6 de jul. de 2014

Fragmentos


Mari'bel era muito mais que Mari'bel, naquele momento. Ela continuava a ser uma killoren, uma fada, uma representação física das energias idas de outras fadas que se foram. Ela sabia que ao contrário das outras criaturas vivas, as fadas não tinham um espírito de energia positiva que partia para a vida nos reinos de seu deus, como humanos, elfos ou mesmo orcs e trolls. Também não seguiam para o reino dos deuses da natureza como animais e plantas ou mesmo a mais simples das amebas. As fadas, quando perecem deixam sua força fluir para o reino das fadas e neste renascem como novos seres, novos velhos seres. Os killoren eram estas entidades primeiras, ainda não de todo definidas, que poderiam ascender por variados caminhos.  As vezes essa escolha demorava décadas, em alguns casos séculos. Seus três aspectos nada mais são que os troncos principais que conformam todas as fadas: o ancestral, o destruidor e o caçador.
Desde que Timothy Hunter trouxe o reino das fadas para esse mundo, para a Grande Floresta, Mari'bel já era apenas um ser com aquele lugar, com aquele solo, com aquelas árvores, com toda a fauna, com o próprio ar. Esta era a terceira vez que enfrentava o ritual de purificação dos Guardiões da Natureza. Além de jejuar, o que pra ela nada significava, ela tinha que buscar os ancestrais que habitavam as energias que a formavam, que formavam aquela antiga mata, esse mundo profundo.
A arqueira Mari'bel já sabia que foi uma dríade no tempo das formações do tempo, que fertilizou o solo a convite da deusa Chauntea no princípio de Faerun, quando as fadas eram antigas, mas esse mundo era novo. Nesse tempo não havia ainda fada que houvesse morrido e ela perdeu sua vida nas garras de um vil demônio.
Em outra passagem, Mari'bel era Perseval, um nixie, um pequeno fada das águas. Fluía  pelos rios do reino das fadas, voava com os peixes-voadores e paquerava as gotas da chuva. Acompanhou a rainha Olimpiana das fadas, tataravó de Titânia mãe de Timothy, ao casamento da terceira rainha dos elfos após a Guerra das Coroas. Houve muita beleza naquela cerimônia, que se passara onde já não há Grande Floresta nos dias de hoje, mas apenas o solo arenoso do Grande Deserto. Foram muitos dias de festa, em cujo fim Perseval preferiu ficar com uma elfa por quem se enamorara. Morreu atacado por elfos de pele negra que assaltaram a vila dos elfos em que residia ao tentar defender sua companheira e filhos.
De volta ao reino das fadas, era agora um killoren que só pensava em vingança. Presa a esse aspecto, ascendeu à forma de um banshrae. Escapou do reino das fadas e mais uma vez chegou ao mundo de Faerun, dessa vez aliado a um mago. Este, no entanto, o havia enganado. Mari'bel viu-se preso e instrumento da vontade do mago.
Antes que mais se desse. Ela sentiu o tremor em seu íntimo. Depois sentiu a lava jorrar, mesmo que fosse longe dali, mesmo confinada no interior do velho carvalho. Ela deixou seu transe, pois sabia que já haviam se passado muitas horas de meditação e que tinha aprendido muito mais sobre si mesma, sobre seu povo e sobre o mundo. Saindo do carvalho, ela viu o clarão ao sul, que ainda iluminava aquela noite de lua cheia, ela ouviu também o som distante de uma batalha.


