28 de mar. de 2015

O bem vence o mal, espanta o temporal... mas não Bane...

Mari'bel soube logo que era uma visão, mas isso não desfez seu terror. Enquanto se conectava com o mythal de Myth Drannor e buscava fortalecê-lo, a arqueira killorien viu o Grande Floresta. As árvores retorcidas, ressecadas, sugadas de toda a vida como um cemitério sem fim. Ao centro dele esta seu deus Timothy Hunter, assim como o treant Fangorn.
A visão foi breve e logo ela estava com Kaliandra e os outros elfos, buscando fortalecer o mythal. Haviam tido sorte ao lidar com os nishruus, que de tanto se expandirem, tocaram as áreas de anti-magia. Após a primeira das hecatombes, os heróis fugiram o mais rápido possível. Derdeil Óphodda, escolhido do deus da magia, usou seus poderes para tirá-los de lá com uma porta dimensional.
Mesmo que todos os elfos estivessem ali reunidos, Kaliandra, Cameron, Dhyon e seus seguidores, além de Pena Branca e até mesmo Mari'bel, foi um novo artefato trago por Rufus Lightfoot e o corvo Edgar que mudou a situação.
Do colossal salão em que o druida Chuck Norris fora petrificado, a dupla de ladinos trouxe uma coroa que pertencera aos regentes de Myth Drannor.
- Eu sou a grande coroa dos regentes de Myth Drannor, pequenino. Deve ser a mente élfica quem me comanda, não um ser como diminuto como tu ou como essas simples ave negra. Sou um artefato talhado para salvaguardar o espírito dos elfos desde a jóia maior dentre as cidades foi erguida na floresta de Cormanthor. Por séculos fiquei protegida das ameaças demoníacas e diabólicas sob a guarda de poderosas runas e constructos, mas agora sei que o tiver de ser será e assim sendo, deves fazer como lhe disse e colocar-me diante do regente dentre os elfos. Aquele que tem a moral e...
- Aqui está, Kaliandra... - disse Rufus um tanto aturdido com a verborragia ininterrupta da coroa.
- Uma Boaventura? - Surpreendeu-se a coroa tão logo Kaliandra a tocou. - O clã Boaventura é famoso por suas bocas com voz de veludo e seus destemor desmesurado.
- Muito obrig...
- Tive diante de mim a grande Jezebel Boaventura, cuja agilidade e vigor eram famosos em quaisquer famílias dos altos elfos. Além disso, esses eram tempos de magia verdadeiramente grandiosa e... - oa rtefato seguia falando todo tempo, mas Derdeil apressou todos em um ritual para devolver quanto poder fosse possível ao mythal.
Todos ali, unidos pelo elo telepático do mythal, escutavam os alertas do deus da magia Rhange Hesysthance na mente de seu escolhido:
- Tropas de Forte Zhentil se aproximam. Cinco mil clérigos do deus da tirania e do medo comandam dezenas de milhares de tropas. Eles vem em busca do mythal. 
Quando todos os elfos comungaram mais uma vez como um só, devolvendo toda a energia vital deles ao mythal, a força puramente positiva foi catalizada pela coroa e expandiu de uma maneira ímpar aquele poder magistral. Um tsunami de positividade e vida transbordou pelas ruínas do palácio, invadindo cada espaço, cada meandro, cada partícula da ancestral cidade de Myth Drannor.
Os olhos demoraram a se adaptar. A claridade arrefeceu e todos que viviam viram que não havia nem mais mythal, nem coroa.
- Os artefatos... - preocupou-se Sérgio Reis.
- Eles misturaram-se à energia.. - ponderou Cameron.
- Eles integraram-se à cidade... Myth Drannor é o mythal... - explicou Kaliandra Boaventura maravilhada com aquilo, enquanto seus seguidores a veneravam sob comando de Dhyon. 
- Minhas tatuarrens... que passa? - Preocupou-se Braad sentindo-se lúcido demais e vendo que dois terços de suas tatuagens haviam sumido. - Donde estas Derdeil?
- Xiiii... - disse Rufus pegando um vidrinho e indo ao montinho de cinzas que restara onde estava Derdeil antes.
