7 de mar. de 2015

Um nishruu-portal? O mestre deve estar de sacanagem...

- Veja, flor do meu amanhecer... aqui está a runa que petrificou o incauto druida... - disse Cameron Noites apontando o símbolo mágico para sua amada, enquanto inspecionavam as ruínas do templo de Sune no limite das ruínas de Myth Drannor.
- Esta aqui? - Perguntou Kaliandra Boaventura antes de se ver petrificada pelo efeito mágico da armadilha arcana.
Todos os colegas do casal de elfos sentiram o que acontecera pelo elo telepático que os unia. Enquanto o corvo Edgar ainda se aproximava voando com o pequeniníssimo Rufus Lightfoot, assim como Pena Branca, que vinha carregando o bardo Sérgio Reis, o monge Braad seguiu para a arruinada torre de armamentos onde Mari'bel e Derdeil haviam recolhido algumas armas após derrotarem os othyugs, no interior da área de anti-magia. A surpresa foi geral quando o último dos nishruus, ainda distante, teleportou-se para a Clareira do Amor de Sune engolfando tudo por ali. A criatura absorveu não só o poder que alimentava a runa nefasta, bem como a própria petrificação de Kaliandra e Chuck Norris. Cameron Noites, por sua vez, usou de toda sua força de vontade para resistir contra a voracidade da criatura.
- Você é o mais rápido, Braad... tire-os de lá... - comandou Derdeil sabendo que seus poderes eram inúteis contra o nishruu e temendo o que o monstro faria tendo enfim um dos elfos para sugar. O mestre da bebedeira correu o mais rápido que pode, mas antes que lá chegasse, acabou alvejado por uma saraivada de flechas. Braad conseguiu agarrar uma com destreza, enquanto outra destruiu sua garrafa de rum e uma terceira o feriu no peito.
- Cabrons desgraciados!!! - Urrou o monge vendo sua última dose de rum drow 113 anos se perder nas pedras.
- São elfos... elfos verdes de Cormanthor... - alertou Mari'bel. - Não somos inimigos, filhos da floresta. Somos sua salvação. Deixem seu esconderijo e nos ajudem contra a verdadeira ameaça, seus tolos!
- Se nos atacarem iremos destruí-los! - Ameaçou Derdeil pensando em qual magia lançaria.
- Vocês profanam essas sagradas ruínas, humanos.. - vieram as vozes do casal de elfos que deixaram o esconderijo no topo das árvores ainda fora da ruína. - Nós vemos as marcas do mal em vocês.
- A ameaça verdadeira é aquela monstruosidade rósea que suga magia - cantarolou com diplomacia Sérgio Reis. - Ajudem-nos. Estamos todos do mesmo lado, mesmo que vocês elfos pareçam ter certa dificuldade para entender as coisas. Somos amigos... amiiigo... amiiigo...
Com esse tempo, Braad prosseguiu. Isso permitiu alcançar Kaliandra, que deixou a área coberta pelo nishruu em veloz desespero. Ela saltou para os braços do monge, que a agarrou com a satisfação de quem agarra as curvas de uma garrafa. Cameron e Chuck também escaparam, mas nenhum dos três saiu sem levar dano das garras e presas que formavam a criatura faminta por mais magia.
O nishruu moveu-se desejoso de sorver o poder especial que os elfos representavam, fontes principais da força do mythal, mas era muito mais lento que eles. Sendo assim, novamente ele usou de magia para atingi-los. O cone de frio quase vitimou o druida, o monge e o casal de trovadores da espada.
- Como saberemos se podemos confiar em vocês? - Ainda duvidava o guardião elfo de pele verde, enquanto sua companheira parecia mais propensa a crer na killorien esmeralda e no bardo humano.
- Vocês nos devem satisfações... - ela dizia, quando o mestre da bebedeira chegou com Kaliandra nos braços. Imediatamente, o casal de recém chegados viu em Kaliandra Boaventura o eterno feminino, assim como perceberam a essência primordial masculina em Cameron Noites. Foi como se estivessem diante das matrizes primeiras conformadoras de toda sua raça e isso desfez não só as dúvidas, como os impeliu a defender aquela quintessência élfica materializada, 
Mas Cameron sabia que o monstro não pararia de avançar até ter para si um dos elfos. Seu amor consagrado nas águas do mythal não permitiria que Kaliandra fosse tocada pela névoa rósea do nishruu. Sem exitar, Cameron Noites heroicamente invocou uma magia de escudo para atrair ainda mais a atenção da criatura e como um mártir partiu para cima do monstro. 
