26 de abr. de 2014

Por um fio

- Vejam.. sinais de batalha mais à frente.. - alertou Kaliandra Boaventura ainda abraçada à cintura de Derdeil Óphoda, já que vinham montados no mesmo cavalo branco nos últimos 5 dias.
- Deixe-os para lá.. - disse Turambar Voronwr. - Não são nosso problema.
- Que a paz de Tyr esteja convosco, nobres elfos.. - gritou a saudação o paladino Jorge da Capadócia , usando toda a sua diplomacia, depois que o monge Braad o alertara quanto à aproximação dos cavaleiros élficos. Ainda estavam um tanto feridos da batalha.
Sérgio Reis, por sua vez, ainda ao lado de Dani Ellya e Reinathio Peyeyekia, tentava ver melhor a dupla que aparecera no limite da Grande Floresta.
- Saudações, viajantes.. viemos alertar sobre o perigo dos drows, mas parece que já tiveram sua dose de perigo - disse o druida Chuck Norris vendo os corpos caídos da dezena de elfos negros.
- Nós fomos atacados por eles, mas conseguimos derrotá-los - disse Dani Ellya. - Estamos a caminho de Secomber levando esse milho...
- O perigo é grande pra todo o lado! - Disse Mari'bel sem muito jeito.
- Nós temos de buscar as autoridades mais próximas para tratar desses band...
- Quem é este garboso humano, cavaleiro? - Quis saber Turambar se aproximando de Sérgio, depois de vir na direção de Jorge de Capadócia e interrompê-lo. .
- Eu sou Sérgio Reis, o cãozinho dos teclados. Muito prazer.
- O prazer é todo meu, cãozinho. Parece que temos a arte em comum.. posso ver pelo seu belo instrumento...
- Meu poderoso berrante é realmente um instrumento único.. você precisa beber comigo para ver...
- No é lo que dizem las muchachas... - poderou Braad dando um gole em sua bebida.
- Eu teria prazer em acompanhá-lo numa melodia - disse Turambar trazendo todo o grupo dos elfos para junto deles.Apenas o hobbit Rufus Lightfoot não parecia disposto a perder mais tempo naquele lugar perigoso, com aquelas conversas de duplo sentido e seguiu seu caminho montando seu cão Azuzu II.


No entanto, antes que muito mais se desse, alguns deles logo perceberam que estranhas aranhas vinham do sul impedindo que qualquer um tomasse aquela direção. Eram muitas, grandes como cães e pareciam preparadas para uma emboscada. Mais surpreendente, foi o relâmpago que rebentou entre eles atingindo em especial os elfos, fazendo-os tombar junto com seus cavalos. Vindo do interior da floresta, uma nova leva de drows surgiu, não só em maior número dessa vez, como acompanhados de um grande drider, uma aberração meio drow, meio aranha. A criatura lançava magia sobre eles como se não padecesse da mesma maldição que o deus da magia fizera cair sobre todos. Além de guerreiros com bestas e setas envenenadas, havia também uma clériga de Lolth, deusa da aranhas e dos drows.
Mesmo que Sérgio Reis e Turambar Voronwr tenham cantado em harmonia perfeita, conugando as vozes para aumentar o poder de todos os aliados ali, os elfos continuaram tombando. Kaliandra e Derdeil viram seu cavalo ser alvejado pelas setas envenenadas dos drows e perecendo, o que os lançou ao chão à mercê das aranhas. Jorge da Capadócia que investira contra a ameaça aracnídea numa carga com Popossannte não fora suficiente para detê-las, assim como Braad tinha dificuldade para lidar com os elfos negros. Os drows conjuraram a escuridão, nenhum deles parecendo padecer para usar de magia. Mesmo assim a sequência de golpes do monge bêbado criticou os ferimentos matando um inimigo. Rufus Lightfoot, que voltara escondido, vitimou outro vindo em carga sobre Azuzu II, que afundou as presas no elfo negro.
Sem magias, o druida Chuck Norris confiou nos talentos de sua águia Sidhka para defendê-lo, enquanto tentava se afastar da linha de frente, pois ainda tinha ferimentos da última batalha. Mari'bel disparava suas flechas, acertando e ceifando a vida de um drow, mas parecia que eles tinham especial interesse na morte dela, assim como dos demais elfos. A clériga de Lolth que liderava os drows e o drider conseguiram vitimar Braad e paralizar o hobbit, embora Azuzu II seguisse mordendo. A clériga drow conjurou um wolverine para defendê-la do cão.
Com um novo relâmpago, o drider derrubou os bardos e Kaliandra acabou vitimada pelas aranhas. Ela junto-se ao clérigo de Azuth Derdeil, que tentava proteger. Também Chuck Norris foi alcançado pelo poder da clériga, tombando, mas o pequeno Rufus libertou-se da magia e conseguiu derrubá-la. O drider, que havia sido curado pela clériga usou seus poderes para atingir Jorge e Mari'bel, passando a confrontar o cão, a águia e o hobbit que restavam. Com um ataque combinado, o trio derrotou o drider, mas não antes que dois drows escapassem levando com sigo a clériga, a fada Mari'bel e os pertences do bardo Sérgio e do paladino Jorge.

