29 de out. de 2013

Servos da natureza

Rock foi o primeiro a despertar. Ele acordou Sirius, enquanto percebia os outros caídos ao redor. Estavam nas ruínas de Luskan. O feiticeiro furioso lembrou-se da torre, da luta contra o demilich, do desejo. O que aconteceu depois não sabiam. Não viam sinal da torre, mas perceberam que haviam grandes devoradores circunlando pelo perímetro. Acordaram Ryolith, Falkiner, Ehtur e Úrsula. Todos estavam confusos a princípio, também sem respostas, mas entendendo a situação delicada. Ao menos não estavam feridos ou cansados.
- Onde está o cetro de Bibiana? - Perguntou Falkiner que não partira com eles na jornada contra o morto-vivo, mas sim ficara em Evereska. Ninguém pareceu sentir falta de Francisco Xavier.
- Não está comigo.. - disse Ehtur, que o empunhara durante a batalha.
- Nem comigo... - disse Úrsula levantando as mãos rapidamente.
- Está comigo? Vamos colocar assim, não sei se está comigo.. - ponderou Sirius Black.
Sem querer perder tempo com discussões, o clérigo elfo conjurou uma magia e buscou mentalmente a direção do cetro de sua deusa. Sentiu que ele estava muito longe dali. - O centro está a sudeste...
- Vamos sair daqui... - Ehtur disse para a gnoma, que já se escondia, enquanto o guardião avançava mais rápido. Os outros se prolongaram segundos suficientes para que um dos devoradores os avistasse e urrasse convocando mais cinco outros para a batalha.  Eles se atiraram sobre os heróis, mas John Falkiner explodiu em energia positiva esconjurando dois deles. Os outros lançaram raios de enfraquecimento e o escolhido de Bibiana resistiu sem dificuldade. Úrsula disparou uma chuva de flechas com seu arco Avenger que deu conta de outro. Os demais recuaram, permitindo que eles escapassem sem maiores problemas.
Ehtur Telcnontar encontrou na saída os rastros da multidão que eles guiaram na iminência do ataque dos dragões. Teve certeza de que os rastros eram de 3 dias.  Com isso, calculou que estariam no dia seguinte ao da batalha com o demilich. Enquanto alertava os demais, todos avistaram uma estranha dupla na floresta que margeava a estrada sul rumo a Invernunca. Eles avistaram um humano de aparência simples como um monge. Ao seu lado estava um estranho anão muito peludo, sem qualquer veste além da cobertura natural como um urso. Eles pareciam conversar, estando o monge a manjar os atributos do anão, quando vieram na direção do grupo.
- Quem são vocês? - Indagou Ryolith Fox, que só agora chegava e avistava os dois.
- Eu sou Zumbi Palimares... - disse o humano. - Eu busco Ehutr...
- Um zumbi? - Disse Úrsula ainda com Avenger em mãos.
- Meu nome é Zumbi.. tenho muitos problemas com esse nome escolhido por meus pais.
- Eu sou Kavernan, servo de Moradin, protetor dessas matas.
- O que quer comigo? - Perguntou Ehtur.
- Eu fui enviado para ajudar você e seu grupo.
- Enviado por quem?- Quis saber Rock.
- Por Lorde Byron, servo de Morpheus. Ele disse que poderia procurar por você e Sirius Black.
- Nós conhecemos Lorde Byron... - respondeu Sirius.
- Eu busco o Martelo de Moradin... - disse o anão.
- Nós conhecemos um meio-elfo de nome Mua D'ib que buscava por este artefato nas masmorras Sob a Montanha - respondeu o paladino Ryolith.
- Devemos seguir pra sul enquanto ainda não sabemos direito o que se passa.. o plano era irmos pra Invernunca, levar os gnomos e os refugiados - disse Ehtur orientando os demais.
Eles caminharam por algumas horas pela estrada entre a Costa da Espada e a Mata de Invernunca acompanhando os rastros da multidão. A viagem foi interrompida quando Ehtur percebeu que os rastros se tornavam caóticos como em uma batalha. Havia sinais de magias poderosas e o rastro mais nítido era de um imenso hipogrifo que voou para o leste. Daphne. Ela parecia levar uma grande carga e naquela direção chegaria à Grande Floresta.