- Que se passa? - Disse Braad acordando atordoado.
- Você apagou por conta da bebida, monge - disse Kaliandra Boaventura ajudando-o a levantar.
- Armas.. espadas longas, arcos longos.. eu fui buscar.. toma paladino.. uma espada pra dar sorte.. - foi chegando Rufus, que trazia Azuzu carregado de armas amarradas ao corpo, enquanto passava por sobre os cadáveres. - Ainda tem problemas lááá embaixo.
- Nunca caí de bebedera.. foran solo 6 garrafas de run, 3 vinos drows e 2 hidroméis... debia haver veneno - resmungou o mestre da bebedeira olhando em volta e tentando entender de onde haviam saído aquelas dezenas de cadáveres drows sem pele espalhados pelo pátio suspenso onde se dava o jantar. Também percebia que havia bem menos elfos verdes do que antes, assim como Derdeil, que antes estava ao seu lado, havia sumido. - E esto?
- Fomos atacados durante o jantar - explicou Kaliandra indo para perto dos outros.
- Fique ereto, monge. Como eu sempre fico agora que estou livre de minha maldição... hein, hein Kaliandra... - ia pavoneando Sérgio Reis.
- Isso não está terminado - interviu Jorge de Capadócia avançando e cortando a cabeça de um dos corpos que ainda tremiam. - Eles não foram devidamente destruídos.
- Eles sequer deviam ter chegado até aqui - ponderou a clériga de Bibiana Hawk Eagle. - O poder do mythal não deveria permitir que a energia negativa que os anima os mantivesse de pé.
- O que faremos, Hawk? Quem os enviou, Falcon? - disse a druida Felícia aproximando-se com Chuck Norris.
- Os responsáveis por isso irão pagar. Pardal bicará seus olhos!!! - Urrou Falcon Eagle socando a mesa.
- Yo voy ver las cossas lá embarro... - disse Braad saltando da plataforma em direção a uma escada que dava acesso ao solo da floresta. Rufus fez o mesmo pelo outro lado do salão de jantar. Todos, no entanto, sentiram um estranho calafrio e ouviram o urro bestial ecoar num último tremor.



Derdeil Óphodda não demorou a achar o caminho. Invisível que estava, podia seguir velozmente sem medo de ser visto naquela noite de luar. Ele desceu por uma escada depois de largar o corpo do monge bêbado e agora já estava a uma boa distância do problema com os drows e mortos-vivos. Ele viu que lá embaixo ainda haviam mortos-vivos e drows que surgiam de portais para carregar todos e quaisquer corpos de elfos vitimados. Mas aquilo não era o seu problema. Lembrava-se do caminho e via que estava cada vez menos distante da Árvore do Grande Pai. Ele tinha uma missão... uma missão dada pelo próprio Azuth. Derdeil viu também quando alguém passou saltando sobre ele pelas árvores. Também não perdeu tempo com aquilo.
Alguns passos depois, no entanto, ele viu que a magia de invisibilidade se desfez. Escutou um urro. Um urro de dragão. Muito pior, ele sentiu todas as suas magias se desfazerem, todos os seus itens perderem a magia. Ele entendeu que algo muito maior se dera, mas mesmo assim não exitou e avançou. Ele chegou até o local onde o mythal permanecia. A pequena construção era apenas como um pequeno templo da natureza ao redor da esfera que pairava flutuando acima de um pequeno espelho de água. Não havia sinal de sentinelas e não poderiam haver proteções mágicas a funcionar naquele momento. Nenhuma das defesas erguidas pelo dragão Inferno restara. Curiosamente, no entanto, quando o mago de Halruaa já subira os degraus e estava a poucos passos do mythal, sua invisibilidade perfeita retornou. O tecido mágico retornara, inclusive o poder do mythal, que tornou a emanar o brilho prateado.

Derdeil Óphodda esticou seu indicador direito e disparou três misseis mágicos contra o mythal da Grande Floresta. Os raios acertaram o poderoso artefato sem perturbá-lo, sendo absorvidos prontamente. O mago e clérigo percebeu que não poderia destruir o artefato com uma energia que vinha dele próprio. Ele esticou o dedo mais uma vez, mas dessa vez sacrificou sua própria vida para aquilo.


