O escolhido de Malkizid nada podia fazer enquanto sentia o solar caído tomar o controle de seu corpo. As forças que antes eram poder agora eram grilhões. Rock sentia seu corpo deixando o quarto da purificação, onde devia ficar isolado em meditação para o casamento com Marissa. Ao abrir a porta, deparou-se com o jovem guarda, não mais que um pajem ainda verde demais para uma verdadeira responsabilidade. As mãos de Rock quebraram o pescoço do jovem elfo antes que ele pudesse gritar. A mente do feiticeiro bárbaro lutava para resistir, mas nada parecia poder ser feito.
Ele seguia e outras vítimas vieram sem saber o que as aguardava. Criadas e guardas iam sendo vítimas da vingança de Malkizid, também conhecido entre os elfos como Aerandir Melwasúl, o amante de Araushnee, a rainha das aranhas, ou Lolth como veio a ser chamada. Rock sentia todo o ódio pelos elfos que movia aquela chacina a cada magia e golpe de machado.
Daphne ainda tentava entender de onde surgira aquela mulher que era como ela, ao mesmo tempo que uma versão distorcida dela mesma. Os amigos haviam lhe contado sobre o encontro com essa mulher, que as magias de Falkiner e seus próprios olhos diziam ser ela.
- Eu não quero seu mal, seja você quem for - disse a druida que sentia um certo receio diante do olhar ávido e fixo da mulher.
- Eu vim atrás de vocês, Daphne da Grande Floresta. Eu cruzei Faerun e desviei de meu caminho, pois antes de tudo, eu sentia que devia encontrá-la.
- Quem é você?
- Eu sou você! De certo modo, eu sou sua filha, pois vim de você. Mas em outro sentido, sinto que sou algo além de você e por isso, não consigo ser ninguém. Eu sou um clone criado por Szaas Tam depois que você escapou. Ele me criou e me manteve dominada, uma fantoche de suas vontades. Ele me fez igual a você.. mas também me fez melhor. Ele me fez pior! Mas quando o poder de seu amigo clérigo libertou minha mente das amarras de Szaas Tam, eu percebi que não era apenas uma ovelha.. uma serviçal... eu não era nada daquilo, mas não sabia quem eu era. Mas eu vi como eles buscavam apaixonadamente salvá-la... e isso me interessou tanto quanto a destruição de meu criador!!!
- Você pode e tem o direito de ser tudo que quiser ser, sendo para mim como mais uma irmã nesse imenso equilíbrio. Que os deuses da natureza a guiem e acompanhem. Espero que encontre um eu todo seu, mas que tenha de mim a mesma paz que busco semear pelo meu caminho - Daphne disse com um sorriso doce, enquanto pensava em toda a dor e sofrimento que as duas haviam vivido nas mãos daquele monstro.
- Quando eu voltar será diferente.
- Tenho certeza disso... espero que tenha boas histórias para contar... se me permite, irei chamá-la de Sophia... que significa sabedoria na língua antiga de natherill.
- Sophia.. é um bom nome.. e tem ph como Daphne... - sorriu Sophia já mudando de forma para um elemental do ar e começando a voar dali.
- Foi exatamente o que pensei... - disse Daphne, tendo o pensamento interrompido pelo grito rouco de Costeau:
- Que maldição é esta em que nada se resolve nessa floresta?!? Eu ainda reclamo meu desafio e desconheço o fim da ameaça? Vocês não vêem que essa mulher agora possui uma cópia nefasta? Suas artimanhas vis cruzam-se com a devassidão macabra de Szaas Tam!!! Eu não posso mais tolerar isso!!!
O velho druida invocou os poderes da natureza e mesmo sentindo a fraqueza para usar da magia, ele invocou uma tempestade gelo, fazendo cair sobre todos pesados blocos de gelo. Sendo impossível escapar, muitos outros acabaram feridos além de Daphne e Jacke. Alguns dentre os elfos verdes mais jovens que por ali estavam curiosos, tombaram desmaiados.
