24 de abr. de 2012

O espelho de Morpheus...

- Dessa vez eu caminhei em um magnífico lugar ao lado de um celestial luminoso chamado Pac. A pequena esfera de luz me disse que eu estava nos 7 Céus e que adiante estava a Cidade de Prata. Era tudo tão tranquilo e harmônico. Era como um paraíso. Tudo e todos eram belos e não havia uma sombra ou sujeira sequer. Meus olhos ficaram ofuscados por tanto resplendor. Eu busquei quem pudesse ajudar contra essa terrível Orcus que me persegue, mas antes de conseguí-lo, fui acordado pelos gritos de vocês.


- Pois eu sonhei com minha querida e amada floresta. A Grande Floresta. Apareci em algum ponto do norte, próxima de onde os treants marcharam contra os tais elfos demoníacos comandados por esses tais phaerimms. No entanto, o ar era carregado e sinistro. Algo vil espreitava em um silêncio artificial. Escutei o som de árvores tombados e entrevi o fogo através de escuridão. Temi pelo pior e quando preparei-me para  usar das forças da natureza e saber mais, fui trazida de volta do que se passava lá. Apenas sei que coisas terríveis estão acontecendo, pois nem mesmo minha luminescência conseguiu expandir-se como normalmente faria.


- Eu sonhei com Tilverton. Sonhei com a cidade destruída pelo Shadovars em Cormyr. Era uma pequena comunidade nos limites do reino. Estive lá algumas vezes no passado.. pouco mais do que uma vila de camponeses e criadores de ovelhas. A bem da verdade, pouco vi além das inescrutáveis trevas que me cercavam. Encontrei apenas uma placa caída onde pude ler o nome da cidade. Tão logo tentei detectar a origem do mal que por ali se disseminava, acordei esbaforido.



- Bom, vocês tiveram experiências certamente mais normais que a minha, camaradas. Eu me vi em uma sombria e imensa caverna. Acredito que estava no Submundo. Parece ter sido muito mais que um sonho. Nessa visão, eu era um orc e estava em meio a centenas de outros orcs, como aqueles dominados que enfrentamos. Era uma horda imensa e, no centro dela, havia um grande círculo formado por devoradores de mentes. Todos pareciam estar concentrados em algo naquele centro. Expremendo-me entre os orcs, pude ver Alustriel, que estava sendo torturada por inúmeros seres cônicos.. bocarras flutuantes com braços..
- Os phaerimms!
- Que seja.. o que importa é que eu corri em socorro dela, como é próprio de um indivíduo abnegado e solidário como eu. Se acordar me impediu de concretizar meu intento, consegui gritar uma mensagem de alerta para ela. Ela não conseguiu me responder, mas eu interceptei o que os monstros diziam.. acho que mentalmente.. para ela. Eles diziam que chegariam até a Deusa da Magia através dela por ser sua filha. Então, acordei com os gritos de vocês.

- Esse lugar que você descreve pode ser o Submundo sob as terras do leste.. talvez sob a Grande Floresta. Eu sonhei com uma batalha.. acredito que com a batalha que nos aguarda em Evereska. O conflito era generalizado e estavamos entre as tropas do elfos. Um a um nós fomos sendo acoçados e derrubados. Primeiro, Yorgói caiu esmagado por um troll, depois foi a vez de Ryolith devorado por um phaerimm. Daphne foi morta por outro phaerimm. Úrsula foi a última a cair, mas não vi quem a derrubou, pois o ataque veio pelas costas.


- Foi exatamente o mesmo sonho que eu tive, querida. Eu vi você e nosso bebê morrerem.