- Cróóóó... - disse Edgar voltando a ser apenas um corvo.
- Temos que fazer algo.. - disse Mari'bel se aproximando. No entanto, abruptamente, as portas duplas do palácio abriram-se. Adentrou um alto e estranho elfo. Tinha metade do rosto coberto por uma placa metálica e carregava um cajado que terminava em uma grande mão. Seu manto tinha muitos olhos.
- É o deus da magia... - avisou Sérgio Reis o que todos já sabiam.
Rhange Hesysthance apontou o cajado para o pote do hobbit e este estourou, quando estas voltaram a ser o mago e clérigo de Halruaa Derdeil Óphodda. Isso foi praticamente simultâneo ao tremor que percorreu toda Myth Drannor. Acima da cidade, Bane, o deus da tirania e do medo golpeava a cúpula invisível que cobria a cidade.


21 de mar. de 2015

A risada de Malkizid, deus do mal e do caos


- Vocês acharam mesmo que podiam me destruir? Vocês ínfimos lacaios dos deuses esmagados por mim? Vocês míseros brinquedos em minhas mãos? Suas lanças e flechas quebram-se sem minha essência tocar... este é o meu lugar... meu plano... meu tempo!!! Eu sou Malkizid, o pleno... Malkizid que voltou do que está além do fim. Aquele que renegou os céus e dominou o Inferno e o Abismo!!!
As palavras de Malkizid ecoaram como se todo o ar fosse tocado por ela, como se cada parte ínfima que fosse da existência vibrasse ao som dela. Enquanto ele falava, os heróis se davam conta de que não era mais a bela cidade de Evereska que os cercava. As magníficas construções élficas, mesmo que arruinadas, iam sumindo como uma miragem que se aproximasse da vista.
Aos poucos, todos viram-se obrigados a voar, pois o próprio chão desfez-se aos seus pés. Eles reconheciam agora paredões de pedra a perder de vista para cima ou para baixo. Os Infinitos Níveis do Abismo, lar de todos os demônios. Conseguiam avistar além dos demônios que já vinham para cima deles antes, os milhões que pululavam nas grutas e cavernas, exalando horror e iniquidade, misturando-se ao ar pestilento com odor de enxofre.
- Ehtur, meu amor, estou na Grande Floresta com o mythal. - Chegou a mensagem mágica aos ouvidos de Ehtur, que já preparava sua lança Gungnir para empalar os inimigos. - Irei pedir ajuda ao deus das fadas para ir resgatar você e os outros.
- Protejam o mythal, a Grande Floresta e nosso filho, Alissah. O maldito ainda não foi destruído e continuamos a batalha! Nós iremos destruí-lo! - Disse Telcontar mentalmente antes de interceptar a carga de um dos três grandes demônios que atirou-se sobre ele.
Daphne da Grande Floresta, que fundira-se ao solo como um espírito da terra, percebera antes dos demais o mal de Malkizid ainda presente, vendo-se impedida de teleportar-se dali com os demais. Isso obrigou-a a manifestar-se novamente, como um enorme elemental da terra flutuante, ao qual os gnomos se agarram quando o chão desapareceu.
- Eu irei me tornar uma fênix para nos tirar daqui... - ela alertou mentalmente a todos, apenas para descobrir, que mesmo fora do solo, algo ainda a impedia de metamorfosear-se.
- Eu não sinto os deuses, Daphne... - respondeu mentalmente a gnoma Jacke.
- Esse é o plano divino dele... os demais deuses não nos alcançam aqui... - alertou John Falkiner, que também sentia-se isolado da conexão direta com Bibiana, mas conseguia voar, graças aos seus poderes de escolhido, a parte de Bibiana que vivia nele.
- Nem mesmo Gaerl Ourobrilhante chega a mim... - falou Deborah sobre o deus dos gnomos.
- Estamos à mercê do poder dele... que aqui é absoluto... - preocupou-se Jacke.
- Há algo que possa ser feito, pela luz de Selune... - dizia Sirius que voava próximo deles.
- Estando aqui, nós podemos invocar os deuses... seremos a porta de entrada deles... - lembrou Daphne.