- Você está louco, Costeau! - Daphne percebeu que findara o tempo da diplomacia. Ela transformou-se em um urso legendário. Jacke Linne invocou seus poderes supremos, reforçados e maximizados de curar para levantar todos os feridos, também entregando de seu vigor em prol da vitalidade das vítimas.
Daphne agarrou Costeau para impedí-lo de tentar uma nova magia. Os outros druidas também se aproximaram e tentaram convencê-lo a permanecer ali. Quírion, Marina e Chico Mendes já se preparavam para usar seus próprios poderes para contê-lo.
No entanto, antes que pudessem fazer algo, o velho druida Costeau transformou-se em um elemental da água e fundiu-se com o chão da floresta. Todos souberam quem não havia como retê-lo agora, mas todo o círculo surpreendeu-se:
- Costeau nunca foi capaz de tornar-se um elemental. Isso significa que seu poder superou o de Gaios.. - disse Chico Mendes.
- Ele é um druida antigo.. - ponderou Marina.
- Mas não tão experiente.. - disse Ferlima com implicância.
- Seja como for, devemos ficar atentos ao seu retorno - disse Daphne organizando a discussão. - Todos devem ser avisados que Costeau precisa ser contido e representa uma ameaça em seu atual estado. Qualquer um deve evitá-lo se sozinho e chamar por ajuda.
- Vocês não podem esquecer que tem de tratar com os embaixadores de Invernunca pela manhã... - intrometeu-se Yorgói. - Além de termos de partir para Lua Prateada.
- Claro, claro, mestre Yorgói - ela sorriu para o gnomo.
- Eu cuidarei de que todos fiquem de olho, não é mesmo Pardal? - Disse Falcon Ealge, acariciando seu falcão e chamando os demais elfos verdes. Os druidas também cuidaram de enviar mensagens aos demais servos da natureza da Grande Floresta.
Ehtur Telcontar que chegara a ouvir o estrondo da magia de Costeau, não foi muito além do leito de Alissah percebendo que o que quer que fosse, já havia sido resolvido.
Sirius Black chegou a deixar as orações a Selune, mas também acabou por adormecer junto à grama fofa aos pés de um velho salgueiro.
Longe dali, Úrsula Suarzineguer percebia que o combate chamara mais atenção do que pensara. Certamente, eles haviam dado conta dos onze zentarianos servos de Bane. Apenas Ryolith e Falkiner haviam sido feridos. O clérigo também sacrificara boa parte de seu vigor para invocar as bençãos de Bibiana. Porém, eles viam bem os reforços que deixavam a cidade, depois que o últino clérigo do deus da tirania usou seus poderes para lançar um alerta mágico luminoso já no céu crepuscular.
Vendo que não haveria tempo para se prepararem, o escolhido de Bibiana preferiu partir com um teleporte. Ele aproveitaram para levar cinco dos corpos para poderem pilhar coisas úteis. Úrsula e Ryolith perceberam que surgiram em uma floresta, enquanto o clérigo de Bibiana tombou incosciente sobre os cadáveres que trouxeram. Entre as árvores a sul, eles percebiam as formas de ruínas. O santo paladino de Tyr tentou cuidar de seu amigo, enquanto Úrsula permanecia vigilante, mas nada foi capaz de acordar o elfo. Sem opção esperaram e descansaram como puderam na escuridão.
Rock dos Lobos estava cercado de corpos. Os guardas elfos que tentam detê-lo, apenas serviam para aumentar o número de vítimas. Agora, porém, para seu desespero, ele reconheceu Marissa surgir diante dele. Ela não lutou ou resistiu:
- Rock! Pare com isso!!! - Ela disse, enquanto o bárbaro avançava contra ela. Rock resistia, mas não conseguiu impedir que suas mãos agarrassem o pescoço dela. - Rock.. eu.. sei.. que.. pode.. me.. ouvir.. meu.. amor...
As palavras da elfa conseguiu interromper a força que movia aquelas mãos. Ainda estrangulada, ela segurou as grossas mãos de seu amado com as mãoss delicadas dela. - Lute.. eu.. eu.. sei.. que.. você.. pode...