- Vamos mudar de rumo.. Daphne e os outros partiram daqui há cerca de 20 horas!
- Houve uma batalha aqui.. - alertou o anão Kavernan. - Foi um mal terrível que passou aqui e me despertou. Quando cheguei já não havia ninguém. Mas percebam como as energias por aqui são negativas... - Ryolith, Zumbi e Falkiner realmente sentiam o ar carregado que cercava o lugar. Mas mesmo os outros pensaram no demilich. - Venham comigo, eu posso guiá-los pela floresta, minha floresta. Somos um canto esquecido e em paz do mundo, onde o limo cresce farto sobre a pedra e a graça de Moradin faz do chão, fertilidade. Podemos evitar as montanhas e logo estarão do outro lado.
Mesmo que viajar sem uma trilha entre as árvores dificultasse a mobilidade, em especial de Ryolith Fox, graças ai guia eles viajaram com velocidade. Depois de pouco tempo, a noite chegou e eles viram a meia-lua no céu, que inundou o coração de Sirius Black de esperança e sua mente de preces. Avançaram até a avistar a base dos picos no cetro da mata, sentindo ali as energias benéficas daquela acolhedora floresta. As árvores eram antigas e ancestrais. Eles perceberam a sul deles, um grande círculo de estruturas de pedra como menires.
- Meus menires.. - disse Kavernan com orgulho. Mas a voz dele se misturava a outras na mente dos servos da natureza.
- Venha para a Grande Floresta, Ehtur. Venha para casa.. - soou a voz melodiosa de Miellikki na mente de Ehtur Telcontar.
- Sirius.. venha para a Grande Floresta. Estou buscando me recuperar junto à árvore do Grande Pai... - Sirius Black além de sentir o poder de Selune naquela voz, reconheceu a voz de Kiriani. Os demais apenas sentiam-se animados pelo ar puro e pela brisa suave. - Daphne, Alissah e os outros estão aqui.
Com aquelas notícias, eles resolveram apressar-se e John Falkiner e Rock dos Lobos teleportaram a todos, que surgiram nas imediações da Grande Floresta, percebendo o fogo de fadas que iluminava entre as árvores. Ehtur Telcontar correu para abraçar sua mulher, enquanto Sirius perguntou aos elfos verdes que por ali estavam sobre Selune. Viram os gnomos e Yorgoi, que disseram que Daphne estava reunida com os druidas. Foram encaminhados até a Árvore do Grande Pai, onde encontraram Selune, o novo Grande Treant e Timothy Hunter.
- Que a protetora de todos os caminhos sempre os guie, meus queridos.. - disse a nova deusa da lua ao recebê-los.
- Kiriani.. você é Selune? Em meu coração eu sabia... - disse Sirius se pondo devotadamente de joelho, enquanto os demais faziam reverências mais contidas.
- Eu preciso recuperar minhas forças.. preciso ficar plena para espalhar uma luz de esperança nesse mundo tenebroso como está.. - disse a deusa afagando o rosto de seu segudor. - Nós lutamos contra o demilich e isso exigiu o máximo de mim, ainda tão inexperiente que sou... preciso descansar aqui nesse local sagrado e primordial.
- Você está segura aqui, Senhora da Lua.. - disse Fangorn, o treant com a voz sem a mesma sabedoria ancestral de Turlang.
- O Nojento vai proteger a todos.. - disse Timothy Hunter.
Úrsula resmungou que Daphne não estava ali também. Ryolith quis saber de Cormyr e Falkiner de Evereska, mas não houve mais tempo para respostas. Todos ouviram o rufar estrondoso de asas colossais, enquanto o incomensurável esqueleto de dragão surgia acima deles.
- Uma nova era se anuncia débeis seres. A profecia de Sammaster se cumpriu e chegou a hora dos dracolichs governarem! Curvem-se ante nosso poder supremo e nos sirvam como lacaios ou resistam e pereçam como vermes! - Urrou a besta das alturas. Timothy Hunter rapidamente sumiu dali, enquanto Fangorn buscou a diplomacia:
- Nós não servimos a ninguém, que não à vida. Seu mestre e seus aliados não tem lugar aqui, mas devem partir sem tentar nos intimidar.. - a voz do treant era vacilante. Selune preferiu não esperar e recitou uma benção que fortaleceu a todos, mas não afetou o dragão morto-vivo.
