7 de mar. de 2012

Sonho que se sonha junto é realidade...



Após as explicações e a discussão que se seguiram ao combates com os diabos, Ehtur aproveitou para sair com a desculpa de buscar ervas para se curar. O guardião deixara uma carta onde explicava para Yorgói suas motivações, liberando-o de cumprir com o prometido. Estavam todos tão concentrados que sequer perceberam. Ryolith e Sirius duelavam verbalmente por seus interesses incompatíveis.
Daphne foi a seguinte a partir, transformando-se numa ave e viajando para a floresta, onde pretendia alertar os druidas de tudo que se passara. Durante toda a viagem ela pode avistar, cada vez melhor, a destruição causada pela erupção do vulcão. Yorgói e Arnoux acalmaram os ânimos, enquanto todos eram curados:
- Ryolith, se o que o motiva é retornar a Cormyr, você pode teleportar-se de Waterdeep. Eu mesmo tenho questões a encerrar lá, junto à minha guilda. Posso conseguir isso por um preço menor, bem como podemos fazer algumas transações dos produtos que encontramos. Ehtur poderá encontrar Alissah e você seguirá para ajudar sua pátria. Eu também poderei dar mais atenção a essa questão terrível dos diabos que tentam abduzir Rock e...
- Perdoem-me a intromissão - interviu o agente Mattoso - mas é importante o que tenho a dizer. Sou o batedor mais veloz de Everlund e por isso fui enviado. O ataque contra a cidade mudou de rumo. As tropas antes estacionadas ao redor de Everlund rumam para Silverymoon. Os lordes vêem uma maldade maior nessa manobra...
- Quanto tempo? - questionou Supla Sumo.
- Partiram a quase um dia. O tempo que demorei para chegar até aqui.. vocês devem marchar dobrado e seguirem.. são cerca de 10 mil criaturas.. orcs, hobgoblins, bugbears, trolls, gigantes..
- Eu irei conversar com a capitã Palas Atenas.. - avisou Ryolith antes de se retirar.
- Nós iremos, mas meus homens merecem uma última noite de descanso. Eles praticam muita atividade física específica. Sairemos mais cedo e marcharemos até a última gota de suor...
- Nós nos despedimos aqui então capitão Supla Sumo.. - disse Yorgoi cumprimentando o chefe das tropas. Todos se despediram. Sirius preferiu passar sua última noite ali com o exército, enquanto os outros seguiram para a prefeitura, onde se dera o jantar e era também lar da família Pompeus.

Ryolith foi ao encontro da embaixatriz Palas Atenas. Encontrou-a na companhia de Miguel em uma das tendas do acompamento. A jovem rezava para Tyr em um pequeno altar.
- Perdoe-me o incômodo embaixatriz Atenas.
- Por favor, Ryolith, chame-me apenas de Palas. Homens de bem nunca incomodam.
- Fico grato. Vim fazer um pedido.
- Se estiver ao meu alcance atendê-lo, com a graça de Tyr.
- Por razões pessoais, eu ainda preciso acompanhar essas pessoas do norte. Meu dever me diz que devo acompanhá-los até Waterdeep, onde acredito que poderemos deixar melhor resolvidas questões graves.
- Os homens de bem cumprem com seus deveres. - sorriu Palas Atenas fazendo o sinal de Tyr, duas mãos espalmadas para o alto como a balança da justiça.
- Pretendo me teleportar a partir de lá e encontrá-la em Suzail, colocando-me a seus serviços conforme solicitei.
- Estarei em Arabel. Você pode me encontrar na casa da marquesa Boaventura. Que a justiça de Tyr o proteja e guarde, Ryolith.
Ryolith Fox concordou, agradeceu e educadamente se retirou, muito embora seu coração estivesse disparado como o de um adolescente. Foi difícil para ele dormir nessa noite. Apenas Rock teve mais problemas do que o paladino.
Quando Yorgói e Arnoux chegaram para acudir o jovem bárbaro, que tinha espasmos violentos, pouco puderam fazer. Tão logo o tocaram, foram tragados pelo turbilhão quimérico que o devorava. Incontáveis imagens dançavam na mente de Rock como um vendaval de tecidos espectrais. Os dois acabaram tragados para as terras inóspitas do inferno. Viram um enorme diabo rubro como o sangue e com chifres negros longos como os de um elefante. Ele vociferava contra o que parecia ser uma bruxa diabólica e sinistra. Viram surgir o diabo negro e coberto de espinhos que derrotaram junto ao leão de bruma. Após poucas palavras, ele foi executado impiedosamente. Dali, foram tragados para outra visão.. para o cenário de um belo e vistoso palácio de arquitetura élfica. Eles viram uma poderosa mulher.. uma elfa, mas cuja pele era de um pálido azul, quase arroxeado nas extremidades. Ela parecia muito poderosa, mas estava abatida como que envenenada ou amaldiçoada. Junto a ela, uma elfa verde.. Alissah... vindo em direção a elas.. dois homens ameaçadores de feições bastante características. A muito custo, o próprio Rock assenhorou-se de sua
mente e todos despertaram.