Dessa vez, o feiticeiro bárbaro lembrou-se que também era a chave dos planos. Aquele que fora o escolhido de Malkizid optou não por resistir, mas sim por expulsar aquela força nefasta que o habitava. Se não podia contê-la, ele a devolveria ao Abismo de onde viera. Ele fechou os olhos e expandiu sua vontade.
Marissa tornou a sentir a pressão no pescoço que logo se partiria. Mas antes disso, Rock dos Lobos caiu de joelhos. A elfa viu as cicatrizes sumirem, enquanto a pele do homem que amava se regenerava.
- Você... você conseguiu!!! Eu sabia!!! - Ela o abraçou e beijou, enquanto um tentava amparar o outro em meio ao mar de corpos.
Aquela foi uma noite onde todos que dormiram não sonharam.
Quando Sirius Black despertou, antes que pudesse terminar de se espreguiçar e tirar as gramas do rosto, ele ouviu a voz de sua amada deusa Selune em sua mente.
- Sirius, meu amado, findou a reunião entre os grandes deuses. Há muito o que ser feito e a os deuses não tem concordância que seja satisfatória. Alguns querem buscar alternativas ao domínio de Rhange Hesysthance sobre a magia, enquanto outros preferem buscar o acerto com o deus da magia. Certo é que todos sabem que Faerun está diante de tempos difíceis como nenhum outro... certamente um ano em que caminhamos no fio de uma lâmina torta...
- E o que devemos fazer, meu bem?
- Desejo que siga para Lua Prateada. Proteja Yorgoi e os demais... garanta que o mythal permaneça em mão seguras, enquanto tento encontrar uma luz que nos guie nesses tempos escuros, meu querido escolhido. Apenas você tem o poder para garantir isso...
- Você é minha luz... meu raio, minha estrela e meu luar, amor. Meu iaiá. meu ioiô... mas pode deixar que farei isso... - disse o ladino indo na direção das pessoas que já via reunidas na área da Árvore do Grande Pai.
- Também devo avisá-lo que Úrsula corre perigo. Ouvi suas preces vindas de algum ponto em Cormanthor, próximo a Myth Dranor, o que dificulta a exatidão de minha divinação.
- Cuidarei de avisar os outros.. - Sirius já via que os demais estavam reunidos ao redor do deus-criança Timothy Hunter.
- ... e não me deixaram entrar. Vocês acreditam? Disseram que era uma reunião reservada aos gramdes deuses. Ora.. se eu estou com o Grande Nojento, senhor do equilíbrio sobre bolas e do ronron épico, como não serei eu um grande deus.
- Com licença, vossa divindade... - disse Sirius. - Daphne, Jacke.. Selune mandou avisar que Úrsula está com problemas.. disse também que nada se resolveu na reunião divina. Daí que ela quer mesmo que eu vá com Yorgói e os gnomos para protegê-los e garantir o mythal lá em Lua Prateada.
- Eu posso encontrá-la com uma divinação... - disse Jacke iniciando a invocação e sacrificando sua vitalidade.
- Nós iremos também... - disse Ehtur.
- Temos apenas de conversar com os embaixadores de Invernunca... - disse Daphne.
- Por que vocês não trazem o mythal para cá? - Disse Timothy Hunter. - Ele estará mais seguro aqui, além de reforçar nossas defesas, não é mesmo Nojento?
- Exatamente! - Miou o gato entediadamente num bocejo antes de começar a lamber suas partes íntimas.
- Mas Selune disse para reconstruirmos Lua Prateada e protegê-lo... - lembrou Yorgoi.
- Veremos isso depois! Primeiro, iremos para lá - simplificou Ehtur, que como outros ali, começou ouvir o barulho das pesadas armaduras dos homens de Invernunca que a[roximavam-se lentamente pela floresta.
- Saudações aos bons homens da Grande Floresta, que a justiça de Tyr os proteja - disse a voz pesada do primeiro dos humanos. Ele era um homem alto, de cabelos loiros e olhos azuis. Tinha os símbolos de Tyr na armadura completa e no escudo. Além dele, haviam outros seis de aspecto semelhante, mas menos imponente.
