13 de jul. de 2012

Chegadas e partidas...

Enquanto o grupo ainda planejava onde lançaria as próximas bolas de fogo para vitimar a horda de inimigos, foram alcançados pela terrível blasfêmia mágica vinda dos antagonistas distantes que a lideravam. Todos sentiram a força se esvair de seus corpos, assim como ficaram tontos, sem reação. Para piorar, Leila e Francisco viram-se paralisados por tal força nefasta e não foram os únicos.. os quatro grifos que os carregavam também ficaram de todo imóveis, fazendo com que todos sofressem os efeitos da gravidade. Imediatamente, Rock lançou uma magia que os fez planar com a leveza de plumas. A magia afetou os mais próximos, restando para Daphne, em sua forma de águia, resgatar os dois arcanos da Fortaleza da Vela. A jovem druida os deixou à salvo nas costas de David, que correu evitando a horda de monstros que estava cada vez mais próxima da pequena cidade. Ela percebeu que Leila brilhava cada vez mais e que a paralisia começava a se dissipar.



Úrsula, ainda planando, começou a disparar suas flechas contra os treants amaldiçoados que ainda estavam ao alcance por terem ficado para trás. Yorgói resolveu pegar a varinha de cura para garantir a sobrevida dos amigos e atacar os mortos-vivos. Sirius também optou por um arco, que havia recolhido entre os elfos e atirou contra seus inimigos. Rock se protegeu com magia, enquanto comandou seu familiar a usar uma porta dimensional e esgueirar-se na direção dos líderes dos inimigos. O cão-piscante surgiu a tempo de ver a mulher conjurar um rinoceronte dos infernos. Byron alertou sobre os prováveis líderes dos inimigos, mas ninguém parecia simpático ao servo de Morpheus, sem seus poderes divinos.
Daphne retornou a tempo de resgatar Ehtur, já que o guardião tinha de manobrar para prolongar a queda, pois era o único que não fora afetado pela Queda de Pena conjurada pelo bárbaro. Ele indicou para Daphne o ponto próximo à floresta de onde um homem e uma mulher estavam comandando o ataque. Haviam quatro lobos mutantes ao redor. Seguiram sem medo e com convicção como a melhor dupla de servos da natureza que aquelas terras do leste estavam conhecendo. Ehtur se fez invisível, Daphne aprumou as asas e acelerou o vôo.
Foi por essa hora, que começou um terremoto, exatamente como havia ocorrido na capital. Dessa vez, no entanto, as construções eram deveras mais frágeis, sucumbindo com facilidade aos efeitos do tremor mágico. Boa parte dos navios buscava deixar o porto, restando apenas um último a lutar contra as ondas revoltas. Aparentemente, seus tripulante estavam decididos a chegar à cidades.
A mulher sinistra e maligna, no entanto, percebeu o avançar de Cirius, o familiar de Rock. Sem demora, ela lançou seu poder nefasto sobre o pobre cão-piscante, desintegrando totalmente o pobre animal, que não teve nem sequer uma chance de resistir ante aquele poder destruidor. Pouco mais do que um punhado de cinzas restou, formando um pequeno monte dissipado pelo vento. Isso foi como um vazio sem fim no peito do jovem bárbaro, que sentiu parte de sua própria essência sendo arrancada da existência, ficando totalmente atordoado.
O guardião e a águia gigante passaram por sobre o rinoceronte conjurado, que vinha em carga descontroladamente e sedento por destruição, mas logo viram o trio de vrocks que foram conjurados a seguir, vindo na direção deles dois. Um segundo depois, num passe de mágica, os três vrocks se tornaram dezoito. O rinoceronte infernal seguiu em direção aos outros que se aproximavam do chão, enquanto a horda se aproximava da cidade.

