11 de jul. de 2015

Xeque-mate!

- Bata a cabeça até desmaiar! - Ordenou friamente Derdeil Óphodda ao comandar a mente do assassino drow que restara, sendo obedecido de imediato. Kaliandra Boaventura, mesmo ferida, preferiu inspecionar o que poderia haver de útil no corpo das outras drows mortas, enquanto seu amado Cameron Noites acompanhado do monge Braad terminava de descer com o corpo da rainha Amídala Ancalímon em direção ao clérigo Zoristro'n Glorien, que poderia ressuscitá-la.
O hobbit Rufus Lightfoot movido pela curiosidade e por um certo desânimo, preferiu subir e ir abrindo as portas ainda não exploradas da torre. Sérgio Reis e seu seguidor Pena Branca seguiam cantarolando ebriamente do lado de fora da torre:
- God save the queen... her fascist regime...
Longe dali, o corvo Edgar seguia avistando a horda de mortos-vivos e drows que vinha se aproximando e devastando a floresta de Cormanthor rumo a Myth Dranor. Começava a perceber o grupo de clérigas drows gigantes que se destacavam no final da multidão.
Enquanto Derdeil via o drow tombar, observando os corpos caídos dos outros drows, bem como o do arquimago Heldalel Evalandriel, Kaliandra tomou o que carregava a líder das assassinas drows. Cameron chegou até Zoristro, que sacou um diamante e já iniciara o ritual da ressurreição o mais rápido que podia. A valiosa gema fez-se pó e o caminho para a alma Quando a rainha despertou e abriu os olhos, o mais novo clérigo de Rhange Hesysthance a ajudou a se levantar:
- O poder do deus da magia a trouxe de volta, majestade. O grande Rhange Hesystance a amparou..
- Apenas porque o poder de Bibiana sempre está a nos amparar... - interviu Kaliandra pelo elo mental, percebendo que tinha que descer e rápido. Sem pensar duas vezes, ela se jogou pela janela e deixou Derdeil sozinho com os corpos. O escolhido do deus da magia pensou sobre a utilidade de sacrificar uma das drows.
- Monstro profano... vil como teu Deus! - Protestou Shei Long pelo elo mental. 
- Se eu ainda orasse para Bibiana, a rainha estaria morta, pois não haveria resposta à minha prece de ressurreição para levantá-la! - Proclamou Zoristro.
- O grande Rhange e os sacrifícios necessários nos salvarão.. - disse Óphodda se debruçando sobre o cadáver da drow inconsciente pela cabeçada com sua adaga.
- Não é hora para isso... estamos à beira de uma invasão iminente - interviu Cameron.
- Tem razão, Cameron... mas o deus da magia tem minha gratidão... - disse a rainha Amídala buscando apoio, desnorteada que estava e confusa com as conversas paralelas.
Nesse momento, todos perceberam que Rufus desapareceu do elo mental. Edgar mandava notícias para Derdeil sobre o grupo de 12 drows gigantes e com símbolos da senhora das aranhas. Isso além das seis outras, que eram do tamanho usual, mas que conseguiam parecer ainda mais terríveis.
- Venha, majestade... - disse Cameron, mas não houve tempo para seguirem de volta aos andares superiores.
A porta do térreo da torre foi invadida por uma tropa de dez arqueiros elfos de arcos em punho. Atrás deles vinham Shei Long e Leia Organa.
- Rainha Amídala Ancalímon, seu desgoverno está nos lançando a uma crise sem fim. A corrupção toma conta de nosso povo. Tu te aliastes com as piores entidades e criaturas dessa existência. Aceitastes a maldade e esse deus nefasto entre nós! - Proclamou o arqueiro arcano Shei Long. - Eu a declaro impedida de seguir como rainha dos elfos em nome de nossos ancestrais! Rendam-se e paguem por seus crimes perante a verdadeira lei dos Seldarine.
- O que?!? - A surpresa de todos era indisfarçável. O nobre elfo disparou uma seta mortal contra Cameron Noites, quase ceifando-lhe a vida. O trovador da espada invocou uma esfera de invisibilidade com o intuito de proteção, mas foi pouco.
- Atirem!!! - Ordenou Leia
- Isso é um golpe!!! - Bradou Kaliandra na mente de todos, enquanto se levantava mais ferida do que esperava..
Os dez arqueiros fizeram uma saraivada de flechas cair sobre o quarteto invisível. Erraram Cameron, feriram Braad e Zoristro, mesmo com o monge agarrando uma das setas, mas vitimaram a rainha. Além da ordem, Leia Organa sacou um pergaminho e ao lê-lo, paralisou Cameron, Zoristro e Braad sem que pudessem resistir ao perceber que permaneciam de pé.
