- Dessa vez eu caminhei em um magnífico lugar ao lado de um celestial luminoso chamado Pac. A pequena esfera de luz me disse que eu estava nos 7 Céus e que adiante estava a Cidade de Prata. Era tudo tão tranquilo e harmônico. Era como um paraíso. Tudo e todos eram belos e não havia uma sombra ou sujeira sequer. Meus olhos ficaram ofuscados por tanto resplendor. Eu busquei quem pudesse ajudar contra essa terrível Orcus que me persegue, mas antes de conseguí-lo, fui acordado pelos gritos de vocês.
- Pois eu sonhei com minha querida e amada floresta. A Grande Floresta. Apareci em algum ponto do norte, próxima de onde os treants marcharam contra os tais elfos demoníacos comandados por esses tais phaerimms. No entanto, o ar era carregado e sinistro. Algo vil espreitava em um silêncio artificial. Escutei o som de árvores tombados e entrevi o fogo através de escuridão. Temi pelo pior e quando preparei-me para usar das forças da natureza e saber mais, fui trazida de volta do que se passava lá. Apenas sei que coisas terríveis estão acontecendo, pois nem mesmo minha luminescência conseguiu expandir-se como normalmente faria.
- Eu sonhei com Tilverton. Sonhei com a cidade destruída pelo Shadovars em Cormyr. Era uma pequena comunidade nos limites do reino. Estive lá algumas vezes no passado.. pouco mais do que uma vila de camponeses e criadores de ovelhas. A bem da verdade, pouco vi além das inescrutáveis trevas que me cercavam. Encontrei apenas uma placa caída onde pude ler o nome da cidade. Tão logo tentei detectar a origem do mal que por ali se disseminava, acordei esbaforido.
- Bom, vocês tiveram experiências certamente mais normais que a minha, camaradas. Eu me vi em uma sombria e imensa caverna. Acredito que estava no Submundo. Parece ter sido muito mais que um sonho. Nessa visão, eu era um orc e estava em meio a centenas de outros orcs, como aqueles dominados que enfrentamos. Era uma horda imensa e, no centro dela, havia um grande círculo formado por devoradores de mentes. Todos pareciam estar concentrados em algo naquele centro. Expremendo-me entre os orcs, pude ver Alustriel, que estava sendo torturada por inúmeros seres cônicos.. bocarras flutuantes com braços..
- Os phaerimms!
- Que seja.. o que importa é que eu corri em socorro dela, como é próprio de um indivíduo abnegado e solidário como eu. Se acordar me impediu de concretizar meu intento, consegui gritar uma mensagem de alerta para ela. Ela não conseguiu me responder, mas eu interceptei o que os monstros diziam.. acho que mentalmente.. para ela. Eles diziam que chegariam até a Deusa da Magia através dela por ser sua filha. Então, acordei com os gritos de vocês.
- Esse lugar que você descreve pode ser o Submundo sob as terras do leste.. talvez sob a Grande Floresta. Eu sonhei com uma batalha.. acredito que com a batalha que nos aguarda em Evereska. O conflito era generalizado e estavamos entre as tropas do elfos. Um a um nós fomos sendo acoçados e derrubados. Primeiro, Yorgói caiu esmagado por um troll, depois foi a vez de Ryolith devorado por um phaerimm. Daphne foi morta por outro phaerimm. Úrsula foi a última a cair, mas não vi quem a derrubou, pois o ataque veio pelas costas.
- Foi exatamente o mesmo sonho que eu tive, querida. Eu vi você e nosso bebê morrerem.
- Eu também tive esse mesmo sonho, mas quem morria era você Arnoux. Foi você que recebeu esse último ataque pelas costas. Foi isso que me fez acordar desesperada.
- No meu sonho, vocês dois morriam e eu não, mas Daphne e Ryolith também perdiam a vida. Além disso, os phaerimms absorveram toda a magia que os arquimagos élficos usaram contra eles. Isso os curou e os deixou ainda mais fortes.
- Eu vi a mesma coisa, Yorgói. O tal Byron havia dito que metades dos nossos tombariam na batalha que está por vir.
- Então, eu, Rock e Ehtur não morremos em nenhum desses sonhos.. visões.. presságios.. enfim.. nessas coisas...
- A que se deve esse tumulto. Um de meus homens foi alertar-me de uma gritaria nessa ala do templo.
- Perdoe-nos, senhor Azrael, mas todos tivemos sonhos perturbadores.
- Essa parece ser uma sina daqueles que se envolvem com Morpheus e seus servidores, jovem bárbaro. Se me permitem um conselho último, agora que a partida de vocês se aproxima, tenham cautela com as vontades do misterioso Lorde Byron. Eu mesmo, que o acompanho, não consigo ver além do véu de mistérios que envolve esse homem. Há muitas entrelinhas nas palavras dele. Se aceitarem, tenho alguns presentes que podem ajudá-los na vossa missão. Sei que são dignos da minha confiança e da confiança de Kelemvor, senhor da morte e dos mortos, que buscarão ajudar como puderem, mas temo informar-lhes que as coisas nunca se tornam mais simples. Isso é o que aprendi em mais de meio século de existência. Se não há aqui um problema efetivo que exija minha atenção, irei cuidar do equipamento de que necessitam: lâminas de prata e amuletos de proteção de Kelemvor.
- Pois que cheguem logo esses presentes, meu nobre colega Azrael Sullivan, pois o tempo o urge. Se vocês estiverem prontos, meus heróis, eu posso enviá-los para Evereska, uma vez que já estão aqui nesse assemblear.
- Olá, Lorde Byron, parece que mais uma vez ninguém o viu chegar. Estávamos discutindo estranhos sonhos que tivemos essa noite. Precisamos entender o que aconteceu.
- Os sonhos revelam muitas coisas e nem todas já aconteceram, Ryolith. Algumas nunca chegam a acontecer, mesmo se aqueles que as vêem desviam de seu caminho para impedi-las. Os sonhos são guias perigosos para as ações. Não sou um conselheiro, assim como os sonhos não são conselhos. Vocês podem aprender alguma coisa e, quer as coisas que viram sejam boas quer sejam más, a visão pode ser compensadora, ou não. Ver é ao mesmo tempo bom e perigoso.
- Eu vi Alustriel sendo torturada.. a Deusa da Magia corre perigo..
- Como eu disse, Sirius, o negro. Vocês viram muitas coisas.. mas agora é hora de vocês partirem.
Daphne os encontrou terminando de eliminar os últimos goblins. Depois do teleporte, eles haviam surgido em uma sombria caverna. Ehtur e ela mesma haviam visto os rastros dos goblins. Ela adiantou-se no rumo que escolheram após transformar-se em um morcego. Descobriu que subindo em frente haviam catacumbas élficas. Certamente, jaziam sob a cidade que buscavam, Evereska.
Os goblins surgiram e atacaram alguns minutos após eles pararem no ponto onde a subida principiava a tornar-se íngreme. Não causaram maiores dificuldades, ainda que organizados, tendo suas ações controladas. Alguns poucos conseguiram escapar, quando perceberam o nível do perigo que enfrentavam. O restante pereceu sob as espadas e magias dos heróis.