Na cidade, os populares buscavam formar uma linha de defesa, seguindo as orientações recebidas do grupo de heróis. Entretanto, mesmo sendo mais numerosos, eles ofereciam uma resistência frouxa aos monstros mortos-vivos. Para um que derrubavam, muitos mais cidadãos tombavam, logo levantando-se ao lado do inimigo. O único consolo que lhes chegou foi quando uma jovem clériga de traços élficos, surgiu caminhando de sobre as águas do porto e reunindo o poder de sua fé, explodiu numa energia luminosa que rechaçou os mortos-vivos. Acompanhando a serva do deuses, vinha um hobbit célere em um cachorro de montaria.
Yorgoi conjurou um círculo de invisibilidade, de modo que o rinoceronte se entregou à mutilação dos grifos, por não poder ver nenhum dos valentes heróis. Sirius e Úrsula desferiram ataques contra o animal infernal e mesmo assim ele continuou de pé. Daphne soltou Ehtur próximo ao chão e fez uma ação evasiva, levando todos os demônios em seu encalço. Ehtur seguiu em frente aprumando sua lança e contando com a invisibilidade concedida pelo anel. 
David chegou em auxílio aos outros atacando o rinoceronte. Eles avançaram, enquanto Daphne foi alcançada pelos vrocks. Os ataques deles custaram seu sangue e a druida tombou ao chão. Assim, os vrocks buscaram outras vítimas.
Lá atrás, mesmo com a ajuda da clériga, a resistência de Dlusk esmoreceu de vez. A maior parte daqueles camponeses e artesãos correu por suas vidas, enquanto o pequenino montado em seu cavalo cruzava o céu como mágica, evitando contato com os monstros mortos-vivos. Ele avistou o que se desenrolava mais à frente e vendo a pouca eficiência de seus ataques na horda, resolveu dar conta dos responsáveis.
Ehtur, por sua vez, viu a mulher na armadura negra se encantar e ficar alta como um troll. Não parecia desapercebida de sua presença, mas mesmo assim ele cerrou punhos e disparou em carga. O ataque foi poderoso e preciso, mas não foi capaz de cobrar-lhe a vida, pois ainda sentia os efeitos de sua força sugada. Sem pestanejar, a mulher desferiu golpes com seu gládio cobrando um quinhão maior do sangue do guardião. O homem de olhos esbugalhados dançava e entoava um cântico como se participasse de um ritual macabro. De algum modo, Ehtur sentiu que ele o privara de respirar. Lorde Byron buscou mover-se em direção ao combate.
- Acabe com ele, Cléria! - gritou o alucinado na língua de Aglarond, que Ehtur já conhecia.
 O mago da Fortaleza da Vela evocou seus poderes arcanos e purificadores na forma de uma tremenda bola de fogo, que se não aniquilou de vez os demônios, ao menos desfez as 15 ilusões que os acompanhavam. Feito isso, os demais, reunidos um instante, partiram em socorro aos servos da natureza. Rock enfurecido derrubou o rinoceronte. Yorgói rumou para a grande águia tombada, curando-a com sua varinha. David correu para auxiliar Ehtur levando Francisco, Leila e Úrsula. Os lobos amaldiçoados, no entanto, avançaram sobre eles. Todos concentraram os ataques na mulher, mas ela resistia.
Enquanto Daphne se punha de asas abertas, tornando-se uma coruja gigante para recuperar-se dos ferimentos, Ehtur e os demais tentavam fazer frente aos servos do mal. Leila buscou dissipar a magia que reforçava os poderes da mulher, mas não fez frente ao poder dela. Úrsula e Ehtur encontravam espaço para atacar, mas sem a intensidade necessária. David acabou tombando diante dos lobos, pois estes, depois de derrubados pelo poder de Chico Xavier, retornaram ágeis e sanguinolentos, como acontecia com todos os comandados dessa dupla de vilões. Os ataques de Cléria não demorariam a tirar a vida do guardião, isso se a falta de ar não o levasse primeiro.
Daphne lançou Sirius na batalha, colocando-o no flanco da maldita mulher. Isso representou uma certa vantagem, permitindo que eles ganhassem algum terreno. Ainda longe, mas com uma magia para retirar-se rapidamente, Rock correu furioso, ainda tendo a sede incontrolável e pujante da vingança transbordando de seu ser. Nem sequer deu atenção para o pequenino que vira surgir montado num cão, como as tropas de Gengis Kahn de Soubar.
Cercada e vendo-se ameaçada, Cléria gritou:
- Faça alguma coisa, Paulo Caôs! - em resposta, o desconjuntado e horripilante homenzinho esticou seu dedo indicador na direção de Sirius. O servo de Selune sentiu a vida ser rasgada em seu interior e todos viram seu corpo cair sem vida no chão.
Uma nova rodada de ataques seguiu-se, mas os servos do mal pareciam mais próximos do êxito, além do fato de que a cidade desmoronada era varrida pela horda de seres planta mortos-vivos. O desespero tomava conta de seus corações. Yorgoi curou parte dos ferimentos de Ehtur com sua varinha, mas foi Leila Diniz que surpreendeu a todos. Sem se deixar prender pelos medos, ela liberou toda a energia mágica bruta que estava concentrada em seu corpo. A energia prateada derramou-se por seus poros e assomou como uma onda avassaladora e inescapável sobre a tenebrosa inimiga. Cléria gritou aterrorizada, enquanto sentia todo o impacto daquela explosão primitiva e incomensurável varrer sua existência. O corpo da mulher tombou com o barulho metálico de sua armadura golpeando o solo.

Paulo Caôs, surpreso e abismado, não perdeu tempo, recuando alguns passos e desaparecendo, fundindo-se ao solo.

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