- Shei Long, seu traidor! Malditos elfos!.. Kaliaaandra... coração valente... levanta desse chão... renega essa sua gente... - gritou Sérgio Reis começando a cantar para inspirar seus aliados, enquanto cambaleou apoiado por Pena Branca.
Eles viam os quase quinhentos elfos nobres, que haviam apoiado Shei Long anteriormente e se conectado ao mythal através de Heldalel. Eles cercavam as torres e também chegavam armados para atacar.
- Tradição... pátria élfica... família... - gritavam em uníssono.
A queda quase tirara a vida de Kaliandra Boaventura. Mas doeu menos do que a flecha fatal e certeira que o arqueiro arcano Shei Long cravou no meio dos olhos de Cameron Noites:
- Bandido bom é bandido morto! - Ele proclamou enquanto o corpo caía.
Derdeil Óphodda soube que não havia tempo a perder e cortou a garganta da drow, sentindo a energia, maior do que esperava, fluindo com o sangue sacrificado. Um demoníaco vrock surgiu como um lacaio diante dele, além do poder que crescia em seu íntimo.
Antes que os elfos os pegassem, Pena Branca numa manobra arrojada voou e recuperou Kaliandra. A trovadora da espada invocou uma bola de fogo sobre Leia e seus lacaios, mas ela e seis deles avançaram pelas escadas rumo a Derdeil Óphoda:
- Seus dias de satanismo e blasfêmia estão acabados, servo do mal! - A elfa nobre disse, enquanto.os outros quatro arqueiros elfos passaram a amarrar e nocautear Braad e Zoristro.
Pena Branca subiu com Sérgio Reis e Kaliandra Boaventura para o alto da torre. Shei Long deixou o interior da torre e disparou várias setas, que errou propositalmente:
- Esse é meu último aviso!!! Entreguem-se a lei e a ordem, criminosos! Esta terra santa não será profanado por sua devassidão amoral!
Leia Organa sacou outro pergaminho e se teleportou para o palácio antes que a nova bola de fogo conjurada por Kaliandra a atingisse. A trovadora da espada acertou apenas o sexteto de arqueiros elfos que se aproximavam de Derdeil. 
- Povo de Myth Dranor! Esqueçam o ritual dos antepassados!!! - Gritou Kaliandra no elo mental. - Nossa rainha é vítima de um golpe terrível! Precisamos de todos vocês! Cada um precisa dar o seu quinhão de sacrifício para salvá-la.
- Irmãos elfos! Em nome de nosso único e verdadeiro deus... Corellon Larethian.. venham nos ajudar a expurgar essas ervas daninhas que sufocavam nosso jardim. Eliminemos esse mal travestido de salvação!!! - Disse Leia Organa sobrepondo sua voz à de Kaliandra com muito mais eloquência.
- Acabe com ele, Pena Branca! - Ordenou Sérgio Reis. 
As setas de seu seguidor foram facilmente evitadas por Shei Long. O arqueiro arcano fez o mesmo, mas com mais perícia e muita magia, trespassando o ébrio elfo alado com tantos disparos, que seu corpo já tombou sem vida, esburacado como uma peneira.
- Aberração maldita! - Cuspiu Shei Long se preparando para novos disparos.
- Chefia... - alertou Edgar de longe. - A manda-chuva aqui também ganhou um vrock... e eles estão dizendo "valagurks akonft karturum Pwatrrr xdortz! Loltrrr orgnr abcdurtuk"! E agora eles estão avançando realmente rápido, chefe. Vou segui-lo e pousar em cima de um deles, pois parece seguro.
Intoxicado com o poder inesperado do drow, Derdeil se vê assaltado pelos seis arqueiros elfos que disparam contra ele e o vrock. Ele conseguiu entender a mensagem que o familiar corvo lhe repetira na língua abissal: "está tudo pronto para o ataque, Pwath! Lolth manda atacar"! Os elfos fustigam-lhe a carne e acabaram matando o aliado planar invocado, mas são um inconveniente resolvido por mais uma bola de fogo, feridos que estavam. Derdeil Óphoda caminhou para o meio dos corpos próximos da porta do aposento:
- Berebekan Katabamka! Que o poder da magia transborde e que as vidas cumpram seu papel de libertar o verdadeiro poder da existência, ó grande Rhange Hesysthance, senhor da magia! - Derdeil conectou a essência de escolhido que havia nele com as forças mais primordiais da magia. A essência do tecido mágico se distorceu ao comando dele, como um pequeno deus da magia em um pequeno espaço planar seu. O poder do fogomágico transbordou por cada poro do corpo do escolhido do deus da magia, enquanto ele degolava a líder drow com sua adaga. O fogomágico incinerou os seis elfos, a drow assassina restante e Heldalel. Mais uma vez o poder das drows foi surpreendente, mas a força do arquimago elfo não deixava de ser impressionante. Derdeil sentiu-se intoxicado, percebendo que não havia nenhuma real ameaça a alguém com tamanho poder.