Este cuspiu uma baforada de fumaça tenebrosa que cubriu a todos e teria lhes roubado a energia vital, não fosse a resistência invocada por John Falkiner. Os heróis não perderam tempo e voaram para a batalha.
Úrsula disparou suas flechas, que não pareciam danificar o monstro. O santo Ryolith Fox conjurou sua montaria sagrada e viu Tyr agraciar-lhe com um pégaso pronto a serví-lo e carregá-lo até o céu. Falkiner deu uma magia que faria Úrsula afetar o morto-vivo, enquanto Alissah conjurou um celestial eladrin.
O dragão não perdeu tempo e conjurou um efeito épico. A necromancia afetou a todos, roubando-lhes a vitalidade. O eladrin morreu, Úrsula ficou às portas da morte, assim como Fangorn. Apenas o santo templário Ryolith Fox nada sentiu.
O paladino de Tyr voou em carga para esmagar aquele mal. Falkiner invocou uma prece que destruísse o inimigo, mas mesmo vencendo a resistência a magia da criatura, apenas a fez sentir alguma dor. Sirius surgiu com seus poderes de trevas e acertou alguns ataques sorrateiros, mas também pouco efetivos. Zumbi e Kavernan também atacaram com pouco sucesso.
Rock dos Lobos deu seu grito de batalhe e deixou a fúria mais primitiva assomar em seu ser. Ele invocou uma magia de acerto verdadeiro, usou todo o poder de seu ataque e atirou-se como o monstro, causando impacto, mas ainda incapaz de realmente perturbar o monstro. Foi Selune que ganhou os ares e com uma milagrosa cura em massa, que não só restaurou a todos, como realmente afetou o dracolich.
A monstruosidade morta-viva lançou toda sua atenção sobre a deusa da lua. Ele engoliu-a sem dificuldade, mesmo com a magia de implosão lançada por John Falkiner, a lançada de Ehtur Telcontar, a espadada de Ryolith Fox, as adagas de Sirius Black, o machado de Rock dos Lobos, as flechas de Úrsula Suarzineguer, a conjuração de Alissah Eagle, os punhos de Zumbi Palimares e o martelo de Kavernan. Em seguida, ele teleportou-se, enquanto as árvores mortas abaixo levantavam-se como seres mortos-vivos.


21 de out. de 2013

A batalha pelo cetro ou de volta para o futuro


Examinando a parede sul do aposento em que estavam, Úrsula verificou que havia um pequeno buraco que parecia fazer parte de um mecanismo que abriria uma passagem. Ela avisou Arnoux, que avisou os demais, enquanto sua esposa testava o espaço. Primeiro usou algumas de suas hastes metálicas, percebendo que o orifício era mais profundo. Resolveu testar uma das peças que o marido havia encontrado na sala dos pilares. Percebeu que o tamanho era perfeito, mas que não encaixava. Testou a segunda peça, obtendo o mesmo resultado.
- Úrsula disse que precisamos de outra peça como esta.. - disse Arnoux.
- Onde estão? - Questionou Ryolith, ainda penalizado pelo dreno dos mortos-vivos.
- Na sala dos pilares, onde encontramos as medusas pela primeira vez - lembrou-se o gnomo. - Pelo menos essas estavam lá.
- Você não abriu todos os compartimentos nos pilares? - Quis saber Sirius, ainda enfraquecido pelas aparições, mas soando desapontado.
- Dois deles eu não consegui. E tinham aquelas runas-armadilhas. Achei que não valesse a pena ficar me queimando à toa.
- Temos de voltar lá! - Concluiu Ehtur.
- Nós precisamos descansar e nos recuperar... - ponderou Falkiner.
- Fiquem aqui e descansem. Eu irei com os gnomos e retornaremos com a peça - respondeu o guardião.
- Eu irei com vocês! - Afirmou a elfa Elianeliel Evalandriel. - Eu ainda tenho uma importante missão aqui. Talvez encontremos pistas do Martelo de Moradin.
- Eu cuidarei de Marcela e deles.. - disse Falcon Eagle mantendo o arco preparado.
