24 de nov. de 2011

De uma explosão a outra...




A investida do colosso andante de Waterdeep pareceu maior do que o esperado pela Cidade das Sombras. Enquanto os dragões de trevas restantes retornavam para a cidadela voadora, a investida da estátua e dos mais poderosos defensores locais, obrigou-a a uma retirada estratégica. Retornando pelo mesmo portal por onde viera, os nefastos inimigos debandaram em retirada. Inesperado foi que seu sumiço significou a explosão do portal. A estátua, a única criatura mais próxima, acabou destruída em vários pedaços. Alguns foram desviados, desintegrados ou amortecidos, mas a maioria causou bom estrago às construções lá embaixo.
Lá embaixo, essa retirada significou o retorno dos gárgulas sombrios, deixando os bravos e feridos heróis livres para afastarem-se da cidade e do perigo. Agruparam-se mais à frente e viram o desenrolar da batalha. Yorgoi se dispôs a ajudar com seu conhecimentos mágicos e suas poções, conseguindo recuperar a força de Ryolith e parte da de Ehtur. O guardião agradeceu, mas disse que a estrada o aguardava. Ele e Alissah iriam levar a desacordada druida Daphne devolta para a Grande Floresta.
- Creio que eu não possa deixá-lo fazer isso, meu caro. Essa pobre moça estava sendo feita escrava junto com o senhor Fox, Pereirão e seus homens.
- Escrava? Ela não é escrava de ninguém.. (insistiu Ehtur já caminhando..)
- Era.. esteve aprisionada antes.. a gravidade da situação fez o senhor Black, que a guardava libertar a todos e.. veja.. ali está ele..
- Fazendo uma pequena correção.. sutil até, eu diria.. eles não eram meus escravos.. aliás, escravo é uma palavra muito forte, não acham? Que tal cativos?
Ehtur desdenhou das palavras de Syrius e fez menção de partir, mas a bela Alissah parou para argumentar.
- Dá na mesma. Quem te deu o direito de escravizar os outros?
- Veja bem, minha bela elfa esmeralda. Eu não escravizei ninguém. Nem mesmo essa pessoa por quem há uma grande recompensa da família dela pela mesma. Pelo contrário, eu libertei essas pessoas que iam ser vítimas de um ritual terrível.. há quem diga.. não eu, porque eu não sei dessas coisas.. que era um ritual malévolo, maligno do mal.. aliás, a senhorita entende de magia?
- Alguma coisa.. por que?
- O que você pode me dizer sobre isso aqui? (e Syrius foi tirando a parte superior de suas vestimentas..)
- Que antigos espíritos do mau tocaram sua carne decadente! (interviu Fox)
- Sim, sim.. eu fui uma vítima.. antes estava pior, ao menos eu melhorei cortando fora a carne e cauterizando os cortes..
- A coisa ainda está bem feia, na verdade..
- Se ela não é nada de vocês, nós devemos ir. Adeus. Vamos Alissah..
- Um instante, um instante. Bem, guardião.. vocês seguem rumo ao nordeste. Este também é o meu caminho e também o de Úrsula, Arnoux e Rock, que estão comigo.. podemos ao menos seguir juntos e discutir as problemáticas inerentes aos processos no caminho.
- Eu irei acompanhá-los, pois ainda estou confuso e perdido. E devo frisar que ainda que eu não perceba o mau com nitidez, sinto suas vibrações no ar.
Assim sendo, todos eles acabaram dando as costas para Waterdeep e puseram-se a seguir pela estrada, cada qual com seus próprios questionamentos e possibilidades. Dormiram na estrada dividindo-se em turnos. No dia seguinte estavam bastante recuperados do conflito. Pelo meio desse dia, passaram por Pinheiros Vermelhos, um pequeno entreposto onde os viajantes pousavam antes de chegarem à Cidade dos Explendores. Puderam comprar poções, se reabastecer e equipar Ryolith e Pereirão. Syrius Black fez questão de demonstrar sua camaradagem para com seus antigos cativos comprando-lhes alguns pertences.
Todo esse caminho lhes deu a oportunidade de conversarem sobre suas histórias. Yorgoi explicou que seu destino era salvar a mulher que amava.. Déhbohha Pomppieus Martinis. Seu povo havia sido atacado por orcs e trolls. Ehtur e Alissah explicaram que haviam tido problemas com essas criaturas próximo à grande floresta. Prometeram levar o gnomo e seus acompanhantes até lá, mas alertaram para a organização e grande número das criaturas.
