Rock foi o primeiro a despertar. Ele acordou Sirius, enquanto percebia os outros caídos ao redor. Estavam nas ruínas de Luskan. O feiticeiro furioso lembrou-se da torre, da luta contra o demilich, do desejo. O que aconteceu depois não sabiam. Não viam sinal da torre, mas perceberam que haviam grandes devoradores circunlando pelo perímetro. Acordaram Ryolith, Falkiner, Ehtur e Úrsula. Todos estavam confusos a princípio, também sem respostas, mas entendendo a situação delicada. Ao menos não estavam feridos ou cansados.
- Onde está o cetro de Bibiana? - Perguntou Falkiner que não partira com eles na jornada contra o morto-vivo, mas sim ficara em Evereska. Ninguém pareceu sentir falta de Francisco Xavier.
- Não está comigo.. - disse Ehtur, que o empunhara durante a batalha.
- Nem comigo... - disse Úrsula levantando as mãos rapidamente.
- Está comigo? Vamos colocar assim, não sei se está comigo.. - ponderou Sirius Black.
Sem querer perder tempo com discussões, o clérigo elfo conjurou uma magia e buscou mentalmente a direção do cetro de sua deusa. Sentiu que ele estava muito longe dali. - O centro está a sudeste...
- Vamos sair daqui... - Ehtur disse para a gnoma, que já se escondia, enquanto o guardião avançava mais rápido. Os outros se prolongaram segundos suficientes para que um dos devoradores os avistasse e urrasse convocando mais cinco outros para a batalha. Eles se atiraram sobre os heróis, mas John Falkiner explodiu em energia positiva esconjurando dois deles. Os outros lançaram raios de enfraquecimento e o escolhido de Bibiana resistiu sem dificuldade. Úrsula disparou uma chuva de flechas com seu arco Avenger que deu conta de outro. Os demais recuaram, permitindo que eles escapassem sem maiores problemas.
Ehtur Telcnontar encontrou na saída os rastros da multidão que eles guiaram na iminência do ataque dos dragões. Teve certeza de que os rastros eram de 3 dias. Com isso, calculou que estariam no dia seguinte ao da batalha com o demilich. Enquanto alertava os demais, todos avistaram uma estranha dupla na floresta que margeava a estrada sul rumo a Invernunca. Eles avistaram um humano de aparência simples como um monge. Ao seu lado estava um estranho anão muito peludo, sem qualquer veste além da cobertura natural como um urso. Eles pareciam conversar, estando o monge a manjar os atributos do anão, quando vieram na direção do grupo.
- Quem são vocês? - Indagou Ryolith Fox, que só agora chegava e avistava os dois.
- Eu sou Zumbi Palimares... - disse o humano. - Eu busco Ehutr...
- Um zumbi? - Disse Úrsula ainda com Avenger em mãos.
- Meu nome é Zumbi.. tenho muitos problemas com esse nome escolhido por meus pais.
- Eu sou Kavernan, servo de Moradin, protetor dessas matas.
- O que quer comigo? - Perguntou Ehtur.
- Eu fui enviado para ajudar você e seu grupo.
- Enviado por quem?- Quis saber Rock.
- Por Lorde Byron, servo de Morpheus. Ele disse que poderia procurar por você e Sirius Black.
- Nós conhecemos Lorde Byron... - respondeu Sirius.
- Eu busco o Martelo de Moradin... - disse o anão.
- Nós conhecemos um meio-elfo de nome Mua D'ib que buscava por este artefato nas masmorras Sob a Montanha - respondeu o paladino Ryolith.
- Devemos seguir pra sul enquanto ainda não sabemos direito o que se passa.. o plano era irmos pra Invernunca, levar os gnomos e os refugiados - disse Ehtur orientando os demais.
Eles caminharam por algumas horas pela estrada entre a Costa da Espada e a Mata de Invernunca acompanhando os rastros da multidão. A viagem foi interrompida quando Ehtur percebeu que os rastros se tornavam caóticos como em uma batalha. Havia sinais de magias poderosas e o rastro mais nítido era de um imenso hipogrifo que voou para o leste. Daphne. Ela parecia levar uma grande carga e naquela direção chegaria à Grande Floresta.
- Vamos mudar de rumo.. Daphne e os outros partiram daqui há cerca de 20 horas!
- Houve uma batalha aqui.. - alertou o anão Kavernan. - Foi um mal terrível que passou aqui e me despertou. Quando cheguei já não havia ninguém. Mas percebam como as energias por aqui são negativas... - Ryolith, Zumbi e Falkiner realmente sentiam o ar carregado que cercava o lugar. Mas mesmo os outros pensaram no demilich. - Venham comigo, eu posso guiá-los pela floresta, minha floresta. Somos um canto esquecido e em paz do mundo, onde o limo cresce farto sobre a pedra e a graça de Moradin faz do chão, fertilidade. Podemos evitar as montanhas e logo estarão do outro lado.
Mesmo que viajar sem uma trilha entre as árvores dificultasse a mobilidade, em especial de Ryolith Fox, graças ai guia eles viajaram com velocidade. Depois de pouco tempo, a noite chegou e eles viram a meia-lua no céu, que inundou o coração de Sirius Black de esperança e sua mente de preces. Avançaram até a avistar a base dos picos no cetro da mata, sentindo ali as energias benéficas daquela acolhedora floresta. As árvores eram antigas e ancestrais. Eles perceberam a sul deles, um grande círculo de estruturas de pedra como menires.
