6 de fev. de 2015

O retorno do mythal de Myth Drannor

Derdeil Óphodda foi o primeiro a reconhecer o âmago das ruínas de Myth Drannor, provavelmente a maior cidade que jamais existira e que ele tanto estudara nos anos de sua formação. O arquimago e antigo escolhida da deusa da magia, Elminster Aumar do Vale da Sombra escreveu no segundo tomo de suas memórias que chegou ali como um poderoso aprendiz e saiu de lá como um humilde arquimago. Mesmo quase 800 anos após sua destruição, isso não havia roubado todo o esplendor do que restara. Mari'bel, Sérgio Reis, Rufus Lightfoot, Braad, Pena Branca. Edgar e Chuck Norris não demoraram a reconhecer as ruínas élficas de onde saíram poucas horas antes. Cameron Noites conhecia aquelas ruínas de outros carnavais. Era Kaliandra Boaventura que conhecia bem apenas as lendas sobre aquele lugar.
Fora ensinada sobre ele na infância e se um dia lhe parecera uma terra de misturas ruins que culminaram na derrocada do último grande reino dos elfos como diziam os anciões Boaventura, para ela eram rochas e árvores que falavam de uma harmonia única entre os povos elfos, humanos, anões, hobbits, gnomos, fadas e quem mais quisesse comungar em harmonia. Uma harmonia que foi destruída.
- Uauuuu... - disse o quarteto de seguidores elfos do clérigo Dhyon, que pareciam um tanto extasiados com a experiência.
- Devemos voltar pelo bem de Bibiana!!! - Bradou Cameron Noites.
- Nossa deusa precisa de nós... ela vai ser sacrificada... - concordou o sacerdote Dhyon, embora o tom fosse aéreo e sua mente parecesse em outro lugar.
- Mas Bibiana nos salvou de lá para defender o mythal! - Se opôs Derdeil Óphodda.
- Não podemos deixar a Senhora das Aranhas pegá-lo! - Concodou Mari'bel.
- Deussa bandida - bebeu Braad.
- Seria muita burrice voltar para o lugar de onde fomos salvos! - Interviu Sérgio Reis, enquanto Pena Branca voava e observava as cercanias, já que parecia incomodado.
- Nós devemos manter o mythal em Myth Drannor. Aqui ele está mais seguro, assim como nós, que estamos ligados a ele - disse Derdeil, enquanto percebia, assim como Kaliandra, Cameron e Sérgio que a aura do mythal ia se mesclando ao seu verdadeiro lar, tornando-se ainda mais poderoso.
- Eu vejo trevas róseas... - profetizou Dhyon com olhar vidrado.
- Nishruus... - observou Mari'bel, percebendo que não havia sinal de Rufus, mas sentindo a mente do hobbit da mesma forma que todos podiam ver a imagem da visão do clérigo Dhyon.
- Acho que é melhor descansarmos... - disse Sérgio apontando o abrigo arruinado mais próximo.
Enquanto se preparavam para repousar Derdeil Óphodda sintetizou em uma hora todos os seus conhecimentos sobre Myth Drannor. Mesmo Cameron desconhecia certos detalhes enciclopédicos narrados pelo mago de Halruaa.
Que Myth Drannor nascera preparada para ser uma joia, todos os elfos sabiam. Nascida da união dos três grandes reinos élficos de então no supremo reino de Cormanthyr, o último grande dentro os reinos élficos. Foi a cidade planejada para abrigar a corte élfica, assim como todos os seres livres da vasta floresta de Cormanthor, mesmo nome da nova capital antes de receber seu mythal. Não sabiam eles, no entanto, dos detalhes de importantes estudos sobre a capital élfica feitos por Elminster, Khelben Arunsun e o próprio Zalathorm Kirkson, líder de Halruaa. Derdeil detalhou como as rixas entre as famílias nobres élficas, os contatos com extraplanares malignos, a queda do preço do abacaxi no mercado dos vales humanos ao redor e o populismo do líder, o Coronal e portador da Lâmina da Guerra, Eltagrim Irythill influenciaram a derrocada da metrópole. Falou da construção do mythall, de que Elminster tomou parte, bem como da abertura da cidade a todos os povos, tornando-a uma capital única em Faerun. Portais e a magia atraíam seres não só dos quatro cantos do mundo, como de vários planos. A grande maioria dedicada a aceitar o bem estar comum.
Alguns como Braad e Chuck Norris foram dormindo antes do final, mas até mesmo o falastrão Sérgio Reis sossegou para ouvir a bela história de Derdeil Óphodda. Quando dormiram, todos sonharam com as palavras do mago, até mesmo Mari'bel, que fizera a primeira metade da guarda e só descansou quando Pena Branca acordou. Eles viram o arquimago Elminster, viram Eltagrim, as espadas artefatos que afirmavam seus governantes, mas viram também o decaído Malkizid e demônios sem fim.
Tão logo acordaram, Derdeil orou para o deus da magia, Rhange Hesysthance, o que foi compartilhado por todos que tinham o laço telepatático graças ao mythal:
- Qual deve ser o próximo passo, ó magnânimo Rhange Hesysthance, Senhor da Magia?
- Ele não rezava para Azuth? - Resmungou Chuck.
- Shhhh.. - calou-o Braad.
- Precisamos ter certeza se o melhor é avançarmos para as torres arcanas ao norte que foram avistadas pelos batedores... - ponderou o mago usando de sua força de escolhido.
- Óh, o terror rosa... - gritou Dhyon e todos viram a imagem mental do nishruu próximo às torres.
- Vocês devem retornar o mythal ao seu local de origem. Só assim todo o seu poder será ativado - todos ouviram a voz rouca do deus da magia.
Deixando o abrigo, eles viram que o palácio a oeste de onde resgataram os fragmentos do mythal era cenário de uma batalha. Acima dele, um gargântico dragão de bronze lutava contra demônios voadores. Mesmo impedidos de entrar, os vrocks, diabretes e terrores alados usavam de suas magias contra o dragão metálico.
- Óh, o terror rosa... - gritou Dhyon pela terceira vez, enquanto eles viam o nishruu no interior do palácio, próximo ao poço do mythal.
- O que faremos? - Questionou Mari'bel já percebendo que Rufus sumira, mas vendo os rastros do pequenino se esgueirando em direção ao palácio.
- Vamos devolver o mythal ao local devido - disse Derdeil.
- E quanto ao nishruu? - Ponderou Kaliandra. - Eles já parecem mais poderosos sugando do campo do mythal.
- Nós o destruiremos! - Bradou Cameron sacando a espada longa como se quisesse impressionar sua amada.
- Mais fácil o atrairmos com algo mágico... - ponderou Rufus pelo elo telepático, já indo mais à frente. - Os drows fizeram isso com uma pequena besta mágica....
- Eles perseguiram o Derdeil... - lembrou Sérgio Reis, enquanto todos já corriam naquela direção e viam o dragão usar seu sopro de fogo e destruir um dos vrocks, mas ser afetado por dois cones de frio. Mas a atenção do ser de escamas alaranjadas foi para o myhtal.
- São vulneráveis a sal... - acrescentou Mari'bel.
- Também a áreas de anti-magia... talvez bastões de cancelamento... - acrescentou Derdeil.
- Como esse? - Pensou Rufus no item que encontrara em Forte Arsheben.
- Sim... onde viu um desse? - Quis saber Derdeil, mas foi o dragão quem falou vendo-os chegar com o mythal.