13 de abr. de 2014

Caindo na teia da aranha



Derdeill Óphoda concordou com Lorde Alagondar Nasher que Invernunca não era um lugar seguro para o enviado de Halruaa, ainda mais agora que estava sozinho e que ainda era preciso descobrir o paradeiro de Maximilian Bezmont. Com isso em mente, o mago e clérigo de Azuth resolveu seguir com os elfos em direção a Evereska até chegar à Secomber, de onde poderia arranjar um jeito de chegar à Grande Floresta, como os presságios em seu sonho haviam lhe indicado. Isso também serviria para estar perto da bela elfa Kaliandra Boaventura, que parecia despertar nele alguns sentimentos até então desconhecidos pelo estudioso do arcano e do divino.
A elfa Kaliandra, por sua vez, reunida ao seus companheiros, já não disfarçava o desprezo pelo fanfarrão e despreparado Voronwr Turambar, ao mesmo tempo em que via na presença do mago humano, uma oportunidade de avançar em seus conhecimentos arcanos. Para esses novos tempos da magia, era preciso conhecê-la ainda melhor. Assim sendo, seguiram todos para o estábulo, onde receberam boas montarias leves para os cinco dias vindouros de viagem. Os elfos tiveram alguma dificuldade com os animais um tanto arredios, mas Óphoda, mesmo sem treinamento e p'revia necessidade de tal meio de viagem, acabou por sair-se bem. 
Apesar dos problemas que acometiam o norte do mundo, a estrada foi tranquila a não ser por um pequeno embate contra ratazanas selvagens, grandes como cães, que atacaram os cavalos. Kaliandra e outro dos elfos, que já tinham dificuldade em se manter em cima dos cavalos, acabaram derrubados, enquanto um dos equinos perdeu sua vida. Derdeil sacrificou um novo tanto de seu vigor para somar seus mísseis mágicos às setas dos demais elfos, repelir as ratazanas e garantir a segurança de todos. Sem um dos cavalos, foi preciso que a elfa seguisse com ele em sua montaria, abraçada à sua cintura, enquanto ele lhe contava das maravilhas mágicas do reino de Halruaa e ela falava da grandeza da ilha dos elfos.


