26 de jul. de 2014

A grande floresta subterrânea de cogumelos...


Rufus Lightfoot percebeu que as pegadas se concentravam em único ponto. Deixou um sinal para os colegas e começou a descer, levando Azuzu amarrado a ele.
- Hobbit-aranha.. hobbit-aranha.. sempre bate.. nunca apanha...
Os demais chegaram, encontraram a marca de Rufus e o ponto onde ele havia descido. Mari'bel e os guardiões Eagle perceberam. no entanto, que apesar de todos os rastros dos drows estarem concentrados ali, estes haviam pousado no local. Os servos de Lolth haviam levitado ou voado até aquele ponto, passando a caminhar dali em diante. 
- Vamos descer! - Disse Raven Eagle. Ravena foi a primeira. A druida Felicia Eagle transformou-se em uma águia e carregou Swan Eagle com ela. Izabeau, a águia de Chuck, o druida ainda em forma de leopardo, a acompanhou. A killoren Mari'bel ia tentar e cair, mas foi impedida por seu mestre arqueiro.
- Assim não! - Advertiu Raven.
- Escalar não é minha especialidade... - explicou-se ela.
- Em breve você terá de ser capaz de disparar, escalar e assoviar ao mesmo tempo! - Cortou-a o elfo. - Vá! - Novamente, entretanto, a fada iria cair como uma jaca madura, sendo impedida por Raven. - Deixe-me ir primeiro para você ver como se faz - e o guardião desceu atrás de sua irmã gêmea.
- Esperem... - interrompeu o bardo Sérgio Reis. - Eu posso resolver isso com uma magia de leve queda... cairemos como plumas.
- Yo siempre tombo di pié... - interviu Braad fazendo sinal para que o mago subisse em suas costas. - Bamos Derdeil.
- Claro, claro.. - disse o escolhido de Azuth agarrando as costas do monge.
Mesmo assim, o bardo Sérgio sacou seis penas, que foram consumidas na invocação da magia. "Parangamicutirimiruaru" foi a palavra que ele pronunciou, agitando o poder do mythal da Grande Floresta que estava nele e afetando a si mesmo, além de Chuck, Kaliandra, Mari'bel, Braad e Derdeil. Desse modo, estes caíram lentamente, passando aos poucos dos Eagle e até mesmo de Rufus.
Quando a estreita abertura do penhasco abriu-se para a colossal caverna que havia abaixo, nenhum dos presentes deixou de espantar-se. Não só o pé-direito da caverna tinha mais de cem metros de altura, como o espaço se estendia por quilômetros. Nas paredes distantes, vários túneis amplos se formavam. Tão incomensurável era a caverna, que havia até mesmo um lago, de onde partia um rio, além de uma grande área pantanosa ao seu redor. Uma verdadeira floresta de fungos ocupava a maior parte do espaço. Não só imensos cogumelos emergiam como árvores naquele ambiente úmido, como massas amorfas e pútridas espalhavam-se por toda parte. A maior parte dos fungos emitia alguma forma de luminosidade pálida e bruxulenta, que permitia uma percepção clara do ambiente e deixava-o um tanto multicolorido. Não identificaram drows, mas percebiam movimento.
Quando chegaram ao chão e estavam todos novamente reunidos, Os guardiões encontraram rapidamente os rastros dos elfos negros, assim como outros rastros de orcs, goblins e bugbears. Todos iam em direção ao platô que havia à frente, embora houvessem alguns que seguiam e voltavam de um túnel menor à direita. Inspecionaram esse caminho e contataram que terminava em uma abertura circular de quase dois metros de diâmetro. Muito abaixo passava um rio caudaloso. Voltaram.


 Seguindo em direção ao platô, após subirem facilmente, perceberam os orcs e goblinóides escondidos entre a mata de cogumelos. Os rastros denunciavam que estavam fracos demais para fazer qualquer coisa, devendo ser escravos dos drows. O grupo os evitou tomando a direção da ponte que cruzava o rio à frente. Foi já do outro lado do rio, enquanto Mari'bel identificava os rastros dos capatazes drows, que eles avistaram uma grande tropa de mortos-vivos se aproximando. Rufus escondeu-se e recuou. Derdeil Óphodda subiu em um cogumelo do tamanho de uma árvore com a ajuda de Swan Eagle, mas não teve força para puxá-la para cima. Porém, o iniciado do arco Raven Eagle não exitou, mesmo a meio quilômetro de distância ele começou a disparar suas setas contra os monstros, atraindo a atenção dos inimigos. Rufus pensou o que haveria na outra direção antes da ponte e próxima do lago e saiu dali, enquanto Kaliandra e os outros sacaram suas armas. Apenas o bardo Reis preferiu cantar, saltando com um triplo twist carpado para cima do cogumelo, enquanto tocava sua viola e empolgava seus aliados para a batalha.
- This is the rythm of the night... the night, oh yeah...
Os mortos-vivos feitos de drows sem pele eram rápidos como já sabiam os heróis. Depois de duas saraivadas das flechas dos guardiões arqueiros, já estavam sobre os heróis ferindo Chuck, Kaliandra e Braad com seu ácido. O druida Chuck Norris precisou mudar de forma para não perecer e fez-se um grande urso selvagem. As criaturas usaram seus olhares paralisantes para congelar de medo o druida, embora a elfa e o monge tenham resistido. Mesmo que alguns fossem tombando, os mortos-vivos também vitimaram Braad.


Cada vez mais longe dali, Rufus Lightfoot e Azuzu percebiam que haviam algo se mexendo no lago:
- Azuzu, tem algo se mexendo no lago - cochichou o hobbit para seu fiel companheiro que tentava farejar algo que não fosse o cheiro de podridão dos fungos. - Algo realmente grande se mexendo no lago. Ou melhor, algo realmente enorme se mexendo no lago. Ou melhor, algos realmente enormes. Dois algos realmente enormes. Dois algos realmente enormes com tentáculos. Dois algos tipos polvos realmente enormes. Eita. O que são aqueles deseinhos na parede? Parecem runas. Xiii.... Runas formando um pórtico na boca daquela caverna em um élfico bizarro. Aquele parece "highway to hell", mas com acento... melhor copiar e mostrar pros malucos... vem Azuzu...


Enquanto isso, depois de verem Raven e Ravena também serem paralizados, além de Kaliandra e Chuck já acumularem ferimentos e Felicia esgotar boa parte de suas bençãos naturais com desparalisias e curas, finalmente aquela duzia de mortos-vivos ia encontrando seu fim. Mari'bel disparava sem cessar causando bastante estrago e evitando os piores ataques. Sérgio Reis e Derdeil Óphodda permaneciam ocupados com Swan Eagle que demandava auxílio em tom imperativo.
- Mexam essas bundas flácidas e inúteis e me subam logo, humanos!!! - Ela gritava com o mago.
- Se liga sua vagabunda mequetrefe que não consegue subir 3 metros - protestou o bardo. - O mundo não é dos flácidos, piranha. Você já ouviu falar em dieta paleolítica? Se não consegue subir, não atrapalha os verdadeiros heróis dessa história... - e dito isso, Sérgio pegou seu arco, disparando uma flecha que passou mais perto de Raven do que de qualquer morto-vivo. 
Derdeil esquivou-se da discussão e disparou um míssil mágico contra um dos últimos mortos-vivos, que Chuck esmagava em um abraço de urso, o que terminou de destruí-lo. Raven tombou um deixando apenas dois, quando Mari'bel, na ânsia de impressionar seu mestre viu uma de suas três flechas escapar e atingir Braad, que Felicia acabara de levantar pela segunda vez com uma magia de cura. A fada derrubou o monge e o morto-vivo. Kaliandra partiu em carga e deu conta do derradeiro morto-vivo.
Considerando a ameaça debelada, o cãozinho do berrante saltou do cogumelo para o chão. Swan surgiu e deu um murro direto na mandíbula do bardo. Ele sentiu os dedos da aristocrata Eagle comprimindo sua bochecha contra os molares direitos. Derdeil Óphoda que pretendia descer em seguida, acabou por desequilibrar-se e tombar sobre a elfa, levando ambos ao chão.