- Eu sou Dlaminnor e atendi ao chamado do mythal de Myth Drannor, cujo poder testemunhei em minha juventude. Vocês que o guardam devem seguir... mesmo que eu veja o mal em ti, mago.
- Nós devemos devolver o mythal ao seu ponto exato.. - alertou Derdeil Óphodda, enquanto os demais já chegavam às janelas do palácio.
Sem exitar, Cameron Noites invocou seus poderes de trovador da espada e atacou o nishruu em carga, atraindo a atenção da criatura. Mari'bel disparou suas setas e Sérgio Reis cantou, mas isso não foi suficiente para impedir a criatura de sugar a magia no ataque do elfo. Kaliandra Boaventura disparou seus mísseis mágicos, logo também absorvidos mas atraindo o monstro para aquele lado.
Derdeil Óphodda conclamou a energia mágica em sua forma mais bruta, o fogo prateado. Com ela curou o dragão e terminou de atrair a total atenção do nishruu para aquela iguaria rara. 
O dragão Dlaminnor deu uma nova baforada para se livrar dos demônios restantes e voou carregando o mythal pelo outro lado, sendo acompanhado pelo corvo Edgar e Pena Branca.
Braad aproveitou para resgatar Cameron, enquanto Rufus sem fazer cerimônias esgueirou-se empunhando o bastão mágico cravejado de rubis que encontrara nas ruínas do templo de Sune, deusa do amor.
- Só me confirma mesmo o que isso faz, Derdeil?


- Anula uma magia e... - o escolhido do deus da magia, no entanto, não teve tempo de terminar, pois o incauto Rufus Lightfoot, também conhecido como Hobbit Aranha, encostou o bastão de Sune no nishruu. Por um instante, foi como se o próprio tempo parasse. Em seguida, uma hecatombe explosiva, como se um tsunami de energia mágica rebentasse naquele exato lugar. Rufus caiu sentado de bunda no chão com os cabelos arrepiados, além de brilhar como o sol.
Sem mais impedimentos, o dragão Dlaminnor depositou o mythal em seu lugar de direito. A água voltou a formar uma piscina sob a pedra flutaunte e todo o seu poder envolveu Myth Drannor uma vez mais.

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