Após o problemático encontro com os elfos negros chamados de drows, a fada Mari’bel e o druida Chuck Norris voltaram o mais rápido possível para a árvore do Grande Pai com os elfos verdes. Eles encontraram muitos outros ali agora além dos elfos verdes que haviam chegado em seu socorro. O grande guardião Ehtur Telcontar e a druida Daphne já falavam com Falcon Eagle e os demais sobre os meios de repelir aquela investida. 
- Conseguimos repelir o ataque ao mythal, mas é certo que isso não é tudo... - dizia o guardião com a sabedoria que vem da experiência.
- Nojento está aqui para proteger o Mythal - disse Timothy Hunter, deus das fadas.
- De certo, que buscavam o mythal, mas há séculos drows não investiam contra a Grande Floresta - ponderou Falcon. - Não em seu coração.
- Os tempos são outros Falcon... - disse Daphne.
- Pois sinto ser eu quem tem de lhe dizer, grande Daphne da Grande Floresta - disse Mari'bel com humildade ao se aproximar. - Mas sua sobrinha, a druida Viviane, foi morta pelos drows e eles carregaram o corpo.
- Nós tentamos evitar.. era praticamente minha colega de círculo já... - disse o druida Chuck Norris.
A clériga Jacke tranquilizou a arqueira kilorien de que poderia ressuscitar a druida Viviane, sobrinha Daphne, mesmo sem seu corpo, que fora levado pelos drows. Bastaria que se preparasse em sua orações para uma Ressurreição Perfeita no dia seguinte e tudo estaria resolvido. Os druidas também perceberam a urgência em completar suas fileiras, agora que de doze restavam 10.
Usando de uma bota mágica, Ehtur Telcontar e seus aliados enviaram mensagens mágica para o poderoso dragão Inferno, que garantira apoio em momentos de perigo à Grande Floresta, inclusive tendo ajudado nos rituais de vinculação meses atrás.
- Poderoso Inferno, drows atacaram e ameaçam o mythal. Precisamos de orientação para garantir o equilíbrio da Grande Floresta.
- O verdadeiro objetivo deles não era o mythal, mas sim Daphne. Garantam a segurança da druida até que eu esteja convosco!
O colossal dragão vermelho não tardou a estar com eles, cobrindo tudo com sua sombra. As árvores quase se dobraram sob a força do vento de suas asas e sua voz de trovão soou em dracônico: 
- A Senhora das Aranhas e dos Drows está expandindo sua teia e ela deseja profanar a principal força dessas matas ancestrais. Malkizid, o antigo mestre de Rock dos Lobos, o Caído dos Sete Céus, está ao lado dela agora. 
- Então não diga o seu nome e lhe dê informação, mestre Inferno - interviu Daphne lembrando do risco de tocar nos nomes dos deuses.
- Malkizid não é um deus, mas sim um lorde abissal. O único Lorde Abissal! Eles desejam conspurcar a ti Daphne da Grande Floresta, cuja pureza e abnegação tanto contribuíram para o fortalecimento desse lugar. Araunshee deu cabo de todos os seus sacrifícios e agora se esgueira para dar conta dos filhos de Corellon, os protegidos de Bibiana. O ataque ao mythal dar-se-á por esses subterfúgios. – Após dizer isso, Inferno ergueu uma esfera prismática permanente ao redor do mythal, antes de envolve-lo em um casulo de terra. Ele também lançou mão de seu saber arcano para expndir a força mágica e fazer com que todos os guardiões da natureza ali presentes se beneficiassem da proximidade com o artefato. Depois enviou emissários aos quatro cantos da floresta para alertar a todos.


Já com os bandidos presos e amarrados, o paladino Jorge da Capadócia, o mestre da bebedeira Braad e o bardo Sérgio Reis buscaram adensar a conversa com a misteriosa dupla que haviam salvado dos bandoleiros. Embora os dois insistissem que se tratava de um carregamento de milho, o comportamento arredio dos dois parecia indicar que havia mais por trás das palavras deles. Por fim, graças à diplomacia e à percepção das motivações, eles conseguiram ouvir algumas verdades:
- Está bem, está.. mas depois não digam que não correram vocês atrás dos problemas.
- Não, Dani.. - disse o careca.
- Meu nome é Dani Ellya. Eu e meu amigo Reinathio Peyeyekia estávamos levando essse carregamento em segredo até Secomber e demais cidades. Somos daqueles que harpeiam. Levamos força mágica para garantir a segurança dessas cidades, mas pelo visto os Ladrões das Sombras já sabem de tudo e mandaram nos interceptar.
- Mas eles pareciam zentarianos... – disse Sérgio Reis com seu conhecimento dos símbolos e vestimentas, enquanto ele e o paladino entendiam serem aqueles Harpistas, a organização secreta que trabalhava pelo bem de toda Faerun.
- Um disfarce apenas... zentarianos de araque, isso sim – disse Reinathio cuspindo no chão.
- Devemos então conduzir os criminosos restantes até as autoridades mais próximas. – acrescentou o paladino. - Lá eles responderão por seus crimes!
- Será mesmo? - Duvidou Dani Ellya.
- Verram.. elfos... – indicou Braad apontando as árvores mais próximas. Os elfos eram pequenos e escuros
e logo começaram a disparar setas sobre eles. Os tiros eram certeiros e havia veneno nas flechas. Eles buscaram se proteger junto à carroça, mas Reinathio não teve a mesma sorte. Além deles, um hobbit desavisado que vinha pela estrada e não tivera interesse nos viajantes antes, acabou pego no fogo cruzado. Mobilizaram-se todos contra o ataque.
Com muito esforço, eles se aproximaram e derrubaram os inimigos, que usaram de magias de trevas.  Os dez drows não pareciam temer que ainda fosse o meio da tarde ou o campo semi-aberto entre a floresta e a estrada. Ainda assim, Braad, Sérgio, Dani, Jorge e o hobbit Rufus Lightfoot conseguiram vencê-los resistindo ao veneno de aranhas e as magias. Revistaram seus corpos em busca de explicações, justamento quando viram um grupo de elfos vindo pela estrada e uma dupla formada por um humano e uma elfa surgir no perímetro da Grande Floresta.