- Piranha maldita, eu vou acabar com você - gritou Sérgio sacando sua varinha de relâmpagos.
- Opa.. desculpa.. pera aí... - disse Derdeil tentando levantar.
- Eu não tenho que tolerar seu sexismo babaca, bardo incapaz!!! - Gritou Swan saindo de perto do mago.
Felicia e Chuck cuidavam de levantar o monge, assim como Kaliandra e Mari'bel ocuparam-se de Ravena ainda paralisada. Mas Raven Eagle logo sacou mais uma flecha e retesou seu arco.
- Ouse agir contra alguém de minha família, humano, e sequer terá tempo para entender o que o atingiu! 
- Eu não tenho medo de você, Raven Eagle - bradou o bardo tremendo e apontando a varinha para o iniciado do arco. - Sua parenta me atacou.
- Deixem disso... somos todos aliados e temos uma missão em comum... - lembrou Felicia Eagle, redirecionando a atenção.
- Pois é.. então... - falou Rufus aparecendo. - Eu vi isso aqui lááááá longe.. ta vendo lá do outro lado do lago. Usa esse meu vidro-de-espião...
- São runas de teleportação... - disse Derdeil analisando as figuras. - Anunciam um portal, que pode ser ativado com as palavras certas.
- Ah.. e tem dois algos tipo polvos realmente enormes nadando no lago - completou o hobbit. - E pelo que tô vendo aqui... tem gente saindo da caverna... mais mortos-vivos... mais doze acho... bem, enquanto vocês discutem... vem Azuzu...
- É melhor seguirmos.. - disse Raven indicando o caminho à frente, porém eles logo perceberam que vinham dali mais ameaças. Dessa vez, porém, tratava-se de um par de mortos-vivos que precediam quase uma dúzia de bugbears e dois capatazes drows ao final acompanhados de um gigante-de-pedra.
Mari'bel e Derdeil cruzaram a ponte voltando e se esconderam. Rufus que estava escondido junto à ponte, tentava enfraquecê-la para que o rio a levasse. Todos os demais se esconderam ainda antes de voltar pela ponte. 

19 de jul. de 2014

Partida


Tendo gasto o mínimo de horas para se porem aptos a prosseguir, o grupo formado pelos remanescentes do clã Eagle e os aventureiros seguiram em busca de salvar os elfos raptados. Reenergizados com a força do mythal, os heróis se deixaram guiar pelo conhecimento dos elfos verdes e dos servos da natureza. Partiram para os Picos Perdidos. Apenas Derdeil Óphodda protestava contra sua situação de cativo, embora não seguisse amarrado ou preso. Sérgio Reis também foi estimulado a permanecer calado para não atrair atenção indesejada durante a jornada. 
Eles andaram por mais de 4 horas, quando encontraram uma enorme aranha semi-camuflada em sua teia, que cobria a maior parte da passagem. À princípio mantiveram distância, mas da direita viram apareceram outras aranhas do tamanho de cães. Mari'bel questionou a aranha de seu propósito.
- Meus bebês tem fome - ela entendeu a aranha responder na linguagem sem palavras que a magia das fadas a permitia entender. 
Preocupada e precipitada, Mari'bel disparou suas flechas ferindo a aranha que gritou. A fada lembrava que a deusa dos drows era também a deusa das aranhas. Sérgio então pode cantar, enquanto os demais se posicionaram sentindo a ameaça. Braad escalou e levou Derdeil para cima das árvores, enquanto Rufus Lightfoot fez o mesmo, mandando Azuzu ficar seguro. Raven e Ravena dispararam suas setas, aumentando as feridas da aranha enorme. Kaliandra defendeu-se da carga das que vinham. Ainda assim, no alto, os que subiram foram atingidos, mesmo que Rufus tenha atacado a aranha que acertou o monge. No chão, foi o druida Chuck Norris, em forma de leopardo, que acabou atingido e envenenado. As aranhas continuaram atacando, assim como os Eagle concentravam suas investidas contra a aranha-mãe.
- Estamos no território dela.. - alertou Felicia. - Ela é um ser da Grande Floresta.. não é nossa inimiga. Vamos nos afastar... - insistiu a druida enquanto recuava e conjurava o poder da natureza para que ninguém se ferisse, formando uma barreira de cipós e mato que prendeu as aranhas momentaneamente.
Os outros concordaram e foram para longe. Rufus Lightfoot ainda matou uma segunda aranha antes de se afastar pelas árvores. A maior das aranhas deixou a teia recuando e desapareceu camuflada.
O ladino hobbit enquanto se afastava viu brilhos próximos da teia recém-abandonada. Viu gemas de sangue e alguns itens de algum desafortunado par de humanos já devorados. Para não perder muito tempo, vendo que as aranhas se libertavam e retornavam, ele pescou uma espada mágica com sua corda e saiu.
Cortando caminho, alcançou os demais. Ainda seguiram por duas horas, período no qual uma ave negra se
aproximou deles quando já avistavam as montanhas. A águia Izabeau e Felícia Eagle, que assumira a forma de águia para sobrevoar, viram primeiro o pequeno pássaro, um corvo, que pousou próximo à Kaliandra Boaventura.
- Saudações, nobre maga, eu desejo ser seu familiar - disse o corvo na língua dos elfos. - Sou Edgar.
- Você será meu destemido familiar? - Bradou a elfa recebendo o pássaro em seu ombro. - Meus estudos de evocação com Derdeil já me permitiram ter algumas magias em meu livro, mas sinto-me agora no caminho de ser uma trovadora da espada.
- Destemido? Aventuras? Como uma boa maga, ficaremos em seu gabinete a estudar e pesquisar.. seguros.. não é mesmo?
- Bem, deixe-me lhe contar algumas coisas...
Seguindo para as montanhas ao sul, mesmo ainda entre as árvores, avistaram um vulto gigante espreitando da entrada de uma enorme caverna. Quando ele entrou, se aproximaram furtivamente e viram árvores arrancadas e rastros de gigantes. Com o conhecimento da natureza e passagens subterrâneas, acharam caverna certa que o conduziria até as profundezas. Nesse momento, no entanto, o barulho denunciou dois gigantes das montanhas que saíram e desceram para arrancar mais árvores. 
Mari'bel e os Eagle seguiram vendo rastros de drows para dentro da caverna que tinham de ir. Além disso, haviam rastros de oito drows que deixavam essa passagem em direção à caverna dos gigantes há algumas horas. Sem perder mais tempo, os aventureiros desceram, mas foram tomados de surpresa quando DerdeilÓphodda começou a brilhar, exalando pura energia mágica/ Sérgio Reis e Kaliandra Boaventura perceberam que a energia mágica parecia transbordar do mago de Halruaa que se autoproclamava escolhido do deus dos magos Azuth. Foi preciso algum tempo, até que Derdeil conseguisse diminuir o brilho intenso. Como de costume, o pequeno Rufus seguiu em frente, deixando os outros para trás, até que chegou a um penhasco. Para lá seguiam muitas pegadas, os rastros de mais de 30 drows que Mari'bel havia visto.