Nesse instante, ele viu-se desconectado do mythal de Myth Drannor.
- Porcos inúteis... - ele falou como se alguém falasse por ele. Mesmo que o próprio mythal da antiga cidade tentasse expulsá-lo de seu convívio, Derdeil Óphodda impediu que o poder que o perpassava fosse levado. Ele manteve todo o fluxo energético do mythal que o alcançara por tanto tempo, que ele manipulara com tanta perícia. Ele somou aquilo à bombástica força mágica que reunira e catalisava agora.
- Vocês veem que tipo de monstro se alimenta de nossos sacrifícios, bom povo élfico! É essa nossa tradição? - Gritava Leia pelo elo mental e convencendo muitos dos elfos.
Shei Long disparou oito flechas que fizeram um ângulo reto e seguiram Kaliandra e Sérgio Reis. Os dois fugiram desesperados para o interior da torre e quando atravessaram a porta aos trancos, perceberam que não estavam mais em Faerun...

Kaliandra e Sérgio Reis surgiram em um estranho solo. Pareciam no centro de um ginásio. Um colossal ginásio. Um colossal ginásio para criaturas colossais.
- Já não era sem tempo... - ouviram a voz de Rufus surgir com uma magia de mensagem. - Tem um esqueleto colossal de dragão aqui em frente...
- Onde estamos? - Perguntou Kaliandra sem reconhecer o plano de imediato. - Estamos chegando aí... a rainha precisa de nós!

- Meu querido Derdeil... - soou a voz de Rhange Hesysthance Sorrowleaf na mente de seu escolhido - creio que nem mesmo eu teria feito melhor! Deixe as torres em meu plano... você deve seguir para Halruaa agora!
- E quanto aos outros, senhor...
- Você deve ir para Halruaa. Agora. - E Derdeil viu que já estava de fronte às ruínas de Halaraa...

4 de jul. de 2015

As duas torres

- Ó poderosas torres ancestrais de Myth Dranor, eu, Derdeil Óphodda, servo e escolhido do inigualável deus da magia Rhange Hesysthance as convoco a nos ajudar. Como podemos defender essa cidade?
O escolhido do deus da magia se dirigiu às luminosas torres que havia despertando a pouco. A noite causada pela ausência do sol ainda durava, mas a luz das torres era como um novo sol no coração de Myth Drannor. O restante da cidade emitia o pálido brilho do luar.
- É preciso que os espíritos de todos os elfos que já viveram aqui sejam convocados a engrandecer o poder do mythal. Se os vivos já estão conectados, é preciso agora recuperar o patrimônio energético legado pelos antepassados élficos desse povo. - Soou a voz mecânica e um tanto indiferente das torres na mente de todos pelo elo mental do mythal.
- E como faremos isso? - Questionou Kaliandra Boaventura, que ainda olhava o corpo morto de sua tia Volcana nos bracos do monge Braad.
- Deve-se povoar cada casa, cada habitação, cada jardim, cada canto erigido pelo amor e pela união no passado. Lá, preces e oferendas devem ser feitas para revitalizar tais forças positivas. Cantigas e cerimonias devem ser expressas nas artes de fazer do povo élfico - explicaram as torres pausadamente.
- Assim será feito... - concordou a rainha Amídala. - Capitã Kaliandra, chame seus subordinados para que estes guiem os grupos que formarei. Cada pequeno núcleo será levado por um de seus grupos de batedores!
- Sim, minha senhora... - concordou a capitã.
- Como devemos chamá-las, ó magnânimas torres? -- Questionou Derdeil.
- Chamem-nos por torres, escolhido da magia, pois é o que somos e representamos, ainda que o que nos conforme seja um ponto nodal da existência sincrética da multiplicidade dos planos.
- Queres dizer que existes em todos os planos? - Disse Derdeil sem conseguir deixar de mostrar-se ainda mais estupefacto. 