No início da noite, quando uma vez mais afastaram-se um pouco da estrada para montar acampamento, foi que o ataque chegou. Primeiro, mesmo a pálida luz da noite deu lugar a uma escuridão total e impenetrável aos olhos. Foi Alissah quem primeiro se moveu e alertou os demais que tratava-se de uma magia. Logo, eles descobriram que além da escuridão havia mais por vir. Alguns conseguiram deixar as trevas antes de serem atacados pelos orcs e pelo troll que vinha em carga. Ehtur derrubou um com sua lança. Yorgoi invocou um cão celestial com sua varinha. Fox sacou a arma e fez uma prece para Tyr, senhor da justiça. Pereirão recuou com suas novas cimitarras. Arnoux, Úrsula e Syrius se esconderam e esgueiraram-se silenciosamente. Rock pensou em um feitiço e se afastou. E Daphne.. subitamente.. acordou..
A batalha que se seguiu foi ferrenha. Os orcs eram muitos, o troll era feroz como uma besta selvagem e ainda havia mais. A certa distância, eles descobriram a conjuradora das trevas. Ela assistia a tudo protegia por um serviçal bem armadurado e por dois gárgulas que voavam a alguns metros do chão. Ehtur seguia matando os orcs com sua lança. O destemido Ryolith concentrou todo o seu poder de esmagar o mal no troll. Yorgoi e Alissah disparavam dardos mágicos, enquanto os elementos furtivos buscavam posicionamento mais seguro.
Um dos gárgulas capturou Daphne, mas foi destruído antes de poder carregá-la para longe. Mesma sorte não teve Alissah. Enquanto Ehtur atacava a mulher que comandava as trevas, percebendo nela a maior ameaça, a feiticeira elfa verde era capturada pelo outro gárgula. Fox tombou a muito custo o troll, Syrius Black num ataque sorrateiro vitimou o último dos orcs, mas isso pareceu muito pouco diante do que estava prestes a acontecer.
Invocando forças que pareciam vir do próprio abismo da escuridão absoluta, a mulher abriu um portal de sombras vivas atrás dela, do qual derramaram-se quatro longos tentáculos de uma negrura total. O primeiro vitimou Ehtur, que pouco pode fazer antes tais forças tenebrosas, caindo à marcê das mãos do destino. Os demais dirigiram-se para Ryolith Fox.
Neste momento, todos concentraram seus ataques (à exceção do senhor Black, que buscava os pertences do troll). Rock derrubou o aliado da bruxa das trevas com um dardo místico. Úrsula descobriu que suas flechas eram inúteis. Daphne conjurou um hipogrifo para ajudar. Yorgoi e Arnoux pouco podiam fazer. Ryolith Fox avançou em carga, mas foi contido pelos tentáculos. O gárgula atravessou com Alissah pelo portal. A usurpadora do mal fazia o mesmo carregando seu protetor com um dos tentáculo e Fox com o outro. Num último gento de total desespero, Yorgoi atirou todo seu equipamento alquímico e mágico em direção ao portal, provocando uma estrondosa explosão, que pareceu fazer a própria realidade chacoalhar e deixou todos desacordados...

Um comentário:

  1. Veja bem, veja bem... não queremos aqui distorcer os fatos, é claro. Mas, entretanto, contudo e, todavia, alguns detalhes podem - e devem - ser melhor esclarecidos. Syrius Black (que, aliás, igualado somente à atuação generosa da lança do meu muitíssimo estimado Ethur, foi quem mais derrubou oponentes) estrategicamente posicionou-se no perímetro externo do ataque, tendo em vista que inimigos poderiam nos surpreender pelas costas. Ademais, consta nos autos do processo que além da nobreza da missão, o que me levou a integrar a equipe que salvará a amada do Yorgoi foi um contrato celebrado entre as partes em que, além de gratidão, soma polpuda em peças de ouro serviriam de recompensa para este que vos relata a verdade insofismável dos fatos!

    Sem mais para o momento, subscrevo-me.

    Syrius Black

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