12 de jul. de 2014

Juntando os cacos


Enquanto alguns descansavam ou mantinham suas atenções sobre o mago de Halruaa, Mari'bel foi prestar seu pesar pela morte dos Eagle, que eram como seus irmãos. Ela abraçou Felícia, Swam, Ravena e Raven, que pareciam lidar com a perda cada qual à sua maneira.
- Nós temos de ir ver o que pode ser feito.. se restou alguma pista - disse Raven Eagle.
- Foi isso que Fangorn determinou. Devo me reunir aos druidas depois... mas tenho de velar minha família... - disse Felícia deixando as lágrimas correrem. Seu companheiro druida Chuck Norris tentou consolá-la.
- Nós cuidaremos de fazer uma bela cerimônia... - disse o druida humano.
- Ainda não consigo acreditar que minha família morreu... e que Daphne se foi... - lamentou Ravena, que parecia a mais abalada.
- Pelo menos estamos nós vivos... - ponderou Swam.
- E tudo isso por conta dos malditos drows... criaturas malditas esses drows.. só conhecem o mal!!! - Lembrou Mari'bel.
- Eles vão se haver com os Guardiões da Natureza... - disse Ravena seguindo em frente.
- Eles sentirão a fúria de um iniciado da Ordem do Arco, disso eu sei! - Raven cruzou o arco sobre o corpo e ia seguir com sua irmã gêmea, quando Mari'bel o deteve.
- Eu buscava um iniciado da ordem, Raven. Sou uma arqueira e desejo conhecer o Caminho do Arco. Sempre fiquei impressionada com as histórias que o bardo Yorgói contava sobre os feitos de Úrsula Suarzineguer.
- Você não aguentaria o treinamento, fada - ele disse secamente e seguindo em frente.
- Eu irei com eles ver o que encontramos.. se sobrou realmente o que velar, Chuck. Daí veremos como serão as graças a existência dos Eagles.. - limpou as lágrimas Felícia e seguiu, enquanto Chuck resolveu esperar pelos demais vigiando o perigoso mago que destruíra o mythal.  
- Perdoe-me por tratar disso num momento tão triste, mas só agora soube disso. Ouvi histórias sobre a Ordem do Arco.. sobre como os mestres escolhem os neófitos que podem ser os melhores com o arco.
- E que "os arcos são extensões dos arqueiros", não é mesmo? - ele perguntou sem olhar para ela, mas mantendo-os um passo atrás de Ravena.
- Isso! - Disse Mari'bel com entusiasmo.
- Pois não passam de merdas sem sentido! Frases de efeito não farão de você uma arqueira... - ele seguiu em frente sem demonstrar interesse pela killoren. Mesmo assim, ela não desistiu.
- Eu sou uma guardiã de Timothy Hunter... eu sou uma Guardiã da Natureza... eu sou uma filha da Grande Floresta... - ela adiantou-se tomando a frente do arqueiro elfo verde.
- E o que é verdade pra você, Mari'bel? - Ele disse simplesmente, contornando-a e seguindo. Mari'bel sacou seu arco prontamente e disparou uma flecha certeira, que passou a um dedo da orelha pontiaguda de Raven Eagle, que parou na árvore mais próxima. Ele virou-se para ela indiferente àquilo.
- Parece que você é feita do material certo. Começaremos seu treinamento amanhã. Eu sigo o método do iniciado do arco Paimei Sorrowleaf, portanto, prepare-se para aprender e sofrer. Não necessariamente nessa ordem... - e ele seguiu atrás de sua irmã gêmea Ravena, que parecia entediada.
- Toda vez essa conversa...

Enquanto os outros ainda tagarelavam, Rufus Lightfoot limpou as folhas, pegou um bom galho, fez dele um bom bastão. O hobbit ponderou e desenhou um triângulo no chão da floresta. Fez alguns cálculos, pensou em quantos dias haviam andado, na direção do entreposto, do vulcão, das montanhas no caminho e teve certeza. Usou todo seu conhecimento de masmorras, calabouços, passagens subterrâneas e coisas embaixo da terra. Fizera muito bem em não se livrar de seus pertences de hobbit-aranha. Certamente, havia uma cidade drow por trás dos ataques e da horda de mortos-vivos. E ele fez um "x" no desenho, onde estaria o vulcão da Montanha da Estrela e outro nos Picos Perdidos.
- Xiiii...


- Jorge sentou praça na carniçaria... - começou a cantar, enquanto dedilhava a viola Sérgio Reis. - Eu estou feliz porque escapei da sua companhia...
- Pobre paladino... isso é jeito de falar bardo - repreendeu-o Kaliandra Boaventura.
- Eu não estou carregando nem as roupas nem as armas de Jorge... para que meus inimigos não me alcancem... para que meus inimigos mortos-vivos ácidos não me toquem... e nem mesmo um ataque mental eles possam ter para me fazerem mal... Armas de ataque à distância o meu corpo não alcançarão... cordas e correntes se arrebentem, sem o meu corpo tocar. Porque eu estou cantando essa balada em nome de Jorge... salve Jorge... salve Jorge... - ele cantou. - Faz o coro Kaliandra...
- Salve Jorge - disse a elfa sem entusiasmo.
- Xalve Xorge... - disse o monge Braad erguendo o 23o brinde aos elfos verdes. - Que Tyr o rexeba. Uhu!!! Vou beber uma garrafa por você, PALADA!!! 
- De Capadócia... - gritou Sérgio com a voz grossa e batucando na viola. - De Capadócia... que era de Cormyr... de Cormyr!!! Essa será a canção "Como Sérgio Reis, o cãozinho do berrante, escapou da morte certa onde pereceu o paladino de Tyr". Acho que tá meio grande... talvez seja melhor tirar o Tyr do final...
- Talvez seja melhor a balada de Jorge de Capadócia, servo de Tyr - disse Kaliandra se afastando do bardo e chamando a todos para que fossem recuperar todas as partes do mythal que pudessem como Fangorn indicara.