Os quatro partiram imediatamente, passando para a sala lateral, enquanto os outros refaziam as barricadas para impedir que novos inimigos chegassem ao aposento que servira de quarto para as medusas. Usaram camas e baús para isso. Ehtur Telcontar ia rastreando como podia, enquanto Arnoux ia procurando pelas armadilhas. Eles evitaram o fosso no corredor perpendicular à frente, além de acharem uma passagem secreta esquecida aberta. O guardião reconheceu ali os rastros apressados da primeira medusa que lhes escapara. Ela seguia na direção oposta, mas eles preferiram manter o rumo da sala dos pilares.
Nesse momento, foi preciso que se apressassem, pois perceberam o movimento à frente de um bando de carniçais, que rumavam na direção de seus aliados. Na sala que se seguiu, o guardião viu que os carniçais haviam partido dali. Passaram à sala e dela a um corredor maior, paralelo ao que haviam usado antes. Ali surgiram oozes terríveis avançando morosamente contra eles. Um ataque de Elianeliel Evalandriel apenas partiu a primeira criatura em duas.
Eles fugiram rapidamente e passaram ao aposento onde haviam enfrentado os primeiros carniçais. Dali chegaram ao corredor onde haviam despetrificado Elianeliel. Quando passaram ao salão dos pilares, estavam ali alguns kuo-toa. Conseguiram matá-los sem maiores dificuldades e Arnoux encarou as runas que o queimaram novamente, mas desta vez abrindo os compartimentos, onde encontrou mais uma peça e mais um tablete, além de algumas gemas de sangue. Ele entregou as peças para Úrsula, que conferiu que eram o que procuravam.
Antes de partirem, no entanto, surgiu uma decrépita mulher na passagem. Era novamente a vampira que atacara-os anteriormente. Ela, no entanto, parecia assustada e demonstrava não querer atacá-los. Era suja e desgranhada, pálida e com olhos fundos.
- Eu não quero vosso mal... - ela disse em élfico.
- E por que atacou nossos amigos? - Perguntou Ehtur.
- Foi um acidente.. estou faminta... um monstro fez isso comigo.. e agora um monstro grita dentro de mim.. grita por sangue...
- Você é uma morta-viva.. uma vampira.. é melhor que a ajudemos destruindo-a... - interviu Elianeliel.
- Mas não é minha culpa.. eu não sabia.. foi um monstro.. foi Thearin...
- Quem é ele?
- Thearin Shalahd é o senhor dessas masmorras. Ele é um mago poderoso, além de um vampiro antigo.. um necromântico. Ele brinca de fazer cadáveres ambulantes, faz experimentos com eles. Ele me tomou como um prêmio. Como uma vingança contra minha família.. eu me chamo Spadreera Amkathra. Eu fugi, mas nunca consegui sair daqui.
- Você conhece esses salões? Pode nos guiar por eles? - Quis saber o guardião de Miellikki.
- Nós devemos destruí-la... - comentou a elfa. - Ela é uma morta-viva.
- Ela pode nos ajudar - insistiu Ehtur.
- Mas ela pode ser uma ameaça... - insistiu Elianeliel.
- Eu posso ajudá-los. Eu só desejo vingança contra aquele que fez isso comigo.. depois, se quiserem, podem fazer o que quiserem comigo. Eu apenas quero ver Thearin ser destruído. Eu posso levá-los até ele.
- Primeiro, nós precisamos encontrar um artefato.. e você deve se alimentar para calar sua fome. Beba o sangue desses kuo-toas que acabamos de matar... - o servo da natureza a chamou para o interior do salão dos pilares.
- Vocês profanarão os cadáveres? - Escandalizou-se Elianeliel.
- Estamos tornando-os úteis.. - disse Ehtur.
Eles saíram guiados pela vampira Spadreera, que ajudou-os a evitar os oozes. Ela lhes contou sobre o jardim das medusas, onde haviam várias pessoas petrificadas. Quando chegaram de volta aos aposentos em que seus colegas estavam presos, encontraram os carniçais tentando arrombar a entrada. Evitam o combate e entraram por onde haviam saído. Encontraram os colegas combalidos e à beira da morte. Ainda que tivessem evitado os carniçais, haviam sido atacados por aparições sombrias que lhes drenaram praticamente todo o vigor. Mal conseguiam se manter de pé. Rock e Ryolith eram os casos mais graves. Sequer tinham forças para protestar contra a presença da vampira, que se desculpou com eles.
