela feiticeira, mesmo que no susto. Leila passou a emitir o leve brilho prateado, que Ehtur já percebera antes, quando ela estava caída. Sem poder negar os fatos, a rainha desviou o assunto para as motivações que os trouxeram até Anglarond. Quando mencionaram o Tomo de Mystra, que buscavam para poder navegar os planos em segurança até o paladino de Kelemvor, a rainha pareceu interessar-se. Souberam, entretanto, que o texto sagrado de Mystra não se encontrava mais lá, pois fora roubado por forças dos magos vermelhos de Thay, o reino inimigo que tanto ameaçava essas terras.
Os monstros recém-surgidos eram aliados dos thayanos, comandados por um certo Homem Putrefacto, que transforma pacíficos vegetais humanoides, os volodni, em poderosos mortos-vivos. A rainha bruxa não via perspectiva de se libertar dos próprios problemas para poder ajudá-los, mas não viu problema em tentarem recuperar o tomo, desde que o restituíssem após o uso. Forneceu-lhes quatro grifos para transportá-los, pois levariam alguns dias para chegar até Thay, ainda mais por uma terra desconhecida.
Sobrevoando a grande península que formava o reino de Aglarond, todos puderam ter uma boa idéia da geografia da região. O mar ocupava o norte, o sul e o oeste. Para leste, a terra seguia até uma cordilheira de montanhas. A mata de Yuir, na verdade, uma floresta tropical, cobria entre 70 e 80% das terras, deixando pouco mais que praias e curtas planícies, onde haviam poucas fazendas ou rebanhos. Todas as cidades eram portuárias e tinham bastante movimento, embora nenhuma fosse como a capital Velprintalar. Passaram por 4 delas antes que o dia findasse, pousando na grande cidade de Larfurthing, a segunda maior do reino.
Lá foram recebidos como heróis pela população admirada com os cavaleiros dos grifos. Sem entender muito bem, aceitaram a calorosa recepção e deixaram aquela população acompanhá-los. Conseguiram excelentes quartos em uma estalagem de ótimo nível, bem como acomodação para os animais, tudo por conta da casa. Aparentemente, os tais cavaleiros de Aglarond eram heróis de todo o reino.
A noite de descanso teria sido de todo tranquila, não fosse o grito aterrorizado de Lorde Byron próximo do amanhecer. Ao despertarem, todos perceberam que, depois de muito tempo, pela primeira vez, eles não haviam sonhado. Encontraram Byron aterrorizado e prostrado..
- O que houve?
- Morpheus.. ele se foi.. eu.. eu não sinto mais seu poder...
Isso adiantou um pouco a partida. Preferiram não se delongar e logo seguiram para o leste. O principal servo do senhor dos sonhos manteve-se em choque todo o tempo, murmurava preces sem parar, enquanto os quatro grifos voavam acompanhados de Daphne, em forma de águia gigante, e de David, que corria lá embaixo.
Viajaram todo o dia até chegarem à pequena cidade de Dlusk, que como todas as outras que haviam visto, não possuía muralhas e era uma extensão de seu porto. No porto, aliás, haviam um número desproporcional de barcos e parecia haver alguma espécie de celebração religiosa. Ao mesmo tempo que avistaram a cerimônia, viram também a horda que deixava as matas de Yuir ao sul em direção à vila. Eram mais de uma centena dos homens-planta, além de alguns treants, igualmente maculados pelas forças do Homem Putrefacto.
Tiveram pouco tempo para alertar os cidadão de Dlusk, embora o status dos que montavam grifos tenha lhes facilitado o serviço. Muitos foram os que fugiram e debandaram com a notícia, enquanto os restantes buscaram cumprir as ordens para melhor defender a área urbana. Montados sobre os grifos, nossos heróis partiram para a batalha chamando a responsabilidade. Lançaram suas bolas de fogo, prepararam óleos e fogos gregos. Uma nova batalha começou...

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