Quando Mari'bel aproximou-se da vila, vindo pelo alto das árvores, ela ainda teve tempo de ver os drows a carregarem os corpos dos elfos pelos portais, sumindo também com os mortos-vivos sem pele lá embaixo. Ela viu seus colegas e os Eagle no centro de comunhões alimentares da vila e para lá se dirigiu, sentindo o calafrio e escutando o urro colossal, o urro de um ser vivo que morre. Ela viu Rufus e Braad descerem saltando e os elfos se reunindo.
- Este é o urro de um dragão. Algo afetou o próprio tecido mágico.. - gritou Merlin Eagle. Mas ele foi interrompido pelo terror que se seguiu, pois as dezenas de cadáveres que estavam caídos aos pés deles ergueram-se independentemente de quão feridos estavam, até mesmo um sem cabeça.
- Que maldição é essa? - protestou Falcon Eagle disparando célere suas flechas.
- Era óbvio que algo estava errado - atacou Jorge com sua espada. Todos fustigaram-nos com seus mais poderosos ataques sem ter qualquer efeito em troca. Nada parecia mais capaz de ferir os mortos-vivos.
A clériga Hawk clamou pela força de Bibiana para explodir em energia positiva, o que não dependeria da magia, mas simplesmente nada aconteceu. Chuck transformou-se em um leopardo para lutar, enquanto que Felicia preferiu a forma de um urso. As criaturas nefastas, no entanto, não perderam tempo. Eles caíram sobre todos, rasgando todos com suas garras ácidas. Um a um, os Eagles e os heróis iam tombando. Enquanto isso, a drow Dzariah ergueu-se como mais um dos mortos-vivos.
Lá embaixo, Rufus Lightfoot e Braad viam as marcas deixadas pelo avanço dos mortos-vivos, mas não havia sinal de qualquer indivíduo, morto, vivo ou morto-vivo. Seguiram os rastros em busca de pistas percebendo como todos confluíam do sul. Aos poucos, o hobbit entendeu que mais do que o rumo do vulcão da Montanha da Estrela ao sul, os rastros vinham e sudoeste, do entreposto drow por onde passaram para resgatar Kaliandra.
- Xiiiii....
Mari'bel disparava suas setas, mas assim como os demais não conseguia ferir os mortos-vivos. Resolveu chegar à plataforma para resgatá-los. Chuck e Felicia tentavam agarrar seus inimigos, mas tinham pouca sorte, sendo ela muito ferida pelo ácido. Sérgio Reis tornou a cantar para tentar incentivar a todos no combate, enquanto buscava escapar saltando. Apesar de passar do primeiro, acabou por estatelar com os outros mortos-vivos, esparramando-se pelo chão. Hawk e Kaliandra aproveitaram a oportunidade para derrubar seus antagonistas sobre os demais, abrindo caminho para que passassem. Swam, Raven e Ravena conseguiram passar e saltar lá para baixo. As mais de cinquenta criaturas ainda de pé cercaram Falcon e Jorge, além de derrubarem Merlin, Woodpecker, Owl e Crow. Também agarraram o bardo Reis arrancando-lhe os últimos suspiros.
- Vamos, senhora - chamou Kaliandra por Hawk.
- Eu não posso abandonar o homem da minha vida... - ela disse com os olhos cheios de lágrimas indo em direção a Falcon. Naquele momento, aos olhos de Kaliandra Boaventura, foi como se a clériga fosse a própria Bibiana, disposta ao sacrifício pelo bem dos seus. Isso inspirou a guerreira Kaliandra a tentar tirar a carcaça inútil do bardo do meio das ameaças mortas-vivas, o que acabou por torná-la mais uma vítima.
Mari'bel chegou em auxílio a elfa, justo quando todos perceberam que o que quer que tivesse se dado com a magia, passara. Ela recuou imediatamente, vendo que a clériga Hawk usou de uma magia de cura para espalhar energia positiva ao redor, o que curou seus aliados e trouxe de volta Sérgio Reis, além de ferir os inimigos finalmente, mesmo que não tenha chegado até as duas. Os ataques de Jorge, Falcon e Condor enfim surtiam efeito. Ainda assim, eram como um sopro contra uma avalanche. Sitiados que estavam, mesmo renovados, os ataques foram tantos que Condor Eagle tombou. Felicia transformou-se em águia para não ter o mesmo destino e se afastou para o alto. Chuck preferiu saltar ainda em forma de leopardo para o térreo da floresta.
Sem perder mais tempo, Mari'bel levou o corpo de Kaliandra, sendo seguida por Sérgio Reis, que tornava a cantar. Ela ainda viu Hawk cair entre os drows sem pele, arrancando gritos de fúria de Falcon Eagle antes que ele tombasse também. Jorge da Capadócia golpeou até que as mãos mortas-vivas agarrassem-no por todos as partes, puxando cada membro em uma direção diferente, dissolvendo as placas de sua armadura com seu ácido corrosivo, sem no entanto trazer medo ao coração do campeão da justiça.