Derdeil Óphodda ainda que amarrado e vigiado, mantinha seu silêncio e não via motivo para temor. Seus companheiros se dividiam nas opiniões sobre ele. Apenas o druida parecia irracionalmente contra ele. Os demais, mesmo a fada, eram abertos ao diálogo. O monge por sinal lhe tinha grande simpatia, tendo compartilhado o 24o brinde aos Eagle com o mago antes de partir. Kaliandra também o defendera dizendo que devia haver justiça, mas que acreditava nas palavras dele. 
Em seu íntimo, o mago sabia que agora era Derdeil Óphodda, escolhido de Azuth, aquele que feriu o deus da magia! Aquele que sabia como ferí-lo novamente. E deuses não são famosos por perdoarem esse tipo de coisa. Sua mente, entretanto, tentava se concentrar na análise de todas as implicâncias e consequências mágicas e divinas do que se passara, enquanto durasse esse atraso. Derdeil ficou preso junto ao treant Fangorn, enquanto o garoto-deus Timothy Hunter estava ocupado erigindo o que parecia ser uma enorme estátua multicolorida de um gato.
- Talvez o que tenha se dado aqui não seja tão terrível quanto parece... - comentou Óphodda como quem não quer nada.
- Não fosse a intervenção dos deuses da natureza e tudo teria sido ainda mais terrível, mago de Halruaa - ponderou Fangorn voltando a atenção para o mago e clérigo de Azuth.
- Realmente esta é uma região de alguma forma especial para o mundo, nobre treant. Tantos deuses presentes no plano material ao mesmo tempo é sinal de que este é de alguma forma um ponto nodal da realidade. Há algo de especial aqui.
- A Grande Floresta guarda forças primevas da vida de Abeir-Toril, Derdeil, servo de Azuth. Forças mais antigas que os mais antigos impérios, forças mais poderosas que as mais poderosas magias, forças mais fundamentais que os mais fundamentais elementos... forças que cabem em uma semente e que não cabem em lugar algum...
- Sim, sim.. claro.. mas o que eu quero dizer é que novas formas de magia estão se tornando possíveis. Seja através de poderosos artefatos... ou através da presença dos deuses... as coisas continuam a se dar, ainda que requeiram um maior esforço e qualificação.
- Eu pouco sei sobre magia, Derdeil, mas sei que a existência sempre tende e encontra um equilíbrio. Suas ações desequilibradas perturbaram nossa harmonia sem se importar com nossa dor.
- Acredito que há uma justiça maior por trás de meu objetivo, Fangorn da Grande Floresta. Se não consegui cumprí-lo ainda, é apenas porque estou aqui detido e impedido de chegar ao próximo mythal, onde não falharei novamente em dar cabo do deus da magia.
Essas palavras, no entanto, acabaram por encerrar o interesse do treant no mago e este voltou a cuidar de suas orações para Silvanus e a escutar os sons da floresta.


- Como eu dizia - não parava de falar o bardo Sérgio Reis - não faz sentido o R.. deus da magia ter deixado destruírem Evereska, a cidade sagrada, ou estar feliz com isso. A cidade também tinha importância pra ele...
- Mas é a cidade sagrada de Bibiana... - problematizou Kaliandra com o pouco que aprendera até aqui.
- Sim... era a cidade do grande John Falkiner, meu tio, escolhido de Bibiana... mas também era a cidade onde o deus da magia viveu quando era mortal, o que não faz muito tempo. Também tinha gente dele lá... sei lá.. só acho estranho.. pronto.. falei... ou eu não posso ter opinião? Talvez esse grupo seja humanófobo...
- Yo soy humano, chico... - disse Braad antes de tomar uma dose.. - A los Eagle...
- Eu também... e aquele maldito que atacou o mythal também é... - acrescentou Chuck Norris.
- O paladino também era.. - acrescentou Rufus.
- Talvez você não saiba a hora de fechar sua matraca, Sérgio - interviu Mari'bel indicando que já estavam entrando na área outrora dedicada ao mythal.
Uma vez entre as árvores consagradas ao redor do pequeno lago, eles perceberam que não haviam mais fragmentos que fossem do mythal. Mari'bel procurou rastros, mas não haviam, a não ser os deles mesmos. Onde antes caíram ou se cravaram os pedaços do mythal, restavam apenas as marcas, como se as pedras houvessem sido absorvidas pelo solo, pelas árvores e muito provavelmente pela água. Chuck Norris sacrificou o próprio vigor e invocou uma magia para detectar magia. Logo, ele percebeu o brilho mágico em todos os lugares onde os fragmentos tocaram.
- É tudo mágico. As árvores.. a água.. o solo.. tudo que foi tocado pelos fragmentos do mythal... tudo tem uma aura mágica agora...
- Vamos bebê-la? - Ponderou Mari'bel.
- Uhuuuuuuu... - disse Rufus tirando a roupa enquanto corria e pulava na pequena piscina de água natural.
- A los Eagle... elex eram vintche e xiete ou vintche e otcho?
- O que mais você vê nas auras mágicas, druida? - Quis saber Sérgio.
- Acho que é bom bebê-la... - respondeu o druida para a killoren. - Mal não vai fazer...
- Meus fragmentos continuam iguais... - disse Kaliandra concentrando-se em uma das pedras que trazia consigo.
O que Sérgio Reis viu...
- Acho que também irei me banhar... - Mari'bel começou a se despir, o que causou certo alvoroço.
- Eu também..  - adiantou-se o druida já tirando a roupa. O bardo Sérgio Reis preferiu sacar uma folha de papel para desenhar as formas da fada, muito embora os acompanhantes não serem do seu apreço.
Consumindo a água mágica e se banhando nela, todos sentiram o frescor único, assim como sentiram-se revigorados. Até mesmo o sacrifício do druida foi recuperado.
- Temos que levar essa água... - comentou Rufus.
- Yo tengo esses tonéis vacios? Puedem encher-los... - disse Braad apontando os pequenos barris de rum anão que esvaziara.
Enquanto os colegas cuidavam disso, Kaliandra Boaventura concentrou-se com seus conhecimentos arcanos sobre sua pedra, o que acabou por fazê-la tornar a brilhar, como antes, antes de o deus da magia Rhange Hesysthance surgir delas. O brilho atraiu a atenção de todos.
- O que você fez, Kaliandra? - Questionou o bardo.
O desenho...
- Eu não sei ao certo... eu me concentrei... pensei nas regras básicas do conhecimento arcano... e começou a brilhar e... - a guerreira elfa foi interrompida pela intensificação do brilho, que passou a envolvê-la, como se ela absorvesse a energia do mythal. Chuck Norris viu que agora Kaliandra possuía uma aura mágica. Imediatamente, todos sacaram suas pedras e passaram a tentar se concentrar. Nenhum deles conseguiu nada, no entanto. Mesmo Sérgio, que tinha algum conhecimento, nada obteve.
- Nada... - disse Mari'bel saindo da água para se vestir.
- Também não consegui... - disse Chuck ainda na água. Subitamente, entretanto, a pedra dele e de Rufus começaram também a brilhar. Porém, quando o brilho se expandiu passou para a água, aumentando sua aura.
- Essa energia pertence à Grande Floresta - lembrou Kaliandra.
- É melhor voltarmos e falarmos sobre isso com Fangorn - disse Mari'bel.
- Eu quero ir ao arsenal dos elfos verdes ver se encontro algo.. e também algum resto mortal do paladino... - disse Sérgio.
- Vamos trocar a água... - disse Rufus derramando a água de volta na piscina.