- Que a luz de Selune nos dê esperança, que o amor de Chaumtea nos nutra, que o zelar de Silvanus nos embale, que a coragem de Miellikki no guie, que o brilho de Amaunthor e Lathander nos acalente, que a sapiência de Oghma nos oriente... - começou a recitar Jacke em uma prece.
Os demônios vingadores com imensas espadas vorpais também lançaram-se sobre eles, ferindo a todos. Um decepou a cabeça de Daphne, mas a forma elemental impedia que isso a matasse, além da sua forma adaptável que impedia danos críticos. Ehtur vitimara o primeiro com todo o poder de Gungnir, mas os outros dois o machucaram bastante.
Úrsula fez chover flechas de Avenger sobre os demônios, enquanto que Sirius moveu-se pelas sombras para flanqueá-los e ajudar o guardião. Falkiner buscou uma de suas varinhas e curou parte dos danos de Telcontar.
Estavam cercados agora pelos sete demônios que ainda haviam, além da gargalhada psicótica de Malkizid que era a trilha sonora desse mundo macabro. Acima de suas cabeças, duas vezes maior que o maior dos dragões que já tivessem visto, descia um demônio verde e escamoso de quatro braços. Daphne reconheceu a ameaça ainda mais terrível, um klurichir, a mais colossal criatura que jamais vira, e novamente tentou partir dali com os colegas, sem ver qualquer resultado.
Tudo parecia perdido.
- Chega de infâmia! Basta de perversidade!!! - Retumbou uma voz feminina. Um rasgo se fez no tecido da realidade de onde emergiu o mais belo dos unicórnios cercado por luz. - Meu campeão não se perderá na sua loucura devassa, Malkizid, o caído!
- Miellikki, minha senhora - bradou Ehtur Telcontar com ânimo renovado. Todos os servos dos deuses como Daphne, Jacke, Falkiner e Deborah sentiram os canais divinos se reativarem. A gnoma Jacke logrou invocou uma cura em massa que deixou seus aliados totalmente recuperados. Todos perceberam, então, que pela passagem chegou outra divindade, a verdadeira fonte da luz. Um grande guerreiro totalmente coberto por uma armadura dourada entalhada de sóis. Amaunthor. Isso pareceu afugentar os demônios espectadores para suas cavernas e grutas nos paredões do abismo.
As setas de Úrsula e os cortes de Negativa abriram caminho para que Ehtur tombasse mais dois dos demônios vingadores, fazendo-os explodir em cinzas mal-cheirosas como o anterior. Mesmo assim ainda restavam cinco deles. Com suas perigosas espadas, eles alcançaram o ladino Sirius Black e o guardião Ehtur Telcontar. Entre os céleres golpes, as cabeças de ambos foram apartadas de seus corpos.


- É assim que salvará seu campeão, dama das florestas? - Gargalhou Malkizid triunfante, enquanto a deusa unicórnio e o senhor do sol viram-se agarrados pelo colossal klurichir, aprisionados entre suas garras, como uma flor por uma avalanche. - Vocês se somarão ao meu sacrifício. Cada vez mais, meus peões trazem-me peças maiores para eu me deliciar nessa partida!
- Com a graça de Bib... - Falkiner invocava uma prece, mas percebeu que a energia divina com a qual se conectara não era a da deusa dos elfos. Ele sentiu a energia masculina de Corellon Larethian.. - Pela graças dos elfos e dos Seldarine, não é a hora de o guardião perecer. Que a ressurreição perfeita traga de volta o campeão das florestas, o portador de Gungnir, aquele que matou o demilich. Viva Ehtur Telcontar, andarilho de Faerun, inimigo do mal!
Quando o clérigo e escolhido de Bibiana findou aquelas palavras, a deusa Miellikki explodiu em energia divina. Um raio de luz partiu de seu chifre e alcançou o corpo de seu campeão Ehtur. A cabeça dele retornou ao corpo como se dali nunca tivesse saído, enquanto as mãos recuperaram a firmeza sobre a lança, já voltando a golpear os surpresos inimigos demoníacos. A energia serviu para dar espaço à deusa unicórnio, que lançou-se em carga contra o ventre do monstro colossal. Amaunthor também explodiu em energia solar, mas seguia contido.