- Que o Grande Pai Silvanus o receba em sua casa, que a Grande Mãe Chauntea o cuide em seu caminho, embaixador - disse Daphne com simpatia.
- Eu sou Galahad, filho de Saint Jorge, paladino e espada de Tyr, seguidor da Tríade sagrada, embaixador do Reino Livre do Norte. Aqui estou para tratar da participação dos bons druidas e elfos da floresta de um reino que nos guarde a todos - disse o sujeito com diplomacia e pompa, como se fosse uma dádiva, mais do que um convite.
- Nós agradecemos a visita, Galahad, filho de Saint Jorge. Também ficamos felizes em saber que os líderes de Invernunca cuidam de reconstruir cidade e defender as estradas do Norte - disse Daphne num grau de diplomacia e eloquência que fez os homens de Invernunca pensarem se não seria ela alguma fada ou deusa da Grande Floresta. -Eu sou Daphne da Grande Floresta, guardiã da natureza. No entanto, os povos que habitam essas árvores nunca ocuparam-se com reinos e impérios. Sempre apoiamos o equilíbrio e os que o defendem.
- Entendo.. talvez devam pensar e discutir melhor com os seus, Daphne da Grande Floresta. Nossa oferta é de aliança, de apoio mútuo. Nosso desejo é saber se querem estar em nossas terras ou serem nosso limite - disse um pouco descontente o servo de Tyr.
- E o que requer esse apoio mútuo? - Interviu Ehtur Telcontar.
- Precisaremos de madeira para reconstruir as cidades.. de alimento como tributos para o povo... de soldados para proteger a todos. Em troca, estará aqui nossa bandeira.. estarão aqui os clérigos de Tyr, Ilmater e Torm com suas curas e bençãos. Haverão tropas para defendê-los. Não podemos permitir novos tristes destino como o de Águas Profundas, Lua Prateada e Luskan ou a triste sina dos bárbaros do norte. Estamos investindo na reconstrução das cidades e precisamos da ajuda de vocês - disse Galahad.
- A Grande Floresta está aqui antes de qualquer reino ou cidade.. - interviu Timothy Hunter. - Você deve prestar suas honras ao Grande Nojento, embaixador Galahad.
- Nós temos interesse na reconstrução de Lua Prateada, embaixador... - interviu o gnomo Yorgoi.
- Essa é a vontade de Selune - definiu Sirius. - Ela deve ser um ponto de apoio para a Grande Floresta!.. Eu acho.
- Ela será mais uma cidade da federação do Reino Livre do Norte. - Definiu o servo de Tyr.
Enquanto a conversa porsseguia, Jacke Linne encontrou Úrsula com sua divinação. Sem demora, ela partiu em seu resgate com um teleporte. A gnoma clériga encontrou sua a arqueira gnoma junto ao paladino Ryolith protegendo o corpo inconsciente de John Falkiner. Estavam afastados das ruínas de Myth Drannor e também dos corpos dos zentarianos, que serviram até ali para manter os predadores demoníacos ocupados.
- Queira nos perdoar, Galahad do Reino Livre do Norte, mas só podemos desejar sorte ao seu reino e sabedoria em seus intentos. Porém, a Grande Floresta não será parte dele, estando sempre aberta às alianças necessárias à perpetuação do equilíbrio - definiu Daphne sem conseguir deixar o embaixador satisfeito com aquilo.
Os homens de Invernunca partiram sem mais demora, enquanto atrás deles o debate sobre as palavras do embaixador se alastravam. Jack Linne voltou com Úrsula, Ryolith e Falkiner um intante depois, já fatigada com o sacrifício em vigor para operar as magias.
- Eu estou tão feliz que você está livre daquela maldição, meu amor - disse Marissa para Rock.
- Eu ainda preciso me recuperar... mas foi o seu amor que me salvou, Marissa. Graças a você, eu me libertei e posso estar aqui com você como você quer. Mas tenho todo esse sangue nas minhas mãos...
- Eu... eu não posso pedir para você ficar... - ela disse se separando dos braços dele. - Eu entendi agora que seu lugar não é preso aqui em Evereska ao meu lado. As forças que envolvem você.. e os seus amigos.. seu destino... ele é maior do que nós dois. Maior que esse mundo até. Mesmo que isso doa tanto no meu coração, eu devo deixar você partir...