- Eu também tive esse mesmo sonho, mas quem morria era você Arnoux. Foi você que recebeu esse último ataque pelas costas. Foi isso que me fez acordar desesperada.
- No meu sonho, vocês dois morriam e eu não, mas Daphne e Ryolith também perdiam a vida. Além disso, os phaerimms absorveram toda a magia que os arquimagos élficos usaram contra eles. Isso os curou e os deixou ainda mais fortes.
- Eu vi a mesma coisa, Yorgói. O tal Byron havia dito que metades dos nossos tombariam na batalha que está por vir.
- Então, eu, Rock e Ehtur não morremos em nenhum desses sonhos.. visões.. presságios.. enfim.. nessas coisas...
- A que se deve esse tumulto. Um de meus homens foi alertar-me de uma gritaria nessa ala do templo.
- Perdoe-nos, senhor Azrael, mas todos tivemos sonhos perturbadores.
- Essa parece ser uma sina daqueles que se envolvem com Morpheus e seus servidores, jovem bárbaro. Se me permitem um conselho último, agora que a partida de vocês se aproxima, tenham cautela com as vontades do misterioso Lorde Byron. Eu mesmo, que o acompanho, não consigo ver além do véu de mistérios que envolve esse homem. Há muitas entrelinhas nas palavras dele. Se aceitarem, tenho alguns presentes que podem ajudá-los na vossa missão. Sei que são dignos da minha confiança e da confiança de Kelemvor, senhor da morte e dos mortos, que buscarão ajudar como puderem, mas temo informar-lhes que as coisas nunca se tornam mais simples. Isso é o que aprendi em mais de meio século de existência. Se não há aqui um problema efetivo que exija minha atenção, irei cuidar do equipamento de que necessitam: lâminas de prata e amuletos de proteção de Kelemvor.
- Pois que cheguem logo esses presentes, meu nobre colega Azrael Sullivan, pois o tempo o urge. Se vocês estiverem prontos, meus heróis, eu posso enviá-los para Evereska, uma vez que já estão aqui nesse assemblear.
- Olá, Lorde Byron, parece que mais uma vez ninguém o viu chegar. Estávamos discutindo estranhos sonhos que tivemos essa noite. Precisamos entender o que aconteceu.
- Os sonhos revelam muitas coisas e nem todas já aconteceram, Ryolith. Algumas nunca chegam a acontecer, mesmo se aqueles que as vêem desviam de seu caminho para impedi-las. Os sonhos são guias perigosos para as ações. Não sou um conselheiro, assim como os sonhos não são conselhos. Vocês podem aprender alguma coisa e, quer as coisas que viram sejam boas quer sejam más, a visão pode ser compensadora, ou não. Ver é ao mesmo tempo bom e perigoso.
- Eu vi Alustriel sendo torturada.. a Deusa da Magia corre perigo..
- Como eu disse, Sirius, o negro. Vocês viram muitas coisas.. mas agora é hora de vocês partirem.



Daphne os encontrou terminando de eliminar os últimos goblins. Depois do teleporte, eles haviam surgido em uma sombria caverna. Ehtur e ela mesma haviam visto os rastros dos goblins. Ela adiantou-se no rumo que escolheram após transformar-se em um morcego. Descobriu que subindo em frente haviam catacumbas élficas. Certamente, jaziam sob a cidade que buscavam, Evereska.
Os goblins surgiram e atacaram alguns minutos após eles pararem no ponto onde a subida principiava a tornar-se íngreme. Não causaram maiores dificuldades, ainda que organizados, tendo suas ações controladas. Alguns poucos conseguiram escapar, quando perceberam o nível do perigo que enfrentavam. O restante pereceu sob as espadas e magias dos heróis.

17 de abr. de 2012

O cosmos, o caos e o mundo que virá...