Reunidos novamente, deram conta dos carniçais sem maiores problemas, mesmo que Sirius precisasse carregar o paladino e o bárbaro, enquanto Úrsula ativava o mecanismo. Ela inseriu a nova peça e dessa vez obteve sucesso. Ouviu o barulho de algo se movendo atrás da parede e viu uma segunda abertura se abrir paralela à primeira. Ela repetiu o procedimento com uma das peças que já possuía, dando continuidade ao processo. O barulho foi maior dessa vez e uma terceira abertura se fez visível. Usou a última das peças, tendo a impressão que poeira caiu do encontro do teto com a parede, que se desencaixaram. Uma quarta abertura apareceu.
Não tendo a quarta peça, Úrsula percebeu que faltava muito pouco para que ela desistisse. A gnoma pegou um pedaço de madeira e o esculpiu como a peça de xadrez que faltava: a rainha. Mesmo com dificuldade, ela foi fazendo acertos conforme a peça ia avançando, até que conseguiu abrir a passagem. Toda a parede se moveu, dando passagem para um largo túnel cavernoso, que o guardião via nunca ter sido usado. Uma passagem secreta que talvez as medusas buscassem para escapar do controle do vampiro necromântico, daí esconderem as peças na sala dos pilares.
John Falkiner e Marcela restauraram um pouco do vigor alheio com suas magias, mas Sirius continuou a carregar o bárbaro e o paladino. Eles avançaram pelo largo túnel até uma caverna tão ampla, que sequer viam seu final. O que chamou sua atenção foram os dois grandes golens de ferro que começaram a se mover tão logo chegaram, mesmo que lentamente.


O centro da caverna era tomada de caixas, baús e barris amontoados. Os heróis correram para atrair os golens para fora. Porém, além destes, havia também um devorador espreitando. Quando conseguiram vencer os golens na velocidade e retornar para a caverna, este caiu sobre Spadreera. A vampira viera primeiro em sua forma de névoa, mas o morto-vivo a aprisionou em sua barriga. Os demais não tiveram tempo de ajudá-la, pois os golens haviam alcançado Ryolith e Rock, entregues à própria sorte por Sirius. Elianeliel conseguiu retardar os constructos com um relâmpago, enquanto os demais abriam tudo o que podiam. Beberam poções, ativaram varinhas e leram pergaminhos na esperança de alguma solução. Úrsula pegou um cetro a esmo e com ele fez um dos golens parar totalmente como se desligado. Elianeliel sabia que eletricidade deixava os golens lentos, mas nenhuma outra magia sua tinha efeito, só podia ganhar tempo.
Para piorar, o devorador fugiu com a vampira e quatro aparições sombrias surgiram atravessando as paredes da caverna. A druida da Grande Floresta Marcela conseguiu um bastão maravilhoso, que ativou uma magia e aprisionou o golem mais lento entre ramos e plantas que irromperam do solo da caverna. Ehtur Telcontar se apossou de um grande machado de guerra anão, com o qual passou a atacar os baús, tentando abrir tudo que podia em busca do tal Cetro de Lathander. Úrsula ativou varias varinhas, que melhoravam seus atributos. Arnoux e Sirius recolhiam o que podiam entre adagas e poções. Ryolith e Rock buscaram se aproximar para recuperar um pouco de suas forças.
Com um golem preso e outro desligado, os heróis nao tiveram problemas para dar conta das aparições e protegeram Falkiner, enquanto este tentava em vão clamar por seus poderes divinos. Mas isso não findou as ameaças não findaram, as plantas conjuradas por Marcela também começaram a ceder e davam sinais de que o golem escaparia.


Ehtur, Falcon e Elianeliel focaram os ataques no golem ao se libertar, sem qualquer efeito. Ele golpeou deixando a limite no limite da sobrevivência. Os heróis recuaram buscando uma estratégia. Sirius usou um dos itens para se recuperar e Arnoux demorou-se pegando mais alguns pergaminhos sendo alcançado pela monstruosidade de metal. O golem pisou sobre o gnomo, esmagando-o junto com o baú. Úrsula sentiu a dor em seu peito, mas como se já tivesse vivido aquela dor em um sonho. Enquanto os olhos da gnoma deixavam as lágrimas correrem, suas mãos buscavam algum instrumento mágico para a vingança ou para trazer Arnoux de volta.