- Isso mesmo! Resistam! Tentem mais de suas esperanças vãs... - debochou Malkizid. - Quando mais vocês resistem mais saborosa é minha vitória!!!
Jacke não se fez de rogada e também invocou uma ressurreição para trazer Sirius de volta da morte:
- Que a luz eterna da irmã das trevas guie essa alma para o corpo que ela sempre habitou. Que Selune, senhora da esperança, sopre a vida em seu amado escolhido, como uma estrela nas trevas noturnas. Volte para nós Sirius Black, amante da esperança.
Para surpresa de todos, as palavras da gnoma seguidora de Daphne, fizeram um novo risco no tecido da realidade, no formato de uma lua crescente. Esse riscou encheu-se até a perfeição de um círculo e a luz prateada banhou Sirius Black, devolvendo-lhe a cabeça e a vida. Onde a lua cheia prateada se fizera, eles viram Selune, e nos braços dela, vivo novamente, Sirius Black.


Muito longe dali, Alissah Telcontar correu o máximo que podia sentindo o peso da gravidez, ainda sendo seguido pelo mythal de Evereska. Ela entrou as árvores sagradas do Grande Pai, onde sabia que encontraria o treant Fangorn e seu deus. No entanto, apenas o primeiro ela avistou.
- Alissah, pelos deuses da natureza, onde estão Ehtur e Daphne? Acreditávamos que tinham sido destruídos com Evereska?
- Onde está Timothy Hunter, Fangorn? Ele precisa salvar Ehtur... eu trouxe o mythal... o maldito demônio tomou Evereska e tudo mais...
- Os drows e a senhora das aranhas ameaçam tudo, Alissah... - lamentou Fangorn. - Perdemos nosso mythal e os Eagle. Mandamos heróis, druidas e guardiões em busca de salvação, mas parece ser este o tempo do apocalipse. Timothy foi cuidar e salvar as fadas...
- Por favor, meu deusinho Timothy Hunter... volta pra cá... estamos com mythal... meu amor precisa de ajuda... - invocou ela de joelhos.
Em resposta, o garoto deus e seu gato familiar logo apareceram, emergindo de uma árvore próxima.
- Alissah... você voltou.. - o semblante dele já não era o do garoto despreocupado ou do adolescente petulante, mas sim o de um homem temeroso do destino.
- Alissah trouxe um novo mythal... - tentou animá-lo Fangorn.
- Parece que há esperança afinal... - sorriu Timothy. - Você tinha razão, Nojento... algo de bom sempre acontece... vamos conectá-lo à Grande Floresta reino das fadas...
Porém, a alegria logo se transformou em caos e maldade, quando Timothy Hunter e Fangorn, além de toda aquela ancestral floresta se uniram ao mythal. Alissah assistiu tudo ser amaldiçoado e profanado pelas forças trazidas por ela naquele falso mythal...


7 de mar. de 2015

Um nishruu-portal? O mestre deve estar de sacanagem...

- Veja, flor do meu amanhecer... aqui está a runa que petrificou o incauto druida... - disse Cameron Noites apontando o símbolo mágico para sua amada, enquanto inspecionavam as ruínas do templo de Sune no limite das ruínas de Myth Drannor.
- Esta aqui? - Perguntou Kaliandra Boaventura antes de se ver petrificada pelo efeito mágico da armadilha arcana.
Todos os colegas do casal de elfos sentiram o que acontecera pelo elo telepático que os unia. Enquanto o corvo Edgar ainda se aproximava voando com o pequeniníssimo Rufus Lightfoot, assim como Pena Branca, que vinha carregando o bardo Sérgio Reis, o monge Braad seguiu para a arruinada torre de armamentos onde Mari'bel e Derdeil haviam recolhido algumas armas após derrotarem os othyugs, no interior da área de anti-magia. A surpresa foi geral quando o último dos nishruus, ainda distante, teleportou-se para a Clareira do Amor de Sune engolfando tudo por ali. A criatura absorveu não só o poder que alimentava a runa nefasta, bem como a própria petrificação de Kaliandra e Chuck Norris. Cameron Noites, por sua vez, usou de toda sua força de vontade para resistir contra a voracidade da criatura.
