21 de mai. de 2015

O lado negro da força ou sacrifícios verdejantes

Derdeil Óphodda não ficou realmente surpreso quando ele viu as criaturas de trevas amaldiçoadas que se formaram. Os dois seres morcegóides emergiram da garota meio-elfa Lilinea e da killorien Mari'bel. As criaturas ávidas por magia investiram contra o escolhido de Rhange Hesysthance e Cameron Noites, enquanto esticavam suas asas e subiam.
- Trouxemos também a maldição que assola a Grande Floresta - alertou Derdeil, que sentiu a magia de sua veste ser sugada pela mordida do monstro de trevas.
Volcana Boaventura derramou dezenas de flechas sobre os monstros, enquanto Sérgio Reis começou a cantar uma balada para elevar a moral. As setas vararam os monstros com quase nenhum efeito.
- Precisamos de flechas de prata - alertou a elfa. - Boas flechas de prata.
- Bola de fogo.. - invocou Kaliandra Boaventura, apenas para ver que sua magia não afetou as criaturas, assim como as flechas de sua tia. Mesmo assim, seu amado, Cameron Noites, invocou uma magia de voo para proteger a mulher de sua vida.
A embaixadora Katniss Everdoom urgiu para seu grifo. Já Derdeil e seu corvo Edgar beneficiaram-se de uma proteção mágica, enquanto se afastavam do centro da batalha em torno das águas do mythal. O monge Braad aguardou o momento certo para atacar, caso as criaturas investissem contra seu estimado amigo Derdeil.
O monge conseguiu pouca coisa contra o monstro voador, sofrendo com a energia negativa que o formava e vê-lo passar para atacar o mago, assim como a outra sombra da noite atingiu o trovador Cameron. Volcana sacou dezenas de flechas de prata de sua aljava e fustigou uma das criaturas conseguindo destruí-la, ainda que uma seta perdida acabasse ferindo Derdeil ainda mais. Pena Branca atirou contra o outro monstro, mas com pouco sucesso. O trovador da espada Noites lançou-se em carga, queimou parte de sua energia mágica, o que intensificou o ataque e conseguiu debilitar o inimigo. Porém, as magias de dano de Kaliandra e Óphodda falharam novamente. Edgar buscou um lugar seguro. Todos confiavam numa vitória próximo.
Essa visão mudou quanto um novo monstro humanoide de trevas, três vezes maior que os anteriores emergiu do corpo de Mari'bel. A fada começou a despertar e viu o monstro amaldiçoante investir contra seus amigos. Katniss que avançava sobre o grifo foi a primeira vítima, sendo drenada e tombando inerte em cima do animal.
Cameron Noites não temeu, nem tremeu e manteve-se firme por amor. Feriu o ser de trevas, sacrificando o que restava de força mágica, mas também recebeu os ataques drenantes da criatura. Kaliandra, à despeito dos alertas de sua espada da lua, voltou pelo amado, enquanto os demais fugiam por não haver outra opção. A espada artefato reconsagrada para o clã Boaventura castigou a maldade amaldiçoada que formava o inimigo. O andarilho de trevas investiu contra o casal de trovadores da espada ainda mais enfurecido.
Mari'bel escapou com Sérgio Reis e Pena Branca na direção de uma janela por onde chegavam os atabalhoados anões Licurgo e Leônidas, incapazes de entender a gravidade do que se passava. Derdeil tomara o mesmo rumo que o casal élfico, mas seguiu quando eles ficaram para trás. Aquela que harpeia Volcana recuperou suas setas de pratas e conseguiu ferir definitivamente a criatura parecendo eliminar de vez o problema, enquanto Rufus Lightfoot avançou de seu esconderijo e resolveu salvar o grifo das inconsequências da elfa. No entanto,os problemas só aumentavam, pois uma colossal larva de trevas surgiu do corpo de Lilinea. A monstruosidade logo devorou Volcana Boaventura num só ataque.