- Não seja idiota, Cameron - urrou Mari'bel despejando todas as suas flechas no nishruu, mesmo sabendo que isso pouco efeito teria. Pena Branca fez o mesmo.
- Ele não consegue não ser um imbecil... - desdenhou Derdeil. - Vocês dois façam algo.. sejam úteis!
- Esses elfos são todos problemáticos... - comentou Rufus com o corvo, enquanto os dois ainda voavam pairando acima da confusão. Chuck Norris aproveitou para virar uma águia e voou para fora do conflito.
O nishruu avançou sobre Cameron Noites e o engolfou. Novamente, o trovador da espada resistiu a ter sua essência mágica absorvida, ainda que escudo arcano fosse perdido e não tenha evitado que a magia do monstro o paralisasse. Foi preciso que o elfo clamasse por seus poderes únicos de trovador da espada para vencer a paralisia e poder correr, dessa vez sabendo que seria ele a ser perseguido e não sua amada. 
- Meus queridos e estimados filhos de Bibiana,,, - disse Kaliandra para os dois elfos guardiões, em quem ela reconheceu os símbolos sagrados da senhora dos elfos. - Não contenham o poder de nossa mãe que vive em todos nós. Somos um só e devemos não só proteger essa cidade arruinada, mas vencer aquela monstruosidade que ameaça o poder do mythal que eu e meus aliados trouxemos de volta. É contra o nishruu que devemos nos voltar. Vocês devem ser úteis, devem ser destemidos e nos auxilar a ser os verdadeiros protagonistas dessa trama, uma vez que os elfos uma vez mais convergem para este solo sagrado, conclamados por mim, guiados por nossa rainha, mas ainda assim ignorantes de que tudo isso pode se perder se aquela maldita criatura não for destruída. Sigam meu comando e ajam!
- Sim, nossa senhora - disseram os dois com devoção e sentindo a conexão com o mythal de Myth Drannor. Braad, por sua vez, ante aquela ladainha preferiu pegar um pouco da cerveja rústica anã que ainda trazia consigo. Sérgio Reis optou por uma balada para inspirar os camaradas na batalha, mas as flechas de Mari'bel e Pena ainda surtiam pouco efeito e o nishruu avançou bastante em direção a Cameron.
A elfa guardiã urgiu em direção a Cameron fascinada e devotada a ele. Mas foi o mestre da bebedeira quem correu e agarrou o parceiro de Kaliandra sem o mesmo entusiamo com que a salvara antes. Isso deixou a elfa de pele verde na linha de frente, mas ela não temeu, como fora orientada, sacou o arco e disparou flechas como faziam Pena Branca e Mari'bel.
Eles quase não perceberam que o druida Chuck em forma de águia pousou na Clareira do Amor e achou uma passagem para o subterrâneo agora que não havia mais a proteção da runa. Isso porque o nishruu invocou uma magia de pressa e alcançou a incauta elfa, que não tinha o poder para resistir à absorção, colocando o monstro em sintonia direta com o mythal.
- Nissalaaaaa - gritou o companheiro da vítima, enquanto o corpo dela tombava.
Mari'bel e Pena Branca seguiram atirando, mas isso não impedia a voracidade do nishruu que crescia e começava a emitir um estranho brilho em seu âmago. Temendo o pior, Sérgio Reis disparou contra o corpo caído da elfa para cortar a conexão, mas àquela altura foi inútil. Mais afastado do núcleo do problema, Chuck Norris preferiu se transformar em um rato e descer pela pequena passagem que achara. Braad deixou Cameron de lado e correu para resgatar Nissala, ainda que isso tenha significado novos ferimentos, que já o aproximavam do limite de seu vigor, trazendo-a para o companheiro desesperado, que tentou curá-la.
- Ela... ela está morta... - ele disse deixando cair as lágrimas sobre ela.
- Ô Diakaioo... acorda espadinha... pois é.. acho que precisamos de você... - disse Rufus sacudindo a espada sagrada de Tyr.
- Eu serei de pouco uso sem um paladino que me empunhe, pequenino - alertou a vingadora sagrada.
- A situação tá preta... quer dizer.. tá rosa e brilhante... e o hobbit-aranha precisa dar um jeito naquela fumaça antes que ela termine de fazer o que quer que ela está fazendo... então faz o que você fizer de melhor, que tá na hora do pau!
O nishruu não parecia afetado pela perda da elfa, continuava crescendo e o brilho em seu interior ia se tornando cada vez maior, formando o que parecia ser um portal para outro plano. Todos conseguiam ver um sem número de outros nishruus do outro lado.