Enquanto todos estavam fora, Derdeil continuava a orar para Azuth. Ainda tinha suas magias, mas temia o que pudesse ter acontecido ao deus dos magos. Foi quando ouviu uma voz familiar em sua mente. A voz de um deus a tranquilizá-lo.
- As coisas foram como deviam ter sido, Derdeil Óphodda, escolhido de Azuth.
- Onde está... Azuth?
- Em recuperação, poderoso mago. Você receberá todo o poder de Azuth como escolhido que és. No entanto, Derdeil Óphodda deves esperar e deixar a Grande Floresta para que receba a energia longe da influência dos deuses da natureza.
A conversa foi interrompida pelo som da aproximação de várias pessoas. Derdeil viu seus companheiros chegarem e havia uma aura mágica de poder neles, como a que ele sentia em si mesmo. Faltavam Kaliandra e Sérgio.
- Nobre Fangorn... meu deus Timothy Hunter... nós não encontramos mais fragmentos do mythal, porém testemunhamos a magia que se derramou sobre a mata ao redor do mythal... - foi falando Mari'bel conforme chegavam.
- E sobre nós mesmo... - acrescentou Chuck.
- Como isso foi possível? - Questionou Fangorn.
- Parece que a energia está voltando pra floresta - ponderou Mari'bel.
- Eu posso explicar o que... - tentou falar Derdeil, mas foi prontamente cortado pela killoren.
- Ninguém te perguntou nada, mago.
- O que você pode explicar, Derdeil? - Perguntou o treant Fangorn.
- É preciso despertar a magia do mythal através do conhecimento arcano - ele falou. - Vocês precisam voltar ao lugar da destruição, onde a energia se dispersou para ativar as pedras. Eu posso fazê-lo, se me libertarem é possível liberar a energia dos fragmentos. Vocês tem que pensar que existem novas formas de magia circulando no momento.
- Mostre o que você pode fazer, mago... - disse Fangorn esticando um de seus galhos e recolhendo um fragmento que entregou para o servo de Azuth. Dali, eles partiram para o local do mythal.
Reencontrando o local onde destruira o mythal, Derdeil Óphodda ativou as pedras uma a uma. O treant Fangorn foi o primeiro agora que absorveu o brilho, pois a luz ficou na mão do mago, contida. Quando os demais iam conseguindo ativar os fragmentos, iam integrando-nos aos itens que carregavam e suas roupas. Os fragmentos restantes foram devolvidos ao solo da Grande Floresta.
Reencontraram, então, Kaliandra e Sérgio que retornavam acompanhados dos elfos verdes e que também tomaram parte na comunhão com as forças do mythal.
- Não há um só corpo... ou sequer parte de corpo de elfo... eles levaram todos... - disse Raven Eagle um tanto frustrado.
- Algo terrível está sendo preparado... - pensou Felícia,
- Enquanto eu estive presa no entreposto... - lembrou-se Kaliandra. - A matrona dos drows disse que sacrificaria meus companheiros... Voronwr e Tercieios... e que um destino ainda pior me aguardava...
- Com tais sacrifícios eles alimentariam suas magias... - observou Derdeil. - Isso está nos planos da deusa dos drows... os sacrifícios são uma forma de alimentar a magia.
- E o que aconteceria, Derdeil de Halruaa, se todo um importante e poderoso clã de elfos fosse sacrificado para a senhora das aranhas? - Quis saber o treant Fangorn.
- Um terrível e incomensurável poder...

6 de jul. de 2014

Fragmentos


Mari'bel era muito mais que Mari'bel, naquele momento. Ela continuava a ser uma killoren, uma fada, uma representação física das energias idas de outras fadas que se foram. Ela sabia que ao contrário das outras criaturas vivas, as fadas não tinham um espírito de energia positiva que partia para a vida nos reinos de seu deus, como humanos, elfos ou mesmo orcs e trolls. Também não seguiam para o reino dos deuses da natureza como animais e plantas ou mesmo a mais simples das amebas. As fadas, quando perecem deixam sua força fluir para o reino das fadas e neste renascem como novos seres, novos velhos seres. Os killoren eram estas entidades primeiras, ainda não de todo definidas, que poderiam ascender por variados caminhos.  As vezes essa escolha demorava décadas, em alguns casos séculos. Seus três aspectos nada mais são que os troncos principais que conformam todas as fadas: o ancestral, o destruidor e o caçador.
Desde que Timothy Hunter trouxe o reino das fadas para esse mundo, para a Grande Floresta, Mari'bel já era apenas um ser com aquele lugar, com aquele solo, com aquelas árvores, com toda a fauna, com o próprio ar. Esta era a terceira vez que enfrentava o ritual de purificação dos Guardiões da Natureza. Além de jejuar, o que pra ela nada significava, ela tinha que buscar os ancestrais que habitavam as energias que a formavam, que formavam aquela antiga mata, esse mundo profundo.
A arqueira Mari'bel já sabia que foi uma dríade no tempo das formações do tempo, que fertilizou o solo a convite da deusa Chauntea no princípio de Faerun, quando as fadas eram antigas, mas esse mundo era novo. Nesse tempo não havia ainda fada que houvesse morrido e ela perdeu sua vida nas garras de um vil demônio.
Em outra passagem, Mari'bel era Perseval, um nixie, um pequeno fada das águas. Fluía  pelos rios do reino das fadas, voava com os peixes-voadores e paquerava as gotas da chuva. Acompanhou a rainha Olimpiana das fadas, tataravó de Titânia mãe de Timothy, ao casamento da terceira rainha dos elfos após a Guerra das Coroas. Houve muita beleza naquela cerimônia, que se passara onde já não há Grande Floresta nos dias de hoje, mas apenas o solo arenoso do Grande Deserto. Foram muitos dias de festa, em cujo fim Perseval preferiu ficar com uma elfa por quem se enamorara. Morreu atacado por elfos de pele negra que assaltaram a vila dos elfos em que residia ao tentar defender sua companheira e filhos.
De volta ao reino das fadas, era agora um killoren que só pensava em vingança. Presa a esse aspecto, ascendeu à forma de um banshrae. Escapou do reino das fadas e mais uma vez chegou ao mundo de Faerun, dessa vez aliado a um mago. Este, no entanto, o havia enganado. Mari'bel viu-se preso e instrumento da vontade do mago.
Antes que mais se desse. Ela sentiu o tremor em seu íntimo. Depois sentiu a lava jorrar, mesmo que fosse longe dali, mesmo confinada no interior do velho carvalho. Ela deixou seu transe, pois sabia que já haviam se passado muitas horas de meditação e que tinha aprendido muito mais sobre si mesma, sobre seu povo e sobre o mundo. Saindo do carvalho, ela viu o clarão ao sul, que ainda iluminava aquela noite de lua cheia, ela ouviu também o som distante de uma batalha.