- Vocês comeram e puderam se recuperar. Sejam bem vindos e sentem-se. Eu sei que são muitas as perguntas, pois digo-vos que serão algumas as respostas. Vocês entenderão algumas, aceitarão boa parte e sairão daqui com mais perguntas do que chegaram, mas assim é a vida. Sendo assim, ainda que sua primeira pergunta possa ser a mais pertinente, vocês podem ou não se dar conta de que ela é também irrelevante.
- Por que estamos aqui? - falou Sirius Black.
- A realidade como a conhecemos é formadas por forças primordiais, todas dispostas a cumprir com o papel que lhes cabe. Deuses e mortais seguem a jornada de suas existências cumprindo os papéis que lhes cabem numa desequilibrada harmonia cósmica. Vocês tem enfrentado as forças de Shar, a senhora do caos e da escuridão. Ela, no entanto, trabalha de formas diversas e está longe de ser a única ou a principal atriz no tabuleiro desse jogo.
- Isso é um jogo pra você? - disse Ryolith num tom quase inquisitorial.
- Ignorar seu papel no jogo, paladino, não o isenta dele. Quanto antes vocês conscientizarem-se das profundas e variadas dimensões que afetam essa batalha, muito mais rapidamente lidarão com os desígnios que lhes cabem. Morpheus está aqui para orientar e manter o movimento. Na noite do último eclipse, a Dama do Caos lançou planos sinistros e terríveis, desempenhando seu papel e meta de aniquilar a ordem.  Vocês foram capturados no emaranhado de sua trama, muitos pelo acaso, você, Sirius Black, o negro, por escolha. Para além disso, uma associação antiga e vil de culto a dragões malignos levantou-se para reanimar Tiamat, deusa dos Dragões e também uma agente do caos. Sua investida implicou a destruição de Bahamut, senhor dos Dragões, uma força da ordem, situação que os próprios dragões buscam resolver. A estes antagonistas somam-se criaturas sórdidas e odiosas chamadas Yuan-ti, monstros-serpentes com habilidades terríveis.
- Pensei que eles apenas atormentavam as Selvas de Chult no sul. - ponderou Daphne.
- Eles estão em toda parte. Nas vielas escuras de Waterdeep.. entre as árvores da Grande Floresta.. nos palácios de Cormyr.. nas pequenas casas de Brasillis.. aqui mesmo em Soubar. Seu sangue frio sabe como nenhum outro das artes da furtividade e da vilania. Seus mestres foram responsáveis por criar todas as formas de manipulação mágica conhecida pelos humanos.
- Não foram os elfos? - duvidou Sirius Black.
- Sua ignorância é comum, Sirius Black, o negro. Os ancestrais pergaminhos que introduziram e estruturaram os conhecimentos mágicos da humanidade são o fruto das manipulações desse povo serpente. 
Meus aliados e eu iremos dar conta destes dois problemas. Vocês irão em outra direção. Os phaerimms aumentaram muito seu poder com o mythal da Cidade de Prata.