- É um portal para o plano de Sune, a deusa do amor - gritou Derdeil Óphodda, depois continuou falando na mente de seus camaradas. - É lá que Shun Iksea perdeu-se. O plano da senhora da paixão foi tomado pelos nishruus e agora eles serão atraídos para cá... - E como se ouvissem o anúncio do escolhido do deus da magia, as criaturas se dirigiram para o portal, com a primeira delas iniciando a travessia.
Mari'bel e Pena Branca seguiam atirando flechas no limite da área de anti-magia, sem obter qualquer vantagem com isso, mesmo com Sérgio Reis, o único um passo fora da área, cantando para incentivá-los. O familiar Edgar desceu em um rasante, o que permitiu a Rufus golpear o nishruu com Dikaioo Ensis. O golpe foi retumbante e atingiu o monstro como nenhum outro até então. Ainda assim, o monstro tentou absorver o poder mágico do artefato de Tyr, exigindo de Rufus força para não perder a espada. Quando o corvo subiu para o céu, o hobbit manteve sua arma, mas já não conseguia se comunicar com ela, que estava agora mais pesada do que antes.
O primeiro nishruu cruzou o portal, surgindo no interior do nishruu-portal, que ia se tornando cada vez maior se expandindo em direção ao grupo e à área de anti-magia. O próximo nishruu já despontava no portal trazendo ainda mais preocupação ao coração dos heróis, que não tinham como lidar com uma horda de seres sugadores de magia.
Derdeil Óphodda deixou a retaguarda e avançou para fora da área de anti-magia. Ali, sacou seu colar onde podia depositar almas. O item mágico brilhou com as energias necromânticas, mas acabou sugando a alma de Sérgio Reis que tombou catatônico.
- Maldição.. - disse Derdeil sentindo o poder da alma do bardo, que seria um excelente combustível para seus poderes de escolhido do deus da magia.
- Que cossa... - disse Braad entornando o que restava da cerveja anã.
- Liberte Sérgio, Óphodda... - disse Mari'bel disparando mais flechas, enquanto Pena Branca retesou o arco e mirou no mago. Edgar e Rufus investiram em uma nova carga, mas dessa vez com quase nenhum efeito, como as inúmeras flechadas. A espada ficou ainda mais pesada, tornando impossível carregá-la pequeno como estava. O familiar Edgar também sentiu que a criatura quase sugou a energia de Derdeil que havia nele e preferiu se afastar.
O segundo nishruu deixou o portal, ao mesmo tempo que um terceiro despontava e o primeiro avançou mais rápido do que todos julgavam possível até os heróis. O nishruu-portal seguia crescendo e se tornando colossal. Derdeil Óphodda libertou a alma de de Sérgio Reis, que foi resgatado por Pena Branca para o interior da área de anti-magia. Rufus e Edgar resolveram seguir Chuck Norris que avisava a todos que chegara a um vasto salão cheio de cristais luminosos, cujo chão era forrado de moedas. Mari'bel seguia atirando, mantendo os elfos na área de proteção sem magia.

Derdeil ativou o colar novamente e dessa vez sugou o nishruu mais próximo. Isso causou uma explosão que quase destruiu o mago e quem estava próximo. O nishruu-portal perdeu uma área equivalente ao tamanho do nishruu que fora sugado, mas que logo foi coberta pelo segundo nishruu, assim como o terceiro avançou e um quarto já chegava. E a criatura portal seguia crescendo. Braad puxou Derdeil para a área de anti-magia. Naquele momento que parecia o fim, Sérgio Reis cantou uma balada:
- Eu só quero que os elfos... não me atrapalhem nesse inferno... e que tudo mais vá pro inverno... uouuu...
Rufus Lightfoot e o familiar Edgar escapuliram pela pequena passagem na Clareira do Amor, percebendo que o ratinho Chuck fora novamente petrificado ao chegar às moedas lá embaixo.
Mesmo com Mari'bel e Pena Branca disparando mais flechas, o segundo nishruu não exitou e avançou desejoso dos elfos e tocou o área de anti-magia. A hecatombe que se seguiu quase destruiu a todos, além de desintegrar a criatura. A área de anti-magia se desfez, tornando-se uma área de magia selvagem. Derdeil Óphodda percebeu que não sentia mais seu contato com Rhange Hesysthance, deus da magia. O nishruu-portal, no entanto, seguia crescendo e dando vazão a novos monstros.

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