- Fujam!!! - A killoren ainda escutou o servo de Tyr, enquanto seu corpo era esquartejado em múltiplas partes e devorado pelos mortos-vivos.
- Deixa eu te ajudar a carregar.. eu vou bolinar ela... - disse Sérgio tentando alcançá-la na ponte que levaria até a escada em outra árvore e para além dos mortos-vivos.
- Não precisa... e nada de bolinar... - disse Mari'bel terminando de amarrar Kaliandra em suas costas, mesmo que os pés da alta elfa arrastassem no chão, afastando-se do sempre excitado bardo e ainda receosa com os mortos-vivos que se avizinhavam. Ela percebeu que alguns mortos-vivos tombaram inertes como sacos de carne inanimada subitamente, ao mesmo tempo que uma pequena vibração energética denunciava que algo mais se passava.
- Seria maligno um mero bolinar, ó universo? Na minha cultura, bolinar é uma forma simbolicamente respeitosa de um homem, sujeito macho, demonstrar alto grau de apreciação pelas aptidões estéticas de toda e qualquer moça, predicativa fêmea, que esteja apta a um entrelaçamento carnal-afetivo-relativista-pós-moderno sem fins lucrativos. Assim sendo, não se preocupe fadinha, que não deixarei de te bolinar quando tivermos um tempinho para cobri-la com minha apreciação e respeito, pois o universo me garantiu que posso ser caótico por amar demais, mas nunca maligno... - o cãozinho do berrante gastou toda sua ação com aquela ladainha, ao mesmo tempo que a arqueira disparou uma seta contra o morto-vivo mais próximo, que ameaçava seguir pela passarela, mas que acabou recuando como os demais. Ela ainda teve tempo de descer a escada e chegar lá embaixo, enquanto o bardo ainda tagarelava.
Uma vez que estavam todos reunidos lá embaixo, optaram por seguir para o mythal e para a árvore do Grande Pai.

Derdeil Óphodda disparou os mísseis mágicos de seu dedo, que dessa vez atingiram o mythal com violência. O servo de Azuth viu o poderoso artefato chacoalhar no ar e ser trincado por rachaduras mas continuar ali. O sacrifício o deixou debilitado como nunca, cobrado um quinhão de sua vitalidade, mas ainda havia algo a ser feito, sua missão não terminara ainda. Fazendo uso da energia que ainda possuía graças ao sacrifício do drow, o mago de Halruaa usou do vigor que ainda lhe restava e conclamou da magia, disparando um raio negro e tenebroso que atingiu o mythal fazendo-o explodir em uma luz ofuscante. Enquanto caía, Derdeil sentia os pedaços do mythal atingirem seu corpo. Seus dedos fecharam-se sobre um pedaço maior dos fragmentos que por ali estavam agora, mesmo que sequer soubesse se poderia se arrastar para fora dali.
Foi então que, com sua vista recuperada, ele viu ali, diante dele um estranho elfo grande. Possuía barba e metade de seu rosto era coberta de metal. Seu manto tinha incontáveis olhos, ao redor de sua cabeça pairavam inúmeras pedras de ioun e trazia um cajado que terminava em uma mão.
- Derdeil Óphodda, mago de Halruaa, clérigo do deus dos magos, você achava realmente que poderia me derrotar, verme inútil?! A mim?!? - bradou o recém-chegado furioso. - Eu sou Rhange Hesysthance, o deus da magia. Seu esforço de me atingir através do mythal, minar meus poderes, perturbar o que criei não tinha chance de dar certo. Eu venci e destruí todos que ousaram se por no meu caminho, humano imbecil.
O deus da magia apontou seu cajado para o rosto de Derdeil como que para destruí-lo, porém nada aconteceu. Sem demora, Óphodda aproveitou-se do momento, conjurou a força do fragmento que ainda tinha consigo e disparou mísseis mágicos contra o deus da magia. Estes não só acertaram o alvo como o feriram, trazendo surpresa para o olhar de Rhange Hesysthance. Derdeil não vacilou e disparou raios de fogo sobre o elfo deus, ferindo-o novamente, mas dessa vez Rhange revidou, golpeando-o na cara com o cajado e estatelando o halruniano contra o chão.
- Você pagará por esse insolência, verme inútil. Por isso, não só você, mas todo o seu povo pagará. Eu cuidarei que Halruaa tenha o mesmo destino de tudo que é humano.. definhar e perecer. Halruaa cairá como Netheril caiu e isso começará com sua carcaça inútil! Inútil !!! - O deus bradou furioso.
- Pois tente, falso deus... - gargalhou Derdeil sem medo. - Os verdadeiros defensores da magia, o grandioso Azuth, nossos magnânimos arquimagos... eles mostrarão que você não passa de um tolo poderoso! E um tolo e seu poder logo se separam.
Rhange Hesysthance ergueu alto o cajado, mas antes que golpeasse Derdeil Óphodda, um velho mago de barbas brancas surgiu atrás dele, agarrando seus braços e o impedindo, contendo-o com seu cajado.
- Suas loucuras terminam aqui, usurpador! A magia vai voltar ao que já foi... - disse aquele que Derdeil
reconheceu como seu deus, Azuth, o senhor dos magos.
- Serão vocês dois que me impedirão, porcos inúteis? Pois não me servem para nada!!! - gritou Rhange.
- Pois eu desejo que Rhange Hesysthance Sorrowleaf desapareça e se afaste da magia, que não tenha poder sobre ela aqui ou em qualquer outro mundo. Que as consequências de seus atos deixem de afetar o tecido mágico. Que a magia volte a ser livre como deve ser! - Com essas palavras findas, o deus da magia desapareceu simplesmente. O deus dos magos mirou seu servo caído. - Parabéns, Derdeil Óphodda. Você cumpriu o que lhe pedi e será recompensado por isso.
- E.. eu.. só.. só fiz.. o que.. que me foi pedido, se.. senhor... - gemeu Derdeil deixando claro que precisava de cura.
- Serás o meu escolhido, sendo dito a todos que ajudastes a terminar o terror do antigo deus da mag... - nesse momento, porém, foi a vez de Azuth sumir simplesmente.