- Você é o mais rápido, Braad... tire-os de lá... - comandou Derdeil sabendo que seus poderes eram inúteis contra o nishruu e temendo o que o monstro faria tendo enfim um dos elfos para sugar. O mestre da bebedeira correu o mais rápido que pode, mas antes que lá chegasse, acabou alvejado por uma saraivada de flechas. Braad conseguiu agarrar uma com destreza, enquanto outra destruiu sua garrafa de rum e uma terceira o feriu no peito.
- Cabrons desgraciados!!! - Urrou o monge vendo sua última dose de rum drow 113 anos se perder nas pedras.
- São elfos... elfos verdes de Cormanthor... - alertou Mari'bel. - Não somos inimigos, filhos da floresta. Somos sua salvação. Deixem seu esconderijo e nos ajudem contra a verdadeira ameaça, seus tolos!
- Se nos atacarem iremos destruí-los! - Ameaçou Derdeil pensando em qual magia lançaria.
- Vocês profanam essas sagradas ruínas, humanos.. - vieram as vozes do casal de elfos que deixaram o esconderijo no topo das árvores ainda fora da ruína. - Nós vemos as marcas do mal em vocês.
- A ameaça verdadeira é aquela monstruosidade rósea que suga magia - cantarolou com diplomacia Sérgio Reis. - Ajudem-nos. Estamos todos do mesmo lado, mesmo que vocês elfos pareçam ter certa dificuldade para entender as coisas. Somos amigos... amiiigo... amiiigo...
Com esse tempo, Braad prosseguiu. Isso permitiu alcançar Kaliandra, que deixou a área coberta pelo nishruu em veloz desespero. Ela saltou para os braços do monge, que a agarrou com a satisfação de quem agarra as curvas de uma garrafa. Cameron e Chuck também escaparam, mas nenhum dos três saiu sem levar dano das garras e presas que formavam a criatura faminta por mais magia.
O nishruu moveu-se desejoso de sorver o poder especial que os elfos representavam, fontes principais da força do mythal, mas era muito mais lento que eles. Sendo assim, novamente ele usou de magia para atingi-los. O cone de frio quase vitimou o druida, o monge e o casal de trovadores da espada.
- Como saberemos se podemos confiar em vocês? - Ainda duvidava o guardião elfo de pele verde, enquanto sua companheira parecia mais propensa a crer na killorien esmeralda e no bardo humano.
- Vocês nos devem satisfações... - ela dizia, quando o mestre da bebedeira chegou com Kaliandra nos braços. Imediatamente, o casal de recém chegados viu em Kaliandra Boaventura o eterno feminino, assim como perceberam a essência primordial masculina em Cameron Noites. Foi como se estivessem diante das matrizes primeiras conformadoras de toda sua raça e isso desfez não só as dúvidas, como os impeliu a defender aquela quintessência élfica materializada, 
Mas Cameron sabia que o monstro não pararia de avançar até ter para si um dos elfos. Seu amor consagrado nas águas do mythal não permitiria que Kaliandra fosse tocada pela névoa rósea do nishruu. Sem exitar, Cameron Noites heroicamente invocou uma magia de escudo para atrair ainda mais a atenção da criatura e como um mártir partiu para cima do monstro. 
- Não seja idiota, Cameron - urrou Mari'bel despejando todas as suas flechas no nishruu, mesmo sabendo que isso pouco efeito teria. Pena Branca fez o mesmo.
- Ele não consegue não ser um imbecil... - desdenhou Derdeil. - Vocês dois façam algo.. sejam úteis!
- Esses elfos são todos problemáticos... - comentou Rufus com o corvo, enquanto os dois ainda voavam pairando acima da confusão. Chuck Norris aproveitou para virar uma águia e voou para fora do conflito.