- E Alustriel? - interrompeu Yorgói.
- A filha da deusa da magia é mais um trunfo na mão deles, mestre gnomo, mas o verdadeiro interesse deles era na força mágica do mythal, o artefato que protegia a cidade. Eles agora marcharão com suas hordas em direção a Everska, a cidade élfica escondida entre as montanhas. Lá também há um mythal, mas a situação é distinta. Até agora, os phaerimms tem buscado aumentar seus poderes usando seus escravos como buchas de canhão. Eles virão pelas profundezas, já estão em marcha.
- Nós vamos atacá-los? - animou-se Sirius.
- Não. Bastaria um phaerimm para dar cabo de vocês. Vocês terão de convencer os arrogantes arquimagos élficos a buscar ajuda. Sua arma será a diplomacia. Quando a batalha chegar, aí sim, vocês tomarão parte no que se dará. Desde já alerto que apenas a metade dos que agora vão, retornarão.
- Nós iremos morrer? - assustou-se Úrsula levando as mãos à barriga.
- Alguns sim. Isso já está posto.. se morrerão como heróis ou vilões, isso ainda está por formar-se e depende apenas de vocês mesmos.
- E o que isso tem haver com os tais fey'ri e os treants da Grande Floresta? - questionou a druida.
- Eles são seres malignos capturados no amplo espectro dessa trama, serva da natureza. Os phaerimms foram libertados pelos Shadovars, os servos de Shar que vocês viram chegar quando do eclipse. Eles libertaram os devoradores de magia para terem tempo para implementar suas próprias intenções nefastas. Isso passou pela destruição de Tilverton em Cormyr e agora ameaçam o Norte e as Terras do Vale.
- Destruição? - lamentou Ryolith, já alimentando um desejo por vingança.
- Isso é parte dos planos deles, que também trazem imenso risco para tudo e para todos. Eles são uma das principais ameaças lançadas pela Senhora do Caos. Cientes do poderio dos phaerimms para o mal, capazes que são de dominar qualquer ser com um traço de maldade em seu peito, os shadovars os libertaram. Os fey'ri são algumas das muitas criaturas comandadas nesse imenso exército. Os treants acreditam terem vencido e expulsado os elfos demoníacos, mas essa falsa vitória cobrará um grande preço abatendo muitas vidas. 
- O que eu posso fazer para ajudá-los? É preciso avisá-los! - desesperou-se Daphne.
- Não há nada que você possa fazer, jovem druida. Estes dados não estão ao alcance de seus dedos, nem de nenhum de nós. Existe também um outro grupo, liderados pela clériga Roberta, destacada sacerdotiza de Shar. Ela apoderou-se do metal vindo das estrelas e preparam um ritual que pode abrir de vez esse plano aos poderes da Destruidora.
- Eles estão com Alissah? - falou finalmente Ehtur. 
- Eles estiveram muito próximos de vocês, no aposento contíguo ao que estavam, justamente em busca de Alissah. Não podem terminar o ritual sem ela.  Apenas sei que não a tem, porque se o ritual tivesse sido completado, eu o saberia. Alissah foi salva por uma clériga de Selune chamada Maialee Evalandriel. Maialee sucumbiu defendendo-a na Cidade de Prata. Não sei o paradeiro atual deles.


- E eu? - questinou Rock. - Em Silverymoon, você disse algo sobre mim.

- Você é outro problema, rapaz.
- Um problema como Sirius Black? - preocupou-se o jovem.
- Não. Sirius Black escolheu se envolver com um problema, você É o problema. O lorde diabólico Orcus está em seu encalço, pois apossando-se de você, ele poderá vencer a guerra mais antiga da existência.
- E o que diabos eu tenho de tão importante? São só sonhos..
- Sonhos são muito mais que meros devaneios, meu jovem.. ainda mais os seus. Morpheus é o Senhor dos Sonhos. Os sonhos são condição inescapável de todos aqueles que vivem e de pouquíssimos que não, por isso mesmo, uma força transversal na arquitetura dos planos cósmicos. A mente estruturalizante de vocês tende a transpor essa pequena parte e considerá-la o todo. O todo é vasto demais para uma idéia tão pequena ou para um palavra de quatro letras. Você, meu rapaz, é capaz de navegar sua consciência por toda parte, pois é um fenômeno raro, mas de alguma forma recorrente, que o conforma. Você representa uma conexão entre a pluralidade dos planos da existência, sendo capaz de navegar por eles com sua consciência. Você já o faz, de maneira inconsciente, pelos sonhos e convocando formas ectoplasmáticas de seus finados ancestrais, mas isso são apenas duas gotas do oceano de possibilidades.
- E por que isso interessaria a alguém? - disse Rock atordoado com toda aquela informação.
- Se Orcus pegá-lo, rapaz, ele poderá vencer as Guerras Sangrentas entre diabos e demônios. Se isso acontecer, os Sete Céus irão se abrir e você será a chave. Você está sentenciado a ser uma peça nesse jogo cósmico. Está protegido aqui no templo de Kelemvor, mas tão logo deixar a cidade, ele saberá seu paradeiro. Mas Morpheus pode ajudá-lo.. aqui está um símbolo sagrado.. se você aceitá-lo, ele irá mantê-lo oculto de divinações. Lembre-se que eles tem as entranhas de seu pai, o que lhes dá um acesso praticamente irrestrito a você.
- E o que mais quer Morpheus? - suspeitou o paladino daquele gesto.
- Morpheus trabalha a favor da existência, jovem paladino. - Lorde Byron parou de falar, pois chegaram outras figuras de destaque no grande salão de reuniões. Já estavam ouvindo a algum tempo uma cantoria sobre os feitos de um tal Gengis Khan, que vinha lá de fora. Puderam ver que se tratava de um halfling sentado em um grande cão e carregando uma lança. Entrou também um magnifico casal. Embora de aparência austera e sóbria, Azrael e Isabeau Sulivan deixavam nítidos a nobreza de suas indoles. Cumprimentaram e receberam bem os convidados. Houve um grande jantar nessa noite, com bebida e festa, antecedendo as dificuldades de amanhã.