- Que se passa? - Disse Braad acordando atordoado.
- Você apagou por conta da bebida, monge - disse Kaliandra Boaventura ajudando-o a levantar.
- Armas.. espadas longas, arcos longos.. eu fui buscar.. toma paladino.. uma espada pra dar sorte.. - foi chegando Rufus, que trazia Azuzu carregado de armas amarradas ao corpo, enquanto passava por sobre os cadáveres. - Ainda tem problemas lááá embaixo.
- Nunca caí de bebedera.. foran solo 6 garrafas de run, 3 vinos drows e 2 hidroméis... debia haver veneno - resmungou o mestre da bebedeira olhando em volta e tentando entender de onde haviam saído aquelas dezenas de cadáveres drows sem pele espalhados pelo pátio suspenso onde se dava o jantar. Também percebia que havia bem menos elfos verdes do que antes, assim como Derdeil, que antes estava ao seu lado, havia sumido. - E esto?
- Fomos atacados durante o jantar - explicou Kaliandra indo para perto dos outros.
- Fique ereto, monge. Como eu sempre fico agora que estou livre de minha maldição... hein, hein Kaliandra... - ia pavoneando Sérgio Reis.
- Isso não está terminado - interviu Jorge de Capadócia avançando e cortando a cabeça de um dos corpos que ainda tremiam. - Eles não foram devidamente destruídos.
- Eles sequer deviam ter chegado até aqui - ponderou a clériga de Bibiana Hawk Eagle. - O poder do mythal não deveria permitir que a energia negativa que os anima os mantivesse de pé.
- O que faremos, Hawk? Quem os enviou, Falcon? - disse a druida Felícia aproximando-se com Chuck Norris.
- Os responsáveis por isso irão pagar. Pardal bicará seus olhos!!! - Urrou Falcon Eagle socando a mesa.
- Yo voy ver las cossas lá embarro... - disse Braad saltando da plataforma em direção a uma escada que dava acesso ao solo da floresta. Rufus fez o mesmo pelo outro lado do salão de jantar. Todos, no entanto, sentiram um estranho calafrio e ouviram o urro bestial ecoar num último tremor.



Derdeil Óphodda não demorou a achar o caminho. Invisível que estava, podia seguir velozmente sem medo de ser visto naquela noite de luar. Ele desceu por uma escada depois de largar o corpo do monge bêbado e agora já estava a uma boa distância do problema com os drows e mortos-vivos. Ele viu que lá embaixo ainda haviam mortos-vivos e drows que surgiam de portais para carregar todos e quaisquer corpos de elfos vitimados. Mas aquilo não era o seu problema. Lembrava-se do caminho e via que estava cada vez menos distante da Árvore do Grande Pai. Ele tinha uma missão... uma missão dada pelo próprio Azuth. Derdeil viu também quando alguém passou saltando sobre ele pelas árvores. Também não perdeu tempo com aquilo.
Alguns passos depois, no entanto, ele viu que a magia de invisibilidade se desfez. Escutou um urro. Um urro de dragão. Muito pior, ele sentiu todas as suas magias se desfazerem, todos os seus itens perderem a magia. Ele entendeu que algo muito maior se dera, mas mesmo assim não exitou e avançou. Ele chegou até o local onde o mythal permanecia. A pequena construção era apenas como um pequeno templo da natureza ao redor da esfera que pairava flutuando acima de um pequeno espelho de água. Não havia sinal de sentinelas e não poderiam haver proteções mágicas a funcionar naquele momento. Nenhuma das defesas erguidas pelo dragão Inferno restara. Curiosamente, no entanto, quando o mago de Halruaa já subira os degraus e estava a poucos passos do mythal, sua invisibilidade perfeita retornou. O tecido mágico retornara, inclusive o poder do mythal, que tornou a emanar o brilho prateado.

Derdeil Óphodda esticou seu indicador direito e disparou três misseis mágicos contra o mythal da Grande Floresta. Os raios acertaram o poderoso artefato sem perturbá-lo, sendo absorvidos prontamente. O mago e clérigo percebeu que não poderia destruir o artefato com uma energia que vinha dele próprio. Ele esticou o dedo mais uma vez, mas dessa vez sacrificou sua própria vida para aquilo.


Quando Mari'bel aproximou-se da vila, vindo pelo alto das árvores, ela ainda teve tempo de ver os drows a carregarem os corpos dos elfos pelos portais, sumindo também com os mortos-vivos sem pele lá embaixo. Ela viu seus colegas e os Eagle no centro de comunhões alimentares da vila e para lá se dirigiu, sentindo o calafrio e escutando o urro colossal, o urro de um ser vivo que morre. Ela viu Rufus e Braad descerem saltando e os elfos se reunindo.
- Este é o urro de um dragão. Algo afetou o próprio tecido mágico.. - gritou Merlin Eagle. Mas ele foi interrompido pelo terror que se seguiu, pois as dezenas de cadáveres que estavam caídos aos pés deles ergueram-se independentemente de quão feridos estavam, até mesmo um sem cabeça.
- Que maldição é essa? - protestou Falcon Eagle disparando célere suas flechas.
- Era óbvio que algo estava errado - atacou Jorge com sua espada. Todos fustigaram-nos com seus mais poderosos ataques sem ter qualquer efeito em troca. Nada parecia mais capaz de ferir os mortos-vivos.
A clériga Hawk clamou pela força de Bibiana para explodir em energia positiva, o que não dependeria da magia, mas simplesmente nada aconteceu. Chuck transformou-se em um leopardo para lutar, enquanto que Felicia preferiu a forma de um urso. As criaturas nefastas, no entanto, não perderam tempo. Eles caíram sobre todos, rasgando todos com suas garras ácidas. Um a um, os Eagles e os heróis iam tombando. Enquanto isso, a drow Dzariah ergueu-se como mais um dos mortos-vivos.
Lá embaixo, Rufus Lightfoot e Braad viam as marcas deixadas pelo avanço dos mortos-vivos, mas não havia sinal de qualquer indivíduo, morto, vivo ou morto-vivo. Seguiram os rastros em busca de pistas percebendo como todos confluíam do sul. Aos poucos, o hobbit entendeu que mais do que o rumo do vulcão da Montanha da Estrela ao sul, os rastros vinham e sudoeste, do entreposto drow por onde passaram para resgatar Kaliandra.
- Xiiiii....
Mari'bel disparava suas setas, mas assim como os demais não conseguia ferir os mortos-vivos. Resolveu chegar à plataforma para resgatá-los. Chuck e Felicia tentavam agarrar seus inimigos, mas tinham pouca sorte, sendo ela muito ferida pelo ácido. Sérgio Reis tornou a cantar para tentar incentivar a todos no combate, enquanto buscava escapar saltando. Apesar de passar do primeiro, acabou por estatelar com os outros mortos-vivos, esparramando-se pelo chão. Hawk e Kaliandra aproveitaram a oportunidade para derrubar seus antagonistas sobre os demais, abrindo caminho para que passassem. Swam, Raven e Ravena conseguiram passar e saltar lá para baixo. As mais de cinquenta criaturas ainda de pé cercaram Falcon e Jorge, além de derrubarem Merlin, Woodpecker, Owl e Crow. Também agarraram o bardo Reis arrancando-lhe os últimos suspiros.
- Vamos, senhora - chamou Kaliandra por Hawk.
- Eu não posso abandonar o homem da minha vida... - ela disse com os olhos cheios de lágrimas indo em direção a Falcon. Naquele momento, aos olhos de Kaliandra Boaventura, foi como se a clériga fosse a própria Bibiana, disposta ao sacrifício pelo bem dos seus. Isso inspirou a guerreira Kaliandra a tentar tirar a carcaça inútil do bardo do meio das ameaças mortas-vivas, o que acabou por torná-la mais uma vítima.
Mari'bel chegou em auxílio a elfa, justo quando todos perceberam que o que quer que tivesse se dado com a magia, passara. Ela recuou imediatamente, vendo que a clériga Hawk usou de uma magia de cura para espalhar energia positiva ao redor, o que curou seus aliados e trouxe de volta Sérgio Reis, além de ferir os inimigos finalmente, mesmo que não tenha chegado até as duas. Os ataques de Jorge, Falcon e Condor enfim surtiam efeito. Ainda assim, eram como um sopro contra uma avalanche. Sitiados que estavam, mesmo renovados, os ataques foram tantos que Condor Eagle tombou. Felicia transformou-se em águia para não ter o mesmo destino e se afastou para o alto. Chuck preferiu saltar ainda em forma de leopardo para o térreo da floresta.
Sem perder mais tempo, Mari'bel levou o corpo de Kaliandra, sendo seguida por Sérgio Reis, que tornava a cantar. Ela ainda viu Hawk cair entre os drows sem pele, arrancando gritos de fúria de Falcon Eagle antes que ele tombasse também. Jorge da Capadócia golpeou até que as mãos mortas-vivas agarrassem-no por todos as partes, puxando cada membro em uma direção diferente, dissolvendo as placas de sua armadura com seu ácido corrosivo, sem no entanto trazer medo ao coração do campeão da justiça.