Quando cruzaram as árvores e entraram no templo natural que guardava o mythal, onde Mari'bel e Chuck haviam visto o dragão Inferno erguer proteções únicas para defendê-lo, já não havia sinal de nada daquilo. Apenas o corpo de Derdeil Óphodda caído entre incontáveis fragmentos espalhados do mythal, que brilhavam no chão, sobre o pequeno corpo aquoso ao centro ou mesmo cravados em algumas das árvores mais próximas.
- O que houve aqui? - disse Felicia Eagle voltando a forma élfica.
- Eu destruí o mythal - balbuciou Derdeil sem força mas com convicção.
- Criminoso!!! - Gritaram os Eagles e os servos da natureza em uníssono. - O mythal era a proteção da Grande Floresta, vilão! - Completou Felicia.
- Grarrrrr - rosnou Chuck Norris acoçando o mago
- Calma gatito... - interpôs-se Braad, enquanto Rufus já não conseguia deixar de prestar mais atenção aos fragmentos.. - Por que Derdeil? Que passa?
- Eu fiz isso para salvar a magia, em nome de Azuth... ele me enviou... recolham os fragmentos do mythal.
- Como podemos acreditar em você? - Questionou Mari'bel.
- O paladino já nos alertou pra como você era, mago clérigo - lembrou Sérgio Reis.
- Eu convoco uma zona de verdade - disse Derdeil invocando a magia e usando o poder do fragmento do mythal que ainda tinha consigo. - Eu fui enviado por uma poderosa entidade, que julgo ser meu deus Azuth, senhor dos magos. Ele me procurou em meus sonhos e disse que eu devia destruir o mythal da Grande Floresta para desestabilizar os poderes e desmandos do vil deus da magia, restaurando a magia ao estado anterior para a glória de Halruaa.
- A magia o faz falar a verdade - observou Sérgio.
- Ainda assim você pagará por seu crime, Derdeil de Halruaa - interviu Felícia. - Você será levado até o treant Fangorn e ele decidirá como serás executado!
- Devíamos matá-lo agora - acrescentou Raven Eagle, que teve a concordância de Chuck Norris ainda vigilante.
Entretanto, os fragmentos do mythal começaram a expandir seus brilhos. A energia começou a deixá-los e reunir-se em uma única forma sólida que ia se tornando humanóide. Rufus que não se livrou de seu pedaço, sentiu o choque da energia percorrê-lo com algum dano elétrico. Por fim, a força explodiu em luz e quando todos puderam ver, tinham diante de si o mais estranho dos elfos.
- Pensou mesmo que estava livre, humano maldito - disse Rhange Hesysthance que retornara e parecia ainda mais furioso. - Eu sou o deus da magia, senhor de tudo que é mágico! Nada mágico pode ou poderá me destruir. Agora que Imvaernarho se foi, que Evereska tombou com os campeões da Grande Floresta, muito pouco resta por aqui. A senhora das aranhas e seu novo aliado expandem sua teia e os tolos se deixam prender!
- Everska? Caiu? - Choramingou Sérgio.
- Ehtur? Daphne? - Não quis acreditar Mari'bel. Rufus e Braad, por sua vez, não perderam tempo e atacaram o deus. Seus ataques o atingiram, mas nada fizeram contra ele, fazendo com que os dois sentissem os efeitos danosos de suas próprias investidas.
- Estou farto de vocês, pulgas inúteis que não me servem para nada. Morram!!! - Rhange Hesysthance derramou um oceano de energia negativa sobre a Grande Floresta. Aquela força nociva seria capaz de matar toda e qualquer ser vivo num raio de muitos quilômetros, a começar pelos heróis. Mari'bel sentia a vida deixá-la novamente, dessa vez passando pro próprio solo, uma vez que aqui era o reino das fadas. Pensou que esta fora uma curta existência. Mas eis que então, no último instante, ela sentiu uma força acalentadora e protetora a envolver, como o colo tranquilizador de um pai a defendê-la do perigo. Primeiro ela, depois os seus e, por fim, toda a antiga mata.
- Seu poder e suas manobras são vazias em meu território, deus da magia! Não deixarei que suas maquinações perturbem o equilíbrio e meus filhos - disse a voz antiga como o princípio do mundo. - Parta e leva suas energias nefastas com você.
- Eu fui ofendido, senhor da floresta, e venho cobrar a ofensa! - Bradou Rhange. - Nada tenho contra você e os seus, mas exijo o que é meu por direito!!!
- Permaneça e sentirá a fúria primordial do primeiro Filho, do primeiro Pai, daquele que é para que tudo pudesse ter sido!!! Eu o expulso de minha terra, deus da magia e o alerto que não haverá aviso da próxima vez.
Mari'bel despertou. Ao abrir os olhos viu que todos os seus colegas estavam vivos e faziam o mesmo. Não havia nenhum sinal do deus da magia.