- Marissa... eu... eu amo você. Você sempre está comigo.
- Eu também amo você... leve esse amuleto com você. Ele irá lembrá-lo de mim e protegê-lo, pois ainda tem alguma energia psiônica nele.
Os dois se beijaram longamente. Depois disso, Rock se concentrou, sacrificou parte de sua energia vital e conjurou um teleporte. Ele partiu para as frias montanhas do extremo norte do mundo, onde em um sonho de dias atrás, ele vira duas tribos perdidas de bárbaros.
- Eu não quero seu mal, seja você quem for - disse a druida que sentia um certo receio diante do olhar ávido e fixo da mulher.
- Eu vim atrás de vocês, Daphne da Grande Floresta. Eu cruzei Faerun e desviei de meu caminho, pois antes de tudo, eu sentia que devia encontrá-la.
- Quem é você?
- Eu sou você! De certo modo, eu sou sua filha, pois vim de você. Mas em outro sentido, sinto que sou algo além de você e por isso, não consigo ser ninguém. Eu sou um clone criado por Szaas Tam depois que você escapou. Ele me criou e me manteve dominada, uma fantoche de suas vontades. Ele me fez igual a você.. mas também me fez melhor. Ele me fez pior! Mas quando o poder de seu amigo clérigo libertou minha mente das amarras de Szaas Tam, eu percebi que não era apenas uma ovelha.. uma serviçal... eu não era nada daquilo, mas não sabia quem eu era. Mas eu vi como eles buscavam apaixonadamente salvá-la... e isso me interessou tanto quanto a destruição de meu criador!!!
- Você pode e tem o direito de ser tudo que quiser ser, sendo para mim como mais uma irmã nesse imenso equilíbrio. Que os deuses da natureza a guiem e acompanhem. Espero que encontre um eu todo seu, mas que tenha de mim a mesma paz que busco semear pelo meu caminho - Daphne disse com um sorriso doce, enquanto pensava em toda a dor e sofrimento que as duas haviam vivido nas mãos daquele monstro.
- Quando eu voltar será diferente.
- Tenho certeza disso... espero que tenha boas histórias para contar... se me permite, irei chamá-la de Sophia... que significa sabedoria na língua antiga de natherill.
- Sophia.. é um bom nome.. e tem ph como Daphne... - sorriu Sophia já mudando de forma para um elemental do ar e começando a voar dali.
- Foi exatamente o que pensei... - disse Daphne, tendo o pensamento interrompido pelo grito rouco de Costeau:
- Que maldição é esta em que nada se resolve nessa floresta?!? Eu ainda reclamo meu desafio e desconheço o fim da ameaça? Vocês não vêem que essa mulher agora possui uma cópia nefasta? Suas artimanhas vis cruzam-se com a devassidão macabra de Szaas Tam!!! Eu não posso mais tolerar isso!!!
O velho druida invocou os poderes da natureza e mesmo sentindo a fraqueza para usar da magia, ele invocou uma tempestade gelo, fazendo cair sobre todos pesados blocos de gelo. Sendo impossível escapar, muitos outros acabaram feridos além de Daphne e Jacke. Alguns dentre os elfos verdes mais jovens que por ali estavam curiosos, tombaram desmaiados.
- Você está louco, Costeau! - Daphne percebeu que findara o tempo da diplomacia. Ela transformou-se em um urso legendário. Jacke Linne invocou seus poderes supremos, reforçados e maximizados de curar para levantar todos os feridos, também entregando de seu vigor em prol da vitalidade das vítimas.
Daphne agarrou Costeau para impedí-lo de tentar uma nova magia. Os outros druidas também se aproximaram e tentaram convencê-lo a permanecer ali. Quírion, Marina e Chico Mendes já se preparavam para usar seus próprios poderes para contê-lo.
No entanto, antes que pudessem fazer algo, o velho druida Costeau transformou-se em um elemental da água e fundiu-se com o chão da floresta. Todos souberam quem não havia como retê-lo agora, mas todo o círculo surpreendeu-se:
- Costeau nunca foi capaz de tornar-se um elemental. Isso significa que seu poder superou o de Gaios.. - disse Chico Mendes.