- Fujam!!! - A killoren ainda escutou o servo de Tyr, enquanto seu corpo era esquartejado em múltiplas partes e devorado pelos mortos-vivos.
- Deixa eu te ajudar a carregar.. eu vou bolinar ela... - disse Sérgio tentando alcançá-la na ponte que levaria até a escada em outra árvore e para além dos mortos-vivos.
- Não precisa... e nada de bolinar... - disse Mari'bel terminando de amarrar Kaliandra em suas costas, mesmo que os pés da alta elfa arrastassem no chão, afastando-se do sempre excitado bardo e ainda receosa com os mortos-vivos que se avizinhavam. Ela percebeu que alguns mortos-vivos tombaram inertes como sacos de carne inanimada subitamente, ao mesmo tempo que uma pequena vibração energética denunciava que algo mais se passava.
- Seria maligno um mero bolinar, ó universo? Na minha cultura, bolinar é uma forma simbolicamente respeitosa de um homem, sujeito macho, demonstrar alto grau de apreciação pelas aptidões estéticas de toda e qualquer moça, predicativa fêmea, que esteja apta a um entrelaçamento carnal-afetivo-relativista-pós-moderno sem fins lucrativos. Assim sendo, não se preocupe fadinha, que não deixarei de te bolinar quando tivermos um tempinho para cobri-la com minha apreciação e respeito, pois o universo me garantiu que posso ser caótico por amar demais, mas nunca maligno... - o cãozinho do berrante gastou toda sua ação com aquela ladainha, ao mesmo tempo que a arqueira disparou uma seta contra o morto-vivo mais próximo, que ameaçava seguir pela passarela, mas que acabou recuando como os demais. Ela ainda teve tempo de descer a escada e chegar lá embaixo, enquanto o bardo ainda tagarelava.
Uma vez que estavam todos reunidos lá embaixo, optaram por seguir para o mythal e para a árvore do Grande Pai.

Derdeil Óphodda disparou os mísseis mágicos de seu dedo, que dessa vez atingiram o mythal com violência. O servo de Azuth viu o poderoso artefato chacoalhar no ar e ser trincado por rachaduras mas continuar ali. O sacrifício o deixou debilitado como nunca, cobrado um quinhão de sua vitalidade, mas ainda havia algo a ser feito, sua missão não terminara ainda. Fazendo uso da energia que ainda possuía graças ao sacrifício do drow, o mago de Halruaa usou do vigor que ainda lhe restava e conclamou da magia, disparando um raio negro e tenebroso que atingiu o mythal fazendo-o explodir em uma luz ofuscante. Enquanto caía, Derdeil sentia os pedaços do mythal atingirem seu corpo. Seus dedos fecharam-se sobre um pedaço maior dos fragmentos que por ali estavam agora, mesmo que sequer soubesse se poderia se arrastar para fora dali.
Foi então que, com sua vista recuperada, ele viu ali, diante dele um estranho elfo grande. Possuía barba e metade de seu rosto era coberta de metal. Seu manto tinha incontáveis olhos, ao redor de sua cabeça pairavam inúmeras pedras de ioun e trazia um cajado que terminava em uma mão.
- Derdeil Óphodda, mago de Halruaa, clérigo do deus dos magos, você achava realmente que poderia me derrotar, verme inútil?! A mim?!? - bradou o recém-chegado furioso. - Eu sou Rhange Hesysthance, o deus da magia. Seu esforço de me atingir através do mythal, minar meus poderes, perturbar o que criei não tinha chance de dar certo. Eu venci e destruí todos que ousaram se por no meu caminho, humano imbecil.
O deus da magia apontou seu cajado para o rosto de Derdeil como que para destruí-lo, porém nada aconteceu. Sem demora, Óphodda aproveitou-se do momento, conjurou a força do fragmento que ainda tinha consigo e disparou mísseis mágicos contra o deus da magia. Estes não só acertaram o alvo como o feriram, trazendo surpresa para o olhar de Rhange Hesysthance. Derdeil não vacilou e disparou raios de fogo sobre o elfo deus, ferindo-o novamente, mas dessa vez Rhange revidou, golpeando-o na cara com o cajado e estatelando o halruniano contra o chão.
- Você pagará por esse insolência, verme inútil. Por isso, não só você, mas todo o seu povo pagará. Eu cuidarei que Halruaa tenha o mesmo destino de tudo que é humano.. definhar e perecer. Halruaa cairá como Netheril caiu e isso começará com sua carcaça inútil! Inútil !!! - O deus bradou furioso.
- Pois tente, falso deus... - gargalhou Derdeil sem medo. - Os verdadeiros defensores da magia, o grandioso Azuth, nossos magnânimos arquimagos... eles mostrarão que você não passa de um tolo poderoso! E um tolo e seu poder logo se separam.
Rhange Hesysthance ergueu alto o cajado, mas antes que golpeasse Derdeil Óphodda, um velho mago de barbas brancas surgiu atrás dele, agarrando seus braços e o impedindo, contendo-o com seu cajado.
- Suas loucuras terminam aqui, usurpador! A magia vai voltar ao que já foi... - disse aquele que Derdeil
reconheceu como seu deus, Azuth, o senhor dos magos.
- Serão vocês dois que me impedirão, porcos inúteis? Pois não me servem para nada!!! - gritou Rhange.
- Pois eu desejo que Rhange Hesysthance Sorrowleaf desapareça e se afaste da magia, que não tenha poder sobre ela aqui ou em qualquer outro mundo. Que as consequências de seus atos deixem de afetar o tecido mágico. Que a magia volte a ser livre como deve ser! - Com essas palavras findas, o deus da magia desapareceu simplesmente. O deus dos magos mirou seu servo caído. - Parabéns, Derdeil Óphodda. Você cumpriu o que lhe pedi e será recompensado por isso.
- E.. eu.. só.. só fiz.. o que.. que me foi pedido, se.. senhor... - gemeu Derdeil deixando claro que precisava de cura.
- Serás o meu escolhido, sendo dito a todos que ajudastes a terminar o terror do antigo deus da mag... - nesse momento, porém, foi a vez de Azuth sumir simplesmente.