- Meu pobre gatinho...
- O que houve, meu deus das fadas? - Disse Mari'bel para o choroso deus das fadas.
- A explosão mágica...
- Fruto da execução do dragão Inferno e piorada com a destruição do mythal... - completou o treant Fangorn.
- Ela afetou todas as criaturas mágicas.... - choramingou Timothy. - Meu pobre Nojento.. snif snif. Mandei os faunos e centauros checarem os unicórnios, as dríades, as ninfas e os pixies. Isso sem falar nos leprechaus, brownies e staypuffs. Já mandei o povo pequeno ver isso. Mas sei que muitos foram destruídos como o meu pobre Nojento.
- Mas por que? Como? - Tentava entender Mari'bel.
- Criou-se uma momentânea área de magia morta... - explicou o deus garoto.
- Isso é fatal para seres mágicos... seres que tem a magia em sua essência... - completou Derdeil.
- Este criminoso destruiu o Mythal, meus senhores... - disse Felicia Eagle. - Ele é o responsável por todo esse caos e destruição...
- Os mortos-vivos drows varreram Falcon e os demais.. sumiram sem deixar sinal... - disse Swam.
- Levaram todos os corpos... - acrescentou Ravena.
- Os rastros dos mortos-vivos vem de um entreposto a sul... dois dias de viagem... - disse Rufus.
- Nós viemos de lá... - disse Mari'bel.

- Você responderá por seus crimes e ficará preso por hora, Derdeil, até que possamos lidar com você. Quanto a vocês outros, devem cuidar que o mythal seja todo recolhido... - indicou Fangorn. - Com a queda de Evereska, a perda de Ehtur, Daphne, Úrsula e os outros, temos de reter o que pudermos de nossas forças. A investida da senhora das aranhas e seu novo aliado foi terrível... não fossem as intervenções de Chauntea no sul... de Silvanus entre nós... de Miellikki no oeste e talvez toda a Grande Floresta perecesse. Quanto aos Eagles, devem ir buscar por pistas de seus familiares...

7 comentários:

  1. Rufus, o hobbit aranha, Lightfootdomingo, julho 06, 2014

    Sabe que eu nem achei esses caras tão legais, mas todos demasiadamente verdes e pelo visto não muito brilhantes já que não perceberam o que acontecia na sua própria casa. Um pequeno descuido que levou a morte de quase todos e do pobre palada, pobre mesmo eu acho ele deveria ter cuidado mais da vida dele assim como eu tento fazer, nem vi o que aconteceu mas disseram que foi horrível. E ainda tente o velho que quebrou a pedra em várias pedrinhas, velho maluco do caramba, fica falando sozinho numa língua esquisita e depois fica louco.
    Acho que sou o único sensato por aqui...