O nishruu avançou sobre Cameron Noites e o engolfou. Novamente, o trovador da espada resistiu a ter sua essência mágica absorvida, ainda que escudo arcano fosse perdido e não tenha evitado que a magia do monstro o paralisasse. Foi preciso que o elfo clamasse por seus poderes únicos de trovador da espada para vencer a paralisia e poder correr, dessa vez sabendo que seria ele a ser perseguido e não sua amada. 
- Meus queridos e estimados filhos de Bibiana,,, - disse Kaliandra para os dois elfos guardiões, em quem ela reconheceu os símbolos sagrados da senhora dos elfos. - Não contenham o poder de nossa mãe que vive em todos nós. Somos um só e devemos não só proteger essa cidade arruinada, mas vencer aquela monstruosidade que ameaça o poder do mythal que eu e meus aliados trouxemos de volta. É contra o nishruu que devemos nos voltar. Vocês devem ser úteis, devem ser destemidos e nos auxilar a ser os verdadeiros protagonistas dessa trama, uma vez que os elfos uma vez mais convergem para este solo sagrado, conclamados por mim, guiados por nossa rainha, mas ainda assim ignorantes de que tudo isso pode se perder se aquela maldita criatura não for destruída. Sigam meu comando e ajam!
- Sim, nossa senhora - disseram os dois com devoção e sentindo a conexão com o mythal de Myth Drannor. Braad, por sua vez, ante aquela ladainha preferiu pegar um pouco da cerveja rústica anã que ainda trazia consigo. Sérgio Reis optou por uma balada para inspirar os camaradas na batalha, mas as flechas de Mari'bel e Pena ainda surtiam pouco efeito e o nishruu avançou bastante em direção a Cameron.
A elfa guardiã urgiu em direção a Cameron fascinada e devotada a ele. Mas foi o mestre da bebedeira quem correu e agarrou o parceiro de Kaliandra sem o mesmo entusiamo com que a salvara antes. Isso deixou a elfa de pele verde na linha de frente, mas ela não temeu, como fora orientada, sacou o arco e disparou flechas como faziam Pena Branca e Mari'bel.
Eles quase não perceberam que o druida Chuck em forma de águia pousou na Clareira do Amor e achou uma passagem para o subterrâneo agora que não havia mais a proteção da runa. Isso porque o nishruu invocou uma magia de pressa e alcançou a incauta elfa, que não tinha o poder para resistir à absorção, colocando o monstro em sintonia direta com o mythal.
- Nissalaaaaa - gritou o companheiro da vítima, enquanto o corpo dela tombava.
Mari'bel e Pena Branca seguiram atirando, mas isso não impedia a voracidade do nishruu que crescia e começava a emitir um estranho brilho em seu âmago. Temendo o pior, Sérgio Reis disparou contra o corpo caído da elfa para cortar a conexão, mas àquela altura foi inútil. Mais afastado do núcleo do problema, Chuck Norris preferiu se transformar em um rato e descer pela pequena passagem que achara. Braad deixou Cameron de lado e correu para resgatar Nissala, ainda que isso tenha significado novos ferimentos, que já o aproximavam do limite de seu vigor, trazendo-a para o companheiro desesperado, que tentou curá-la.
- Ela... ela está morta... - ele disse deixando cair as lágrimas sobre ela.
- Ô Diakaioo... acorda espadinha... pois é.. acho que precisamos de você... - disse Rufus sacudindo a espada sagrada de Tyr.
- Eu serei de pouco uso sem um paladino que me empunhe, pequenino - alertou a vingadora sagrada.
- A situação tá preta... quer dizer.. tá rosa e brilhante... e o hobbit-aranha precisa dar um jeito naquela fumaça antes que ela termine de fazer o que quer que ela está fazendo... então faz o que você fizer de melhor, que tá na hora do pau!
O nishruu não parecia afetado pela perda da elfa, continuava crescendo e o brilho em seu interior ia se tornando cada vez maior, formando o que parecia ser um portal para outro plano. Todos conseguiam ver um sem número de outros nishruus do outro lado.
- É um portal para o plano de Sune, a deusa do amor - gritou Derdeil Óphodda, depois continuou falando na mente de seus camaradas. - É lá que Shun Iksea perdeu-se. O plano da senhora da paixão foi tomado pelos nishruus e agora eles serão atraídos para cá... - E como se ouvissem o anúncio do escolhido do deus da magia, as criaturas se dirigiram para o portal, com a primeira delas iniciando a travessia.