- Meus menires.. - disse Kavernan com orgulho. Mas a voz dele se misturava a outras na mente dos servos da natureza.
- Venha para a Grande Floresta, Ehtur. Venha para casa.. - soou a voz melodiosa de Miellikki na mente de Ehtur Telcontar.
- Sirius.. venha para a Grande Floresta. Estou buscando me recuperar junto à árvore do Grande Pai... - Sirius Black além de sentir o poder de Selune naquela voz, reconheceu a voz de Kiriani. Os demais apenas sentiam-se animados pelo ar puro e pela brisa suave. - Daphne, Alissah e os outros estão aqui.
Com aquelas notícias, eles resolveram apressar-se e John Falkiner e Rock dos Lobos teleportaram a todos, que surgiram nas imediações da Grande Floresta, percebendo o fogo de fadas que iluminava entre as árvores. Ehtur Telcontar correu para abraçar sua mulher, enquanto Sirius perguntou aos elfos verdes que por ali estavam sobre Selune. Viram os gnomos e Yorgoi, que disseram que Daphne estava reunida com os druidas. Foram encaminhados até a Árvore do Grande Pai, onde encontraram Selune, o novo Grande Treant e Timothy Hunter.
- Que a protetora de todos os caminhos sempre os guie, meus queridos.. - disse a nova deusa da lua ao recebê-los.
- Kiriani.. você é Selune? Em meu coração eu sabia... - disse Sirius se pondo devotadamente de joelho, enquanto os demais faziam reverências mais contidas.
- Eu preciso recuperar minhas forças.. preciso ficar plena para espalhar uma luz de esperança nesse mundo tenebroso como está.. - disse a deusa afagando o rosto de seu segudor. - Nós lutamos contra o demilich e isso exigiu o máximo de mim, ainda tão inexperiente que sou... preciso descansar aqui nesse local sagrado e primordial.
- Você está segura aqui, Senhora da Lua.. - disse Fangorn, o treant com a voz sem a mesma sabedoria ancestral de Turlang.
- O Nojento vai proteger a todos.. - disse Timothy Hunter.
Úrsula resmungou que Daphne não estava ali também. Ryolith quis saber de Cormyr e Falkiner de Evereska, mas não houve mais tempo para respostas. Todos ouviram o rufar estrondoso de asas colossais, enquanto o incomensurável esqueleto de dragão surgia acima deles.
- Uma nova era se anuncia débeis seres. A profecia de Sammaster se cumpriu e chegou a hora dos dracolichs governarem! Curvem-se ante nosso poder supremo e nos sirvam como lacaios ou resistam e pereçam como vermes! - Urrou a besta das alturas. Timothy Hunter rapidamente sumiu dali, enquanto Fangorn buscou a diplomacia:
- Nós não servimos a ninguém, que não à vida. Seu mestre e seus aliados não tem lugar aqui, mas devem partir sem tentar nos intimidar.. - a voz do treant era vacilante. Selune preferiu não esperar e recitou uma benção que fortaleceu a todos, mas não afetou o dragão morto-vivo.
Este cuspiu uma baforada de fumaça tenebrosa que cubriu a todos e teria lhes roubado a energia vital, não fosse a resistência invocada por John Falkiner. Os heróis não perderam tempo e voaram para a batalha.
Úrsula disparou suas flechas, que não pareciam danificar o monstro. O santo Ryolith Fox conjurou sua montaria sagrada e viu Tyr agraciar-lhe com um pégaso pronto a serví-lo e carregá-lo até o céu. Falkiner deu uma magia que faria Úrsula afetar o morto-vivo, enquanto Alissah conjurou um celestial eladrin.
O dragão não perdeu tempo e conjurou um efeito épico. A necromancia afetou a todos, roubando-lhes a vitalidade. O eladrin morreu, Úrsula ficou às portas da morte, assim como Fangorn. Apenas o santo templário Ryolith Fox nada sentiu.
O paladino de Tyr voou em carga para esmagar aquele mal. Falkiner invocou uma prece que destruísse o inimigo, mas mesmo vencendo a resistência a magia da criatura, apenas a fez sentir alguma dor. Sirius surgiu com seus poderes de trevas e acertou alguns ataques sorrateiros, mas também pouco efetivos. Zumbi e Kavernan também atacaram com pouco sucesso.
Rock dos Lobos deu seu grito de batalhe e deixou a fúria mais primitiva assomar em seu ser. Ele invocou uma magia de acerto verdadeiro, usou todo o poder de seu ataque e atirou-se como o monstro, causando impacto, mas ainda incapaz de realmente perturbar o monstro. Foi Selune que ganhou os ares e com uma milagrosa cura em massa, que não só restaurou a todos, como realmente afetou o dracolich.
A monstruosidade morta-viva lançou toda sua atenção sobre a deusa da lua. Ele engoliu-a sem dificuldade, mesmo com a magia de implosão lançada por John Falkiner, a lançada de Ehtur Telcontar, a espadada de Ryolith Fox, as adagas de Sirius Black, o machado de Rock dos Lobos, as flechas de Úrsula Suarzineguer, a conjuração de Alissah Eagle, os punhos de Zumbi Palimares e o martelo de Kavernan. Em seguida, ele teleportou-se, enquanto as árvores mortas abaixo levantavam-se como seres mortos-vivos.
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