- Ele é um druida antigo.. - ponderou Marina.
- Mas não tão experiente.. - disse Ferlima com implicância.
- Seja como for, devemos ficar atentos ao seu retorno - disse Daphne organizando a discussão. - Todos devem ser avisados que Costeau precisa ser contido e representa uma ameaça em seu atual estado. Qualquer um deve evitá-lo se sozinho e chamar por ajuda.
- Vocês não podem esquecer que tem de tratar com os embaixadores de Invernunca pela manhã... - intrometeu-se Yorgói. - Além de termos de partir para Lua Prateada.
- Claro, claro, mestre Yorgói - ela sorriu para o gnomo.
- Eu cuidarei de que todos fiquem de olho, não é mesmo Pardal? - Disse Falcon Ealge, acariciando seu falcão e chamando os demais elfos verdes. Os druidas também cuidaram de enviar mensagens aos demais servos da natureza da Grande Floresta.
Ehtur Telcontar que chegara a ouvir o estrondo da magia de Costeau, não foi muito além do leito de Alissah percebendo que o que quer que fosse, já havia sido resolvido.
Sirius Black chegou a deixar as orações a Selune, mas também acabou por adormecer junto à grama fofa aos pés de um velho salgueiro.
Longe dali, Úrsula Suarzineguer percebia que o combate chamara mais atenção do que pensara. Certamente, eles haviam dado conta dos onze zentarianos servos de Bane. Apenas Ryolith e Falkiner haviam sido feridos. O clérigo também sacrificara boa parte de seu vigor para invocar as bençãos de Bibiana. Porém, eles viam bem os reforços que deixavam a cidade, depois que o últino clérigo do deus da tirania usou seus poderes para lançar um alerta mágico luminoso já no céu crepuscular.
Vendo que não haveria tempo para se prepararem, o escolhido de Bibiana preferiu partir com um teleporte. Ele aproveitaram para levar cinco dos corpos para poderem pilhar coisas úteis. Úrsula e Ryolith perceberam que surgiram em uma floresta, enquanto o clérigo de Bibiana tombou incosciente sobre os cadáveres que trouxeram. Entre as árvores a sul, eles percebiam as formas de ruínas. O santo paladino de Tyr tentou cuidar de seu amigo, enquanto Úrsula permanecia vigilante, mas nada foi capaz de acordar o elfo. Sem opção esperaram e descansaram como puderam na escuridão.
Rock dos Lobos estava cercado de corpos. Os guardas elfos que tentam detê-lo, apenas serviam para aumentar o número de vítimas. Agora, porém, para seu desespero, ele reconheceu Marissa surgir diante dele. Ela não lutou ou resistiu:
- Rock! Pare com isso!!! - Ela disse, enquanto o bárbaro avançava contra ela. Rock resistia, mas não conseguiu impedir que suas mãos agarrassem o pescoço dela. - Rock.. eu.. sei.. que.. pode.. me.. ouvir.. meu.. amor...
As palavras da elfa conseguiu interromper a força que movia aquelas mãos. Ainda estrangulada, ela segurou as grossas mãos de seu amado com as mãoss delicadas dela. - Lute.. eu.. eu.. sei.. que.. você.. pode...
Dessa vez, o feiticeiro bárbaro lembrou-se que também era a chave dos planos. Aquele que fora o escolhido de Malkizid optou não por resistir, mas sim por expulsar aquela força nefasta que o habitava. Se não podia contê-la, ele a devolveria ao Abismo de onde viera. Ele fechou os olhos e expandiu sua vontade.
Marissa tornou a sentir a pressão no pescoço que logo se partiria. Mas antes disso, Rock dos Lobos caiu de joelhos. A elfa viu as cicatrizes sumirem, enquanto a pele do homem que amava se regenerava.
- Você... você conseguiu!!! Eu sabia!!! - Ela o abraçou e beijou, enquanto um tentava amparar o outro em meio ao mar de corpos.