8 de abr. de 2012

Pesadelos constantes...


- Nós precisamos deter os beholders! -gritou Daphne a plenos pulmões. - Eles estão impedindo a arquimaga de reagir através dos campos de anti-magia que saem dos olhos centrais...
- O campo de anti-magia deles não afeta os poderes psiônicos dos devoradores de mentes - completou Rock. Foi assim que eles tentaram avançar e acabar com aquilo antes que a atenção estivesse sobre eles. No entanto, o líder das aberrações psiônicas precisou de apenas 1 segundo para findar a reação deles. A explosão mental que se seguiu paralisou a reação geral, como ele esperava.
Surpresa foi ver a jovem druida continuar se movendo e se atirar sobre ele com seu cajado e uma fúria animal. Os poderes de metamorfose selvagem a colocaram além de qualquer forma de paralisia física, mágica ou mental de seus movimentos. Surpresa ainda maior foi ver Sirius Black, cuja vontade resistiu a invasão mental da criatura, como se agora fosse movido por uma causa impossível de ser detida. As adagas quase insíveis e certeiras do guerreiro cortaram o ar e a carne do monstro, que urrou telepaticamente. Ainda assim, os dois eram uma resistência muito pequena diante de tamanha horda inimiga.
Enquanto todo a corja de monstros à esquerda seguiu investindo contra a poderosa arquimaga, o segundo beholder vitimou todos aqueles que lutavam contra os trolls. O terrível observador usou os raios de seus pequenos olhos, petrificando-os e desintegrando-os. Os dois drows que guardavam o grande líder dos devoradores de mentes se puseram a defendê-lo dos dois heróis restantes, enquanto este tentava destruí-los com suas forças mentais. Sirius e Daphne não perderam tempo e tornaram a investir contra ele. Se o ataque da druida era limitado por sua forma ainda humana, o guerreiro das lâminas invisíveis cuidou de sangrar fundo o maldito beneficiando-se do flanco da colega.
Os poderes de Tyr também foram ao socorro de Ryolith Fox, paladino da justiça. Através do símbolo sagrado que fora de Bahr Kokhba, o destemido homem de Cormyr viu-se liberto dos poderes do mal, passando a usar da própria fé para libertar os companheiros, interpondo-se entre eles e os servos da maldade. Isso pareceu ser mais uma surpresa inesperada pelos monstros, confundindo-os em suas investidas, renovando o tempo de nossos heróis.
Rock, o próximo a ser libertado, pode conjugar fúria e magia em um ataque devastador contra o líder dos devoradores de mentes. Sem o senhor das forças psiônicas que os paralisava, os heróis viram-se livres, apenas para perceber que a arquimaga também chegara aos limites de suas próprias forças, tombando um instante depois, sem poder oferecer maior resistência. Um dos devoradores de mentes teleportou-os psionicamente, carregando inclusive o líder caído e um dos beholders. A ameaça restante ainda era numerosa e intimidante.