A mente de Mari'bel fervilhava com a energia da Grande Floresta que ainda transbordava dela. Derdeil sinalizou mentalmente que podia ajudá-la, entendedor da vastidão de poder primordial divinizante que havia na fada. Quando Edgar pousou no ombro dela, sentiu aquela energia contagiá-lo, fazendo-o crescer e fervilhar de poder também. Isso fez o sábio mago e clérigo de Halruaa perceber como aquele poder poderia potencializar o seu próprio.
A mente da serva de Timothy Hunter conseguia perceber o farfalhar de cada folha de Cormanthor, aquela selva filha da Grande Floresta. Ela percebia cada criatura, cada aglomerado, cada problema, cada devastação. Quando Pena Branca tocou-a, após retornar com o corpo inerte de Lilinea, sob as ordens de Sérgio Reis, para tirá-los dali, ela entendeu tudo sobre o elfo alado. Entendeu o sangue diabólico que corria nas veias do arqueiro, percebeu todas as gerações amaldiçoadas que o precederam até ali. Era preciso que ela usasse de toda sua concentração para governar aquele poder caudaloso e se focasse no que era necessário.
Assim, Mari'bel viu os zhentarianos servos de Bane devastando o norte. Viu os sembianos fustigando e escravizando ao sul. Mas ela viu também a corte élfica que adentrava Cormanthor, assim como o principal dos círculos druídicos, além de rios e áreas nodais da vitalidade da mata. Ela sentiu o druida Chuck Norris, que estava vivo e convergia para o palácio para ajudá-los, bem como todos os elfos que viviam em Myth Drannor.
- Ó Silvanus, pai e filho, senhor do que é verde. Fertilizador e protetor, eu humildemente o chamo para salvar a energia do teu primeiro jardim - pensava Mari'bel naquele estado em que não sabia se era delírio ou sonho. 
- Eu ouço sua prece, espírito das fadas, encarnação dos retornos. Conseguistes arrancar as forças vitais das primeiras árvores, mas esta é uma energia por demais grandiosa para ser sua.
- Eu peço, ó pai, em nome de Timothy Hunter que proteja essas forças, que cuide de tuas sementes.
A essa altura, Kaliandra e Cameron também haviam sido devorado pela larva de trevas, que formara um colossal casulo ocupando o centro do palácio. Rufus conseguira escapar, mas o teimoso grifo acabara tendo o mesmo destino de sua mestra Katniss. Um tsunami de energia negativa alastrou-se a partir do palácio e tudo que era vivo foi afetado. Os heróis sentiram suas forças esvaírem-se e mesmo assim tinham mais sorte que os anões, Chuck Norris e os seguidores de Kaliandra, cujas vidas se perderam em definitivo.
- Antes que as chagas do mal deixem os meandros dessa vitalidade não é possível que ela ascenda a um lugar seguro. A doença esta entranhada na vida e a vida está encarnada na doença - definiu Silvanus.
- Nós precisamos purgar o câncer. Mais que essas materialidades de trevas, esses monstros estão amaldiçoando também Cormanthor como foi feito com a Grande Floresta. É preciso expurgar o mal - alertou Mari'bel expandindo sua compreensão.
- Venha comigo.. - disse Derdeil já deixando o fogomágico transbordar de seu corpo.
Enquanto o mago de Halruaa e a fada da Grande Foresta voltavam ao interior do palácio para encarar o lado negro da força de frente. Volcana e Kaliandra Boaventura surgiram com o corpo inerte de Cameron Noites através de um teleporte junto deles.
- Saiam daqui... - disse Derdeil derramando o poder incontrolável da forma bruta da magia. O escolhido de Rhange Hesysthance tocou em Mari'bel e isso deu proporções divinas ao ato. O grande Óphodda explodiu como um pequeno universo que se forma e devastou o casulo.
Todavia, ao contrário do que esperava, isso não destruiu o que crescia no interior do casulo. Finda suas forças e esgotada a energia da Grande Floresta que estava em Mari'bel, abria as asas diante deles um colossal dragão feito de trevas. A monstruosidade feita de impura maldade lançou um sopro que drenou o que restava de vitalidade nos dois, colocando-os à mercê da destruição final.


- Toda grande espada precisa de um nome.. - anunciou Volcana. - O poder de um artefato pode fazer coisas incríveis! - Disse a barda, erguendo seu arco e disparando setas apenas para distrair o dragão e ganhar alguns segundos.
Kaliandra Boaventura não exitou. Ela pôs-se de pé com a pouca força que lhe restava de força e atirou-se contra o monstro num ataque suicida.
- Tu és e serás sempre Dasboa, a espada do clã Boaventura!!! - E com um golpe, queimando a magia que havia em si, a elfa viu a espada artefato sacrificar-se também, explodindo numa hecatombe incomensurável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário