A cidade estava cercada em todas as direções. Calculava-se que haveriam dezenas... talvez mais de uma centenas de milhares de mortos-vivos. Ashaben nem sempre fora uma grande cidade, havia lhes contado o bardo Sérgio Reis. Até poucos anos atrás, era uma aldeia de mil habitantes, uma simples extensão das pequenas fazendas cooperativas e da vida agrária do Vale das Névoas. Ela só cresceu com a chegada dos refugiados de Cormyr, muitos deles servos de Tyr, livrando-a de uma breve invasão pelo reino burguês de Sembia.
Hoje em dia, a cidade possuía uma grande muralha, onde agora cerca de dez mil combatentes, quase todos servos de Tyr, se posicionavam sob as ordens dos firmes paladinos do deus da justiça. À frente deles estava o santo martelo de Tyr, Ryolith Fox, um homem marcado pela existência com dor e sofrimento, pois perdera seu reino e sua amada, mesmo que ambos ainda buscasse. Ele era o líder da Justa Resistência, que mantinha as Terras dos Vales com alguma autonomia de Sembia e do Forte de Zhentil, além de buscar recuperar Suzail dos servos de Amaunthor. Mas tudo isso tornou-se secundário há três dias atrás.
Emergindo das cavernas das minas dos anões a leste da cidade, abaixo da floresta de Cormanthor, os primeiros mortos-vivos apareceram, eram drows sem pele que expeliam ácido e se regeneravam dos ataques dos anões. Eles emergiram e chegaram até os muros da cidade, conseguindo matar alguns arqueiros e um mago, além dos pobres campesinos pegos desprevenidos do lado de fora do muro. Aqueles que tombaram voltaram como zumbis, o mago como uma sombra e eles partiram quando a madrugada findava.
Na noite seguinte, eles eram milhares. Vinham de todas as direções, surgindo das árvores da Floresta de Cormanthor que envolve a cidade de Ashaben. Ryolith Fox havia ordenado durante o dia que o povo devia se proteger na cidade e que todos os capazes de lutar deviam unir-se às tropas em Ashaben. Reuniu três mil homens aos mil que já tinha e esperava que chegassem mais cinco mil na próxima noite com a notícia. Mais uma vez, um punhado de arqueiros perdeu a vida, assim como dois clérigos que tentaram socorrê-los, enquanto uma dezenas dos mortos-vivos conseguiu ser destruída, partindo todos com a proximidade do amanhecer. Os corpos dos mortos que não puderam ser devolvidos à vida foram abençoados e queimados.
Durante esse terceiro dia, chegou o apoio que a Resistência esperava, mas o medo já habitava o coração da população, mesmo que houvesse o dobro de defensores. Com a noite, no entanto, eles viram que o número dos inimigos aumentara cinco vezes. Além dos drows sem pele, haviam agora espectros sombrios, zumbis altos de ogres, trolls e gigantes. Carniçais de orcs, hobgoblins e anões. A batalha acabou não acontecendo, pois as flechas dessa vez não derrubaram um morto-vivo que fosse, enquanto que eles apenas cercaram a cidade deixando claro sua superioridade, partindo mais uma vez com a chegada do amanhecer.
E então os heróis chegaram ao portão e entraram com a benção de Shun Iksea. Chuck Norris foi ressuscitado, mesmo que algo dele parecesse perdido para sempre, depois de ser uma alma penada. Haviam deixado o belo templo de Sune e chegaram à igreja de Bibiana Crommiel. Um quinteto de elfos um tanto perdidos e entorpecidos se entregavam a lamúrias e cânticos para a deusa dos elfos.
- Ó Senhora do belo povo, por quê nos abandonastes? - Repetia Dhyon, o clérigo responsável no ambiente esfumaçado e melancólico.
- Acalme-se clérigo. Deve prezar pelo seu papel e se recompor. Sou Kaliandra Boaventura.. este é Cameron Noites...
- O trovador da espada Cameron Noite... - interviu o elfo que reconhecia o cheiro da erva dos hobbits no ar.
- Nós somos de Encontro Eterno - tornou a falar Kaliandra. - Estamos aqui para ter a ajuda de Bibiana com um grave problema...
- Bibiana não responde nossas preces, dama Boaventura... - lamuriou-se o clérigo.
- Ainda assim, temos aqui uma gema... - tomou a palavra a clériga de Sune Gisele Bundchen. - Nela está aprisionada a líder demoníaca...
- A serva de Bibiana e senhora do clã Fey'ri Sarya Dlardrageth... - cortou-a Açougueiro. - Somos todos filhos de Bibiana agora.
- Somos todos filhos de Bibiana... - repetiram os cinco elfos do templo fazendo o mesmo sinal de união.
- Para Bibiana somos todos iguais... não existem mais diferenças de cor de pele, de origem ou mistura - concordou o clérigo Dhyon.
- É o que Bibiana colocou em nossos corações... - disse outro dos elfos da igreja de Bibiana.
- Viram?! Me dê a pedra, Gisele! Deixe-me libertar esta injustiçada mulher - bradou Açougueiro.
- Eu acho que o potente Shun Iksea deve ser quem destrua a pedra, esse deus apolíneo que caminha ao nosso lado - ponderou Derdeil Óphodda.
- Shuuun! Shuuun!! - Disse o próprio paladino de Sune dando gritinhos histéricos com o próprio nome. - Sou eu mesma que vou dar fim nessa gema dos infernos. Esse vai pro meu mago / clérigo predileto - Ele ergueu a espada rósea, deu uma piscadinha para Derdeil e golpeou o rubi que Gisele lhe entregara.
De dentro das duas partes da gema, saiu um espectro que logo se tornou uma magnífica elfa com uma beleza sem igual. Ela estava nua e trazia as formas perfeitas e divinas. Mesmo com asas de morcego e os chifres na testa, todos ali sentiram as bocas secarem e o sangue desacelerar por um instante.
- Criaturas infelizes e inferiores... agora que estou livre, destruirei todos os meus inimigos e vocês pagarão o preço por meu aprisionamento!!! - Ela disse com um ódio tão grande quanto sua formosura.
- Calma, minha senhora. Somos filhos de Bibiana, lembra-se? Estes são nossos aliados agora... estamos com eles contra os drows..
- Ah, sim... claro... Bibiana... é verdade, Açougueiro. Queiram me perdoar a confusão... Bibiana recebeu a todos nós e atende nossas preces... - disse Sarya pousando próxima ao outro fey'ri, embora todos os olhares estivessem sobre ela, pois até mesmo as mulheres sentiam um certo desejo percorrer seu íntimo.
- Quem vai pagar meu prejuízo? - Questionou Rufus Lightfoot apanhando os dois pedaços do rubi, que se desvalorizara com isso.
- Precisamos falar com Bibiana... - interviu Kaliandra.
- Precisamos saber o motivo do silêncio da deusa... - disse Dhyon.
- Precisarei de dez minutos para entrar em comunhão com a deusa... - respondeu Sarya.
- Nesse caso a gente vai indo... - disse Shun pegando Gisele pela mão. - Vamos indo pra muralha cair no pau... onde já se viu, ficar olhando essa chifruda magrela horrenda...
Mari'bel e Sérgio Reis foram para a entrada da Igreja, de onde viam os últimos raios do sol sumirem no horizonte e começavam a escutar o som dos passos da horda morta-viva que se avizinhava. Eles aproveitaram esse momento para dividir alguns achados e fazer uso de produtos recém-adquiridos a bom preço pela lábia do hobbit Rufus. Também gastaram o que lhes restava da energia do mythal para abastecer de magias os últimos itens. Enquanto o druida Chuck Norris discutia com o corvo Edgar, Derdeil e Cameron trocaram farpas quanto a dois livros de magias tomados dos drows, mas o trovador da espada parecia mais ocupado de impressionar Kaliandra:
- Sabe Kaliandra... - ele disse pegando-a pela mão e afastando-a do mago humano. - Depois de tudo que passamos, quase sendo sacrificados por aquela clériga maligna da deusa dos drows, eu repensei muitas coisas... vi que estou em um momento novo da minha vida. Tem aquela hora que o sujeito percebe que não tem mais que ficar procurando, pois tudo que ele mais precisa está ali bem ao lado dele... - o rosto de Kaliandra foi ficando ruborizado, percebendo aonde seu treinador queria chegar. - Você é a mais bela elfa que eu já vi, uma mulher guerreira e maga também... uma mulher pura, recatada e de fibra. Eu gostaria de que assim que retornarmos ao nosso lar em Encontro Eterno... bem.. eu gostaria de falar com o patriarca Boaventura e pedir sua mão... eu gostaria de pedir sua mão em casamento... - finalmente falou Cameron se ajoelhando.
- Era só o que me faltava... - resmungou Derdeil continuando a copiar as magias em seu livro.
- Oh Cameron... que coisas mais lindas... - disse Kaliandra Boaventura sem jeito. - Eu ficaria muito... muito feliz com isso...
O grito de Sarya Dlardrageth, no entanto, atraiu a atenção de todos, inclusive do romântico casal. Açougueiro a amparou, enquanto ela balbuciava algo sobre o horror que caíra sobre a deusa Bibiana. O monge Braad tentou animá-la com um pouco de bebida, mas o elfo demoníaco pegou sua senhora no colo, enquanto Derdeil alertou Shun com uma mensagem mágica e eles partiram para os muros da cidade.
- Bibiana não responde nossas preces, dama Boaventura... - lamuriou-se o clérigo.
- Ainda assim, temos aqui uma gema... - tomou a palavra a clériga de Sune Gisele Bundchen. - Nela está aprisionada a líder demoníaca...
- A serva de Bibiana e senhora do clã Fey'ri Sarya Dlardrageth... - cortou-a Açougueiro. - Somos todos filhos de Bibiana agora.
- Somos todos filhos de Bibiana... - repetiram os cinco elfos do templo fazendo o mesmo sinal de união.
- Para Bibiana somos todos iguais... não existem mais diferenças de cor de pele, de origem ou mistura - concordou o clérigo Dhyon.
- É o que Bibiana colocou em nossos corações... - disse outro dos elfos da igreja de Bibiana.
- Viram?! Me dê a pedra, Gisele! Deixe-me libertar esta injustiçada mulher - bradou Açougueiro.
- Eu acho que o potente Shun Iksea deve ser quem destrua a pedra, esse deus apolíneo que caminha ao nosso lado - ponderou Derdeil Óphodda.
- Shuuun! Shuuun!! - Disse o próprio paladino de Sune dando gritinhos histéricos com o próprio nome. - Sou eu mesma que vou dar fim nessa gema dos infernos. Esse vai pro meu mago / clérigo predileto - Ele ergueu a espada rósea, deu uma piscadinha para Derdeil e golpeou o rubi que Gisele lhe entregara.
De dentro das duas partes da gema, saiu um espectro que logo se tornou uma magnífica elfa com uma beleza sem igual. Ela estava nua e trazia as formas perfeitas e divinas. Mesmo com asas de morcego e os chifres na testa, todos ali sentiram as bocas secarem e o sangue desacelerar por um instante.
- Criaturas infelizes e inferiores... agora que estou livre, destruirei todos os meus inimigos e vocês pagarão o preço por meu aprisionamento!!! - Ela disse com um ódio tão grande quanto sua formosura.
- Calma, minha senhora. Somos filhos de Bibiana, lembra-se? Estes são nossos aliados agora... estamos com eles contra os drows..
- Ah, sim... claro... Bibiana... é verdade, Açougueiro. Queiram me perdoar a confusão... Bibiana recebeu a todos nós e atende nossas preces... - disse Sarya pousando próxima ao outro fey'ri, embora todos os olhares estivessem sobre ela, pois até mesmo as mulheres sentiam um certo desejo percorrer seu íntimo.
- Quem vai pagar meu prejuízo? - Questionou Rufus Lightfoot apanhando os dois pedaços do rubi, que se desvalorizara com isso.
- Precisamos falar com Bibiana... - interviu Kaliandra.
- Precisamos saber o motivo do silêncio da deusa... - disse Dhyon.
- Precisarei de dez minutos para entrar em comunhão com a deusa... - respondeu Sarya.
- Nesse caso a gente vai indo... - disse Shun pegando Gisele pela mão. - Vamos indo pra muralha cair no pau... onde já se viu, ficar olhando essa chifruda magrela horrenda...