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  2. Jorge, assim que eu acordar, irei buscar alento na Deusa dos Elfos, e me inteirar de toda a situação.

    Sobre Derdeil, clamarei por justiça, e acreditarei em suas palavras. Sobre a situação geral, pedirei que algum artifício poderoso me faça entrar em contato com minha rainha em minha cidade natal. Sobre o bolinador, caso me seja informado a intenção da bolinaçao, irei informar a respeito do último drow que me tentou, e de como o penis dele foi retirado do corpo.

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  3. Mari'bel buscava encontrar o equilibrio interno...
    ela se sentia tao abalada quanto a Floresta... apesar de saber que no reino das fadas, nada se perde, tudo se transforma, a perda das criaturas mágicas e o pranto de seu Deus pelo lindo e fofo Nojento aperta seu coraçao.

    Ela sentia tristeza ao pensar no Paladino, que por mais que sua forma de ser quadrada e excessivamente ordeira a incomodavam um pouco, ela sabia que sua existência era necessária para manter o equilíbrio do grupo... é com pesar que ela se dá conta que nenhum de seus atuais colegas prezam pela ordem.

    Mais uma vez ela se lembra dos odiosos Drows e jura caçá-los e exterminá-los pelo que fizeram com os Eagles (q sempre considerou seus primos distantes, afinal, sao verdes como ela) e com Viviane. Essa força negra e nefasta que busca a destruição do que é verde. RÁ! Quando eles sentirem a força destruidora da Natureza, eles saberão q seu lugar é embaixo da terra, no FundoEscuro, e que aqui em cima quem reina é o Verde!!

    Mas e o Mythal?? O Mythal a enchia de dúvidas, afinal, se era realmente poderoso, pq permitiu que entrassem tantos seres nefastos na Floresta?? E pq aquele elfo estranho, aquele Deus da Magia que ninguém gosta, está vinculado ao Mythal? Seria ele que enfraqueceu as proteçoes do Mythal de propósito? Para que a Floresta tombasse frente a forças da senhora das aranhas e seu novo aliado?? Será q esse deus está mancomunado com a maldita senhora dos drows?? E talvez não seria melhor desvincular a Floresta do Mythal?? Mas sei lá né.... eu sou daquelas guariãs q nada entendem de magia, vou seguir o que os senhores da Floresta comandarem...

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  4. Toda a verdade foi dita sobre a minha missão. Gostaria de um representante de Halruaa para o meu julgamento.

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  5. Paladino: assim que as coisas se acalmarem, vai beber à memória do guerreiro e ajudar na preparação dos ritos fúnebres de acordo com a fé de Tyr (pelo que sabe sobre isso...). Depois vai pegar o equipamento e o cavalo dele e assim que saírem da grande floresta, vai procurar algum templo de Tyr para deixar lá com os sacerdotes.

    Eagles: também vai tomar um goró, mas como não conhecia muito eles, o choque do massacre é maior do que a morte das pessoas em si. Vai participar dos eventos fúnebres (se os outros elfos antipáticos permitirem) e depois vai seguir com a vida.

    Mythal: a principal preocupação imediata é libertar Derdeil, que foi preso mais por ódio do que pela razão. O próprio deus das florestas, Silvannus, pra mim já entendeu e perdoou a galera, já que salvou todos da morte. Depois disso, é avaliar se realmente vale a pena gastar mais tempo na Grande Floresta, pois está claro que Lolth tá armando alguma e não sei se é sábio ficar por aqui, especialmente quando os elfos já deixaram bem claro que não querem a nossa presença...

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  6. E representante de Halruaa de cu é rola!

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  7. Eu vou preparar pessoalmente os ritos funerais de todos os Eagle e recomendar o seu sepultamento junto a area destinada aos herois no cemiterio da grande floresta, vou tambem recomendar o corpo do paladino para ser sepultado no mesmo local, ma caso fosse o ultimo desejo dele ser sepultado em sua terra natal eu vou pedir ao circulo druidico que lancem magias para preservar o corpo dele para o transporte ate onde nasceu.
    Tambem vou guardar Derdeil junto com o circulo druidico e os guardiaes da natureza ate o seu julgamento pelo Grande Pai

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