Quando cruzaram as árvores e entraram no templo natural que guardava o mythal, onde Mari'bel e Chuck haviam visto o dragão Inferno erguer proteções únicas para defendê-lo, já não havia sinal de nada daquilo. Apenas o corpo de Derdeil Óphodda caído entre incontáveis fragmentos espalhados do mythal, que brilhavam no chão, sobre o pequeno corpo aquoso ao centro ou mesmo cravados em algumas das árvores mais próximas.
- O que houve aqui? - disse Felicia Eagle voltando a forma élfica.
- Eu destruí o mythal - balbuciou Derdeil sem força mas com convicção.
- Criminoso!!! - Gritaram os Eagles e os servos da natureza em uníssono. - O mythal era a proteção da Grande Floresta, vilão! - Completou Felicia.
- Grarrrrr - rosnou Chuck Norris acoçando o mago
- Calma gatito... - interpôs-se Braad, enquanto Rufus já não conseguia deixar de prestar mais atenção aos fragmentos.. - Por que Derdeil? Que passa?
- Eu fiz isso para salvar a magia, em nome de Azuth... ele me enviou... recolham os fragmentos do mythal.
- Como podemos acreditar em você? - Questionou Mari'bel.
- O paladino já nos alertou pra como você era, mago clérigo - lembrou Sérgio Reis.
- Eu convoco uma zona de verdade - disse Derdeil invocando a magia e usando o poder do fragmento do mythal que ainda tinha consigo. - Eu fui enviado por uma poderosa entidade, que julgo ser meu deus Azuth, senhor dos magos. Ele me procurou em meus sonhos e disse que eu devia destruir o mythal da Grande Floresta para desestabilizar os poderes e desmandos do vil deus da magia, restaurando a magia ao estado anterior para a glória de Halruaa.
- A magia o faz falar a verdade - observou Sérgio.
- Ainda assim você pagará por seu crime, Derdeil de Halruaa - interviu Felícia. - Você será levado até o treant Fangorn e ele decidirá como serás executado!
- Devíamos matá-lo agora - acrescentou Raven Eagle, que teve a concordância de Chuck Norris ainda vigilante.
Entretanto, os fragmentos do mythal começaram a expandir seus brilhos. A energia começou a deixá-los e reunir-se em uma única forma sólida que ia se tornando humanóide. Rufus que não se livrou de seu pedaço, sentiu o choque da energia percorrê-lo com algum dano elétrico. Por fim, a força explodiu em luz e quando todos puderam ver, tinham diante de si o mais estranho dos elfos.
- Pensou mesmo que estava livre, humano maldito - disse Rhange Hesysthance que retornara e parecia ainda mais furioso. - Eu sou o deus da magia, senhor de tudo que é mágico! Nada mágico pode ou poderá me destruir. Agora que Imvaernarho se foi, que Evereska tombou com os campeões da Grande Floresta, muito pouco resta por aqui. A senhora das aranhas e seu novo aliado expandem sua teia e os tolos se deixam prender!
- Everska? Caiu? - Choramingou Sérgio.
- Ehtur? Daphne? - Não quis acreditar Mari'bel. Rufus e Braad, por sua vez, não perderam tempo e atacaram o deus. Seus ataques o atingiram, mas nada fizeram contra ele, fazendo com que os dois sentissem os efeitos danosos de suas próprias investidas.
- Estou farto de vocês, pulgas inúteis que não me servem para nada. Morram!!! - Rhange Hesysthance derramou um oceano de energia negativa sobre a Grande Floresta. Aquela força nociva seria capaz de matar toda e qualquer ser vivo num raio de muitos quilômetros, a começar pelos heróis. Mari'bel sentia a vida deixá-la novamente, dessa vez passando pro próprio solo, uma vez que aqui era o reino das fadas. Pensou que esta fora uma curta existência. Mas eis que então, no último instante, ela sentiu uma força acalentadora e protetora a envolver, como o colo tranquilizador de um pai a defendê-la do perigo. Primeiro ela, depois os seus e, por fim, toda a antiga mata.
- Seu poder e suas manobras são vazias em meu território, deus da magia! Não deixarei que suas maquinações perturbem o equilíbrio e meus filhos - disse a voz antiga como o princípio do mundo. - Parta e leva suas energias nefastas com você.
- Eu fui ofendido, senhor da floresta, e venho cobrar a ofensa! - Bradou Rhange. - Nada tenho contra você e os seus, mas exijo o que é meu por direito!!!
- Permaneça e sentirá a fúria primordial do primeiro Filho, do primeiro Pai, daquele que é para que tudo pudesse ter sido!!! Eu o expulso de minha terra, deus da magia e o alerto que não haverá aviso da próxima vez.
Mari'bel despertou. Ao abrir os olhos viu que todos os seus colegas estavam vivos e faziam o mesmo. Não havia nenhum sinal do deus da magia.


- Meu pobre gatinho...
- O que houve, meu deus das fadas? - Disse Mari'bel para o choroso deus das fadas.
- A explosão mágica...
- Fruto da execução do dragão Inferno e piorada com a destruição do mythal... - completou o treant Fangorn.
- Ela afetou todas as criaturas mágicas.... - choramingou Timothy. - Meu pobre Nojento.. snif snif. Mandei os faunos e centauros checarem os unicórnios, as dríades, as ninfas e os pixies. Isso sem falar nos leprechaus, brownies e staypuffs. Já mandei o povo pequeno ver isso. Mas sei que muitos foram destruídos como o meu pobre Nojento.
- Mas por que? Como? - Tentava entender Mari'bel.
- Criou-se uma momentânea área de magia morta... - explicou o deus garoto.
- Isso é fatal para seres mágicos... seres que tem a magia em sua essência... - completou Derdeil.
- Este criminoso destruiu o Mythal, meus senhores... - disse Felicia Eagle. - Ele é o responsável por todo esse caos e destruição...
- Os mortos-vivos drows varreram Falcon e os demais.. sumiram sem deixar sinal... - disse Swam.
- Levaram todos os corpos... - acrescentou Ravena.
- Os rastros dos mortos-vivos vem de um entreposto a sul... dois dias de viagem... - disse Rufus.
- Nós viemos de lá... - disse Mari'bel.

- Você responderá por seus crimes e ficará preso por hora, Derdeil, até que possamos lidar com você. Quanto a vocês outros, devem cuidar que o mythal seja todo recolhido... - indicou Fangorn. - Com a queda de Evereska, a perda de Ehtur, Daphne, Úrsula e os outros, temos de reter o que pudermos de nossas forças. A investida da senhora das aranhas e seu novo aliado foi terrível... não fossem as intervenções de Chauntea no sul... de Silvanus entre nós... de Miellikki no oeste e talvez toda a Grande Floresta perecesse. Quanto aos Eagles, devem ir buscar por pistas de seus familiares...