Aquela foi uma noite onde todos que dormiram não sonharam.
Quando Sirius Black despertou, antes que pudesse terminar de se espreguiçar e tirar as gramas do rosto, ele ouviu a voz de sua amada deusa Selune em sua mente.
- Sirius, meu amado, findou a reunião entre os grandes deuses. Há muito o que ser feito e a os deuses não tem concordância que seja satisfatória. Alguns querem buscar alternativas ao domínio de Rhange Hesysthance sobre a magia, enquanto outros preferem buscar o acerto com o deus da magia. Certo é que todos sabem que Faerun está diante de tempos difíceis como nenhum outro... certamente um ano em que caminhamos no fio de uma lâmina torta...
- E o que devemos fazer, meu bem?
- Desejo que siga para Lua Prateada. Proteja Yorgoi e os demais... garanta que o mythal permaneça em mão seguras, enquanto tento encontrar uma luz que nos guie nesses tempos escuros, meu querido escolhido. Apenas você tem o poder para garantir isso...
- Você é minha luz... meu raio, minha estrela e meu luar, amor. Meu iaiá. meu ioiô... mas pode deixar que farei isso... - disse o ladino indo na direção das pessoas que já via reunidas na área da Árvore do Grande Pai.
- Também devo avisá-lo que Úrsula corre perigo. Ouvi suas preces vindas de algum ponto em Cormanthor, próximo a Myth Dranor, o que dificulta a exatidão de minha divinação.
- Cuidarei de avisar os outros.. - Sirius já via que os demais estavam reunidos ao redor do deus-criança Timothy Hunter.
- ... e não me deixaram entrar. Vocês acreditam? Disseram que era uma reunião reservada aos gramdes deuses. Ora.. se eu estou com o Grande Nojento, senhor do equilíbrio sobre bolas e do ronron épico, como não serei eu um grande deus.
- Com licença, vossa divindade... - disse Sirius. - Daphne, Jacke.. Selune mandou avisar que Úrsula está com problemas.. disse também que nada se resolveu na reunião divina. Daí que ela quer mesmo que eu vá com Yorgói e os gnomos para protegê-los e garantir o mythal lá em Lua Prateada.
- Eu posso encontrá-la com uma divinação... - disse Jacke iniciando a invocação e sacrificando sua vitalidade.
- Nós iremos também... - disse Ehtur.
- Temos apenas de conversar com os embaixadores de Invernunca... - disse Daphne.
- Por que vocês não trazem o mythal para cá? - Disse Timothy Hunter. - Ele estará mais seguro aqui, além de reforçar nossas defesas, não é mesmo Nojento?
- Exatamente! - Miou o gato entediadamente num bocejo antes de começar a lamber suas partes íntimas.
- Mas Selune disse para reconstruirmos Lua Prateada e protegê-lo... - lembrou Yorgoi.
- Veremos isso depois! Primeiro, iremos para lá - simplificou Ehtur, que como outros ali, começou ouvir o barulho das pesadas armaduras dos homens de Invernunca que a[roximavam-se lentamente pela floresta.
- Saudações aos bons homens da Grande Floresta, que a justiça de Tyr os proteja - disse a voz pesada do primeiro dos humanos. Ele era um homem alto, de cabelos loiros e olhos azuis. Tinha os símbolos de Tyr na armadura completa e no escudo. Além dele, haviam outros seis de aspecto semelhante, mas menos imponente.
- Que o Grande Pai Silvanus o receba em sua casa, que a Grande Mãe Chauntea o cuide em seu caminho, embaixador - disse Daphne com simpatia.
- Eu sou Galahad, filho de Saint Jorge, paladino e espada de Tyr, seguidor da Tríade sagrada, embaixador do Reino Livre do Norte. Aqui estou para tratar da participação dos bons druidas e elfos da floresta de um reino que nos guarde a todos - disse o sujeito com diplomacia e pompa, como se fosse uma dádiva, mais do que um convite.
