26 de jun. de 2015

A morte e a morte de Volcana Boaventura

Quando a discórdia e a disputa imperavam, pois elfos das primeiras famílias, que se consideravam mais nobres, como Heldalel Evalandriel, Sheil Long e Leia Organa não aceitavam que o humano Derdeil Óphodda, mesmo sendo escolhido de um deus elfo como Rhange Hesysthance Sorrowleaf, senhor da magia, conduzisse o ritual da conexão ao mythal, a rainha Amídala Ancalímon interviu:
- Esses são tempos de crise, meus filhos. Não são tempos como quaisquer outros que tenhamos vivido ou conhecido pelas histórias de nossos ancestrais. Nunca antes na história desse povo, passamos por provação igual. Não são tempos que nos permitam excluir ou limitar nossas alianças, pois o mal está por toda a parte. Essa crise está por toda a parte e nos afeta de maneira aguda, afetando o ânimo de nosso povo, o investimento no crescimento do ressurgimento de nosso império. Myth Dranor foi outrora a capital do maior império dos elfos e uma cidade aberta a todos os povos. Assim deve ser novamente. É preciso que pensemos na governabilidade e no bem maior, fazendo cada qual seu quinhão de sacrifício para que possamos cortar os custos do que nos onera. Tenho certeza que tais ajustes serão temporários e logo retomaremos o crescimento que fará nosso povo prosperar mais uma vez, com a benção de Bibiana.
- Amíldala, coração valente... força élfica, garra dessa gente.. - cantarolou de maneira ébria Volcana Boaventura pelo elo mental dos que já estavam conectados ao mythal, embora Sérgio Reis tenha interrompido com outra cantoria.
- Cantxa aquela... "piraaanha.. é um peixe voraz.."
- Pois eu peço, minha rainha, que permita que aqueles que não aceitam esse caminho fiquem ao lado de nosso mago.. um verdadeira mago élfico, capaz de lidar com energias élficas arcanas e através dele se conectem ao sagrado mythal dos elfos - interviu Leia Organa, sem ter ouvido a intervenção dos bardos como a maioria dos elfos.
- Mythal que foi criado também por arquimagos humanos.. como Elminster do Vale das Sombras.. - interviu Derdeil.
- O importante é que nos conectemos todos e engrandeçamos o poder do mythal, Leia - respondeu a rainha. - Mas vocês tem a minha permissão...
Dessa forma, um grupo de 500 elfos seguiu com os nobres, juntando-se na face sul do palácio ao redor de Heldalel Evalandriel, muito embora os 5 mil restantes tenham ficado com Derdeil, Kaliandra e a rainha. A capitã Kaliandra Boaventura ficou supervisionando o serviço do escolhido de Rhange Hesysthance, cuidando para que não houvessem complicações e pediu que seu amado Cameron Noites fosse vigiar o outro ritual, mesmo com a resistência e antipatia dos nobres.
- Lembre-se que somos um só, querido.. - ela disse para tranquilizá-lo depois de tantas cobranças e acusações que sofrera por seu papel quando da retirada da corte élfica no passado. - E fique de olho no pássaro agourento... 
Durante cinco horas, os dois poderosos arcanos lidaram com o tecido mágico do mundo manifesto na trama do mythal, unindo o ponto nodal que era cada ser à fina teia que era a energia vital conformadora do mythal. Isso consumiu muito do vigor de Derdeil, que entregou-se ao sacrifício sem exitar. No entanto, a demanda hercúlea de lidar com milhares de seres foi por demais pesada para o escolhido do deus da magia. O arquimago Heldalel Evalandriel terminou seu grupo bem menor primeiro, tendo significativo desgaste, mas menos sacrifício que o humano de Halruaa.
A mente de todos foi tomada por milhares de vozes e pensamentos, que se conectavam agora ao mythal. Isso dificultava um pouco entender algo entre tantas comunicações e anseios. Mesmo assim, todos os elfos sentiam que não havia mais medo capaz de dobrá-los, bem como uma sorte superior a inspirá-los fruto dessa união. Mais do que nunca, os elfos sentiram que era um só povo.