Marcela ativou novamente seu cetro maravilhoso e acabou ampliando a vegetação, que irrompeu por toda a caverna, destruindo todos os invólucros e espalhando itens mágicos por toda parte. Isso retardou mais uma vez o golem. Porém novos problemas surgiram. O devorador retornou e trouxe consigo a vampira, dessa vez dominada pelos inimigos. Spadreera usou seus poderes para drenar o clérigo de Kelemvor, enquanto o devorador golpeou Falcon Eagle. Mas a verdadeira ameaça surgiu das névoas.
- Como ousam invadir meu refúgio e tocar meus objetos mágicos. Irei transformá-los em débeis zumbis para que devorem-se uns aos outros!!! - Urrou o vampiro Thelarin Shalahd. - Menos você, chave dos planos, você será meu.
- Aonde o mal estiver, o bem se levantará contra ele! - Bradou Ryolith Fox partindo em carga para esmagar o mal, embora seu golpe não tenha acertado o vampiro.
Tendo dito isto, ele conjurou uma magia necromântica capaz de drenar a água de seus corpos.
Todos foram feridos até o limite de suas forças, mas Ryolith Fox e Rock dos Lobos, já tão enfraquecidos viram a vida lhes escapar. O corpo do paladino tombou sem vida, mas o do jovem bárbaro não. A forma física dele se desfez dando lugar a uma horda de espíritos de gritos agonizantes que voaram na direção do vampiro.
- Que maldição é esta? - Surpreendeu-se o mago necromântico.
Os heróis resolveram não perder tempo com perguntas. Ehtur Telcontar cravou o machado anão no vampiro, percebendo a dor verdadeira em seu rosto morto-vivo. Falcon disparou suas setas e Elianeliel também partiu para o ataque, cortando a cabeça de Spadreera.
O golem levantava-se para novamente atacar, enquanto o devorador procurava se aproximar para proteger o seu mestre. Sirius tomou um bastão, que percebeu ser uma arma. Marcela tentou ativar seu cetro, apenas ficando invisível dessa vez. Úrsula procurou algo de real valor e seus olhos se encantaram com um cetro, que estava mais próximo do clérigo John Falkiner.
- Basta, criatura ignóbeis. Seus truques são inúteis!!! - Thelarin novamente invocou seus poderes, enquanto seu mero toque drenava as forças do guardião de Miellikki e magia arrancava o último suspiro do seu corpo.
- Maldito! Morra! - Gritou Falcon Eagle disparando suas flechas contra o olho do vampiro, que mesmo capturado, logo se recuperava dos ferimentos.
Elianeliel também atacou o vampiro necromântico, enquanto Úrsula tentava avançar, embora o golem impedisse ela e Sirius de alcançar os outros.
- Falkiner!!! O cetro está sob as tábuas próximas a você!!! - Ela berrou na esperança que o clérigo soubariano falasse a língua iluskan, o único dialeto humano que ela conhecia.
Thelarin terminou com a vida da elfa Elianeliel Evalandriel e conjurou um círculo da morte. Um a um, Falcon, Marcela, Úrsula e Sirius pereceram. Apenas o clérigo John Falkiner, cujos dedos já tocavam o cetro de Lathander sobreviveu, não sentindo os efeitos da magia, ao mesmo tempo que a luz se expandia de seu corpo.
- Eu conheço você... - soou a voz familiar do artefato em sua mente.
- Meu nome é John Falkiner, servo de Kelemvor.
- Eu sei quem você é. Você é um dos heróis que tentará destruir Shar com o meu poder e falhará - disse o objeto inteligente como se fosse algo corriqueiro. - Você está aqui por um erro.. uma anomalia. Você e seus amigos não pertencem a este tempo. Um desejo.. - e o artefato pareceu rir. - Desejos são coisas perigosas não mão dos mortais... mas certas coisas tem concerto.
Com essas palavras do cetro de Lathander, John Falkiner que começava a ver, além da luz, a agonia de Thearin Shalahd, viu todo aquele mundo embaçar e sua cosnciência apagar.

(...)

Rock dos Lobos abriu os olhos. Estava caído em algumas ruínas. O feiticeiro bárbaro reconheceu seus aliados com ele...