O beholder restante petrificou Ehtur, dominou os guardas que se aproximavam e paralisou Supla Sumo e Sirius Black. Rock investiu em fúria contra o último troll, sendo auxiliado por Úrsula, que disparava flechas mortais protegida pela invisibilidade mágica. Ryolith e Arnoux avançaram contra os drows, enquanto Yorgói cantou para motivá-los. Daphne atirou-se contra o beholder com todas as forças que ainda tinha, no ímpeto de impedí-lo de seguir usando seus olhos fatais. Com a bocarra escancarada, entretanto, a criatura engoliu-a numa só bocada, obrigando a jovem druida a transformar-se para permanecer viva. A jovem serva da natureza passou a atacar o monstro de dentro para fora como um carcaju enfurecido.


A batalha foi sangrenta e terrível. Rock e o troll derrubaram um ao outro. Ryolith e Arnoux levaram ao extremo seus esforços para vencer os dois elfos negros. Os esforços combinados de todos puderam tombar a grande massa voadora repleta de olhos de onde emergiu a ensanguentada Daphne em forma de carcaju. Ainda assim, tudo parecia perdido.
- Como vamos despetrificar Ehtur e os outros? Aquele era a grande Alustair, filha da deusa da magia Mystra, senhora dessa cidade.. sem ela, nossas esperanças estão perdidas...
- Eu posso ajudá-los.. - disse uma voz grossa e rouca, que parecia vir de longe, mas que guiou a visão deles até um dos cantos do aposento, de onde vinham dois misteriosos homens, ambos encobertos por mantos.  O que falara trazia um cajado e um símbolo com a cabeça de três animais: um bode, um leão e um dragão. - Ou melhor, Morpheus, o senhor dos sonhos, pode ajudá-los...



- E quem é você? - questionou Ryolith sem pestanejar.
- Meu nome é Lorde Byron e este é Crufiel, meu fiel emissário. Fomos enviados aqui porque a missão de vocês caminha agora no fio da navalha. Estão diante de um precipício, meus caros e o tempo urge. Lá fora, uma horda além da vossa compreensão marcha nesta direção. Sem milady Alustriel, as proteções mágicas da cidade foram aniquiladas pelos phaerimms, que devoraram o mythal da cidade. Além disso, em poucos segundos, Orcus, lorde diabólico de Thanatos, estará aqui para requisitar a sua cabeça, jovem Rock. Se aceitarem minha ajuda, eu posso levá-los para um lugar seguro, além de libertar seus camaradas. Cabe a vocês escolher..
Todos se entreolharam receosos e duvidosos de uma ajuda tão oportuna e misteriosa. Todos ouviam o som terrível dos tambores e cornetas dos monstros que anunciavam uma horda incomensurável. Yorgói e Rock percebiam que as defesas mágicas da cidade haviam deixado de existir. Tudo parecia corroborar as palavras do misterioso Lord Byron. Os poderes de Ryolith não detectavam qualquer maldade nele, mas ninguém conseguia perceber as verdadeiras motivações nas palavras daquele estranho.
- Liberte Ehtur!.. Liberte a todos!.. Então conversaremos.. - bradou Ryolith.
Lord Byron sorriu. A boca era uma das poucas partes visíveis de seu rosto. Bastou um gesto e um movimento do cajado do recém-chegado e eles viram o poderoso guardião tornar a ser feito de carne. Isso deu-se no exato momento que o cheiro de enxofre tomou conta do lugar e o lorde diabólico surgiu. Rock reconheceu-o de seus sonhos.. ou talvez, pesadelos.
- Dessa vez você não escapará!!!! - urrou Orcus.



- Venham comigo.. - disse Lorde Byron estendendo as mãos. Sem opções, todos agarraram-se ao que estava à mão e viram o salão do palácio de Lua Prateada ficar para trás. Recuperaram-se do teleporte em algum lugar muito longe dali....