- Nós agradecemos a visita, Galahad, filho de Saint Jorge. Também ficamos felizes em saber que os líderes de Invernunca cuidam de reconstruir cidade e defender as estradas do Norte - disse Daphne num grau de diplomacia e eloquência que fez os homens de Invernunca pensarem se não seria ela alguma fada ou deusa da Grande Floresta. -Eu sou Daphne da Grande Floresta, guardiã da natureza. No entanto, os povos que habitam essas árvores nunca ocuparam-se com reinos e impérios. Sempre apoiamos o equilíbrio e os que o defendem.
- Entendo.. talvez devam pensar e discutir melhor com os seus, Daphne da Grande Floresta. Nossa oferta é de aliança, de apoio mútuo. Nosso desejo é saber se querem estar em nossas terras ou serem nosso limite - disse um pouco descontente o servo de Tyr.
- E o que requer esse apoio mútuo? - Interviu Ehtur Telcontar.
- Precisaremos de madeira para reconstruir as cidades.. de alimento como tributos para o povo... de soldados para proteger a todos. Em troca, estará aqui nossa bandeira.. estarão aqui os clérigos de Tyr, Ilmater e Torm com suas curas e bençãos. Haverão tropas para defendê-los. Não podemos permitir novos tristes destino como o de Águas Profundas, Lua Prateada e Luskan ou a triste sina dos bárbaros do norte. Estamos investindo na reconstrução das cidades e precisamos da ajuda de vocês - disse Galahad.
- A Grande Floresta está aqui antes de qualquer reino ou cidade.. - interviu Timothy Hunter. - Você deve prestar suas honras ao Grande Nojento, embaixador Galahad.
- Nós temos interesse na reconstrução de Lua Prateada, embaixador... - interviu o gnomo Yorgoi.
- Essa é a vontade de Selune - definiu Sirius. - Ela deve ser um ponto de apoio para a Grande Floresta!.. Eu acho.
- Ela será mais uma cidade da federação do Reino Livre do Norte. - Definiu o servo de Tyr.
Enquanto a conversa porsseguia, Jacke Linne encontrou Úrsula com sua divinação. Sem demora, ela partiu em seu resgate com um teleporte. A gnoma clériga encontrou sua a arqueira gnoma junto ao paladino Ryolith protegendo o corpo inconsciente de John Falkiner. Estavam afastados das ruínas de Myth Drannor e também dos corpos dos zentarianos, que serviram até ali para manter os predadores demoníacos ocupados.
- Queira nos perdoar, Galahad do Reino Livre do Norte, mas só podemos desejar sorte ao seu reino e sabedoria em seus intentos. Porém, a Grande Floresta não será parte dele, estando sempre aberta às alianças necessárias à perpetuação do equilíbrio - definiu Daphne sem conseguir deixar o embaixador satisfeito com aquilo.
Os homens de Invernunca partiram sem mais demora, enquanto atrás deles o debate sobre as palavras do embaixador se alastravam. Jack Linne voltou com Úrsula, Ryolith e Falkiner um intante depois, já fatigada com o sacrifício em vigor para operar as magias.
- Eu estou tão feliz que você está livre daquela maldição, meu amor - disse Marissa para Rock.
- Eu ainda preciso me recuperar... mas foi o seu amor que me salvou, Marissa. Graças a você, eu me libertei e posso estar aqui com você como você quer. Mas tenho todo esse sangue nas minhas mãos...
- Eu... eu não posso pedir para você ficar... - ela disse se separando dos braços dele. - Eu entendi agora que seu lugar não é preso aqui em Evereska ao meu lado. As forças que envolvem você.. e os seus amigos.. seu destino... ele é maior do que nós dois. Maior que esse mundo até. Mesmo que isso doa tanto no meu coração, eu devo deixar você partir...
- Marissa... eu... eu amo você. Você sempre está comigo.
- Eu também amo você... leve esse amuleto com você. Ele irá lembrá-lo de mim e protegê-lo, pois ainda tem alguma energia psiônica nele.
Os dois se beijaram longamente. Depois disso, Rock se concentrou, sacrificou parte de sua energia vital e conjurou um teleporte. Ele partiu para as frias montanhas do extremo norte do mundo, onde em um sonho de dias atrás, ele vira duas tribos perdidas de bárbaros.