13 de abr. de 2014

Caindo na teia da aranha



Derdeill Óphoda concordou com Lorde Alagondar Nasher que Invernunca não era um lugar seguro para o enviado de Halruaa, ainda mais agora que estava sozinho e que ainda era preciso descobrir o paradeiro de Maximilian Bezmont. Com isso em mente, o mago e clérigo de Azuth resolveu seguir com os elfos em direção a Evereska até chegar à Secomber, de onde poderia arranjar um jeito de chegar à Grande Floresta, como os presságios em seu sonho haviam lhe indicado. Isso também serviria para estar perto da bela elfa Kaliandra Boaventura, que parecia despertar nele alguns sentimentos até então desconhecidos pelo estudioso do arcano e do divino.
A elfa Kaliandra, por sua vez, reunida ao seus companheiros, já não disfarçava o desprezo pelo fanfarrão e despreparado Voronwr Turambar, ao mesmo tempo em que via na presença do mago humano, uma oportunidade de avançar em seus conhecimentos arcanos. Para esses novos tempos da magia, era preciso conhecê-la ainda melhor. Assim sendo, seguiram todos para o estábulo, onde receberam boas montarias leves para os cinco dias vindouros de viagem. Os elfos tiveram alguma dificuldade com os animais um tanto arredios, mas Óphoda, mesmo sem treinamento e p'revia necessidade de tal meio de viagem, acabou por sair-se bem. 
Apesar dos problemas que acometiam o norte do mundo, a estrada foi tranquila a não ser por um pequeno embate contra ratazanas selvagens, grandes como cães, que atacaram os cavalos. Kaliandra e outro dos elfos, que já tinham dificuldade em se manter em cima dos cavalos, acabaram derrubados, enquanto um dos equinos perdeu sua vida. Derdeil sacrificou um novo tanto de seu vigor para somar seus mísseis mágicos às setas dos demais elfos, repelir as ratazanas e garantir a segurança de todos. Sem um dos cavalos, foi preciso que a elfa seguisse com ele em sua montaria, abraçada à sua cintura, enquanto ele lhe contava das maravilhas mágicas do reino de Halruaa e ela falava da grandeza da ilha dos elfos.


Após o problemático encontro com os elfos negros chamados de drows, a fada Mari’bel e o druida Chuck Norris voltaram o mais rápido possível para a árvore do Grande Pai com os elfos verdes. Eles encontraram muitos outros ali agora além dos elfos verdes que haviam chegado em seu socorro. O grande guardião Ehtur Telcontar e a druida Daphne já falavam com Falcon Eagle e os demais sobre os meios de repelir aquela investida. 
- Conseguimos repelir o ataque ao mythal, mas é certo que isso não é tudo... - dizia o guardião com a sabedoria que vem da experiência.
- Nojento está aqui para proteger o Mythal - disse Timothy Hunter, deus das fadas.
- De certo, que buscavam o mythal, mas há séculos drows não investiam contra a Grande Floresta - ponderou Falcon. - Não em seu coração.
- Os tempos são outros Falcon... - disse Daphne.
- Pois sinto ser eu quem tem de lhe dizer, grande Daphne da Grande Floresta - disse Mari'bel com humildade ao se aproximar. - Mas sua sobrinha, a druida Viviane, foi morta pelos drows e eles carregaram o corpo.
- Nós tentamos evitar.. era praticamente minha colega de círculo já... - disse o druida Chuck Norris.
A clériga Jacke tranquilizou a arqueira kilorien de que poderia ressuscitar a druida Viviane, sobrinha Daphne, mesmo sem seu corpo, que fora levado pelos drows. Bastaria que se preparasse em sua orações para uma Ressurreição Perfeita no dia seguinte e tudo estaria resolvido. Os druidas também perceberam a urgência em completar suas fileiras, agora que de doze restavam 10.
Usando de uma bota mágica, Ehtur Telcontar e seus aliados enviaram mensagens mágica para o poderoso dragão Inferno, que garantira apoio em momentos de perigo à Grande Floresta, inclusive tendo ajudado nos rituais de vinculação meses atrás.
- Poderoso Inferno, drows atacaram e ameaçam o mythal. Precisamos de orientação para garantir o equilíbrio da Grande Floresta.
- O verdadeiro objetivo deles não era o mythal, mas sim Daphne. Garantam a segurança da druida até que eu esteja convosco!
O colossal dragão vermelho não tardou a estar com eles, cobrindo tudo com sua sombra. As árvores quase se dobraram sob a força do vento de suas asas e sua voz de trovão soou em dracônico: 
- A Senhora das Aranhas e dos Drows está expandindo sua teia e ela deseja profanar a principal força dessas matas ancestrais. Malkizid, o antigo mestre de Rock dos Lobos, o Caído dos Sete Céus, está ao lado dela agora. 
- Então não diga o seu nome e lhe dê informação, mestre Inferno - interviu Daphne lembrando do risco de tocar nos nomes dos deuses.
- Malkizid não é um deus, mas sim um lorde abissal. O único Lorde Abissal! Eles desejam conspurcar a ti Daphne da Grande Floresta, cuja pureza e abnegação tanto contribuíram para o fortalecimento desse lugar. Araunshee deu cabo de todos os seus sacrifícios e agora se esgueira para dar conta dos filhos de Corellon, os protegidos de Bibiana. O ataque ao mythal dar-se-á por esses subterfúgios. – Após dizer isso, Inferno ergueu uma esfera prismática permanente ao redor do mythal, antes de envolve-lo em um casulo de terra. Ele também lançou mão de seu saber arcano para expndir a força mágica e fazer com que todos os guardiões da natureza ali presentes se beneficiassem da proximidade com o artefato. Depois enviou emissários aos quatro cantos da floresta para alertar a todos.