Nesse meio tempo, Rufus Lightfoot e Mari'bel viram retornar apenas um dos hobbits, às pressas, anunciando um ataque de drows contra os refugiados.
- Precisamos de ajuda aqui, pessoal.. - convocou Rufus. 
- Eu posso levar mais duas pessoas através das árvores... - disse Mari'bel.
Quando os reforços ébrios de Volcana Boaventura e Braad chegaram, a fada killorien, que parecia mais integrada à floresta de Cormanthor desde que fora o invólucro das energias da Grande Floresta, teletransportou-os através de uma árvore. Chegaram aos limites da floresta. Dali, eles viram dezenas de cadáveres, além de um grupo de drows cercados pelos tradicionais mortos-vivos sem pele quth-maren.
- Os rastros mostram que a maioria fugiu para dentro da floresta.. - disse Mari'bel cujos olhos transbordavam de energias verdejantes. - Eu posso reuni-los.
- Noix cuidjamox dixxxo aqui... - disse Volcana sacando o arco e cambaleando para fora das árvores. Ela lançou uma chuva de flechas contra os inimigos derrubando cinco dos mortos-vivos. Rufus avançou invisível e escondido.
- Yo te proterro, Volxana.. - disse Braad cambaleando para frente da elfa arqueira. Mari'bel logo sumiu em outra árvore e levou o hobbit que restara com ela.
Os drows não exitaram e atacaram. Os quth-mares partiram em carga e Braad foi ferido, mas Volcana matou mais cinco dos mortos-vivos com outra saraivada de flechas, que também acabou ferindo o monge. Uma das drows vivas, trajando vestes sagradas de Lolth, desapareceu, enquanto a outra, empunhando um símbolo sagrado da senhora das aranhas invocou uma maldição nefasta sobre Volcana Boaventura. Assim, a clériga drow matou a arqueira com um efeito mortal.
- Nooonn!!! - Gritou o mestre da bebedeira desesperado e tentando socorrer Volcana, mas já era tarde.
Sem perder tempo, Rufus Lightfoot surgiu atrás da inimiga e a matou com um ataque sorrateiro, enquanto Braad deu conta dos dois últimos inimigos drows com uma sequência de golpes irados.


Enquanto isso, em Myth Dranor, Heldalel Evalandriel disse que era hora de descansar, desejava estar com plenos poderes para lidar com as torres.
- E onde está o seu vasto poder e conhecimento verdadeiro sobre as torres, arquimago dos elfos? - Provocou Derdeil Óphodda, que não concordou em esperar. - É hora de despertar as torres, pois o poder do mythal já cresceu com todos os elfos conectados.
- E o que você quer é poder? - Questionou Kaliandra.
- Derdeil é a verdade e o caminho.. - lembrou o clérigo Zoristro.
- Eu quero usar esse poder que se faz necessário, minha aliada... - retrucou ele de imediato.
- Sou eu quem detém o saber sobre como deve ser o ritual, mago dos humanos.. - reclamou Heldalel.
- São torres élficas... - desdenhou Shei Long.
- As torres são do povo de Myth Dranor... - lembrou a rainha tentando acalmar os ânimos.
- Rhange é o deus e Derdeil é seu profeta... - gralhou Edgar.
- Pois eu sou o representante do elfo mais poderoso que já existiu.. - disse o escolhido do deus da magia buscando em sua mente sentir a conexão direta com Rhange. Ao invés de resposta, Derdeil sentiu uma certa ausência, como se tudo aquilo de seu deus que estava além dele mesmo não estivesse acessível naquele momento. Ao invés de uma resposta, Derdeil Óphodda, assim como todos os demais, viu que subitamente, se fez noite plena. As trevas cobriram não só Myth Drannor, cobriram toda Faerun.
Derdeil Óphodda sentiu que não havia tempo a perder. Ele queimou toda a energia mágica que ainda tinha. O fogomágico jorrou quando ele cortou os próprios pulsos. Ao invés de sangue o escolhido do deus da magia derramava magia em estado bruto. Essa força expandiu-se e invadiu as duas grandes torres. O sacrifício acabou despertando as torres, artefatos vivos que eram. Dos pulsos cortados de Derdeil derramou-se pura magia para alimentar as torres e isso fez com que brilhassem como um luar naquelas trevas que haviam chegado. Aos poucos o brilho foi se espalhando pra toda a cidade, assim como todos começavam a sentir a consciência das torres despertando na conexão telepática.
Mari'bel retornara com os hobbits logo após o fim da batalha. Rufus e Braad reuniram e queimaram os corpos fora da floresta nesse meio tempo, além de trazer o corpo de Volcana Boaventura. As trevas chegaram com ventos frios que apagaram a pira sobre os corpos. Rufus orientou os hobbits a seguirem para a cidade, enquanto que Mari'bel tentou teleportá-los mais rapidamente de volta a Myth Drannor. No entanto, eles emergiram aos trancos no limite da cidade, percebendo que a killorien não estava com eles.