- Minhas portas, minhas janelas, meus espaços e meus caminhos podem todos conduzir a qualquer que seja o plano ou zona da existência, desde que haja o devido arranjo energético planar. O fluxo do equilíbrio móvel de tudo que há transborda em meus limites... - discorria a torre enquanto os elfos já se movimentavam.
- Certamente, um poder inigualável para mãos gananciosas como as do deus da magia... - ponderou Kaliandra, mas seu colega a chamou ao que era mais imediato:
- E Volcana, mi amada?... Que bamos hacer? - Disse Braad que ainda tinha a arqueira morta em seus braços.
- Eu posso ressuscitá-la, se a graça de Rhange Hesysthance permitir me concedendo essa prece... - disse Zoristro'n Glorien.
- Ele assim fará, Zoristro.. - indicou Derdeil. - Venha.. vamos repousar.. também preciso recuperar minhas forças após tantos rituais.
- Yo velarei por tu cuerpo, Volcana mia.. ai qui ai ai, amor... tu es la fuerça qui mi dá calor... - foi cantando Braad, enquanto carregava o corpo de Volcana para os aposentos de Derdeil, mantendo-a colada ao corpo dele.
- Volcaninha, se eu fosse como tu... eu me espremia com um vidrinho de xampu... - cantarolou o bardo Sérgio Reis, dedilhando a viola e ainda bebendo com seu seguidor Pena Branca.
Durante as horas seguinte, Kaliandra Boaventura com a assessoria de Cameron Noites e Trina Blair cuidou de encaminhar os elfos para as moradas onde deviam se dedicar a glorificar os antepassados élficos, conforme as orientações da rainha Amídala Ancalímon. Isso foi o suficiente para povoar todo o perímetro entre as torres e o palácio, o que era, no entanto, apenas um quinto de tudo que havia na cidade. Ainda assim, os elfos se entregaram com afinco às preces e celebrações. 
Nesse meio tempo, os hobbits refugiados que haviam contactado Rufus Lightfoot enfim chegaram. A capitã Boaventura foi então recebê-los com o hobbit-aranha.
- Sejam bem-vindos a Myth Drannor, pequeninos. Saibam que em nome da rainha Amídala Ancalímon, eu, a capitã Kaliandra Boaventura, os convido a se refugiar na nossa flor urbana.
- Agradecemos a recepção, capitã Boaventura - respondeu uma jovem e bela hobbit de olhos grandes e claros. - Eu sou Maristela, serva de Yondala.
- Nós temos inimigos em comum... os servos da maldita aranhuda... aqui vocês estarão mais seguros... - disse Kaliandra com toda a diplomacia. - Encontraremos um bom lugar pra vocês e...
- Melhor ficarem aqui... - interviu Rufus. - Aqui tem espaço... 
- Nós sobrevivemos aos drows, mesmo perdendo alguns amigos pelo caminho... - lamentou Maristela. - Tu és o que em alguns lugares se chama de valquírias... nós ficaremos aqui, como nos destinou Yondala. Essa é a terra que nos foi prometida.
Ao retornar do parque ao sul próximo ao lago onde os hobbits se estabeleceram, montando suas barracas, Kaliandra Boaventura viu a rainha Amídala novamente sendo cercada pelas intrigas de Shei Long, Leia Organa e Heldalel Evalandriel. Com sua chegada, a conversas cessou e o arquimago retirou-se para descansar também. A capitã Boaventura aconselhou a rainha a fazer o mesmo e se prontificou a guardar sua porta, enquanto os pensamentos de Braad sobre como era perfeito o corpo de Volcana, mesmo estando morta.
- Ainda tienes el calor... - pensava o mange.
- Braaaaad... - pensou com força Kaliandra. - Também estamos subindo com a rainha!!!
- Eu cuidarei disso, minha amada.. - interviu Cameron. - Você também precisa de repouso...
Kaliandra concordou, beijou Cameron e foi mais uma a ingressar no reino quimérico dos sonhos. Lá, assim como todos os seus colegas que fizeram o mesmo, a trovadora da espada viu Mari'bel. A killorien estava presa a uma teia prestes a ser devorada por uma criatura metade aranha, metade drow. Isso lembrou a elfa do sonho parecido que teve com Bibiana, um tanto antes que as preces deixassem de ter respostas.