Mari'bel e Pena Branca seguiam atirando flechas no limite da área de anti-magia, sem obter qualquer vantagem com isso, mesmo com Sérgio Reis, o único um passo fora da área, cantando para incentivá-los. O familiar Edgar desceu em um rasante, o que permitiu a Rufus golpear o nishruu com Dikaioo Ensis. O golpe foi retumbante e atingiu o monstro como nenhum outro até então. Ainda assim, o monstro tentou absorver o poder mágico do artefato de Tyr, exigindo de Rufus força para não perder a espada. Quando o corvo subiu para o céu, o hobbit manteve sua arma, mas já não conseguia se comunicar com ela, que estava agora mais pesada do que antes.
O primeiro nishruu cruzou o portal, surgindo no interior do nishruu-portal, que ia se tornando cada vez maior se expandindo em direção ao grupo e à área de anti-magia. O próximo nishruu já despontava no portal trazendo ainda mais preocupação ao coração dos heróis, que não tinham como lidar com uma horda de seres sugadores de magia.
Derdeil Óphodda deixou a retaguarda e avançou para fora da área de anti-magia. Ali, sacou seu colar onde podia depositar almas. O item mágico brilhou com as energias necromânticas, mas acabou sugando a alma de Sérgio Reis que tombou catatônico.
- Maldição.. - disse Derdeil sentindo o poder da alma do bardo, que seria um excelente combustível para seus poderes de escolhido do deus da magia.
- Que cossa... - disse Braad entornando o que restava da cerveja anã.
- Liberte Sérgio, Óphodda... - disse Mari'bel disparando mais flechas, enquanto Pena Branca retesou o arco e mirou no mago. Edgar e Rufus investiram em uma nova carga, mas dessa vez com quase nenhum efeito, como as inúmeras flechadas. A espada ficou ainda mais pesada, tornando impossível carregá-la pequeno como estava. O familiar Edgar também sentiu que a criatura quase sugou a energia de Derdeil que havia nele e preferiu se afastar.
O segundo nishruu deixou o portal, ao mesmo tempo que um terceiro despontava e o primeiro avançou mais rápido do que todos julgavam possível até os heróis. O nishruu-portal seguia crescendo e se tornando colossal. Derdeil Óphodda libertou a alma de de Sérgio Reis, que foi resgatado por Pena Branca para o interior da área de anti-magia. Rufus e Edgar resolveram seguir Chuck Norris que avisava a todos que chegara a um vasto salão cheio de cristais luminosos, cujo chão era forrado de moedas. Mari'bel seguia atirando, mantendo os elfos na área de proteção sem magia.

Derdeil ativou o colar novamente e dessa vez sugou o nishruu mais próximo. Isso causou uma explosão que quase destruiu o mago e quem estava próximo. O nishruu-portal perdeu uma área equivalente ao tamanho do nishruu que fora sugado, mas que logo foi coberta pelo segundo nishruu, assim como o terceiro avançou e um quarto já chegava. E a criatura portal seguia crescendo. Braad puxou Derdeil para a área de anti-magia. Naquele momento que parecia o fim, Sérgio Reis cantou uma balada:
- Eu só quero que os elfos... não me atrapalhem nesse inferno... e que tudo mais vá pro inverno... uouuu...
Rufus Lightfoot e o familiar Edgar escapuliram pela pequena passagem na Clareira do Amor, percebendo que o ratinho Chuck fora novamente petrificado ao chegar às moedas lá embaixo.
Mesmo com Mari'bel e Pena Branca disparando mais flechas, o segundo nishruu não exitou e avançou desejoso dos elfos e tocou o área de anti-magia. A hecatombe que se seguiu quase destruiu a todos, além de desintegrar a criatura. A área de anti-magia se desfez, tornando-se uma área de magia selvagem. Derdeil Óphodda percebeu que não sentia mais seu contato com Rhange Hesysthance, deus da magia. O nishruu-portal, no entanto, seguia crescendo e dando vazão a novos monstros.