13 de jun. de 2015

Derdeil Óphodda é seu profeta...

Se afastando das tumultuadas torres e dos tumultuosos elfos, o hobbit Rufus Lightfoot se pôs novamente a explorar as cidades de Myth Drannor. Era a primeira vez que circulava com calma desde a total regeneração da cidade graças ao poder do mythal. Resolveu ir para sul em direção ao graande lago, mas foi outra coisa que chamou sua atenção. Ele viu um grupo de duas dezenas de hobbits. Os mais adiantados eram furtivos, mas não furtivos o suficiente para escapar aos olhos dele.
Dois desses hobbits furtivos começaram a se esgueirar para o interior da cidade élfica. Quando o primeiro passou perto de Rufus, ele o surpreendeu:


- Procurando alguma coisa? O amigão da vizinhança?
- Que isso? Quem é você?
- Eu sou o hobbit-aranha!
- Hobbit-aranha? O que diabos é um hobbit-aranha?
- Eu!.. Nada de diabo... hobbit-aranha, hobbit-aranha.. sempre bate, nunca apanha.. ele desce pela parede... é capaz de qualquer façanha... hobbit-aranha, hobbit-aranha... - Com uma pirueta, Rufus se postou ao lado do ladino. - E você, quem é?
- Eu sou... err.. o Frodo... Frodo Monteiro...
- Você não parece sincero.. - insistiu Rufus.
- Err.. Coiote..
- E quem está com você?
- Eu tô sozinho... - se apressou Coiote em responder.
- E aquele?.. E aquele? Aqueles lá? - Apontou o hobbit-aranha.
- Ah tá.. err... não conheço... - mas como Rufus fez cara de "fala logo", Chacal prosseguiu.. - Somos refugiados.. estamos procurando as ruínas de Myth Drannor.
- Quantos vocês são?
- Cinco.
- Cara, eu tô vendo vinte.
- Somos vinte.
- Mais gente?
- Não... err... sim.. fora da floresta.
- Pois vocês acharam Myth Drannor.. quer dizer.. não são mais ruínas, agora é cidade de Myth Drannor.. aconteceram algumas coisas sabe... por que vocês tão vindo pra cá?
- Err.. é uma looonga história... - tentou enrolar Coiote.. - Mas você deve ser muito poderoso. Você reconstruiu tudo isso...
- Vamos lá encontrar seus amigos logo então pra eu explicar isso só uma vez... - disse Rufus um tanto impaciente.
Primeiro, eles surpreenderam Garibaldo Livre, o outro hobbit que avançara furtivamente pelo outro lado do parque da cidade.
- Chacal, você está indo pro rumo errado..
- Eu não tô sozinho, Garibaldo..
- Como assim? - Foi quando ele viu Rufus sair da invisibilidade. - Um drow? Estamos perdidos... eles já chegaram aqui!
- Calma, rapaz.. eu sou o incrível hobbit-aranha.. nada de drow.. como disse pro seu amigo Chacal, vocês chegaram a Myth Drannor, que está reconstruída.
- Lince Pintado vai gostar de saber.. - disse Garibaldo aliviado...
- Vamos lá conversar com seus amigos... - disse Rufus levando os dois.
Quando se reuniram aos outros 18 hobbits. depois que Garibaldo e Chacal fizeram sinal para baixarem as fundas e bestas, Rufus Lightfoot rapidamente viu quem era o líder, um bárbaro vestindo peles encantadas de animais e com pinturas de guerra. Era o maior e mais forte entre os ali presentes.
- Eu sou Lince Pintado, poderoso hobbit-aranha. Mim desejar trazer povo sua cidade.
- Incrível hobbit-aranha. Mas o que os trouxe pra cá? - Disse Rufus usando o poder mágico de seu chapéu para ficar maior.
- Clériga de Yondalla, Maristela Vestrela ter sonho. Ela ver terra livre. Livre dos drows. Drows devastar florestas. Destruir toda floresta. Destruir oeste com mortos. Velhos não acreditar. Poucos acreditar. Nós que acreditar fugir...
- Quanto vocês são?
- Nós ser muitos... - disse Lince Pintado.
- Cerca de 120 com as mulheres e crianças... - disse Garibaldo Livre.
- Pois sejam bem-vindos a Myth Drannor.. vão buscar o povo. Meus aliados que governam essa cidade os receberão sob a proteção do mythal mágico... - disse Rufus satisfeito em estar com hobbits novamente depois de todos esses meses.