Já com os bandidos presos e amarrados, o paladino Jorge da Capadócia, o mestre da bebedeira Braad e o bardo Sérgio Reis buscaram adensar a conversa com a misteriosa dupla que haviam salvado dos bandoleiros. Embora os dois insistissem que se tratava de um carregamento de milho, o comportamento arredio dos dois parecia indicar que havia mais por trás das palavras deles. Por fim, graças à diplomacia e à percepção das motivações, eles conseguiram ouvir algumas verdades:
- Está bem, está.. mas depois não digam que não correram vocês atrás dos problemas.
- Não, Dani.. - disse o careca.
- Meu nome é Dani Ellya. Eu e meu amigo Reinathio Peyeyekia estávamos levando essse carregamento em segredo até Secomber e demais cidades. Somos daqueles que harpeiam. Levamos força mágica para garantir a segurança dessas cidades, mas pelo visto os Ladrões das Sombras já sabem de tudo e mandaram nos interceptar.
- Mas eles pareciam zentarianos... – disse Sérgio Reis com seu conhecimento dos símbolos e vestimentas, enquanto ele e o paladino entendiam serem aqueles Harpistas, a organização secreta que trabalhava pelo bem de toda Faerun.
- Um disfarce apenas... zentarianos de araque, isso sim – disse Reinathio cuspindo no chão.
- Devemos então conduzir os criminosos restantes até as autoridades mais próximas. – acrescentou o paladino. - Lá eles responderão por seus crimes!
- Será mesmo? - Duvidou Dani Ellya.
- Verram.. elfos... – indicou Braad apontando as árvores mais próximas. Os elfos eram pequenos e escuros
e logo começaram a disparar setas sobre eles. Os tiros eram certeiros e havia veneno nas flechas. Eles buscaram se proteger junto à carroça, mas Reinathio não teve a mesma sorte. Além deles, um hobbit desavisado que vinha pela estrada e não tivera interesse nos viajantes antes, acabou pego no fogo cruzado. Mobilizaram-se todos contra o ataque.
Com muito esforço, eles se aproximaram e derrubaram os inimigos, que usaram de magias de trevas.  Os dez drows não pareciam temer que ainda fosse o meio da tarde ou o campo semi-aberto entre a floresta e a estrada. Ainda assim, Braad, Sérgio, Dani, Jorge e o hobbit Rufus Lightfoot conseguiram vencê-los resistindo ao veneno de aranhas e as magias. Revistaram seus corpos em busca de explicações, justamento quando viram um grupo de elfos vindo pela estrada e uma dupla formada por um humano e uma elfa surgir no perímetro da Grande Floresta.



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