Mari'bel e Sérgio Reis foram para a entrada da Igreja, de onde viam os últimos raios do sol sumirem no horizonte e começavam a escutar o som dos passos da horda morta-viva que se avizinhava. Eles aproveitaram esse momento para dividir alguns achados e fazer uso de produtos recém-adquiridos a bom preço pela lábia do hobbit Rufus. Também gastaram o que lhes restava da energia do mythal para abastecer de magias os últimos itens. Enquanto o druida Chuck Norris discutia com o corvo Edgar, Derdeil e Cameron trocaram farpas quanto a dois livros de magias tomados dos drows, mas o trovador da espada parecia mais ocupado de impressionar Kaliandra:
- Sabe Kaliandra... - ele disse pegando-a pela mão e afastando-a do mago humano. - Depois de tudo que passamos, quase sendo sacrificados por aquela clériga maligna da deusa dos drows, eu repensei muitas coisas... vi que estou em um momento novo da minha vida. Tem aquela hora que o sujeito percebe que não tem mais que ficar procurando, pois tudo que ele mais precisa está ali bem ao lado dele... - o rosto de Kaliandra foi ficando ruborizado, percebendo aonde seu treinador queria chegar. - Você é a mais bela elfa que eu já vi, uma mulher guerreira e maga também... uma mulher pura, recatada e de fibra. Eu gostaria de que assim que retornarmos ao nosso lar em Encontro Eterno... bem.. eu gostaria de falar com o patriarca Boaventura e pedir sua mão... eu gostaria de pedir sua mão em casamento... - finalmente falou Cameron se ajoelhando.
- Era só o que me faltava... - resmungou Derdeil continuando a copiar as magias em seu livro.
- Oh Cameron... que coisas mais lindas... - disse Kaliandra Boaventura sem jeito. - Eu ficaria muito... muito feliz com isso...
O grito de Sarya Dlardrageth, no entanto, atraiu a atenção de todos, inclusive do romântico casal. Açougueiro a amparou, enquanto ela balbuciava algo sobre o horror que caíra sobre a deusa Bibiana. O monge Braad tentou animá-la com um pouco de bebida, mas o elfo demoníaco pegou sua senhora no colo, enquanto Derdeil alertou Shun com uma mensagem mágica e eles partiram para os muros da cidade.
Kaliandra liberou Edgar, que assim como os elfos demoníacos fey'ri, saiu voando para o alto e pode ter uma visão mais clara da vastidão da ameaça, embora as árvores da floresta encobrissem muitos dos inimigos. Ra's Al Ghul sumiu da vista de todos como por encanto, enquanto Odisseu de Varlan seguiu com o grupo.
Enquanto Derdeil Óphodda foi encaminhado para a Academia Arcana, todos os demais foram levados até Ryolith Fox, que conversava com Shun e Gisele.
- É um prazer tê-los, conosco campeões. Não fossem essas péssimas condições em que a vida nos obriga a lutar contra o mal, nossos agentes poderiam atuar melhor na defesa dessa cidade. - O santo paladino de Tyr os agradeceu pela companhia na batalha, encaminhando-os para as tropas. Mari'bel e os elfos dispararam com os milhares de arqueiros no alto da muralha, embora logo descobrissem o pouco efeito que isso tinha na horda morta-viva.
Quando o pequeno corvo Edgar avistou, escondidos entre as árvores, um grupo de elfas vivas cercadas por guardiões sombrios e incorpóreos, sua mestra Kaliandra reportou ao santo Ryolith Fox. O martelo de Tyr ordenou que eles atacassem o coração do problema, enquanto ele mantinha a moral das tropas na defesa da cidade.
Enquanto Derdeil Óphodda foi encaminhado para a Academia Arcana, todos os demais foram levados até Ryolith Fox, que conversava com Shun e Gisele.
- É um prazer tê-los, conosco campeões. Não fossem essas péssimas condições em que a vida nos obriga a lutar contra o mal, nossos agentes poderiam atuar melhor na defesa dessa cidade. - O santo paladino de Tyr os agradeceu pela companhia na batalha, encaminhando-os para as tropas. Mari'bel e os elfos dispararam com os milhares de arqueiros no alto da muralha, embora logo descobrissem o pouco efeito que isso tinha na horda morta-viva.
Quando o pequeno corvo Edgar avistou, escondidos entre as árvores, um grupo de elfas vivas cercadas por guardiões sombrios e incorpóreos, sua mestra Kaliandra reportou ao santo Ryolith Fox. O martelo de Tyr ordenou que eles atacassem o coração do problema, enquanto ele mantinha a moral das tropas na defesa da cidade.