Ainda nas torres de Myth Drannor, a killorien Mari'bel tentava manter sua mente concentrada, mesmo com o barulheira do bardo Sérgio Reis, do monge Braad, da barda Volcana Boaventura e os outros na outra torre. Ela buscou comungar com as forças da natureza que a habitaram e partiram para o reino de Silvanus, deus da natureza.
- Descanse seu coração, aspecto dos antigos. Seu jovem deus e de todas as fadas está à salvo, assim como as boas energias da Primeira Floresta, a Grande Floresta. Com o tempo, o zelo do Pai e a candura da Mãe terminarão de recuperá-lo da enfermidade e ele pisará o solo, respirará o ar e beberá da água viva. Sois abençoada por seu papel e sua determinação em tudo isso. As sementes em ti germinarão em breve - soou a voz de Silvanus durante um curto transe, como os que teve enquanto as forças a integraram à floresta de Cormanthor que cercam Myth Drannor.
O transe dela foi interrompido pela mensagem mágica que chegou:
- Filha da natureza, sou Heráclito de Cormanthor, druida dessa floresta. Minhas palavras vão com o vento guiado por Silvanus que nos diz que és quem pode nos salvar...
- Venha para Myth Drannor, Heráclito de Cormanthor. Traga o teu círculo druídico, pois Myth Drannor e seu mythal vivem novamente...


- Discutiremos isso com todos acomodados, caro escolhido do deus da magia, Derdeil Óphodda - respondeu a rainha Amídala Ancalimon.
- Claro, majestade - concordou Derdeil com uma leve reverência.
- Vamos, minha rainha. Temos que cuidar do povo de Bibiana - disse Kaliandra Boaventura indicando a todos os elfos que deviam segui-las, mas foi um casal que se destacou da multidão quem falou.
- Com licença, vossa alteza, mas desejo saber se já existem acomodações dignas de nos receber.. - falou a mulher.
- Não me parece que haja responsáveis à altura de tomar tais providências por aqui... - Kaliandra reconheceu que eram Leia Organa e Shei Long os que falavam com a arrogância costumeira.
- As acomodações serão providenciadas para todos os elfos, mestre arqueiro arcano Long... - respondeu a rainha.
- Todos receberão a benção de Bibiana, boa comida e boas camas, nobres... - completou Kaliandra.
- Nos bons tempos de Corellon Larethian não tínhamos de lidar com a inexperiência divina.. - alfinetou Leia Organa.
- Os tempos são outros.. - retrucou Derdeil.
- Tristes tempos em que a magia jaz nas mãos de alguém tão desprezível com Rhange Hesysthance... - provocou Shei Long fustigando Derdeil com os olhos.
- Esse almofadinha elitista carola lutou junto com seu deus e Azrael Sulivan no passado... - avisou a barda Volcana Boaventura pelo elo mental.
- Eu sei que o nobre Shei Long teve a honra de combater ao lado do grande Rhange Hesysthance e sabe que ele lida com o poder como ninguém! - Afirmou decidido o humano de Halruaa.
- Rhange Hesysthance é a verdade e o caminho e Derdeil é seu profeta! - Gritou Edgar, o corvo.
- Eu combati ao lado do grande Azrael Sulivan. O arquimago apenas nos traiu e envergonhou! - Retrucou Shei Long.
- Não temos assuntos com humanos.. - desdenhou Leia seguindo com o marido.
Kaliandra Boaventura não tinha boas lembranças do casal de nobres, mas sabia que tinham muita influência na corte. Ela ficou feliz quando reconheceu uma voz amiga que se destacou da multidão:
- Kaliandra! Kaliandra Boaventura! De embaixadora a capitã e salvadora do povo élfico... - disse uma mulher que vinha trazendo um belo arco.
- Trina Blair - regozijou-se Kaliandra indo abraçar a antiga amiga e iniciada da ordem do arco. - Que bom ver um rosto amigo... - elas se abraçaram, enquanto os milhares de elfos convergiam para as torres.
- Fico feliz em vê-la também, velha amiga... parece que você tem muitas histórias para contar desde que partiu de Encontro Eterno. Confesso que tenho o coração passado desde que vi o triste fim que teve a Grande Floresta, lar de meus ancestrais.
- Terei prazer em contar tudo, minha cara... inclusive da tristeza do que houve por lá, mas devo me apressar e chegar antes nas torres para que tudo esteja preparado como se deve... - disse Boaventura partindo na frente, pois tinha que levantar seu amado Cameron Noites e prepará-lo para como quer que a rainha quisesse julgá-lo.
Lá, como de praxe entre os elfos, os membros das famílias mais importantes foram acomodados nos melhores aposentos das torres, mobiliados pela poderosa magia de Heldalel Evalandriel. Os demais foram acomodados nas construções mais próximas. Kaliandra cuidou disso, depois de deixar Cameron em segurança, já que ele permanecia fraco, mesmo com as magias. Por isso, foi a última a ir descansar.