Aturdidos buscaram pelos outros e descobriram a carta de Ehtur. Resolveram seguí-lo ainda assim. Afinal de contas, agora eram eles que sabiam onde estava Alissah.
Sozinho e com a dianteira, Ehtur retornou a Waterdeep em dois dias. O terceiro dia foi gasto observando e buscando quem pudesse levá-lo aos dois canalhas que procurava. Tinha certeza que esse seria o caminho mais rápido até Alissah. Observou bem e resolveu abordar um marcador de escravos, que anunciara os negócios escusos no interior de uma estalagem. Ainda que não soubesse nada sobre os homens que Ehtur procurava, ele soube dizer onde se devia procurar criminosos em Waterdeep.. Porto dos Crânios.

O guardião chegou lá através da água suja do porto de Waterdeep. Um mergulho em águas profundas lhe permitiu acessar as cavernas aquáticas subterrâneas sob a Cidade dos Esplendores. Enquanto vasculhava escondido atrás de alguma pista dos marginais, Ehtur Telcontar pode presenciar todo tipo de transgressão à lei e aos bons costumes. Assassinatos eram cometidos no meio da rua, pessoas eram roubadas e espancadas sem qualquer pudor, escravos eram anunciados e castigados, drogas eram consumidas ininterruptamente, a sodmoia e devassidão eram sem limites. O servo de Mielikki percebeu que haviam alguns homens de um tipo característico, todos de preto total e que pareciam ser os vigilantes locais, muito embora não intervissem em nada do que ocorria. Buscou, então, uma acomodação em um lugar menos sujo e agressivo para poder continuar no dia seguinte.
Enquanto isso, os destemidos e solidários colegas do guardião chegaram a Waterdeep. Sirius Black usou de sua lábia e malevolência para juntar informações sobre Ehtur, após terem passado na guilda arcana de Yorgói. Logo descobriram o traficante de escravos e simulando uma compra de gnomos para o dia seguinte, o sr. Black conseguiu detalhes de seu encontro com Ehtur. Sirius, no entanto, preferiu guiar o grupo até Porto dos Crânios através dos esgotos da Cidade dos Esplendores que lhe eram mais familiares
No perímetro da vila portuária, depararam-se com ferozes goblins chafurdando nas pilhas de lixo que saiam dali para as cavernas. Para evitar atenção indevida, Rock instaurou o pânico desmesurado no peito das simplórias criaturas clamando pelo espírito de seus ancestrais. O terror foi total e os goblins sumiram amedrontados.


Novamente, Sirius Black usou de sua etiqueta do submundo para guia-los naquele antro da maldade. Vendo haverem muitos escravos gnomos por ali, puseram-se a interpretar: Yorgói, Arnoux e Úrsula passaram a ser tratados como escravos e Rock como um subalterno, enquanto Ryolith marchava invisível (um tanto aturdido pela maldade ampla, geral e irrestrita). Na estalagem, para continuar com a encenação, os gnomos foram trancafiados nas jaulas dos cativos com dezenas de outros. Sirius e Rock chegaram até Ehtur pouco antes dos bandidos locais, que foram questioná-lo. A confusão foi breve, com os seis meliantes fugindo ante o poder dos heróis.
Decididos a sair dali, agora que Ehtur identificara os dois homens do sonho de Rock com os mesmos que lhe roubaram a pedra estelar e ameaçaram Alissah, derrotaram o dono da taverna e seu capataz minotauro. Estavam prestes a partir, quando surgiu a terrível caveira sinistra flutuante do além. O guaridão mal teve tempo de incendiar o óleo e debandar na máxima velocidade possível....


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