Quando Derdeil e Zoristro despertaram, logo foram cuidar da ressurreição, mas era preciso um diamante para ser consumido como caminho para o retorno da alma de Volcana Boaventura. As torres informaram que haviam treze diamantes no salão subterrâneo sob o templo de Sune. Rufus e Cameron foram até lá, afinal o pequenino ladino já conhecia bem o caminho e a técnica para não despertar os guardiões mágicos do local. O hobbit recebeu uma magia de voo e depois o trovador da espada dispelou a runa mágica de proteção da passagem. 
Rufus Lightfoot desceu com cuidando, planando acima das moedas e pescou alguns diamantes, além de uma varinha, uma espada e quatro pergaminhos. Quando foi sair, no entanto, Cameron fracassou em novamente dispelar a runa. Foi preciso que Derdeil Óphodda fosse até lá com uma porta dimensional, dispelasse ele mesmo a runa e depois levasse os dois consigo de volta para a torre,
Lá chegando, Zoristro Glorien invocou a prece de ressurreição, convocando a alma da barda Volcana Boaventura a regressar ao corpo. Sérgio Reis cantou uma música para ajudar:
- Volcana do rio... calor que provoca arrepio.. dragoa tatuada no capô.. é dadeira sim senhor... coração de eterno flerte... adora beber-te...
Ainda assim, para a tristeza de todos os corações, a alma de Volcana Boaventura não retornou ao corpo dela, pois aquele era o momento de sua morte.
- Nooooon... - debulhou-se em lágrimas Braad.
- É um momento muito triste para toda a comunidade élfica... - lamentou a rainha. - Tenho certeza que esse sacrifício mostra a verdadeira pessoa que era Volcana Boaventura. Isso não só redime os eventuais erros que possa ter cometido em vida, como a alça ao panteão dos maiores dentre nosso povo... 
Porém, não houve muito tempo para velar a falecida. Enquanto todos estavam ocupados do lado de fora, as torres alertaram sobre a aproximação de exércitos de milhares quth-mares liderados por clérigos drows vindos de todas as direções. Não haveria como defender toda a cidade, mesmo que se mobilizasse todo e cada cidadão. E mesmo a energia dos ancestrais ainda não havia sido ativada.
- Não podemos deixar de conclamar tal força e perder o que já foi feito... - ponderou o arquimago Heldalel Evalandriel ainda no interior das torres.
- O que devemos fazer, torres de todos os planos? - Indagou Derdeil.
- Mantenham suas posições, povo de Myth Drannor.. - alertou a capitã Boaventura.
- Mesmo que pequena, a única chance de efetividade está em atacar as lideranças dos mortos-vivos.
- Formaremos grupos e nos teleportaremos.. - pensou Derdeil Óphodda, enquanto seu corvo Edgar partiu voando para encontrar os inimigos antes que ali chegassem.
Todavia, antes que algo mais fosse feito, dentro das torres, um ataque atingiu a rainha Amídala.
Todos urgiram para salvá-la, mas já encontraram Amídala Ancalímon vitimada por um assassino drow. Heldalel Evalandriel foi o primeiro a lá chegar com uma magia, mas acabou vitimado por outro dos assassinos drows. Braad partiu correndo e abrindo portas o mais rápido que podia, mas acabou sendo teleportado por acidente para outro plano longe dali quando pensou que adentrava os aposentos da rainha.
Ao mesmo tempo que Braad surgia nas areias de algum deserto em outro plano, Kaliandra invocou três elementais da terra para atrapalhar os drows e ganhar tempo. Enquanto os outros estavam impedidos de cruzarem a porta, Rufus Lightfoot e Derdeil Óphodda atravessaram para resgatar o mestre da bebedeira. Os drows tentaram pegar o corpo da rainha e destruir os elementais, mas um dos elementais da terra fechou a porta, desfazendo o portal e permitindo que Cameron Noites entrasse. Kaliandra desferiu alguns raios abrasadores, permitindo a seu amado tomar a rainha em seus braços.
O escolhido do deus da magia agarrou seus camaradas e usou uma viagem planar para retornar com os amigos do plano material desértico, surgindo em uma montanha coberta de neve, mas localizada em Faerun. Entretanto, um verme colossal surgiu para atacá-los quase que imediatamente. O mago não demorou e logo se teleportou de volta para o palácio. 
Os drows assassinos atacaram e destruíram o trio de elementais, além de atacar Cameron, que resistiu ao veneno. Kaliandra conjurou mais dois elementais e com a ajuda dos colegas que retornaram, investiu contra o quarteto de matadores drows. Um deles, no entanto, atingiu a todos com um efeito mágico de evaporação horrenda. Rufus fez questão de matar esse com um ataque sorrateiro, enquanto Derdeil dominou o último com um comando grandioso.