Rufus Lightfoot manteve a vigília esperando o retorno dos hobbits.
Mari'bel sonhou com a Grande Floresta bela e regenerada, como se nunca tivesse sido devastada. Quando despertou quatro horas depois, foi para sul aguardar junto a Rufus, sentindo a esperança crescer em seu coração.
Derdeil Óphoda sonhou com a um grande círculo de luz:
- Derdeil Óphodda, é chegada a hora de seu retorno ao lar, filho de Halruaa. O Mago maior Zalathorm, o visionário, já não mais governa tendo caído, seu poder se faz necessário em nome da nação.
- Ainda não posso voltar.. tenho que terminar meus deveres para com o deus da magia ant... - mas o pensamento se perdeu ao ver a grande cidade de Halaraa, capital do maior reino mágico de Faerun em ruínas.
Kaliandra Boaventura sonhou com vastas planícies cinzentas. Vagou perdida sem ter qualquer referência que fosse até que um espectro cinzento com uma máscara espelhada no lugar do rosto. Ao se dirigir a ele, ela percebeu uma linda elfa presa em teias de aranha. A elfa foi degolada por uma aranha enorme e seu sangue tingiu a teia de vermelho.

Quando Derdeil Óphodda se levantou, manteve seu lacaio drow ali em segurança, temendo principalmente que os nobres elfos arrogantes pudessem agir contra ele. O escolhido do deus da magia foi logo reunir-se ao clérigo de Bibiana Zoristro Glorien, que deveria levantar a todos os vitimados pelas energias nefastas que assolaram a cidade no dia anterior. Com suas magias preparadas, Derdeil Óphodda, mago e clérigo de Halruaa, derramou todo o poder do fogomágico. Isso engrandeceu o poder do clérigo, fez a magia que o elfo ainda trazia em si aflorar, mesmo com o silêncio de Bibiana. A força encantada passou de um indivíduo élfico ao outro, expurgando a maldição de seus corpos e abençoando-os para a vida novamente. Não restou sinal que fosse do mal que chegara com a energia da Grande Floresta. Até mesmo a jovem meio-elfa Lilinea se levantou.
- Esse poder... eu nunca vi nada igual.. - disse Zoristro Glorien caindo de joelhos diante de Derdeil. - Esse é o verdadeiro deus... Rhange Hesysthance é a verdade... e Derdeil Óphodda é seu profeta...
- Levante-se, servo da magia. Nós somos apenas os instrumentos dessa vontade incontornável.. venha comigo, pois temos de dar conta do ritual para ligar todos ao mythal e fazer o poder de Myth Drannor crescer, em nome do grande Rhange Hesysthance! - Disse Derdeil triunfante e mostrando-se a todos os ali presentes, que não podiam conter o entusiasmo.
- Pois eu creio que devamos aguardar a rainha.. e Kaliandra.. - interviu o mago Heldalel Evalandriel deixando claro sua desconfiança.
- Kaliandra precisa participar disso... - concordou Trina Blair.
- Não há tempo a perder.. - disse Derdeil.
- Você não decide as coisas aqui, humano.. - proclamou Shei Long.
- Eu irei chamá-las.. - disse o mago subindo a torre.